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Atividade Avaliativa - Lorrana - Processo II

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UNIVERSIDADE VEIGA DE ALMEIDA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
NOME DO ESTUDANTE 
Lorrana Azevedo Correia - 20191107721 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
DADOS GERAIS DO TRABALHO 
Título do vídeo: Audiência de Instrução - Processo: 0813630-53.2018.8.12.0001 
 
Link do vídeo: https://audienciasonline.com.br/#/audiencia/5cfaadf00b131b7906611ffc 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Rio de Janeiro – RJ 
2021 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
1. RESUMO DA OBRA 
 
A Audiência de Instrução e Julgamento referente ao processo de nº 0813630-
53.2018.8.12.0001 tramitado na 12ª Vara Cível da Comarca de Campo Grande/ MS, trata de 
uma ação de obrigação de fazer em face da empresa ENERGISA MATO GROSSO DO SUL – 
DISTRIBUIDORA DE ENERGIA S/A. 
 
Para fins de acordo, o juiz sugere que a ré poderia isentar a responsabilidade da autora 
no pagamento e, em contra partida, a autora abriria mão do dano moral. O patrono representante 
da ré alega que o problema de uma proposta de acordo neste caso seria não existir alguém para 
assumir as dívidas pendentes, e que está responsabilidade não poderia ser assumida por um 
terceiro que não faz parte da lide. 
 
Sem acordo, o juiz passa para a fase instrutória e determina de ofício a oitiva da autora. 
Em seu depoimento, a autora cita que estaria pagando as contas de consumo de água parceladas. 
O representante da ré sugere então que a empresa de distribuição de energia oferecesse um 
parcelamento também. A representante da autora negou a proposta alegando a hipossuficiência 
da autora. 
 
Seguidamente, é realizada a oitiva da testemunha arrolada ao processo. Após o juiz 
realizar suas perguntas e as partes não trazendo nenhuma pergunta, dispensa a testemunha e 
encerra a instrução processual. 
 
Por fim, as partes postularam pelas alegações finais remissivas aos fundamentos 
apresentados na petição inicial e de contestação, e diante do encerramento da instrução o 
processo foi para conclusão para prolação de sentença. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
2. RESENHA CRÍTICA 
 
 
A Audiência de Instrução e Julgamento é um ato complexo, pois tem início com a 
tentativa de conciliação, seguida pela produção de prova, podendo ter as alegações finais orais 
da parte, e findando-se com uma sentença, hipótese em que poderá haver interposição de 
recurso. 
Os princípios informativos que regem a Audiência de Instrução e Julgamento são o 
princípio da publicidade (artigo 368 CPC), princípio da concentração (artigo 365 CPC) e 
princípio da oralidade (artigo 361 CPC). 
 
O princípio da publicidade é perfeitamente demonstrado na audiência assistida, porque 
além dos atos processuais serem públicos por não tramitarem em segredo de justiça, a partir do 
Projeto Audiências Online milhares de estudantes e interessados na área jurídica têm acesso a 
este conteúdo. 
 
O princípio da concentração estabelece que a audiência deve ser una e contínua, 
devendo se praticados todos os atos. Segundo o artigo 362 do Código de Processo Civil, é 
possível que se adie a Audiência de Instrução e Julgamento por convenção das partes, ou se 
qualquer pessoa que dela deva necessariamente participar não puder comparecer, ou por atraso 
injustificado do seu início em tempo superior a 30 minutos do horário marcado. Caso haja 
adiamento ou antecipação da Audiência o juiz, de ofício ou a requerimento das partes, 
determinará a intimação das partes para ciência da nova designação. Além disso, se houver a 
necessidade de prosseguimento da audiência em outra data, esta circunstância não implica nova 
audiência e sim continuação daquela que se iniciou. 
 
O princípio da oralidade permite que os atos praticados durante a Audiência de 
Instrução e Julgamento sejam realizados oralmente, embora haja a necessidade de redução a 
termo ou sua gravação. 
 
Segundo o doutrinador Humberto Theodoro: 
 
“No regime do Código anterior, diante do rigor literal do seu art. 452, 
entendia-se que a coleta das provas orais (peritos, partes e testemunhas) deveria 
ser feita dentro da escala de gradação da lei. Por isso, os mais formalistas 
ensinavam que o adiamento da audiência ocorreria a partir do momento em que 
se deveria ouvir o não comparecente. Os depoimentos que, segundo a lei, seriam 
tomados em seguida ficariam adiados para a sessão posterior. Não é o sistema 
do Código atual, mais flexível e que determina que as provas orais serão ouvidas 
na ordem do art. 361, apenas preferencialmente. Logo, cabe ao juiz decidir, nas 
circunstâncias do caso concreto, se há ou não prejuízo para o processo com a 
eventual quebra da sequência estipulada pela lei.” (THEODORO JR, Humberto. 
Capítulo XI) 
 
 
 
 
 
 
 
Na Audiência de Instrução e Julgamento assistida, inicialmente o Juiz Alessandro 
Carlo Meliso Rodrigues, conforme artigo 358 do Código de Processo Civil, declara aberta a 
audiência e realiza o pregão apresentando as partes. 
 
Em seguida, antes de iniciar a instrução, indaga se existe a possibilidade de acordo 
para tentar resolver o conflito. Em consonância ao artigo 359 do Código de Processo Civil que 
impõe ao juiz o dever de tentar conciliar as partes, independente do emprego anterior de outros 
métodos de resolução de conflitos. 
 
 Posteriormente, o patrono representante da ré esclarece os fatos informando que o 
motivo para que a autora não conseguisse religar a energia elétrica seria a dívida pré-existente, 
em que a autora alega ter sido consumido por um terceiro (locador do imóvel). Alega também, 
que o problema de uma proposta de acordo neste caso é que não existe alguém para assumir as 
dívidas pendentes, e que está responsabilidade não poderia ser assumida por um terceiro que 
não faz parte da lide. Por fim, suscita que a empresa não recebeu nenhum pedido de 
transferência de titularidade ou encerramento do contrato. 
 
O juiz afirma que a autora alegou que houve pedido, mas que a empresa se manteve 
inerte. Além disso, demonstrando a imparcialidade primordial à um juiz, aluz que para fins de 
acordo a ré poderia isentar a responsabilidade da autora no pagamento e, em contra partida, a 
autora abriria mão do dano moral. No entanto, o advogado da empresa ré reafirma que o valor 
é muito alto e que abrir mão do recebimento seria inviável. 
 
Não havendo acordo entre as partes o juiz passa diretamente à instrução. 
 
Conforme estabelecido no artigo 361 do Código de Processo Civil, existe uma ordem 
para a produção de prova oral. Este rito demanda que as provas orais do autor sejam ouvidas 
primeiro e em seguida as provas orais do réu, preferencialmente começando pelos peritos e 
assistentes técnicos, depois pelo depoimento pessoal e por último as testemunhas arroladas. 
 
Por determinação de ofício, o juiz manda a prova oral de oitiva da autora. Esta 
determinação foi muito importante para o processo porque a única prova que constava nos autos 
era o contrato de locação firmado entre a autora e o terceiro, então havia a necessidade de obter 
maiores informações e comprovações. 
 
O juiz realiza uma série de perguntas sobre o aluguel do imóvel, bem como acerca do 
conhecimento das dívidas. A autora comunica que só tomou conhecimento das dívidas quando 
o terceiro abandonou o imóvel destruído e com dívidas de consumo de água e luz, e que não 
conseguiu entrar em contato com o terceiro. Além disso, cita que estaria pagando a conta de 
água parcelada. 
 
O advogado da ré aproveita a informação dada pela autora que informou estar pagando 
parcelada a conta de água, para sugerir que a empresa de fornecimento de energia também 
realizasse o parcelamento das dívidas, a fim de resolver a controvérsia. Apesar disso, a 
advogada que representa a autora esclareceu que a autora não poderia aceitar por não possuir 
condições financeiras para pagar. 
 
Seguindo a ordem de produção oral, o juiz realiza a oitiva da testemunhaarrolada no 
processo. Inicialmente, indaga se a testemunha tem alguma relação de parentesco com a autora 
 
 
 
 
 
e em seguida informa que perante a lei ela é obrigada a dizer toda a verdade. Prossegue com 
perguntas a testemunha sobre o terceiro, tempo de permanência, e a quanto tempo conhecia a 
autora. 
 
Dispensada a testemunha e encerrada a instrução processual o juiz dá a palavra à 
advogada da autora e ao advogado do réu, que postularam pelas alegações finais remissivas aos 
fundamentos apresentados na petição inicial e de contestação, sendo assim, o processo foi à 
conclusão para prolação de sentença, nos termos do artigo 366 do Código de Processo Civil. 
 
De acordo com o artigo 360 do Código de Processo Civil, um dos deveres do juiz é o 
poder de polícia que consiste em manter a ordem e o decoro, com a possibilidade de impedir 
manifestações agressivas, tratar com urbanidade todas as partes e qualquer pessoa que participe 
do processo e registrar em ata com exatidão todos os requerimentos apresentados em audiência. 
 
Apesar deste poder expresso em lei, todas as partes mantiveram o decoro na audiência 
sem realizar quaisquer manifestações agressivas, sendo assim neste caso não foi necessário usar 
este poder de polícia ou até mesmo requisitar força policial. O juiz soube encaminhar muito 
bem a audiência e tratou todas as partes com muita educação e respeito, houve um momento 
em que a autora não se lembrou de um fato que o juiz perguntou e deu três respostas diferentes, 
ele manteve a calma e pediu que ela tentasse relembrar quando aconteceu, ela se acalmou e se 
recordou. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3. REFERÊNCIAS 
 
THEODORO JR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil. 54ª Edição. Rio de Janeiro: 
Editora Forense, 2021, Vol.3. 
 
4. CERTIFICADO 
 
 
 
	Título do vídeo: Audiência de Instrução - Processo: 0813630-53.2018.8.12.0001

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