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ADMINISTRACAO FINANCEIRA

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Administração 
Financeira 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Belo Horizonte 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 3 
1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA ............................................................................ 6 
1.2 As divisões da administração financeira ............................................................. 13 
1.3 A Evolução da controladoria ............................................................................... 18 
2 INDICADORES FINANCEIROS ............................................................................ 25 
2.1 Análise de índices financeiros ............................................................................. 27 
2.2 Os grupos de índices financeiros ........................................................................ 30 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS .................................................. 37 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
 
 
INTRODUÇÃO 
 
Sejam bem-vindos ao curso de Especialização em CONTROLADORIA E 
FINANÇAS oferecido pelo Instituto Pedagógico de Minas Gerais - IPEMIG. 
Nos esforçamos para oferecer um material condizente com a graduação 
daqueles que se candidataram a esta especialização, procurando referências 
atualizadas, embora saibamos que os clássicos são indispensáveis ao curso. 
As ideias aqui expostas, como não poderiam deixar de ser, não são neutras, 
afinal, opiniões e bases intelectuais fundamentam o trabalho dos diversos institutos 
educacionais, mas deixamos claro que não há intenção de fazer apologia a esta ou 
aquela vertente, estamos cientes e primamos pelo conhecimento científico, testado e 
provado pelos pesquisadores. 
Não obstante, o curso tenha objetivos claros, positivos e específicos, nos 
colocamos abertos para críticas e para opiniões, pois temos consciência que nada 
está pronto e acabado e com certeza críticas e opiniões só irão acrescentar e melhorar 
nosso trabalho. 
Como os cursos baseados na Metodologia da Educação a Distância, vocês 
são livres para estudar da melhor forma que possam organizar-se, lembrando que: 
aprender sempre, refletir sobre a própria experiência se somam e que a educação é 
demasiado importante para nossa formação e, por conseguinte, para a formação dos 
nossos/ seus alunos. 
Nesta apostila falaremos especificamente da Administração Financeira, seus 
conceitos mais importantes, a sua divisão e a evolução na Controladoria. Dedicamos 
boa parte para os indicadores financeiros, pois através das análises financeiras 
baseadas geralmente nas demonstrações financeiras da empresa (por exemplo os 
balanços publicados) é que os analistas irão tirar as informações necessárias para 
saber comparar o desempenho e a situação de uma empresa com outras ou mesmo 
consigo mesma ao longo do tempo. 
A avaliação econômico-financeira da organização se baseia no tripé: liquidez 
(Situação financeira); endividamento (estrutura de capital) e rentabilidade (situação
4 
 
 
 
econômica), portanto, percebe-se que os indicadores financeiros norteiam a tomada 
de decisão nas organizações. 
Todos os setores são importantes dentro de uma organização, desde o 
faxineiro até o diretor-presidente. O que acontece, no entanto, é que o Administrador 
Financeiro desempenha uma função um tanto mais sutil: ele administra as finanças da 
organização e isso é uma tarefa bastante difícil e complexa. 
Na verdade, todos nós desempenhamos até certo ponto o papel de 
administradores financeiros, pois ganhamos os nossos custosos rendimentos e os 
administramos da melhor forma possível para que não precisemos pedir dinheiro 
emprestado a ninguém ou para que possamos aplicar as sobras da maneira mais 
eficiente. O administrador financeiro faz exatamente isto. É um profissional que cuida 
das finanças de uma empresa, honrando os compromissos nas datas dos 
vencimentos, captando recursos quando é preciso a um custo mais baixo ou ainda, o 
melhor, aplicando as sobras nos investimentos mais atraentes, antevendo as 
possibilidades de investimento em novos projetos. Como se vê, não é uma função 
fácil. 
O maior desafio do Administrador Financeiro é conciliar bem, e muito bem, o 
equilíbrio entre a Liquidez versus Rentabilidade. O item Liquidez é a capacidade da 
organização de estar sempre com as suas finanças oxigenadas para que nunca falte 
recursos na hora de honrar os compromissos. Para isso, ele deverá usar o Fluxo de 
Caixa, onde projetará todas as entradas e saídas de recursos, tendo uma visão de 
curto, médio e longo prazos do fluxo monetário da empresa. Com o Fluxo de Caixa, 
ele poderá verificar quando faltará capital disponível para a empresa e com isso, tomar 
as devidas providências. No que diz respeito à Rentabilidade, é a capacidade de o 
administrador Financeiro investir recursos, do sistema do Fluxo de Caixa, em outro 
tipo de bem (estoque de mercadoria) e conseguir fazer com que este estoque se 
transforme em dinheiro, novamente, e retornem, com os lucros desejados, para dentro 
do sistema do fluxo de caixa. 
Como podemos observar é uma área muito interessante, mas de risco e que 
requer o desenvolvimento de certas competências e habilidades específicas além de 
conhecimentos relativos a custos, mercado financeiro e administração. 
5 
 
 
 
Ressaltamos que o material trata-se de uma reunião do pensamento de vários 
autores que entendemos serem os mais importantes para a disciplina. 
Para maior interação com o aluno deixamos de lado algumas regras de 
redação científica, mas nem por isso o trabalho deixa de ser científico. 
Desejamos a todos uma boa leitura e caso surjam algumas lacunas, ao final 
da apostila encontrarão nas referências consultadas e utilizadas aporte para sanar 
dúvidas e aprofundar os conhecimentos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1 ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 
 
Segundo Moreira (2011) a administração financeira visa a uma maior 
rentabilidade possível sobre o investimento efetuado pelos sócios ou acionistas, 
através da melhor utilização de recursos, de modo geral, escassos. Por isso, todos os 
aspectos de uma empresa estão sob a ótica da administração financeira, a qual pode 
ser muito complexa como veremos no capítulo que trata dos indicadores financeiros. 
Por hora, trataremos de conceitos básicos que todo empreendedor individual, 
micro, pequeno empresário, enfim, profissionais que irão trabalhar com os “números” 
devem saber, levando também em conta que em muitas empresas em pleno 
funcionamento, não há um controle financeiro efetivo, o que tentaremos mostrar ser 
extremamente perigoso para seu proprietário. 
Vamos começar nossas discussões pelo setor do estoque, o mais importante 
do ponto de vista econômico financeiro. 
O estoque é tão importante que todo empreendimento deveria designar um 
funcionário específico para seu controle e administração. É nesse setor que os 
empreendimentos começam a encontrar problemas crônicos. Estes se refletirão no 
financeiro: capital de giro, contas a pagar, investimentos e depois na vida pessoal dos 
sócios. 
Para que o estoque seja bem administrado é preciso que tenhamos a Curva 
ABC. Esta curva consiste em listar em ordem crescente ou decrescente (opção do 
gestor) os produtos que têm participações maiores, medianas e menores tanto em 
faturamento quanto em volume de vendas. Assim, nela encontraremos os produtos 
que respondem pelo maior volume de vendas e faturamento; estes não podem faltar. 
Com base nesses dados faremos as programações de compra e venda. Haverá 
sempre a necessidade de um estoque mínimo. Mas apenas o suficiente para a 
empresa suportar um possível atraso na entrega de seus fornecedores. Nada de 
comprar exageros (MOREIRA, 2011).Alguns empreendedores acham que se o estoque estiver baixo isso é sinal de 
que o negócio vai indo mal. Não pega bem junto aos clientes. Ora, o estoque precisa 
de rígido controle, não necessariamente ser lotado até o teto. O que não pode 
7 
 
 
 
acontecer é faltar aquele produto responsável pelo maior faturamento da empresa. A 
Curva ABC serve para dar esse Norte para a empresa. 
A compra de matérias primas ou produtos acabados em excesso traz diversos 
inconvenientes. Entre eles, o principal é o comprometimento do capital de giro. Afinal, 
estoque parado é dinheiro que não rende. E esse dinheiro “congelado” fará falta em 
algum outro momento (MOREIRA, 2011). 
Com necessidades de caixa, o gestor buscará socorro junto a bancos, ou 
instituições financeiras, descontando cheques ou duplicatas. Mas o pior de tudo é 
quando usa o limite de cheque especial e de cartão de crédito, tanto de pessoa física 
como de jurídica, principalmente nesse momento, a situação dos juros está em 
patamares que há muito tempo não se observava. Com a chegada do desespero, é 
muito comum o empreendedor tomar medidas precipitadas, impensadas. Essas 
poderão levar péssimas consequências ao prosseguimento do negócio. 
Outro ponto importante é a conciliação bancária, contas a pagar e a receber. 
Tendo um controle aperfeiçoado sobre o fluxo de caixa, a empresa saberá 
com antecedência quando haverá sobra ou falta de dinheiro. Com isso, sua 
programação financeira será realista. Nunca se esquecendo de usar o princípio da 
prudência: pagará tudo e não receberá nada. Assim, o empreendimento deve contar 
com um volume tal de recursos que possa suportar todas suas despesas fixas. Além 
das variáveis (afinal, houve vendas) e com fornecedores (houve compras). Mas se 
houver excesso no estoque será problema. 
A melhor maneira de um pequeno ou médio empreendedor se financiar a custo 
baixíssimo é através de seus fornecedores de produtos (matéria prima, produtos 
acabados, maquinários etc.). Não que as vendas a prazo não possuam juro embutido. 
Geralmente há. Entretanto, se houver diferença entre os valores à vista e a prazo, 
essa diferença será lançada como despesa financeira, e não como custo. 
Realmente temos que concordar com Moreira (2011) quando diz que Custos 
é uma arte. 
De nada adianta uma produção otimizada, a melhor força de vendas, logística 
impecável, recursos humanos bem treinados e motivados se o preço praticado estiver 
com sua formação errada. Poderá estar vendendo muito e tendo até mesmo prejuízo, 
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como vendendo abaixo do que poderia justamente porque o preço está superavaliado. 
Com isso não consegue ganhar mercado. Perdendo faturamento e lucro, que é o que 
um negócio deve gerar para seus sócios ou acionistas. 
Muitos empreendedores compram determinado produto e colocam, por 
exemplo, um mark up de 2,00, ou seja, acrescentam 100% sobre o preço de custo. 
Isso apenas na intuição, mas o correto é fazer uma planilha de custos, onde devem 
ser colocados os custos fixos e variáveis acrescidos da margem de lucro desejada. 
Entre os valores em percentuais que devemos lançar nessa planilha estão as 
despesas administrativas, comerciais, custos de produção (indústria) / 
comercialização (comércio e serviços), os impostos sobre a venda (ICMS, 
PIS/COFINS) e, é claro, a margem de lucro. 
A fórmula é a seguinte: 
preço = custos + despesas + lucro. 
Assim, o preço alcançado será aquele que atende os objetivos da empresa. A 
partir daí, comparações com a concorrência poderão ser feitas. 
Após a elaboração dos custos haverá o controle sobre o lucro, que se destina 
a corrigi-lo quando o mesmo é insatisfatório. Ou seja, se a meta não for alcançada, 
correções de rumo precisarão ser efetuadas. Sejam elas nos custos, nas despesas ou 
no lançamento ou extinção de produtos/serviços. Por outro lado, se o lucro desejado 
for atingido, a empresa deverá se esforçar ainda mais para que no próximo exercício 
financeiro esse resultado positivo se repita. O controle deverá ser ainda mais rigoroso 
na administração financeira do empreendimento. Afinal, segundo Moreira (2011) o 
novo ditado é “em time que está ganhando também se mexe”. 
Eis que aqui podemos focar um pouco as micro e pequenas empresas que 
representam 98% das empresas em atividade, empregando 67% da mão de obra 
nacional, tendo participação de 20% do Produto Interno Bruto (PIB). 
Segundo dados de uma pesquisa do SEBRAE/SP referente ao ano de 2004, 
29% das empresas não chegam a concluir o primeiro ano, 42% não atingem o final do 
segundo ano, 53% encerram suas atividades antes do fim do terceiro ano, 56% não 
ultrapassam o quarto ano, percentual que se repete ao final do quinto ano. 
9 
 
 
 
Essa mesma pesquisa detectou como principais causas da mortalidade das 
empresas abertas na Junta Comercial do Estado de São Paulo entre 1999 e 2003: 
 Características empreendedoras (conhecimentos, habilidades e atitudes 
insuficientes); 
 Falta de planejamento antes da abertura; 
 Falta de políticas de apoio (peso dos impostos, burocracia, falta de crédito e de 
política de compras governamentais); 
 Baixo crescimento da economia (demanda fraca e concorrência forte); 
 Problemas de saúde, particulares, com sócios, de sucessão e a criminalidade 
prejudicam o negócio; e, 
 Deficiência na gestão do negócio, após a abertura (ex: aperfeiçoamento de 
produtos, fluxo de caixa, propaganda e divulgação, gestão de custos e busca 
de apoio/auxílio). 
Os números apresentados nos levam a inferir que o sucesso pode decorrer e 
muito de uma boa administração financeira, daí a grande responsabilidade do 
profissional contratado para trabalhar justamente nessa área. 
Introduzimos esse assunto falando em custos, estoques e afins para mostrar-
lhes a quão importante é a administração financeira da empresa. Diríamos que ela é 
o pulmão, se as contas não fecharem o oxigênio falta e a empresa para. 
 
 
1.1 Objetivos e metas da administração financeira 
 
Independente do tipo de organização, comércio, indústria, etc., certos 
princípios básicos são aplicáveis a todas como, por exemplo, o estabelecimento de 
linhas nítidas de autoridade e responsabilidade, o que possibilita o funcionamento 
eficaz, demarca responsabilidades, assegura que um indivíduo não seja subordinado 
a mais de uma pessoa e estabelece amplitudes adequadas de controle. 
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Segundo Gitman (2002) a administração financeira relaciona-se estreitamente 
com a Economia e a Contabilidade. No que tange à economia, o administrador 
financeiro deve estar atento às variações na atividade econômica do país, bem como 
nas mudanças da política econômica. Já em relação à contabilidade, há duas 
diferenças básicas: uma é relativa à ênfase sobre fluxos de caixa e a outra diz respeito 
à tomada de decisões. Nessa linha de pensamento, o administrador financeiro realiza 
análises e planejamentos financeiros; toma decisões de investimentos e de 
financiamentos. 
Tradicionalmente, divide-se a área financeira de acordo com as funções mais 
importantes para cada organização e/ou natureza dos instrumentos que ela comporta. 
Entretanto, outros fatores também determinam o tamanho e a estrutura da área 
financeira: 
 A realidade e características locais; 
 O tamanho da organização; 
 Os recursos físicos, financeiros e humanos disponíveis; 
 O volume e a complexidade dos procedimentos e controles financeiros a serem 
mantidos; 
 O grau de descentralização das responsabilidades e recursos (OLIVEIRA E 
GIUSTI, 2006, p. 226). 
 
Abaixo, na figura 1, tem-se um modelo de estrutura funcional da gestão 
financeira, agrupando as principais funções em duas frentes: controladoria e 
administração financeira. 
 
 
 
 
 
 
 
 
11 
 
 
 
FIGURA 1 – Principais funções da área financeira 
 
 
Fonte: Oliveira e Giusti (2006, p. 227) 
A gestão financeiracorresponde a um conjunto de técnicas específicas, 
imprescindíveis para que a administração das organizações viabilize a perpetuação 
da entidade, a remuneração adequada dos fatores trabalho e capital e a excelência 
dos serviços prestados, ou seja, envolve o conjunto de funções administrativas 
(planejamento, organização, coordenação, direção e controle) que objetiva a obtenção 
e alocação de recursos capazes de viabilizar a realização das atividades (OLIVEIRA 
E GIUSTI, 2006). 
Dessa definição pode-se, então, determinar a missão da área de 
administração e gestão financeira como sendo prover e gerenciar os recursos 
 
Dir. Administrativa 
financeira 
Controladoria 
 
Administração 
financeira 
Controladoria 
Contabilidade 
Orçamento 
Sist emas 
Administração de 
caixa 
Orçamento de caixa 
Administração de 
recursos 
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financeiros necessários à consecução das atividades e como objetivos, além daqueles 
inerentes à área: 
1) Implantar um orçamento que consubstancie o planejamento estratégico da 
instituição, segundo uma metodologia que promova: 
- a qualidade dos gastos; 
- a correta aplicação dos recursos por projetos ou atividade, evitando 
cortes lineares de orçamento; 
- um sistema de aferição de custos para fins de programação financeira, 
capaz de estabelecer uma correlação entre os investimentos e a despesa ou 
receita por eles gerada; 
2) Alimentar um sistema de indicadores de desempenho; 
3) Detectar falhas e inconsistências no sistema de apropriação contábil; 
4) Apurar os determinantes do sistema de custos na administração das 
instituições e sua utilização, quais sejam: 
- a identificação de cada atividade e seu custo correspondente; 
- a alocação dos custos a cada atividade; 
- a identificação dos direcionadores de custos (OLIVEIRA E GIUSTI, 2006, 
p. 227). 
Como metas, o sistema de organização da administração e gestão financeira 
deve: 
 Atender às necessidades do processo de tomada de decisões; 
 Facilitar a interação entre os participantes do processo orçamentário, 
assegurando-lhes a troca contínua e sistemática de informações; 
 Contribuir para a integração das ações de saúde governamentais; 
 Propiciar o controle, a avaliação e o ajustamento constante dessas ações 
governamentais; 
 Permitir a otimização do uso dos recursos existentes; 
13 
 
 
 
 Melhorar o processo orçamentário, estabelecendo uma mensuração adequada 
que propicie, em paralelo aos indicadores de execução orçamentária, 
indicadores de desempenho, gestão, resultados e satisfação da população; 
 Tornar disponíveis indicadores de conformidade (orçamento versus execução); 
 Valorar os produtos gerados em relação aos recursos consumidos; 
 Estabelecer os indicadores adequados da efetividade da ação; 
 Medir o benefício em relação ao custo, evidenciando o retorno social ocorrido 
na gestão dos recursos disponibilizados pelo Estado ao cidadão; 
 Alcançar a gestão adequada (OLIVEIRA E GIUSTI, 2006, p. 228). 
 
1.2 As divisões da administração financeira 
 
Não há dúvidas que a administração financeira é, na atualidade, de grande 
valia para os mais diversos tipos de organizações públicas ou privadas, com ou sem 
fins lucrativos, objetivando não só a maximização das riquezas, como também o 
equilíbrio das entradas e saídas de valores, que garantem a liquidez das organizações. 
De acordo com Faria (2008) uma forma de organizar as funções da 
administração financeira, é separá-las em duas grandes áreas: função de tesouraria 
e funções de controladoria, ou ainda, em funções de curto e longo prazo. 
A tesouraria envolve a administração de caixa, de crédito e cobrança, do risco, 
do câmbio, do financiamento, decisões de investimento; planejamento e controle 
financeiro, proteção de ativos, relações com acionistas, investidores e bancos. 
A controladoria envolve a administração de custos e preços; auditoria interna; 
contabilidade; orçamento; patrimônio; planejamento tributário; relatórios gerenciais; 
desenvolvimento e acompanhamento de sistemas de informações financeiras. 
Segundo Borba (2009, p. 1) na busca pela qualidade e produtividade nas 
empresas a ordem é reduzir custos e aumentar a lucratividade para financiar uma 
continuidade empresarial autossustentável. Para isso precisa-se de métodos, de 
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tecnologias, de fontes alternativas de financiamentos e de treinamento envolvendo 
gestão de processos e gestão com pessoas. 
A utilização dos recursos da informática é de vital importância para dar 
confiabilidade, velocidade e segurança na fluidez das informações para o processo de 
tomada de decisões. 
Com a utilização de tais recursos, a controladoria tem reduzido a distância 
entre os analistas de sistemas, os programas e os usuários, criando novos conceitos: 
“ERP” (Enterprise Resource Planning – Sistema Integrado de Gestão 
Empresarial), “Tecnologia da Informação a serviço da gestão empresarial”, “Sistemas 
Integrados”, “Soluções em Gestão Empresarial” e “Sistemas de Informações e 
Tomada de Decisão”. É o redesenho das atividades departamentais, convertidas em 
processos e informatizadas, integrando todos os departamentos e setores e 
integralizando informações que fluem em tempo real. 
Se tomarmos como exemplo o processo de gestão de um Hospital, desde o 
planejamento estratégico, passando pelos planos de ação, orçamentos, avaliação de 
performance dessas ações e consequente correções de seus cursos, todos dependem 
de um excelente sistema de controle gerencial, que se converge e se integra na 
controladoria hospitalar. 
Para Faria (2008) a implantação da controladoria, sob qualquer modelo, 
depende exclusivamente da vontade dos gestores. Este é o desafio para quem 
pretende estar bem posicionado com a responsabilidade empresarial e social 
corporativa. 
Até o momento foi realizada uma exposição minuciosa sobre a administração 
financeira, com vistas a voltar as análises para a Controladoria, entretanto, é preciso 
deixar claro que para falar em controle é preciso passar pelo planejamento. 
Como diz Barreto (2008, p. 3) não se pode falar em controle sem haver um 
planejamento elaborado para verificar a ocorrência dos acontecimentos dentro da 
expectativa organizacional. Por conseguinte, não adianta elaborar um planejamento 
sem uma sistemática estruturada de controle para acompanhar a execução do 
idealizado. 
Planejamento e controle são processos inter-relacionados. 
15 
 
 
 
Planejar significa estabelecer os objetivos da organização, especificando a 
forma como serão atingidos. Parte de uma sondagem do futuro, desenvolvendo um 
plano de ações para atingir os objetivos alcançados. É a primeira das funções, já que 
servirá de base diretora à operacionalização das outras. 
Controlar é estabelecer padrões e medidas de desempenho que permitam 
assegurar que as atitudes adotadas são as mais compatíveis com o que a organização 
almeja. O controle das atividades desenvolvidas permite maximizar a probabilidade de 
que tudo ocorra conforme as regras estabelecidas e as ordens ditadas (FERREIRA et 
al, 1997, p. 24 apud BARRETO, 2008, p. 4). 
Oliveira (1998, p.19) conceitua controle como o conhecimento da realidade e 
a comparação com o que deveria ser, como objetivo de constatar o mais rápido 
possível as divergências e suas origens e tomar as providências saneadoras, assim, 
pode-se inferir que o controle é uma função administrativa através da qual a 
organização busca garantir sua continuidade e integridade pela adoção em tempo 
hábil de medidas corretivas, em função dos desvios observados, e pela reestruturação 
das metas pretendidas, em decorrência de modificações observadas na dinâmica 
interna e no contexto externo. 
Cabe, então, à Controladoria, “uma posição de prudência e cuidado, em 
relação a alguma informação que pareça fora dos padrões e que venha a comprometeros resultados da entidade” (BARRETO, 2008, p. 7). 
A título de síntese, no quadro 1 abaixo são apresentadas as responsabilidades 
e funções, ou seja, as atividades que devem ser desempenhadas pela área de gestão 
financeira, com destaque para a Controladoria. 
 
 
 
 
QUADRO 1 – Responsabilidades e funções da área de gestão financeira 
16 
 
 
 
DIREÇÃO 
ECONÔMICOFINANCEIRA 
-Função estratégica; 
-Estabelecer objetivos para finanças; 
-Definir estratégias e táticas para atingir os objetivos; 
-Criar normas e regras; 
-Definir as diretrizes para o planejamento financeiro. 
 
CONTROLADORIA 
Controladoria 
-Função de planejamento, controle e 
organização; 
-Responsabilidade: rentabilidade; 
-Posição de assessoria; 
-Horizonte médio de planejamento: 
orçamento operacional; -Relações 
internas. 
 
Contabilidade 
-Função de registro; 
-Contabilidade geral; 
-Contabilidade de custos; 
-Contabilidade fiscal; 
-Demonstrativos 
financeiros; -Controle do 
ativo fixo; -Estatística. 
 
Orçamento 
-Função de planejamento e controle; 
-Orçamento operacional; 
-Orçamento de investimentos; 
-Demonstrações financeiras 
projetadas; -Acompanhamento 
orçamentário; -Análise e correção 
de desvios. 
 
Sistemas 
-Função de organização; 
-Estabelece fluxo de documentos; 
-Participa da gestão do plano diretor de 
informática; 
-Avalia hardware e software especializados; 
-Supervisiona a utilização dos recursos de 
informática da área financeira. 
 
ADMINISTRAÇÃO 
FINANCEIRA 
Administração 
financeira 
-Função de administração de recursos 
financeiros; 
-Responsabilidade: liquidez; 
-Posição de linha; 
-Horizonte curto de planejamento; 
orçamento de caixa; 
-Relações externas. 
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Administração 
de caixa 
-Função executiva; 
-Faturamento (Sistemas de Informações 
 
 
Ambulatoriais – SIA e Sistema de 
Informações 
Hospitalares – SIH); 
-Contas a receber; cobrança; 
-Contas a pagar; 
-Administração de seguros; 
-Conciliação bancária; 
-Relações com Departamento jurídico; -
Relações com acionistas. 
Orçamento de 
caixa 
-Função de planejamento; 
-Orçamento de entrada de caixa; 
-Orçamento de saída de caixa; 
-Orçamento de receitas financeiras; 
-Orçamento de juros; 
-Acompanhamento e correção de desvios. 
Administração 
de recursos 
-Função de busca de liquidez; 
-Aplicação de sobras de caixa; 
-Procura de novas fontes de financiamento; -
Estudos de custo de capital e administração 
de contratos de financiamento. 
 Fonte: Oliveira e Giusti (2006, p. 230). 
 
Mais uma vez vamos tomar como exemplo a área de saúde: segundo Borba 
(2009) as organizações da área da Saúde, nas quais estima-se que de 30% de todo 
o dinheiro investido são consumidos em desperdícios, retrabalho e ineficiência pela 
complexidade excessiva de processos, não podem continuar com tamanho 
desperdício financeiro e social, para isso é imprescindível que se implante um modelo 
gerencial focado no controle e na produtividade assistencial, ou seja, no 
desenvolvimento e implementação de técnicas e métodos que possam levar a uma 
eficácia no gerenciamento da assistência. 
A área financeira, incluindo tesouraria, faturamento, custos e contabilidade, 
com a implantação da controladoria passam a ser geridas sob essa perspectiva de 
controle de gestão contábil-financeira que integra também a perspectiva de gestão de 
processos operacionais da área assistencial, tornando um modelo holístico de gestão 
na organização de saúde (BORBA, 2009). 
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A proposta de controladoria técnico-operacional, na concepção do autor 
acima, não é meramente contábil-financeira, mas essencialmente de controle dos 
processos que possam racionalizar a prestação da assistência, reduzindo custos e 
melhorando a performance gerencial dos processos operativos. Ou seja, é uma 
proposta técnica no sentido amplo de controle do processamento e diretamente 
envolvida na execução dos trabalhos de prestação de serviços. Na realidade é um 
modelo de assistência gerenciada integrada com a gestão de controles contábeis e 
financeiros 
A controladoria dentro dessa concepção ampla e integral das ações 
assistenciais e de gestão contábil e financeira, é instrumento essencial para 
implementação do Balanced ScoreCard – BSC, que trabalha como núcleo de 
informações para consecução de todas as perspectivas, integrando gestão do 
conhecimento e aprendizado, com gestão de processos, gestão de clientes e gestão 
financeira que convergem nos resultados mensurados através de indicadores e que 
leva ao cumprimento da missão da organização, por meio de uma visão estratégica 
que conduz diretamente à consecução da perspectiva social da organização. 
O controle da gestão por intermédio dos instrumentos da controladoria é como 
um painel de navegação, pelo qual o Comandante (gestor) com auxilio do navegador 
(controller) e dos mapas de navegação, conduz a instituição por rotas menos 
turbulentas. Portanto, os instrumentos da controladoria são mapas ou rotas para o 
curso da ação para gestão eficaz da organização. 
 
1.3 A Evolução da controladoria 
 
Mediante a importância atual dada ao sistema de controle, observa-se que sua 
imagem modificou-se muito ao longo do tempo. O conceito de controle bem como a 
atuação da Controladoria, acompanhou o processo evolutivo da gestão 
organizacional. Passou-se de um ambiente tradicional de gestão e produção para um 
controle total da qualidade que conduziu a profundas modificações na dinâmica 
interna das organizações. 
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Como a atividade do contador esteve mais voltada para auxiliar o 
homemprodutor e, para tal, dedicou-se a organizar, avaliar, inventariar e registrar as 
suas atividades, o trabalho da Contabilidade até a Revolução Industrial abrangia 
apenas o levantamento do inventário físico dos estoques para a elaboração do 
Balanço e da Demonstração de Resultados. A Controladoria, então, se ocupava com 
controles quantitativos físicos e financeiros para acompanhamento das atividades 
desenvolvidas (BARRETO, 2008, p. 20). 
Segundo Schimidt (2002, p. 20) a controladoria surgiu no início do século XX 
nas grandes corporações norte-americanas, com a finalidade de realizar rígido 
controle de todos os negócios das empresas relacionadas, subsidiárias e/ou filiais. Um 
significativo número de empresas concorrentes, que haviam proliferado a partir da 
Revolução Industrial, começaram no final do século XIX, formando grandes empresas, 
organizadas sob forma de departamentos e divisões, mas com controle centralizado. 
Após a Revolução Industrial, no entanto, com o advento da produção em 
escala, surgiu a necessidade de mais informações para a administração das 
empresas, possibilitando um processo decisório mais seguro, respaldado por dados 
de transações internas e externas às organizações que refletissem as suas 
tendências. A partir de então, a Contabilidade gerencial nasce e cresce em 
importância, evoluindo os sistemas de controles gerenciais na proporção do 
crescimento das grandes corporações diversificadas de múltiplas atividades. 
A partir da década de 1950, aproximadamente, o tema controle de gestão vem 
evoluindo e incorporando conceitos de outras áreas, tornando-se foco de estudo por 
volta dos anos 1980. 
Seu papel evoluiu de simples registro das ocorrências para a verificação das 
distorções para uma atuação mais abrangente por meio do destaque das tendências, 
de forma a facilitar a gestão das organizações em virtude da possibilidade de 
estruturação para o alcance dos objetivos e metas preliminarmente determinadas. 
Atualmente a Controladoria assumiu uma função de assessoramento do 
executivo principal da organização, além de deter a responsabilidade pelo 
estabelecimento de um sistema de controles que viabilize a ação administrativa. 
20 
 
 
 
O quadro2 expõe a evolução do gerenciamento administrativo e nos 
processos de produção de bens e serviços, destacando as modificações dos tipos de 
controle efetuados ao longo do tempo. Ele expõe o crescimento da importância dos 
mecanismos de controle e as mudanças do papel da Controladoria nesse contexto. 
QUADRO 2 – Evolução no gerenciamento administrativo e nos 
processos de produção de bens e serviços 
 
 
CENÁRIOS 
 DÉCADAS DO SÉCULO XX 
 
MANUFATURA 
1940 1960 1980 1990 
 
Produção 
 
Grande escala Idem Diversificação Flexível 
Qualidade Não havia 
preocupação 
Início da 
conscientização 
Total Quality Cost 
(TQC) 
Total Quality 
Management 
(TQM) 
 
Mão de obra 
 
Intensiva Especializada Eficiência/eficácia Parceria 
 
Mercado 
 
Local Internacionalização Global Idem 
 
CONTROLES 
 
 
Quantitativos 
Físicos/financeiros Preponderantes Importantes como 
subsídios à gestão 
Idem 
 
Qualitativos 
Quase 
inexistentes 
Início das 
preocupações com 
a gestão 
Idem, real time Idem 
Fonte: OLIVEIRA (1998, p. 38) 
 
Segundo Padoveze (2003, p.6-7) a controladoria é ciência e, na realidade, é 
o atual estágio evolutivo da Ciência Contábil dentro do enfoque controlístico da escola 
21 
 
 
 
italiana e pela escola americana, a contabilidade gerencial é o que se denomina 
Controladoria. 
Para o mesmo autor, a controladoria é a unidade administrativa dentro da 
organização que, através da Ciência Contábil e do Sistema de Informações de 
Controladoria, é responsável pela coordenação da gestão econômica do sistema 
empresa, dando suporte à gestão de negócios da empresa, de modo a assegurar que 
esta atinja seus objetivos, cumprindo assim sua missão. 
O controle gerencial é compreendido como um conjunto de ações 
sistemáticas, coordenadas pelos gestores executivos, que cumprem objetivos de 
impactar os procedimentos dos outros colaboradores da entidade, de forma que se 
pautem em função de diretrizes e metas previamente estabelecidas (RIBEIRO FILHO, 
2005). 
Na verdade, um modelo de controle gerencial deve refletir, nos seus vários 
subsistemas, conceitos adequados para a mensuração de ativos, passivos, receitas, 
despesas e custos, produzindo informação valiosa e garantindo a continuidade da 
entidade. O controle deve associar coerentemente pessoas e recursos em torno de 
metas previamente negociadas, de forma que os resultados obtidos possam ser 
avaliados, gerando as condições de orientação necessárias à continuidade 
organizacional. 
Embora a Controladoria seja por excelência uma área coordenada das 
informações sobre gestão econômica; no entanto, ela não substitui a responsabilidade 
dos gestores por seus resultados obtidos, mas busca induzi-los à otimização do 
resultado econômico. Portanto, os gestores, além de duas especialidades, devem ter 
conhecimento adequado sobre gestão econômica, tornando-se gestores do negócio, 
cuja responsabilidade envolve as gestões: operacional, financeira, econômica e 
patrimonial das suas respectivas áreas. 
Padoveze (2003, p. 37) demonstra na figura a seguir, denominada “Estrutura 
da Controladoria”, a estrutura da Controladoria e suas áreas a ela subordinadas. 
 
 
 
22 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Fonte: Padoveze (2003, p. 37) 
 
Se controlar é, essencialmente, acompanhar a execução de atividades da 
maneira mais rápida possível e comparar o desempenho efetivo com o planejado, isto 
Estrutura da Controladoria 
 
 
 
- Orçamentos, Projeções e 
Análise de Investimentos. 
- Contabilidade de Custos . 
- Contabilidade por 
responsabilidade. 
- Acompanhamento do 
negócio e Estudos Especiais. 
 - Contabilidade Societária. 
- Controle Patrimonial. 
- Contabilidade tributária 
CONTROLADORIA 
Sistema de informação 
gerencial 
Auditoria Interna Relações com 
investidores 
Planejamento e Controle 
 
Escrituração 
23 
 
 
 
é, o que tenha sido originalmente considerado desejável, satisfatório ou viável para a 
organização e suas subunidades, qual vem a ser, então, a função do Controller? 
Retrospectivamente, voltando na década de 1950, o controller nada mais era 
do que a pessoa encarregada de preparar as demonstrações contábeis. 
Recentemente, com o aumento da complexidade na organização das 
empresas, criou-se a necessidade de um sistema mais adequado para um controle 
gerencial efetivo, ocorrendo o desenvolvimento de uma função diferenciada e assim, 
o controller passou a ocupar outras tarefas. 
A verticalização, a diversificação e a expansão geográfica das organizações e 
o consequente aumento da complexidade de suas atividades, aliado às tendências de 
descentralização da gestão das empresas, exigiram a ampliação das funções do 
controller, bem como o surgimento dessa figura, também, nas diversas divisões da 
organização, além do lotado na administração central da companhia (SCHIMIDT, 
2002, p. 20). 
O controller exerce a autoridade de linha em seu próprio departamento, mas 
com a sua influência na organização “impele a administração rumo a decisões lógicas 
consistentes com os objetivos” (HORNGREN 1989, p. 30 apud BARRETO, 2008, p. 
16). 
A mesma autora ressalta que o controller não faz controle, no entanto, tem a 
responsabilidade de estabelecer sistemáticas de controle que auxiliarão os 
responsáveis pelas demais áreas a avaliarem o desempenho de suas atividades, 
podendo existir uma confusão com o papel do tesoureiro na organização, entretanto, 
existem pontos básicos que distinguem o papel de cada um, como mostra o quadro 
abaixo: 
Funções do Controller e do tesoureiro 
CONTROLLER TESOUREIRO 
1.Planejamento e controle 1.Provisão de capital 
2.Relatórios e interpretação 2.Relações com investidores 
3.Avaliação e consultoria 3.Financiamento de curto prazo 
4.Prática fiscal 4.Relações bancárias 
5.Relatórios externos 5.Crédito e cobrança 
24 
 
 
 
6.Proteção dos ativos 6.Investimentos 
7.Avaliação econômica 7.Seguros 
Fonte: HORNGREN (1989, p. 30 apud BARRETO, 2008, p. 17) 
 
Como se observa, o tesoureiro está voltado e imbuído do papel da gestão 
financeira dos recursos, na captação e zelo por melhores aplicações e o controller está 
 preocupado com a parte operacional da empresa, estabelecendo 
procedimentos internos para melhorar a busca da eficiência e eficácia organizacionais. 
Resumindo, a atuação do controller deve refletir: 
1. Capacidade para supervisionar e atuar em todas as funções orçamentárias, 
financeiras, contábeis e gestão dos custos hospitalares; 
2. Perfil para atuar em equipes multidisciplinares, especialmente no 
desenvolvimento e na manutenção de sistemas de informações gerenciais; 
3. Habilidade para negociar projetos; 
4. Capacidade de comunicação; 
5. Liderança focada em resultados; 
6. Persistência e flexibilidade; 
7. Forte compromisso ético (RIBEIRO FILHO, 2005, p. 38). 
 
De acordo com Figueiredo e Caggiano (1999) o controller deve assumir o 
papel de conselheiro e crítico (no sentido construtivo) do processo, e as suas 
investigações geralmente destacam os pontos fracos de outras áreas, o que sempre 
deve ser visto como oportunidade de melhorias. Desta forma, os seguintes princípios 
norteiam o trabalho do Controller: 
 Iniciativa 
 Visão Econômica 
 Imparcialidade 
 Síntese 
25 
 
 
 
 Visão para o Futuro 
 Oportunidade 
 Persuasão 
 Liderança 
 Ética. 
 
De todo modo, o papel do Controller é zelar pela continuidade da empresa, 
viabilizando as sinergias existentes, fazendo com que as atividades desenvolvidas 
conjuntamente alcancem resultados superiores aos que alcançariam se trabalhassem 
independentemente (FIGUEIREDO E CAGGIANO, 1999). 
Não há dúvidas de que os requisitos técnicos para uma atuação eficaz do 
Controller demandam forte conhecimento nas áreas de finanças,orçamento, 
contabilidade, tributos e sistemas de informações, além das ferramentas de apoio 
gerencial como métodos quantitativos aplicados e informática (RIBEIRO FILHO, 
2005). 
 
 
2 INDICADORES FINANCEIROS 
 
A análise financeira de empresas é tarefa bastante complexa e de 
fundamental importância numa sociedade moderna. Segundo Da Silva (1990), a 
análise é um processo de averiguação e de reflexão com determinado fim. Para se 
proceder à análise, é necessário decompor um todo em partes, examinando com 
minúcia cada uma das partes em busca de explicações ou do entendimento do todo, 
da parte, ou de alguma característica ou anormalidade que se pretende identificar. No 
caso de análise de empresas, as razões mais frequentes que nos levam a desenvolvê-
la tendem a ser de caráter econômico-financeiro. 
26 
 
 
 
Segundo Ramos (1999) a análise financeira de uma empresa é geralmente 
baseada nas demonstrações financeiras da empresa em questão, sendo então os 
balanços publicados, uma das principais fontes de informações para os analistas. 
 
As demonstrações financeiras 
A análise das demonstrações financeiras de uma empresa inclui o estudo dos 
seus dados financeiros e das relações existentes entre estes dados numa 
determinada data ou ao longo do tempo. Várias técnicas de análise vêm sendo 
desenvolvidas e utilizadas no ambiente financeiro. Entre estas técnicas duas podem 
ser destacadas por sua facilidade e conveniência de utilização. 
A primeira delas é a análise horizontal e vertical dos dados de cada conta 
dos balanços da empresa. Este método consiste em calcular o percentual de cada 
conta do balanço de uma determinada empresa e compará-los aos valores 
percentuais de uma outra empresa ou de seus próprios dados ao longo do tempo. 
Após feita a análise horizontal e vertical dos dados, surge como segunda ferramenta 
de análise o estudo das demonstrações financeiras através de índices (RAMOS, 
1999). 
Segundo Manix (1997 apud Ramos, 1999), os índices fornecem uma via 
rápida para monitorar as condições de uma empresa – apesar de permitirem um 
exame apenas superficial. Ele mesmo, como responsável por conceder empréstimos 
de um grande banco, utilizava índices como parte da análise de crédito, que lhe 
auxiliavam a decidir se o empréstimo deveria ou não ser concedido. 
Quanto a utilização da análise dos índices financeiros, Gitman (2002, p. 102) 
afirma que a “análise por meio de índices financeiros é usada para comparar o 
desempenho e a situação de uma empresa com outras empresas, ou consigo mesma 
ao longo do tempo”. 
Ele acrescenta ainda que, além dos cálculos dos índices financeiros, o mais 
importante é a interpretação dos valores destes índices. E que os insumos básicos 
para a análise baseada em índices são a demonstração do resultado e o balanço 
patrimonial da empresa, referentes aos períodos a serem examinados. 
27 
 
 
 
No caso do Brasil, as quatro demonstrações financeiras principais requeridas 
segundo a Lei das Sociedades por Ações (Lei das S.A.), fontes de dados das 
empresas para os analistas financeiros são: 
(1) a demonstração do resultado do exercício, 
(2) o balanço patrimonial, 
(3) a demonstração dos lucros retidos, e, 
(4) a demonstração dos fluxos de caixa (GITMAN, 2002, p.71). 
 
2.1 Análise de índices financeiros 
Lev (1974 apud Ramos, 1999) diz que os índices podem ser vistos de uma 
maneira geral como uma relação entre duas variáveis. No caso do ambiente 
financeiro, como a relação existente entre duas variáveis financeiras. 
Entre alguns dos exemplos de relacionamento entre variáveis temos a relação 
existente entre a demanda e o preço de um determinado produto, ou os custos de 
produção em função do volume produzido. 
O que acontece na prática é que os analistas procuram fazer com que cada 
uma destas duas variáveis possua o maior número de informações possíveis, de forma 
que, através de um número índice se consiga analisar de maneira rápida e objetiva o 
maior número de informações possíveis de uma empresa. 
Foster (1986 apud Ramos, 1999), diz que os índices financeiros são a forma 
mais resumida de se analisar as demonstrações financeiras de uma empresa. Diz 
ainda que, as principais razões para se estudar dados em forma de índices são: 
1. O controle da variável “tamanho” entre a comparação de diferentes 
empresas numa determinada data ou ao longo do tempo. 
2. Tornar os dados mais consistentes através do uso de ferramentas de 
análises estatísticas, como por exemplo, análises de regressão. 
3. Provar uma determinada teoria onde o índice é a variável de interesse. 
28 
 
 
 
4. Explorar uma regularidade empírica observada entre os índices 
financeiros e a estimação ou predição de uma variável de interesse, como por 
exemplo, o risco de uma ação ou a probabilidade de uma empresa declarar falência. 
Foster (1986 apud Ramos, 1999), destaca ainda o controle da influência do 
tamanho de uma empresa, como a maior razão citada para a análise de dados em 
forma de índices financeiros. 
O exposto acima são apenas algumas boas razões para estudar os índices 
financeiros. Vamos tratar agora de estudar algumas formas de comparar estes índices. 
A metodologia de análise de índices financeiros é a técnica de análise mais 
largamente utilizada e difundida no ambiente financeiro (FOSTER, 1986 apud 
RAMOS, 1999). 
Para responder questões como se os valores dos índices estão altos ou 
baixos, se são bons ou ruins, é necessário ter uma base de comparação. Dois tipos 
de comparação entre os índices financeiros podem ser feitas. 
Gitman (2002), classifica estas comparações como: análise cross-sectional e 
análise série-temporal e as define como: 
“Análise cross-sectional é a comparação de índices financeiros de diferentes 
empresas em um mesmo instante; envolve a comparação de índices da empresa com 
os correspondentes da principal empresa do setor ou com as médias da indústria” 
(GITMAN, 2002, p.103). 
“Análise série-temporal é a avaliação do desempenho financeiro da empresa 
ao longo do tempo, utilizando a análise financeira baseada em índices” (GITMAN, 
2002, p.105). 
Uma possível combinação destes métodos é também sugerida pela maioria 
dos autores como uma outra forma de análise. “Uma visão combinada permite avaliar 
a tendência do comportamento do índice com relação a tendência da industria” 
(GITMAN, 2002, p.105). 
O objetivo da análise cross-sectional é conseguir retirar informações 
necessárias para a tomada de decisões pela comparação dos índices investigados 
com índices padrões (LEV, 1974 apud RAMOS, 1999). 
29 
 
 
 
Estes índices padrões são baseados geralmente nos índices médios da 
indústria ou encontrados em publicações especializadas. 
Para uma melhor análise, alguns autores sugerem que os dados a serem 
escolhidos deveriam possuir algumas restrições. 
1. Os dados pertençam a empresas de uma mesma indústria; 
2. As empresas possuam tamanho similar; 
3. A contabilidade das empresas envolva os mesmos métodos de cálculo; 
4. As empresas estejam localizadas em uma mesma área geográfica. 
Caso contrário é quase unânime entre vários autores que as relações 
encontradas não serão de muita confiabilidade. 
Lev (1974 apud RAMOS 1999) destaca que quando os dados pesquisados 
são referentes a empresas pertencentes a indústrias ou setores diferentes, a análise 
financeira será fraca e inconsistente. E diz que há um acordo entre os pensamentos 
da maioria dos autores que antes de uma análise, há a necessidade de classificação 
das empresas em segmentos homogêneos. 
Para o mesmo autor, o problema principal da análise entre empresas 
pertencentes a segmentos diferentes é a alocação de seus custos, que como sabido, 
podem ser arbitrárias e até mesmo manipuladas pelos gerentes financeiros para 
melhorar a performance dos números da empresa, portanto valefalar sobre algumas 
precauções em relação aos índices financeiros sugeridas por Gitman (2002). 
1. Um único índice financeiro não fornece informações suficientes para se julgar 
o desempenho global de uma empresa. Somente quando um grupo de índices 
for avaliado é que se poderá fazer julgamentos razoáveis. Se o objetivo da 
análise for examinar apenas certos ambientes específicos da situação 
financeira de uma empresa, então um ou dois índices poderão ser suficientes. 
2. As demonstrações financeiras quando comparadas, devem ser da mesma data 
ou mês de encerramento; caso contrário, os efeitos de sazonalidade podem 
levar a conclusões e decisões errôneas. 
3. É preferível usar demonstrações financeiras auditadas para fins de análise de 
índices financeiros. Se as demonstrações não forem auditadas, não há razão 
30 
 
 
 
para se crer que os dados ali contidos reflitam a verdadeira situação financeira 
da empresa. 
4. Os dados financeiros que estão sendo comparados devem ter sido elaborados 
com os mesmos critérios. O uso de tratamentos contábeis diferentes – 
especialmente com relação a estoques e depreciação – pode distorcer os 
resultados das análises por índices financeiros, independentemente do tipo de 
análise utilizado, se cross-sectional ou série temporal. 
5. Quando os índices financeiros de uma empresa são comparados com os de 
outra ou com os da própria empresa ao longo do tempo, os resultados podem 
ser distorcidos devido a inflação. Esta pode fazer com que os valores contábeis 
dos estoques e dos ativos depreciáveis sejam muito diferentes dos seus 
verdadeiros valores. Adicionalmente, as baixas contábeis do custo dos 
estoques e da depreciação podem diferir dos seus valores verdadeiros e assim, 
distorcer os lucros. Estes efeitos inflacionários geralmente tem maior impacto, 
quanto maiores forem as diferenças nas idades dos ativos das empresas que 
estão sendo comparadas. Sem ajustes, a inflação tende a fazer com que as 
empresas mais antigas (ativos mais antigos) pareçam ser mais eficientes e 
lucrativas que as empresas mais novas (ativos mais novos). 
Obviamente, deve-se tomar cuidado ao comparar índices de empresas mais 
antigas com mais novas ou da própria empresa em um longo período de tempo. 
 
2.2 Os grupos de índices financeiros 
 
Os índices financeiros podem ser subdivididos em quatro grupos ou categorias 
básicas segundo a literatura estudada. São eles: (1) os índices de liquidez, (2) os 
índices de capital de giro ou de atividade, (3) os índices de endividamento e (4) os 
índices de rentabilidade ou lucratividade. 
Os três primeiros índices, segundo Gitman (2002) 
 medem fundamentalmente risco enquanto os índices de rentabilidade medem retorno. 
 
31 
 
 
 
Os tipos de análise 
De um modo geral, quando quer se avaliar o curto prazo, procura-se avaliar 
os índices de liquidez, índices de capital giro e índices de rentabilidade, uma vez que 
estes índices fornecem informações que são críticas ao curto prazo. “Se a empresa 
não puder sobreviver no curto prazo, não é preciso preocupar-se com as perspectivas 
a longo prazo” (GITMAN, 2002, p. 107) 
A utilidade dos índices de endividamento só são fundamentalmente validados 
segundo este autor, quando o analista tiver certeza que a empresa sobreviverá no 
curto prazo. 
Como regra geral, os elementos necessários para uma boa análise financeira 
incluem no mínimo, a demonstração do resultado e o balanço patrimonial. 
 
A análise de liquidez 
A liquidez de uma empresa tem haver com as condições de pagamento das 
obrigações da empresa no curto prazo. Segundo GITMAN (2002) liquidez é 
capacidade de uma empresa para satisfazer suas obrigações no curto prazo, na data 
do vencimento. 
A liquidez refere-se à solvência da situação financeira global da empresa, ou 
seja, a facilidade com que ela pode pagar suas contas. 
Foster (1984 apud RAMOS, 1999), refere-se a liquidez como sendo a 
habilidade de uma empresa honrar seus compromissos de curto prazo quando estes 
vencem. 
As três medidas básicas de liquidez são: (1) o capital circulante líquido, (2) o 
índice de liquidez corrente e (3) o índice de liquidez seco. 
 
O índice de liquidez corrente 
O índice de liquidez corrente é um dos índices financeiros mais comumente 
citados. Geralmente ele mede a capacidade da empresa para satisfazer suas 
obrigações de curto prazo. É expresso por: 
32 
 
 
 
Índice de liquidez corrente = 
Geralmente segundo GITMAN, um índice de liquidez corrente de 2,0 é 
mencionado como aceitável, mas esta aceitabilidade do valor do índice depende, em 
grande parte, da indústria na qual a empresa opera. 
 
O índice de liquidez seca 
O índice de liquidez seca é parecido com o índice de liquidez corrente, com a 
única diferença que este índice exclui os estoques do ativo circulante da empresa, por 
ser geralmente "o ativo de menor liquidez" GITMAN (1997, p.110). 
Este índice pode ser expresso como: 
 
Índice de liquidez seca = 
Ocasionalmente, "é recomendado um índice de liquidez seco igual ou maior 
que 1,0. Mas da mesma forma que para o índice de liquidez corrente, um valor 
aceitável depende muito da indústria analisada." GITMAN (1997 p.111). 
 
A análise do giro 
Estes índices são utilizados para medir a rapidez com que algumas contas são 
convertidas em vendas ou em caixa (GITMAN, 1997 p. 112). 
Os índices mais comumente utilizados são: (1) giro dos estoques, (2) prazo de 
cobrança, (3) prazo de pagamento, (4) giro do ativo permanente e (5) giro do ativo 
total. 
 
33 
 
 
 
O índice de giro de estoques 
"O giro dos estoques geralmente mede a atividade, ou liquidez, dos estoques 
da empresa". GITMAN (1997 p. 112). 
Giro de estoques = 
 
Segundo GITMAN, o giro dos estoques é significativo somente quando 
comparado ao de outras empresas pertencentes ao mesmo setor. Este índice de giro, 
quando dividido por 360 (número aproximado de dias do ano), resulta no número 
médio de dias de venda que a empresa tem em estoque. 
Giro do ativo total 
"O índice do ativo total indica a eficiência com a qual a empresa usa todos os 
seus ativos para gerar vendas." GITMAN (1997 p. 115). Geralmente, quanto maior o 
valor absoluto deste índice, mais eficientemente a empresa parece utilizar os seus 
ativos. O giro do ativo total pode ser calculado como: 
Giro do ativo total = 
 
A análise do endividamento 
O endividamento de uma empresa tem relação geralmente com os recursos 
de terceiros. "A situação de endividamento de uma empresa indica o montante de 
recursos de terceiros que está sendo usado, na tentativa de gerar lucros." GITMAN 
(1997 p. 115). 
De formal geral, quanto mais recursos de terceiros a empresa utiliza em 
relação ao seu ativo, maior será a sua alavancagem financeira, termo utilizado para 
descrever a ampliação do risco e do retorno ocasionada pelo uso de financiamento a 
custos fixos, como dívida e ações preferenciais. Em outras palavras, "quanto maior o 
34 
 
 
 
endividamento a custos fixos, ou alavancagem financeira, de uma empresa, maior 
serão o seu risco e retorno esperados." GITMAN (1997 p. 116). 
Os índices mais utilizados como medidas de endividamento são: (1) índice de 
endividamento geral, (2) índice exigível a longo prazo-patrimônio líquido, (3) índice de 
cobertura de juros e (4) índice de cobertura de pagamentos fixos. 
 
Índice de endividamento geral 
"O índice de endividamento geral mede a proporção dos ativos totais da 
empresa financiada pelos credores." GITMAN (1997 p. 117). De forma geral, quanto 
maior for este índice, maior será o montante de capital de terceiros, que vem sendo 
utilizado para gerar lucros. Este índice é calculado como: 
Índice de endividamento geral = 
Este índice é geralmente representado de maneira percentual. Um índice de 
endividamento geral, por exemplo, de40%, indica que a empresa financia 40% dos 
seus ativos com capital de terceiros. 
 
Índice de cobertura de juros 
"O índice de cobertura de juros mede a capacidade da empresa para realizar 
pagamentos contratuais." GITMAN (1997 p. 118). Geralmente, quanto maior for este 
número índice, maior é a capacidade da empresa para liquidar suas obrigações com 
juros. Este índice é geralmente calculado como: 
Índice de cobertura de juros = 
Como regra geral, GITMAN sugere que este índice possua um valor mínimo 
de 3,0 e de preferência, próximo a 5,0. 
 
35 
 
 
 
A análise de rentabilidade 
Existem muitas formas de se avaliar a rentabilidade de uma empresa. Cada 
uma delas se relaciona a um tipo de retorno da empresa, por exemplo, às vendas, aos 
seus ativos, ao seu patrimônio líquido, ou ao valor das suas ações. Como um todo, 
"essas medidas permitem a quem analisa, avaliar os lucros da empresa em confronto 
com um dado nível de vendas, um certo nível de ativos, o investimento dos 
proprietários, ou o valor da ação." GITMAN (1997 p. 120). 
Alguns dos índices mais comumente encontrados na literatura são: (1) 
margem bruta, (2) margem operacional, (3) margem líquida, (4) taxa de retorno sobre 
o ativo total (ROA), (5) Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), (6) lucro por 
ação e (7) índice preço/lucro (P/L). 
 
Margem operacional 
"A margem operacional mede o que, com frequência, se denomina lucros 
puros, obtidos em cada unidade monetária de venda. O lucro operacional é puro, no 
sentido de que ignora quaisquer despesas financeiras ou obrigações (juros ou 
impostos de renda) e considera somente os lucros auferidos pela empresa em suas 
operações." GITMAN (1997 p. 122). Este índice pode ser calculado como: 
Margem operacional = 
 
Margem líquida 
"A margem líquida mede a porcentagem de cada unidade monetária de venda 
que restou, depois da devolução de todas as despesas, inclusive o imposto de renda." 
GITMAN (1997 p. 122). Esta margem líquida é um dos índices mais utilizados pelos 
analistas, por ser este, o índice que revela o sucesso da empresa em termos de 
lucratividade sobre vendas. Este índice pode ser calculado como: 
Lucro líquido = 
36 
 
 
 
 
Taxa de retorno sobre o patrimônio líquido 
"A taxa de retorno sobre o patrimônio líquido (ROE), mede o retorno obtido 
sobre o investimento (ações preferenciais e ordinárias) dos proprietários da empresa." 
." GITMAN (1997 p. 123). Este índice é calculado como: 
ROE = 
Obs: o valor deste número índice é geralmente dado em percentagem. 
 
Após dadas as definições dos índices financeiros e apresentados alguns dos 
índices mais utilizados, esperamos que seja de fácil entendimento os cálculos a serem 
realizados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
37 
 
 
 
REFERÊNCIAS CONSULTADAS E UTILIZADAS 
 
BARRETO, Maria da Graça Pitiá. Controladoria na gestão: a relevância dos custos 
da qualidade. São Paulo: Saraiva, 2008. 
 
RAMOS, José Paulo de Lucca. O Uso de Índices 
 Financeiros: uma análise empírica. Florianópolis: UFSC, 1999. Dissertação de 
mestrado. 
 
BEUREN, Ilse Maria; BOGONI, Nadia Mar; FERNANDES, Luciano. Abordagem da 
controladoria em dissertações dos programas de pós-graduação em Ciências 
Contábeis. Revista Brasileira de gestão de negócios. São Paulo, v. 10. N. 28. 
Jul/set 2008. 
 
BORBA, Valdir Ribeiro. Controladoria Hospitalar: instrumento para 
 o desenvolvimento financeiro e técnico-assistencial. Disponível em: 
<http://www.mvsistemas.com.br/noticias.shtml> Acesso em: 20 mar. 2011. 
 
BONATO, Vera Lucia. Gestão em saúde: programas de qualidade em hospitais. São 
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