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RESENHA TEMÁTICA: ANÁLISE FINANCEIRA Kleber Luis Oliveira Da Costa MBA em Auditoria e Finanças Disciplina: Gestão em Finanças A Análise Financeira é uma das atividades primordiais de qualquer negócio e este tema será abordado de maneira simples e didática, visando um melhor entendimento de sua importância nas organizações, suas nuances, medidas, indicadores, funcionamento prático e opiniões do autor sobre o tema. Todo administrador que almeja gerir determinado negócio com sucesso, seja este próprio ou que o tenha contratado, precisa estar muito bem familiarizado com o fato de que exatamente todas as ações realizadas na organização, quer o objeto de atuação seja nas áreas operacionais, administrativas, técnicas ou comerciais, irá necessariamente apresentar algum reflexo na estrutura e/ou no desempenho econômico e financeiro da empresa. Para que haja coerência e assertividade, a fim de obter êxito nas ações adotadas na organização, o administrador deve avaliar diversos pontos preliminarmente. Pontos que representem exatamente e de maneira realista o quadro financeiro atual, passado e projetado da empresa. Tais pontos são convencionalmente chamados de Indicadores Financeiros. A observação e idealização de ações em face dos indicadores financeiros chama-se Análise Financeira, esta atividade se mostra extremamente necessária no apoio, e até mesmo na indubitabilidade na tomada de decisão, apresentando como benefício, um maior entendimento acerca da situação financeira em que se encontra. (SILVA, 2008). Obtendo total conhecimento das despesas, do capital de giro, dos faturamentos e do fluxo de caixa, tal atividade possibilita uma realização de gastos e investimentos com mais segurança, uma vez que o futuro da empresa se tornou mais fácil de ser previsto, o que torna a tomada de decisão mais assertiva para levar a organização ao curso desejado. A Análise Financeira já pode ser realizada no Plano de Negócios, que deve conter o Plano Financeiro. Este deve ser baseado numa análise financeira geral, equiparando o planejado, com o possível, frente aos fatores externos e internos identificados no plano de negócios. Já nesta etapa, é possível obter uma visão do desempenho e necessidades que a empresa poderá obter. Inicialmente deve ser realizado um bom estudo, a fim de verificar a viabilidade do negócio. Por meio da observação de duas questões o administrador financeiro já é capaz de ter uma ideia das possibilidades do negócio, seja para um negócio já existente ou para outro em fase de planejamento, ainda com números esperados obtidos através de pesquisa e do plano de negócios, são estas a análise de estabilidade e capacidade de gerar lucro, que podem ser medidas através da análise de alguns indicadores de desempenhos, tais como, Custos variáveis, que são ligados ao volume de vendas ou revendas, industrialização ou prestação de serviços; Custos fixos, estão ligados às contas de estrutura, podendo ser todos os custos relacionados à manutenção, como também os que são necessários para a empresa existir; Faturamento periódico, que consiste em ter controle total dos números de vendas diárias, conhecendo o que é vendido, por quanto, em que quantidade e os prazos referentes às vendas; Fluxo de Caixa, refere-se ao movimento de dinheiro na organização, deve ser elaborado e monitorado estrategicamente de forma a compatibilizar o fluxo com o volume de entrada e saída, gerando sempre saldos positivos; Preços de vendas, devem ser bem observados e compostos de maneira técnica e estratégica considerando os fatores de lucratividade, posicionamento de mercado e competitividade; Margem de contribuição, este possibilita a análise da viabilidade, da lucratividade, do ponto de equilíbrio e da análise de novos projetos. Este representa a saúde financeira da empresa; Lucro operacional, é o resultado após o pagamento de todos os custos fixos e variáveis. Com isto já é possível estruturar a melhor forma de atuação da empresa, buscando as melhores ferramentas para o controle financeiro, a fim de organizar as movimentações de caixa da organização, bem como possibilitar o planejamento do orçamento, o seu destino, a administração dos gastos e até mesmo, caso seja necessário, racionaliza-los. Além disto, a otimização dos investimentos é ainda um bom ponto a considerar. Desta forma, é possível obter uma maior estabilidade e segurança financeira do negócio. Como já foi bem exposto, a Análise Financeira deve ser focada no monitoramento dos fatos e dos resultados. Assim também, como no planejamento, a Administração estratégica deve estar constantemente engajada em ações no campo financeiro, procedendo de maneira atenciosa para com mais alguns pontos. Pode-se dizer que um dos pontos de maior relevância é a análise dos Indicadores econômicos. Estes são medidas do desempenho que promovem mensuração do desenvolvimento econômico da organização, expressando o nível de saúde da empresa. Promovem a comparação de desempenho entre períodos distintos, o que permite avaliar o resultado atual em relação a outros períodos, tais indicadores são o Índice de rentabilidade, que demonstra a relação entre o lucro operacional e as vendas realizadas; Índices de liquidez, que expressam a capacidade que a empresa possui de arcar com o pagamento de suas obrigações. Sendo mais importantes os índices de liquidez geral e corrente; Índice de endividamento, que mostra a capacidade da empresa de arcar com obrigações através de recursos próprios e o quanto dos ativos da empresa está comprometido para financiar o capital de terceiros; Prazo médio de pagamento, que expressa o número médio de dias que a empresa leva para pagar os fornecedores; Prazo médio de recebimento, que expressa o número médio de dias que a empresa leva para receber o valor de suas vendas. Os Índices econômico-financeiros são usados para obter dados como a liquidez da empresa, eficiência no uso dos recursos, e a sua rentabilidade. O conjunto de diferentes índices na mesma empresa ou dos concorrentes proporciona maiores informações. O confronto entre os mesmos permite uma opinião completa e objetiva sobre a empresa. (Braga, 1989) Tais índices são aliados à Análise Financeira de grau determinante, pois emitem para o administrador financeiro uma clareza em relação à organização. Uma vez que este compreende os números, pode realizar um melhor planejamento em questão das ações que serão adotadas, por isso é de grande valia obter uma compreensão didática do significado de cada indicador, sabendo exatamente o que cada um representa, para assim elaborar ideias eficazes que irão auxiliar ou determinar a tomada de decisão. Em questão dos indicadores econômicos supracitados, temos a explicação de alguns autores sobre a importância e significado de cada um, como o Retorno Sobre as Vendas que compara o lucro líquido em relação às vendas líquidas, obtendo o percentual do lucro mediante seu faturamento, ou seja, revela o ganho da empresa em relação às vendas do período (SILVA, 2008; MATARAZZO, 2010; SILVA, 2010). O Índice de Liquidez Geral que demonstra quanto a empresa possui em direitos e bens de curto e longo prazo, para saldar o seu passivo. Esse quociente evidencia a saúde financeira do longo prazo da entidade (BRAGA, 1989; SILVA, 2008; IUDÍCIBUS, 2009; SILVA, 2010). O Índice de Liquidez Corrente que mostra quanto a empresa tem de dinheiro, bens, e direitos realizáveis no curto prazo, confrontando-o com as dívidas a pagar do mesmo período (BRAGA, 1989; SILVA, 2008; SILVA, 2010). A Composição do Endividamento que indica o quanto da dívida total deverá ser paga em curto prazo, ou seja, é a comparação das dívidas totais e as de vencimentos em curto prazo. Demonstra o endividamento da empresa quanto ao vencimento da dívida (SILVA, 2008; MATARAZZO, 2010; SILVA, 2010). Conforme dizZdanowicz (2012), as principais vantagens para a empresa realizar as técnicas das análises são determinar a lucratividade (margem) obtida e compará-la com o setor; Calcular o giro (rotação) dos produtos e/ou atividades no período; Apurar o retorno sobre o investimento total e próprio; Projetar a participação dos funcionários nos resultados; Conhecer os níveis mínimos e máximo de liquidez através do fluxo de caixa; Fixar um grau de endividamento aceitável; Ter o prévio conhecimento do ponto de equilíbrio das áreas e produtos; Adequar o capital de giro ao nível de atividade; Calcular quantos dias, em média, são necessários para financiar o ciclo operacional. Deste modo, fica evidente que a aplicabilidade da análise financeira, bem como a análise econômica, em uma organização torna possível identificar de maneira eficaz se os resultados esperados pela gestão foram alcançados, a melhor forma de projetar os resultados futuros e quais ações são necessárias para ajustar possíveis falhas no planejamento para que os resultados da organização sejam tão satisfatórios como o esperado. Sendo assim, pode-se verificar a importância da validação periódica destes tipos de análise na organização. Referências BRAGA, Roberto. Fundamentos e Técnicas de Administração Financeira. São Paulo: Atlas, 1989. CREPALDI, Silvio Aparecido. Curso Básico de Contabilidade: resumo da teoria, atendendo às novas demandas da gestão empresarial, exercícios e questões com respostas. 3. ed. São Paulo: Atlas, 2002. IUDÍCIBUS, Sérgio de. Teoria da Contabilidade. São Paulo: Atlas, 1993. ______. Análise de Balanços. 10. ed. São Paulo: Atlas, 2009. MATARAZZO, Dante Carmine. Análise Financeira de Balanços: abordagem gerencial. 7. ed. São Paulo: Atlas, 2010. SILVA, José Pereira da. Análise Financeiras das Empresas. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2001. ______. Análise Financeira das Empresas. 9. ed. São Paulo: Atlas, 2008. SILVA, Alexandre Alcantara da. Estrutura, análise e interpretação das demonstrações contábeis. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2010. ZDANOWICZ, José Eduardo. Finanças Aplicadas para Empresas de Sucesso. São Paulo: Atlas, 2012.