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Beatriz Santos Ajuste Oclusal Conceito: O ajuste oclusal (lapidação oclusal ou desgaste oclusal) é o procedimento clínico cujo objetivo é a estabilidade mandibular adequada, livre de prematuridade e interferências* oclusais. (*)ex: cúspides de molares se tocando quando se faz guia anterior. “Contatos bilaterais dando estabilidade” Prematuridades de interferências: “vem antes do tempo”, contatos antes Oclusao é dinâmica, e nessa movimentação mandibular pode ter interferências. Quando eu faço protrusão da mandíbula se algo chamado de guia canina. Onde a face vestibular dos incisivos inferiores toca a face lingual dos incisivos superiores. Quando se faz esse movimento e se tem a ponta de cúspide de um molar se tocando se tem interferência. Que logo o organismo se adapta caso não tenha se feito o ajuste. “É conteúdo programático necessário em todas as disciplinas, pois é de aplicação em vários ramos da odontologia: oclusão, dentística, periodontia, ortodontia, prótese, implante”. Etiologicamente, o vocabulário “oclusão” significa fechar pra cima: - “oc”: para cima. - “cludere”: fechar. Qual o único osso móvel do crânio? A mandíbula, sendo assim refere-se a mandíbula. E tem uma articulação para isso: ATM. Oclusão: relação estática (repouso) e dinâmica (movimento sem interferências) entra as superfícies oclusais dos dentes que devem estar em harmonia com todo o sistema estomatognático. Obs.: Lado de trabalho: lado para qual se desloca a mandíbula. Lado de balanceio: lado oposto (não pode ser tocado). Quando se faz a lateralidade, existe uma desoclusão de todos os dentes, isso é feito pelo canino (guia canina) ou por outros dentes (chamado de função em grupo). Ou seja se tocar do mesmo lado do canino se tem uma função em grupo e se tocar do lado oposto se tem a interferência. Sistema estomatognático (SEG): Está constituído por um conjunto heterogêneo de tecidos e órgãos que compreendem estruturas ósseas, músculos, articulações, dentes e órgãos que compreendem o componentes vasculares, nervosos, ele tem que funcionar em harmonia, se algum desses componentes estiver com problema isso repercute em todo o sistema. Dimensão vertical de repouso (DVR): é a medida vertical entre pontos localizados na face, um acima e outro abaixo da boca quando a mandíbula se encontra sustentada pela posição de repouso. Dimensão vertical de oclusão (DVO): é a medida vertical entre pontos localizados na face, um acima e outro abaixo da boca quando os dentes estão em máxima intercuspidação. Existe um espaço funcional, que chamamos de espaço funcional livre (EFL): que é justamente a diferença, que é mais ou menos de 3 mm, entre a DVR e a Oclusão Oclusão fisiológica (S.E. normal) Oclusão patologica (S.E. com patologia) Maloclusão (S.E. com ou sem patologia) DVO. Então quando eu saio de DVR para DVO minha dimensão vertical diminue, perdendo mais ou menos uns 3 mm. Imaginem fazer uma prótese para um paciente desdentado, para ele não existe dimensão vertical, que quando você reestabelece a dimensão vertical, você volta a ter uma estética – preenchimento labial - e fisiologicamente uma coisa funcional. Então é preciso calcular essa distância. Relação cêntrica (RC): posição condilar, a posição mais superior e posterior que os côndilos podem assumir na cavidade glenóide, apoiados no disco articular e estabilizados pelos músculos e ligamentos. Posição fisiológica dos condilos na cavidade glenóide, independente do contato dos dentes. Essa RC é reproduzida ao longo da vida, mesmo para desdentados, por que é uma posição articular. Máxima intercuspidação habitual (MIH): é a posição mandibular decorrente da relação entre os dentes dos dois arcos, onde ocorre o maior número de contatos dentários. É variável e modifica ao longo da vida, de acordo com a modificações dos contatos oclusais advindos da erupção, de migração ou de restaurações. Relação de oclusão cêntrica (ROC): é uma posição na qual há coincidência da relação cêntrica (côndilos na cavidade glenóide) e a MIH (contatos dentários). Isso acontece de 10 a 15% das pessoas. São pessoas totalmente dentadas, sem restaurações, com uma boa relação articular. Isso é uma coisa que temos que buscar nos tratamentos? Não, não pe objetivos deixar o paciente na ROC. O objetivo é deixar a oclusão estável, que geralmente vai para MIH. Estabilidade oclusal: dada a mandíbula em relação a maxila pela intercuspidação simultânea das cúspides funcionais nas respectivas fossas antagonistas em ambos os lados da arcada dentária. É o contato cúspide fossa, ou cúspide crista, dependendo dos dentes que estão se relacionando, ou se você toca um dente com dois ou um dente com um. Cúspides de suporte ou contenção Cêntrica (VIPS): são as cúspides responsáveis pelas contenções, estabilizam a oclusão. - vestibulares da mandíbula (inferior). - palatinas da maxila (superior). Elas caem (palatinas superiores) na fossa e sobem (vestibulares inferiores) para crista (menos a mediana do primeiro molar e a distal do segundo inferiores, que vão para a fossa central (mesial da ponte) de esmalte dos molares superiores). Cúspides vestibulares inferiores: ocluem nas cristas marginais dos dentes antagonistas, com exceção do Cúspide mediana do 1° molar e da Cúspide distal do 2° molar que ocluem nas fossas centrais dos molares superiores. Cúspides palatinas superiores: ocluem nas fossetas distais dos pré-molares e fossas centrais dos molares, com exceção das Cúspides palatinas distais dos molares que ocluem nas cristas marginais dos molares inferiores. Guia anterior: - Face vestibular dos incisivos inferiores na lingual dos incisivos superiores. Nesse movimento de deslizamento, eu vou desocluir todos os dentes. Refere-se ao movimento de protrusão da mandíbula. Obs: Oclusão mutualmente protegida: os dentes têm uma anatomia que tem a ver com a sua função. Por exemplo o molar, tem essa sua forma anatômica porque tem função primordial para triturar e estabilizar a oclusão. Ele tem uma mesa oclusal. Guia canina ou função em grupo: - movimentos laterais da mandíbula. Trauma oclusal: - Primária (coroa/restauração alta). - secundária (problema periodontal). Esse trauma oclusal é avaliado clinicamente pela mobilidade e os aspectos radiográficos do trauma oclusal são: alterações na lamina dura e alteração do aspecto do espaço periodontal. Condultas terapêuticas dos distúrbios oclusais Objetivo: estabelecer uma oclusão fisiológica. Ex. placa oclusal, ajuste oclusal, fisioterapia, medicação, cirurgia. Princípios oclusais em dentística restauradora - Em dentes posteriores: * Antes das restaurações: 1. verificar presença de contato prematuro em MIH e guias de oclusão. 2. Em caso de contato prematuro pré-existente, fazer ajuste oclusal. 3. Demarcar o contato no dente a ser restaurado em MIH, procurando fugir da área de contato durante a confecção do preparo cavitário. *Depois das restaurações: 1. Verificar contato em RC e MIH, movimento de protrusão e lateralidade. 2. Evitar estabelecer contatos oclusais na interface dente/restauração. Etapas do ajuste oclusal 1. Ajuste em relação cêntrica ou MIH. 2. Ajuste em lateralidade (primeiro trabalho e depois balanceio). 3. Ajuste de protrusão. Instrumental para ajuste: - pinça de muller; - carbono de duas cores; - sequência de pontas diamantadas (granulação fina em forma de chama), multilaminadas (12 lâminas), borrachas abrasivas e taças de borracha com pasta abrasiva. Finalidade do ajuste oclusal: - contatos simultâneos e bilaterais. - eliminação de contatos prematuros e interferências oclusais. - desoclusão dos dentes posteriores durante guiaanterior (oclusão mutualmente protegida). - evitar sempre que possível desgaste nas cúspides VIPS. https://pt.slideshare.net/thiaracerqueira3/posicionamento-e-ocluso-dental https://pt.slideshare.net/thiaracerqueira3/posicionamento-e-ocluso-dental
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