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Extensivo Essencial Carreiras Jurídicas (Estúdio) - Diurno CARREIRAS JURÍDICAS Damásio Educacional MATERIAL DE APOIO Disciplina: QSJ – Processo Penal Professor: André Estefam Aula: 08 | Data: 06/06/2016 ANOTAÇÃO DE AULA SUMÁRIO Continuação do material do dia 30/05/2016 1. Questão 12 2. Questão 13 3. Questão 14 4. Questão 15 5. Questão 16 6. Questão 17 Continuação do material do dia 23/05/2016 (Tema Competência) 7. Questão 7 8. Questão 8 9. Questão 9 Continuação do material do dia 30/05/2016 1. Questão 12 Ano: 2014Banca: IBFC Órgão: TJ-PR Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros Assinale a alternativa correta, em relação à competência: a) Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. b) A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se praticara infração. c) Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o primeiro ato de execução. d) Não sendo conhecido o lugar da infração, a competência regular-se-á pelo domicílio ou residência da(s) vítima(s) Comentários: a) Correta: trata-se dos crimes a distância. b) Errada: o lugar em que se praticar a infração é regra do JECRIM. Pelo CPP, é o local onde a infração se consumar. c) Errada: é o último ato de execução. d) Errada: domicílio ou residência do réu. Resposta: A 2. Questão 13 Ano: 2015Banca: CONSULPLAN Órgão: TJ-MG Prova: Titular de Serviços de Notas e de Registros - Provimento “O escrivão de polícia civil Tício, residente em Extrema-MG, praticou, em Camanducaia-MG, os crimes de homicídio simples tentado e de concussão, havendo conexão entre eles.” A competência para julgar os crimes será do a) juiz singular de Extrema-MG para o crime de concussão e do Tribunal do Júri de Camanducaia-MG para o crime de homicídio simples tentado. Página 2 de 9 b) Tribunal do Júri de Camanducaia-MG para os crimes de homicídio simples tentado e de concussão. c) juiz singular de Camanducaia-MG para o crime de concussão e do Tribunal do Júri de Camanducaia-MG para o crime de homicídio simples tentado. d) Tribunal do Júri de Extrema-MG para os crimes de homicídio simples tentado e de concussão. Comentários: Haverá a reunião de processos e a vis attractiva será do Tribunal do Júri, devido ao crime doloso contra a vida, utilizando, inclusive, o critério diferenciado consistente no local da conduta, sendo este o competente e que atrairá o crime conexo. Portanto, a competência pertencerá ao Júri de Camanducaia para o julgamento dos dois crimes Resposta: B 3. Questão 14 Ano: 2014Banca: FUNDEP Órgão: DPE-MG Prova: Defensor Público A respeito da competência e temas correlatos, analise as afirmativas a seguir. I. Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção, cuja inobservância constitui nulidade relativa, de acordo com a jurisprudência predominante do Supremo Tribunal Federal. II. A competência será determinada pela continência quando duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração e no caso da infração cometida nas hipóteses de concurso formal de crimes, erro na execução e resultado diverso do pretendido. III. De acordo com a jurisprudência dominante do Supremo Tribunal Federal, a atração por continência ou conexão do processo do corréu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal. IV. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos Estão CORRETAS as afirmativas a) I e III apenas. b) II e IV apenas. c) I, II e IV apenas. d) I,II,III e IV. Comentários: I – Correta: primeiramente é aduzido sobre a hipótese de crimes consumado em lugar incerto na divisa de dois ou mais foros, que é regulada no art. 70, CPP, determinando a fixação da competência pela prevenção. Ademais, a súmula 706, STF, afirma que a inobservância da prevenção gera nulidade relativa. “Art. 70. A competência será, de regra, determinada pelo lugar em que se consumar a infração, ou, no caso de tentativa, pelo lugar em que for praticado o último ato de execução. § 1º Se, iniciada a execução no território nacional, a infração se consumar fora dele, a competência será determinada pelo lugar em que tiver sido praticado, no Brasil, o último ato de execução. Página 3 de 9 § 2º Quando o último ato de execução for praticado fora do território nacional, será competente o juiz do lugar em que o crime, embora parcialmente, tenha produzido ou devia produzir seu resultado. § 3º Quando incerto o limite territorial entre duas ou mais jurisdições, ou quando incerta a jurisdição por ter sido a infração consumada ou tentada nas divisas de duas ou mais jurisdições, a competência firmar-se-á pela prevenção.”. Súmula 706, STF É relativa a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção. II – Correta: o art. 77, I, CPP trata da continência por cumulação subjetiva; no tocante a segunda hipótese, é a denominada continência por cumulação objetiva (art. 77, II, CPP). “Art. 77. A competência será determinada pela continência quando: I - duas ou mais pessoas forem acusadas pela mesma infração; II - no caso de infração cometida nas condições previstas nos arts. 51, § 1o, 53, segunda parte, e 54 do Código Penal”. III – Correta: Súmula 704, STF; Súmula 704, STF Não viola as garantias do juiz natural, da ampla defesa e do devido processo legal a atração por continência ou conexão do processo do co-réu ao foro por prerrogativa de função de um dos denunciados. IV – Correta: o artigo 81, CPP, traz a regra da perpetuacio jurisdictionis – perpetuação da competência, “Art. 81. Verificada a reunião dos processos por conexão ou continência, ainda que no processo da sua competência própria venha o juiz ou tribunal a proferir sentença absolutória ou que desclassifique a infração para outra que não se inclua na sua competência, continuará competente em relação aos demais processos. Parágrafo único. Reconhecida inicialmente ao júri a competência por conexão ou continência, o juiz, se vier a desclassificar a infração ou impronunciar ou absolver o acusado, de maneira que exclua a competência do júri, remeterá o processo ao juízo competente”. Por exemplo, o TJ ao proferir sentença, em que figurava como réu prefeito municipal (prerrogativa de foro) e o secretário do município (não possui prerrogativa de foro), é competente para julgar ambos. Súmula 704, STF. Absolvido o prefeito municipal, o Tribunal continua competente para julgar o secretário? Sim, o Tribunal possui competência para julgar o corréu, pois há a perpetuação da competência. O mesmo ocorre em hipóteses de desclassificação. http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=706.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=704.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas Página 4 de 9 Por exemplo, duas comarcas; em uma ocorre o furto que é encaminhado à outra onde se verifica a receptação. O vínculo entre os crimes é a conexão, em sua modalidade instrumental ou probatória, pois a prova de uma infração incide na outra. A vis attractiva será verificada por meio dos critérios norteadores do art. 78,CPP, ou seja, primeiramente o local em que ocorreu o crime mais grave, posteriormente o local do maior número de crimes, e por fim, a prevenção. Caso a receptação seja qualificada e o furto simples, a competência pertencerá ao juiz onde ocorreu a receptação qualificada (Juiz da Comarca B; a prevenção tinha ocorrido na Comarca “A”). Caso o juiz desclassifique a receptação qualificada para receptação simples, ele poderá julgar o furto ou não? Sim, deverá julgar o furto porque sua competência se perpetuou. Resposta: D 4. Questão 15 Ano: 2014Banca: MPE-PR Órgão: MPE-PR Prova: Promotor Se BRAVIUS entra num bar e, com intenção de lesionar, desfere dois tiros de revólver na direção da perna de SERENUS, acerta um dos disparos que produz lesão grave, mas o outro, por erro de pontaria, vem a produzir lesão, também de natureza grave, em ASTÚRIAS, dono da bodega, o julgamento de ambos os fatos deve ocorrer, num mesmo processo, em razão da: a) Conexão objetiva ou material; b) Conexão subjetiva por simultaneidade; c) Continência por cumulação objetiva; d) Conexão subjetiva por concurso; e) Continência subjetiva. Comentários: Bravius queria atingir Serenus, mas por erro na execução atingiu Asturias. É a figura da aberratio ictus, com resultado duplo (art. 73, segunda parte, CP). Houve uma conduta que produziu dois resultados, portanto, trata-se de continência por cumulação objetiva. “Art. 73 - Quando, por acidente ou erro no uso dos meios de execução, o agente, ao invés de atingir a pessoa que pretendia ofender, atinge pessoa diversa, responde como se tivesse praticado o crime contra aquela, atendendo-se ao disposto no § 3º do art. 20 deste Código. No caso de ser também atingida a pessoa que o agente pretendia ofender, aplica-se a regra do art. 70 deste Código”. Resposta: C 5. Questão 16 Ano: 2014Banca: FCC Órgão: MPE-PA Prova: Promotor de Justiça No que toca às regras de fixação de competência no processo penal, é correto afirmar: a) É absoluta a nulidade decorrente da inobservância da competência penal por prevenção. b) A competência será determinada pelo lugar em que se iniciar a infração. c) A competência especial por prerrogativa de função, relativa a atos administrativos do agente, prevalece ainda que o inquérito ou a ação judicial sejam iniciados após a cessação do exercício da função pública. d) A competência será determinada pela continência no caso de concurso formal. e) Será obrigatória a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de lugar diferentes Página 5 de 9 Comentários: a) Errada: é relativa, em consonância com a Súmula 706, STF; b) Errada: a competência será determinada pelo lugar em que ocorrer o resultado; c) Errada: com relação ao foro especial e período de sua vigência, sua regra é de que o foro especial somente subsiste enquanto durar o exercício do respectivo cargo ou função, não importando a natureza do fato imputado à autoridade. Art. 84, CPP – foi reconhecida inconstitucionalidade deste artigo na ADI 2797 “Art. 84. A competência pela prerrogativa de função é do Supremo Tribunal Federal, do Superior Tribunal de Justiça, dos Tribunais Regionais Federais e Tribunais de Justiça dos Estados e do Distrito Federal, relativamente às pessoas que devam responder perante eles por crimes comuns e de responsabilidade”. EMENTA: I. ADIn: legitimidade ativa: "entidade de classe de âmbito nacional" (art. 103, IX, CF): Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - CONAMP 1. Ao julgar, a ADIn 3153-AgR, 12.08.04, Pertence, Inf STF 356, o plenário do Supremo Tribunal abandonou o entendimento que excluía as entidades de classe de segundo grau - as chamadas "associações de associações" - do rol dos legitimados à ação direta. 2. De qualquer sorte, no novo estatuto da CONAMP - agora Associação Nacional dos Membros do Ministério Público - a qualidade de "associados efetivos" ficou adstrita às pessoas físicas integrantes da categoria, - o que basta a satisfazer a jurisprudência restritiva-, ainda que o estatuto reserve às associações afiliadas papel relevante na gestão da entidade nacional. II. ADIn: pertinência temática. Presença da relação de pertinência temática entre a finalidade institucional das duas entidades requerentes e os dispositivos legais impugnados: as normas legais questionadas se refletem na distribuição vertical de competência funcional entre os órgãos do Poder Judiciário - e, em conseqüência, entre os do Ministério Público . III. Foro especial por prerrogativa de função: extensão, no tempo, ao momento posterior à cessação da investidura na função dele determinante. Súmula 394/STF (cancelamento pelo Supremo Tribunal Federal). Lei 10.628/2002, que acrescentou os §§ 1º e 2º ao artigo 84 do C. Processo Penal: pretensão inadmissível de interpretação autêntica da Constituição por lei ordinária e usurpação da competência do Supremo Tribunal para interpretar a Constituição: inconstitucionalidade declarada. 1. O novo § 1º do art. 84 CPrPen constitui evidente reação legislativa ao cancelamento da Súmula 394 por decisão tomada pelo Supremo Tribunal no Inq 687-QO, 25.8.97, rel. o em. Ministro Sydney Sanches (RTJ 179/912), cujos fundamentos a lei nova contraria inequivocamente. 2. Tanto a Súmula 394, como a decisão do Supremo Tribunal, que a cancelou, derivaram de interpretação direta e exclusiva da Constituição Federal. 3. Não pode a lei ordinária pretender impor, como seu objeto imediato, uma interpretação da Constituição: a questão é de inconstitucionalidade formal, ínsita a toda norma de gradação inferior que se proponha a ditar interpretação da norma de hierarquia superior. 4. Quando, ao vício de inconstitucionalidade formal, a lei interpretativa da Constituição acresça o de opor-se ao entendimento da jurisprudência constitucional do Supremo Tribunal - guarda da Constituição -, às razões dogmáticas acentuadas se impõem ao Tribunal razões de alta política institucional para repelir a usurpação pelo legislador de sua missão de intérprete final da Lei Fundamental: admitir pudesse a lei ordinária inverter a leitura pelo Supremo Tribunal da Constituição seria dizer que a interpretação constitucional da Corte estaria sujeita ao referendo do legislador, ou seja, que a Constituição - como entendida pelo órgão que ela própria erigiu em guarda da sua supremacia -, só constituiria o correto entendimento da Lei Suprema na medida da inteligência que lhe desse outro órgão constituído, o legislador ordinário, ao contrário, submetido aos seus ditames. 5. Inconstitucionalidade do § 1º do art. 84 C.Pr.Penal, acrescido pela lei questionada e, por arrastamento, da regra final do § 2º do mesmo artigo, que manda estender a regra à ação de improbidade administrativa. IV. Ação de improbidade administrativa: extensão da competência especial por prerrogativa de função estabelecida para o processo penal condenatório contra o mesmo dignitário (§ 2º do art. 84 do C Pr Penal introduzido pela L. 10.628/2002): declaração, por lei, de competência originária não Página 6 de 9 prevista na Constituição: inconstitucionalidade. 1. No plano federal, as hipóteses de competência cível ou criminal dos tribunais da União são as previstas na Constituição da República ou dela implicitamente decorrentes, salvo quando esta mesma remeta à lei a sua fixação. 2. Essa exclusividade constitucional da fonte das competências dos tribunais federais resulta, de logo, de ser a Justiça da União especial em relação às dos Estados, detentores de toda a jurisdição residual. 3. Acresce que a competência originária dos Tribunais é, por definição, derrogação da competência ordinária dos juízos de primeiro grau, do que decorre que, demarcada a última pela Constituição, só a própria Constituição a pode excetuar. 4. Como mera explicitação de competências originárias implícitas na Lei Fundamental, à disposição legal em causa seriam oponíveis as razões já aventadas contraa pretensão de imposição por lei ordinária de uma dada interpretação constitucional. 5. De outro lado, pretende a lei questionada equiparar a ação de improbidade administrativa, de natureza civil (CF, art. 37, § 4º), à ação penal contra os mais altos dignitários da República, para o fim de estabelecer competência originária do Supremo Tribunal, em relação à qual a jurisprudência do Tribunal sempre estabeleceu nítida distinção entre as duas espécies. 6. Quanto aos Tribunais locais, a Constituição Federal -salvo as hipóteses dos seus arts. 29, X e 96, III -, reservou explicitamente às Constituições dos Estados-membros a definição da competência dos seus tribunais, o que afasta a possibilidade de ser ela alterada por lei federal ordinária. V. Ação de improbidade administrativa e competência constitucional para o julgamento dos crimes de responsabilidade. 1. O eventual acolhimento da tese de que a competência constitucional para julgar os crimes de responsabilidade haveria de estender-se ao processo e julgamento da ação de improbidade, agitada na Rcl 2138, ora pendente de julgamento no Supremo Tribunal, não prejudica nem é prejudicada pela inconstitucionalidade do novo § 2º do art. 84 do C.Pr.Penal. 2. A competência originária dos tribunais para julgar crimes de responsabilidade é bem mais restrita que a de julgar autoridades por crimes comuns: afora o caso dos chefes do Poder Executivo - cujo impeachment é da competência dos órgãos políticos - a cogitada competência dos tribunais não alcançaria, sequer por integração analógica, os membros do Congresso Nacional e das outras casas legislativas, aos quais, segundo a Constituição, não se pode atribuir a prática de crimes de responsabilidade. 3. Por outro lado, ao contrário do que sucede com os crimes comuns, a regra é que cessa a imputabilidade por crimes de responsabilidade com o termo da investidura do dignitário acusado. (ADI 2797, Relator(a): Min. SEPÚLVEDA PERTENCE, Tribunal Pleno, julgado em 15/09/2005, DJ 19-12-2006 PP- 00037 EMENT VOL-02261-02 PP-00250) d) Correta: chama-se continência por cumulação objetiva. e) Errada: é caso de separação facultativa com base no art. 80, CPP. “Art. 80. Será facultativa a separação dos processos quando as infrações tiverem sido praticadas em circunstâncias de tempo ou de lugar diferentes, ou, quando pelo excessivo número de acusados e para não Ihes prolongar a prisão provisória, ou por outro motivo relevante, o juiz reputar conveniente a separação” Resposta: D 6. Questão 17 Ano: 2014Banca: MPE-MG Órgão: MPE-MG Prova: Promotor de Justiça Assinale a alternativa correta: a competência criminal funcional pode estar prevista: a) Somente na Constituição Federal. b) Na Constituição Federal e em leis ordinárias discutidas e aprovadas no Congresso Nacional. c) Na Constituição Federal e nas Constituições Estaduais. d) Na Constituição Federal, na Constituição dos Estados e em leis ordinárias federais e estaduais, respeitado o âmbito de aplicabilidade Página 7 de 9 Comentários: De acordo com o STF, as regras de foro especial possuem natureza excepcional e devem ser interpretadas de forma restrita. Assim, o primeiro diploma que validamente poderá estipular a prerrogativa de foro, é a Constituição Federal, assim como as Constituições Estaduais, que podem conceder prerrogativa de foro em razão da simetria entre o foro especial concedido pela Constituição e alguma hipótese de foro especial prevista na Constituição Federal. Exemplos: todas as Constituições estaduais concedem prerrogativa de foro aos secretários estaduais; algumas constituições, como a de Goiás, concedem também a delegados de polícia. Na órbita federal o cargo correspondente ao secretário estadual é o e ministro e o delegado de polícia federal corresponde aos delegados de polícia de forma geral. Delegado Federal não possui prerrogativa de foro, logo, não é possível que a CE o faça em benefício de delegados de polícia – foi declarada a inconstitucionalidade da CE Goiás referente a esta prerrogativa de foro. Ministros possuem prerrogativa de foro. O Professor assinalaria a Letra C com ressalvas. Resposta: E (não consta letra E no material) Material de 23/05/2016 (Tema Competência) 7. Questão 7 Ano: 2015Banca: CESPE Órgão: DPE-RN Prova: Defensor Público Substituto Assinale a opção correta acerca do processo penal segundo o CPP e o entendimento do STF e do STJ. a) A prevenção no processo penal, em diversas situações, constitui critério de fixação de competência, como na hipótese em que for possível a dois ou mais juízes conhecerem do mesmo crime — seja por dividirem a mesma competência de juízo, seja pela incerteza da competência territorial — ou, ainda, nos crimes continuados ou permanentes. b) De acordo com a jurisprudência do STF, é imprescindível a transcrição integral dos diálogos colhidos por meio de interceptação telefônica ou escuta ambiental. c) Segundo a jurisprudência do STJ, são impossíveis sucessivas prorrogações de interceptações telefônicas, ainda que o pedido de quebra de sigilo telefônico seja devidamente fundamentado, em razão da previsão legal de prazo máximo de quinze dias para tal medida, renovável por igual período. d) A notícia anônima sobre eventual prática criminosa, por si só, é idônea para a instauração de inquérito policial ou a deflagração de ação penal. e) A competência, na hipótese de crime continuado ou permanente praticado em território de duas ou mais jurisdições, é fixada pelo lugar onde se praticar o maior número de infrações Comentários: a) Correta: art. 69, CPP. Por exemplo: arrebatamento da vítima na Comarca A, que é levada para um cativeiro na B e posteriormente para a Comarca C. Há crime de extorsão mediante sequestro (crime permanente). Sua consumação atingiu três diferentes territórios. A competência será firmada pela prevenção. Art. 69. Determinará a competência jurisdicional: I - o lugar da infração: II - o domicílio ou residência do réu; III - a natureza da infração; IV - a distribuição; V - a conexão ou continência; VI - a prevenção; Página 8 de 9 VII - a prerrogativa de função b) Errada: basta conter no laudo o teor das conversas incriminadas. A defesa, caso deseje, poderá ter acesso a todo áudio e pedir que sejam acrescidos determinados trechos à transcrição. c) Errada: 15 dias renovável por igual período quantas vezes for necessário. d) Errada: noticia anônima também é chamada de notitia criminis inqualificada, podendo a partir dela ser iniciada uma investigação. e) Errada: é fixada com base na prevenção. Resposta: A 8. Questão 8 Ano: 2015Banca: MPDFT Órgão: MPDFT Prova: Promotor de Justiça Adjunto Conforme a legislação em vigor e a jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça, examine os itens a seguir sobre competência, indicando a assertiva CORRETA: a) O crime de furto de uma carteira de um passageiro, cometido a bordo de aeronave comercial pousada no aeroporto de Brasília, deve ser julgado na Vara Criminal da Justiça comum local do Distrito Federal. b) A competência para julgamento de juiz de direito que pratique crime doloso contra a vida é do tribunal do júri do local da consumação do delito. c) O Brasil adota a teoria do resultado para a fixação da competência territorial de crimes ocorridos integralmente no Brasil, hipótese em que não se aplica a teoria da ubiquidade. d) Compete ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região o julgamento criminal dos Promotores e Procuradores de Justiça do MPDFT. e) Ato infracional praticado por jovem de 17 anos, equivalente a crime contra a fauna, dentro do Parque Nacional de Brasília, deve ser julgado na Seção Judiciária do Distrito Federal da Justiça Federal Comentários: a) Errada: crime praticado a bordo de aeronave é um crime federal, sendo o foro competente o da justiça comum federal do local de onde a aeronave partiu ou o local dopouso após o crime. b) Errada: juiz de direito e outras autoridades possuem foro especial previsto na Constituição Federal, sendo que o STF afirmou que, mesmo se tratando de crime doloso contra a vida, será julgado pelo foro especial – Súmula 721, STF e SV 45. Súmula 721 721, STF A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição estadual. Súmula Vinculante 45 A competência constitucional do Tribunal do Júri prevalece sobre o foro por prerrogativa de função estabelecido exclusivamente pela Constituição Estadual. c) Correta; d) Errada: há quem entenda que compete ao TJ do DF e Territórios, pois os membros do MP - DF e Territórios pertencem ao MP da União. e) Errada: ato infracional é julgado sempre pela vara da infância e juventude. Será julgado pela justiça distrital. http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/listarJurisprudencia.asp?s1=721.NUME.%20NAO%20S.FLSV.&base=baseSumulas Página 9 de 9 Resposta: C 9. Questão 9 Ano: 2015Banca: FCC Órgão: DPE-MA Prova: Defensor Público “A", policial militar, valendo-se de arma da corporação, efetuou disparos que resultaram a produção dolosa da morte do cidadão “B", farmacêutico com o qual teve uma discussão durante uma abordagem policial. Neste caso, a) a competência será da justiça comum somente se os motivos dos disparos não estiverem relacionados com a diligência policial. b) “A" deverá ser julgado pela justiça militar, porquanto se encontrava em serviço e utilizava arma da corporação. c) o fato de “A" estar em serviço não impõe a competência da justiça militar, mas sim o fato de ter utilizado arma da corporação. d) o fato de “A" estar em serviço impõe a competência da justiça militar, não possuindo relevância o fato da arma utilizada pertencer à corporação. e) são irrelevantes para competência as circunstâncias citadas. Comentários: Trata do crime doloso contra a vida praticado por militar em serviço (e com arma da corporação) contra um civil. A Lei 9.299/96 modificou o Código Penal Militar e introduziu que os crimes cometidos com arma da corporação, deixaram de ser só por isso, crimes militares. Essa alteração revogou a Súmula 47, do STJ1. Outra mudança produzida pela lei, foi no sentido de que crime doloso contra a vida praticado por militar contra civil passou a ser de competência do Júri. a) Errada: competência do Júri, observando se tratar a vítima de um civil; b) Errada; c) Errada: alteração legislativa citada; d) Errada; e) Correta; Resposta: E 1 Súmula 47, STJ Compete à Justiça Militar processar e julgar crime cometido por militar contra civil, com emprego de arma pertencente à corporação, mesmo não estando em serviço.
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