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Universidade Estadual do Centro-Oeste Reconhecida pelo Decreto Estadual nº 3.444, de 8 de agosto de 1997 DISCIPLINA DE MICOLOGIA CLÍNICA Curso de Farmácia Professor: Tatiana Herrerias Nome: Nathália Miotto Bernardes Alves 1. Considere que você isolou um organismo unicelular que possui parede celular. Como você verificaria que se trata de um fungo e não de uma bactéria? Nota-se que o fungo possui quitina em sua parede celular, já as bactérias não. Por conta disso é possível diferenciar, se há presença de quitina, é um fungo. 2. Identificar dois efeitos benéficos e dois prejudiciais dos fungos. Como benefícios: são utilizados na culinária (cogumelos), utilizado no preparo de fermentados (cervejas e vinhos). Podem ser utilizados para obtenção da penicilina. Malefícios: causam a decomposição e, consequentemente, a perca de alimentos estocados. Alguns deles são patológicos, podendo causar micoses. 3. O que é dimorfismo nos fungos? Dimorfismo é quando um fungo se reproduz tanto como uma levedura, quanto um filamentoso, dependendo da temperatura. A 37°C crescem como levedura e a 25°C como fungos filamentosos. 4. O que é uma hifa? E um micélio? Hifa são paredes celulares tubulares que envolvem a membrana citoplasmática do fungo, podendo ser septadas ou cenocíticas. Compõe no interior da parede celular um conjunto de células do fungo. O micélio é a parte visível de um fungo, é a massa filamentosa das hifas. É a partir dele que as hifas aéreas crescem acima da superfície. 5. Quais são as diferenças entre fungos filamentosos e leveduras? Leveduras são unicelulares, se reproduz por brotamento ou por fissão, produz colônias mucoides, pastosas ou cremosas. Já o fungo filamentoso é multicelular, se reproduz sexuada ou assexuadamente por esporos, possui hifas que formam micélios. 6. Quais são as diferenças entre a reprodução assexuada e a reprodução sexuada? A reprodução assexuada se da pelo crescimento de uma hifa a partir de um esporo da célula parental, esse sendo idêntico geneticamente ao parental. Já na sexuada, ocorre fusão do núcleo de esporos de linhagens diferentes, o que gera um novo fungo geneticamente diferente de ambas as linhagens, com características de ambas. 7. Diferencie conidiósporos, blastoconídeos e esporangiósporos. • Conidiósporos: é um exporo multi ou unicelular, assexuado que não é envolvido por bolsa. É produzido no conidióforo. • Blastoconídeos: formado a partir de um broto originado da célula parental • Esporangiósporos: formado no interior de uma bolsa, chamada esporângio. Nome: Nathália Miotto Bernardes Alves 1. Um paciente de 60 anos procurou um serviço de dermatologia de um hospital público. Ao exame dermatológico apresentava lesão escurecida em toda a mão esquerda. No exame direto, foram evidenciadas hifas septadas, ramificadas, de cor marrom-clara com extremidades hialinas. Também foram visualizados blastoconídios ovalados, com gemulação unipolar. Qual é a doença mais provável apresentada pelo paciente e qual o seu agente etiológico? Após o exame direto quais exames você faria para confirmar o diagnóstico? Nesse caso, a doença mais provavel se trata de Tinea nigra, causado pelo fungo Hortaea werneckii. Para a confimação do diagnóstico, pode ser feito o meio de cultura em ágar Sabourand com cloranfenicol, onde será observado ao longo da primeira semana uma colonia com aspecto leveduriforme, com textura cremosa de cor negro- oliváceo. E, após até 3 semanas de incubação, observa-se uma colonia com micélio aéreo, com caracteristicas de fungo filamentoso, textura aveludada com centro escuro. Na microscopia do meio de cultura pode-se observar: filamentos septados acastanhados, blastosporos e artrosporos. 2. Mulher, 34 anos, chegou ao dermatologista com queixa de lesões hipocrômicas distribuídas por todo tronco. Durante a anamnese referiu que as lesões não eram pruriginosas e que haviam aparecido após sua ida ao litoral. O dermatologista encaminhou a paciente ao laboratório de Micologia solicitando o diagnostico microbiológico da lesão. De que maneira você realizaria a coleta, exame direto e cultivo para identificação do agente patológico? Qual agente é mais provável de ter causado essas lesões? Observando o relato da paciente e as lesões identificadas, provavelmente se trata de Pitiriase versicolor, causada pelo fundo Malassezia furfur. A coleta pode ser realizada a partir da raspagem do local da lesão. Obtido as escamas raspadas da pele, deve-se clarear com KOH a 20% e observado em microscópio. O que se espera: Células leveduriformes, ovais ou arredondadas, refringente, em “cachodeuva“, hifas curtas, angulares, largas e de parede espessa. Para realização do cultivo, deve-se utilizar o meio ágar Sabouraud Dextrose com óleo de oliva (pois se desenvolve em meios lipidicos). Em caso de hemocultura, adiciona-se 3% de ácido palmitico ao BACTEC. A incubação deve ser feita de 10-15 dias. Observa-se colonias foscas, secas e de cor bege. Ao observar a microscopia, nota-se leveduras elipsoides. CASO CLÍNICO 1. O que são dermatófitos e que tecido eles infectam? Dermatófitos são fungos cutâneos que são encontrados nas camadas conificadas da pele, capazes de utilizar a queratina como fonte de energia. 2. Qual é a classificação dos dermatófitos segundo seu habitat primário? São classificados como: - Geofilicos: encontrados em solo rico em queratina humana ou animal - Zoofilicos: parasitam animais que tem contato intimo com o solo - Antropofílicos: parasitam humanos 3. O que é tinea ou dermatofitose? São infecções fungicas de tecidos queratinizados do homem e animais 4. Quais são os gêneros de fungos dermatófitos causadores de dermatofitoses em seres humanos? As dermatofitoses são causadas por 3 gêneros: - Microsporum - Trichophyton - Epidermophyton 5. Diferencie dermatofitose de dermatomicose - Dermatofitose: micoses cutâneas causadas por fungos que tem a capacidade de digerir e utilizar a queratina como fonte de energia. - Dermatomicoses: micoeses cutâneas causadas por fungos que não utilizam a queratina. 6. Descreva de que maneira deve ser realizado o diagnóstico laboratorial de uma dermatofitose. Inicialmente deve ser realizado a coleta, utilizando a borda da lesão. Podendo ser: escamas da pele, raspados subunguial ou cabelos (opacos, quebradiços e curtos). A partir disso realiza-se: - Exame direto: são observados em microscópio as amostras, porém as dermatofitoses apresentam morfologia parecida entre si, não sendo possível diferenciar o agente etilógico dessa maneira. Nesse exame observam-se hifas hialinas, septadas, com ou sem artroconídeos. Pode ser feito também o exame com calcofluor branco, onde utiliza-se um microscópio de fluorescência para realizar a identificação. - Cultura: realiza-se o meio de cultura para identificação do agente etiológico. É realizado em ASD sem ciclohemida, em temperatura de 25°C a 30°C, por até 4 semanas. - Microsporum: de 6 a 10 dias. Muitos macroconídeos e pouco ou nenhum microconídeo. - Trichophyton: de 11 a 21 dias. Pouco ou nenhum macroconídeo e muitos microconídeos - Epidermophyton: de 6 a 10 dias: apresenta macroconídeos e não produz microconídeos Para a identificação utilizam-se: - características da macrocolônia - cor da superfície e do anverso - velocidade de crescimento - textura - topografia Além disso, podem ser realizados testes adicionais, como: - prova da urease - teste de perfuração do pelo - prova do requerimento de vitaminas - crescimento em grão de arroz - teste da tolerância a temperatura. Pode realizar também o microcultivo para fungos filamentosos, em ágar batata, ágar fuba, ágar arroz ou ágar lacrimel.1. A infecção fúngica causada pela Candida albicans pode apresentar formas clínicas variadas. A forma de candidíase caracterizada clinicamente por placas brancas, com máculas vermelhas ao seu redor e sensação de queimação, acomete mais comumente o palato duro posterior, a mucosa jugal e o dorso da língua e está fortemente associada com história prévia de antibioticoterapia, xerostomia e imunossupressão, é chamada de: Candidiase cutâneo-mucosa, eritematosa. 2. As espécies de Candida sp, particularmente Candida albicans, estão envolvidas em infecções no homem. Acometem pessoas imunocompetentes e imunoincompetentes. Assinale Falso (F) ou Verdadeiro (V) e justifique as falsas. (F) Não é membro da flora normal, sendo transmitido diretamente de pessoas contaminadas. É membro da microbiota. (V) O supercrescimento de Candida albicans na boca produz manchas brancas (sapinho/ estomatite). (V) Pode causar vulvovaginites com coceira e corrimento e são favorecidas por pH alto, diabetes ou uso de antibióticos. (V) Dedos e unhas podem ser envolvidos por infecções por Candida quando repetidamente imersos em água (paroníquia). (V) O teste do tubo germinativo serve para distinguir Candida albicans das outras espécies de Candida. 3. Com relação às formas de candidíase cutaneomucosas, assinale Falso (F) ou Verdadeiro (V) e justifique as falsas: (V) A candidíase oral é mais comum em lactentes, idosos que utilizam próteses, imunodeprimidos e em contaminações secundárias ocorridas por lesões da mucosa oral. (F) A candidíase intertriginosa é mais comum em membros inferiores, manifestando-se em indivíduos sem comprometimento do sistema imunológico. Se manifesta em indivíduo imunocomprometidos. (F) Na paroníquia por candida, há alterações da lâmina ungueal, sem o comprometimento da pele circunjacente. A pele circunjacente é afetada. (F) A causa mais frequente da ocorrência de candidíase vulvovaginal é a contaminação sexual. A causa mais frequente é causada por uma redução do sistema imune e desenvolvimento da infecção oportunista. (F) A candidíase intertriginosa ocorre por falta de umidade na região afetada, devendo ser tratada com umectantes locais. Locais com maior umidade favorecem o desenvolvimento da candida. 4. Sobre as afirmativas de epidemiologia da candidíase assinale Falso (F) ou Verdadeiro (V) e justifique as falsas: (F) Os pacientes que receberam transplante de medula óssea não apresentam risco de adquirir candidíase sistêmica. Apresentam risco pois desenvolvem uma redução do sistema imune. (F) Os pacientes com alterações ou baixo número de neutrófilos e monócitos não apresentam risco de adquirir candidíase sistêmica. Pacientes com o sistema imune comprometido apresentam maior risco de desenvolver a infecção. (F) Os pacientes com qualquer forma de diabetes apresentam maior resistência à candidíase. A diabetes se torna um fator de risco no desenvolvimento da candidíase. (V) Os pacientes com Aids frequentemente desenvolvem candidíase mucocutânea, como o “sapinho” oral (F) A gravidez reduz o risco de vaginite por espécies de Candida.A gravidez não influencia na redução do risco do dsenvolvimento da candidiase. 5. Descreva como deve ser feito o diagnóstico laboratorial de candídiase. O diagnóstico laboratorial pode se dar por: exame direto e por cultura. No exame direto, pode ser feito um raspado oral, adicionando KOH, ou esfregaço de secreção vaginal corado com gram. Espera-se observar pseudo hifas com aparecimento de brotamentos. Dessa maneira não é possivel identificar qual espécie de candida se trata, mas consegue-se identificar as estruturas. Na cultura feita em ágar sabouraund dextrose, onde observa-se culturas brancas, umidas. Ao realizar a lâmina, observa-se os clamidoconídeos (quando se trata de C. albicans). Observa-se os brutamentos, as pseudo hifas também. No caso da C. glabrata é observado somente leveduras. Pode se realizar o tubo germinativo que, para candida, deve- se apresentar positivo em até 3h, podendo ser observado ao microscópio. Também pode ser feito as provas de auxograma e zimograma. Pode-se utlizar para diferenciação das espécies de candida o meio de cultura CHROMAgar. Com ele, as diferentes espécies formam colonia de diferentes cores, podendo ser diferenciadas. • Verde: C. albicans • Rosa fosca: C. krusei • Púrpura-azulado: C. tropicalis • Rosa escuro: C. glabrata
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