Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
ENEM – FILOSOFIA TEORIA DO CONHECIMENTO – Pré-socráticos Aristóteles diz na Metafísica que “todos os homens, por natureza, tendem ao saber”. Esta constatação se dá, segundo ele e também segundo seu mestre, Platão, pelo fato do homem ser o único animal capaz de se espantar, se assombrar, se surpreender, diante dos fenômenos que vive. A filosofia então, ainda não entendida como gênero literário que viria a ser a partir de Platão, é concebida naquela época como amor/amizade ao saber, algo que se busca, que se tenta conquistar, e que a partir da modernidade e do iluminismo foi chamado de ciência. Alguns filósofos, chamados de phisiologoi no período anterior a Sócrates por se dedicarem ao estudo (logos) da phisis, a natureza, realizavam alguns experimentos – um dos melhores exemplos é Pitágoras – e podem ser aproximados ao que conhecemos como cientistas. Para o historiador e antropólogo francês Jean-Pierre Vernant, a filosofia nasce no contexto da pólis com a necessidade de tornar a vida cidadã mais harmônica, da mesma forma harmônica que era concebido o cosmos (que significa literalmente harmonia). Nesse ambiente político de racionalidade, a excelência é daqueles mais bem preparados para representar seus demos na Assembleia e viver de acordo com os valores da pólis. A filosofia nasce então da necessidade de analisar discursos e condutas com Sócrates tendo como eixo central a moralidade e não mais a phisis. Ela tem a característica de investigação, porém, seu objeto passa a ser o mundo político produzido pelo homem. Citação de Vernant: “Advento da Polis, nascimento da filosofia: entre as duas ordens de fenômenos os vínculos são demasiado estreitos para que o pensamento racional não apareça, em suas origens, solidário das estruturas sociais e mentais próprias da cidade grega.” É de alto relevo também o que o filósofo moderno Hegel entende como o despertar grego para o conhecimento: o uso da razão iniciado por eles no ocidente é um despertar do espírito da liberdade, só é possível filosofar mediante a liberdade. Cito-o: “Na Grécia surge a liberdade da autoconsciência. No Ocidente, o espírito entranha-se em si. No esplendor do Oriente, o indivíduo se esvanece; é apenas como que uma fulguração na substância. Semelhante luz torna-se no Ocidente o relâmpago do pensamento, que em si mesmo explode, a partir daí se difunde e produz assim o seu mundo a partir do interior.”
Compartilhar