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EXCELENTISSIMO SENHOR DESEMBARGADOR PRESIDENTE DO EGRÉGIO TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA COMARCA DO MATO GROSSO PROCESSO N° ...................................... JANE, nacionalidade, estado civil, profissão, com cédula de identidade RG n° xxx e devidamente inscrita no CPF n° xxxx, residente e domiciliado no endereço ...., por seu advogado que esta lhe subescreve (procuração em anexo), vem respeitosamente a presença de Vossa Excelencia não se conformando com a sentença proferida e transitada em julgado (certidão anexa) que a condenou com fulcro no Art. 155, § 5° do CP propor: REVISÃO CRIMINAL Com fulcro no inciso III do Art. 621, do Código de Processo Penal, consoante as questões fáticas e jurídicas elencadas: I- DOS FATOS Jane, na data de 18 de outubro de 2010, cometeu o crime de Furto Qualificado com base no Art. 155, §5° do Código Penal. Tendo está, se aproveitado de um momento de em que Gabriela, a possuidora do veículo, saiu do veículo e o deixou ligado, Jane ingressou no mesmo e se dirigiu a local incerto, onde o manteve, neste período, ela foi presa e se desvencilhou o seu plano de ir vender o veículo furtado no exterior para terceiro que desconhecia a origem do mesmo. No curso do processo, houve a constatação de que a autora do delito já possui, maus antecedentes e reincidência especifica neste mesmo crime, nem como, a noticia de que a Gabriel, vitima, havia morrido no dia seguinte a subtração de seu veículo, devido a infarto oriundo do momento a que esta foi submetida. Após a instrução criminal, Jane foi condenada a cinco anos de reclusão em regime inicialmente fechado, em cumprimento de pena privativa de liberdade, tendo o juiz baseado em sua reincidência especifica, nos maus antecedentes, e nas consequências posteriores ao crime. Iniciou-se o cumprimento de opina no dia 10 de novembro de 2012. No entanto excelentíssimo, na data de 5 de março de 2013, fato desconhecido ate esta data, foi informado, o filho da vítima, detinha em sua posse o veiculo furtado em 18 de outubro de 2010. Jane, a pedido de sua mãe, fez uma ligação ao filho da vítima e lhe informou onde o veículo furtado estaria, o mesmo foi ate o local onde estava e o recuperou sem nenhum dano. Pontuando que a ligação a vitima foi feita na data do dia 27 de outubro de 2010, anterior ao recebimento da denúncia, viabilizando a aplicação do disposto no Art. 65ª, inciso III, alínea “ b” do Código Penal, ao que se refere na intenção da ré em minorar o danocausado pela sua pratica delituosa, como também, a aplicação do arrependimento posterior, com base no Art. 16 do Código Penal. II- DO DIREITO II.I- DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR E DA DESCLASSIFICAÇÃO Resguarda-se o direito ao arrependimento de pratica delituosa quando busca o praticante reparar o dano que causou, antes de que seja recebida a denuncia e que se de entrada na Instrução Processual. JANE, no dia 27 de outubro de 2010, informou ao filho da vitima por meio de uma ligação telefônica, a localização exata de onde estaria o veículo, tendo este, sido recuperado e estando na posse do único herdeiro vivo da vitima desde esta data. JANE, arrependeu-se de sua pratica e três dias anteriores a instauração do processo, buscou reparar o dano causado na medida em que fosse possível. Configurando a devolução da coisa furtada anteriormente ao recebimento de denúncia, o arrependimento posterior, assegurado no Art. 16ª do Código Penal: Art. 16 - Nos crimes cometidos sem violência ou grave ameaça à pessoa, reparado o dano ou restituída a coisa, até o recebimento da denúncia ou da queixa, por ato voluntário do agente, a pena será reduzida de um a dois terços. (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) Tendo a ré ter buscado reparar o seu feito, entende-se ainda excelentíssimo, ter-se configurado causa de aplicação do Art. 65 do Código Penal, em seu inciso III, alínea “b”: Art. 65 - São circunstâncias que sempre atenuam a pena: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) III - ter o agente: (Redação dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) b) procurado, por sua espontânea vontade e com eficiência, logo após o crime, evitar-lhe ou minorar-lhe as consequências, ou ter, antes do julgamento, reparado o dano; Ocorreu a reparação do Dano, com a devolução do objeto furtado, anteriormente ao recebimento da queixa-crime e em evidente, anterior ao julgamento. Sendo este fato chegado a conhecimento somente neste presente momento, busca-se que possam ser aplicadas as devidas concessões a parte ré. À aplicação do arrependimento posterior é direcionado a terceira fase de dosimetria da pena, no entanto, o desconhecimento do fato anteriormente não pode afastar o direito da parte de requere-lo, conforme o julgado do TRF da 3ª Região: E M E N T A REVISÃO CRIMINAL. PROTEÇÃO À COISA JULGADA E HIPÓTESES DE CABIMENTO. CASO CONCRETO. PEDIDO DE RECONHECIMENTO DO INSTITUTO DO ARREPENDIMENTO POSTERIOR EM RELAÇÃO À DOSIMETRIA DA PENA AFETA AO CRIME DE APROPRIAÇÃO INDÉBITA – ART. 16 DO CÓDIGO PENAL. ACOLHIMENTO DA PRETENSÃO. CONSEQUÊNCIA: ELABORAÇÃO DE NOVA DOSIMETRIA PENAL – REDUTOR AFETO AO ARREPENDIMENTO POSTERIOR FIXADO NO MÍNIMO LEGAL – NOVAS UNIFICAÇÃO DE PENAS E FIXAÇÃO DE REGIME INICIAL DE SEU CUMPRIMENTO – SUBSTITUIÇÃO DA PENACORPORAL POR REPRIMENDAS RESTRITIVAS DE DIREITO. POSTULAÇÃO REVISIONAL JULGADA PARCIALMENTE PROCEDENTE. - O Ordenamento Constitucional de 1988 elencou a coisa julgada como direito fundamental do cidadão (art. 5º, XXXVI), conferindo indispensável proteção ao valor segurança jurídica com o escopo de que as relações sociais fossem pacificadas após a exaração de provimento judicial dotado de imutabilidade. Sobrevindo a impossibilidade de apresentação de recurso em face de uma decisão judicial, há que ser reconhecida a imutabilidade do provimento tendo como base a formação tanto de coisa julgada formal (esgotamento da instância) como de coisa julgada material (predicado que torna imutável o que restou decidido pelo Poder Judiciário, prestigiando, assim, a justiça e a ordem social) - Situações excepcionais, fundadas na ponderação de interesses de assento constitucional, permitem o afastamento de tal característica da imutabilidade das decisões exaradas pelo Poder Judiciário a fim de que prevaleça outro interesse (também tutelado constitucionalmente), sendo justamente neste panorama que nosso sistema jurídico prevê a existência de ação rescisória (a permitir o afastamento da coisa julgada no âmbito do Processo Civil) e de revisão criminal (a possibilitar referido afastamento na senda do Processo Penal) - No âmbito do Processo Penal, para que seja possível a reconsideração do que restou decidido sob o manto da coisa julgada, deve ocorrer no caso concreto uma das situações previstas para tanto no ordenamento jurídico como hipótese de cabimento da revisão criminal nos termos do art. 621, do Código de Processo Penal. Assim, permite- se o ajuizamento de revisão criminal fundada em argumentação no sentido de que (a) a sentença proferida encontra-se contrária a texto expresso de lei ou a evidência dos autos; (b) a sentença exarada fundou-se em prova comprovadamente falsa; e (c) houve o surgimento de prova nova, posterior à sentença, de que o condenado seria inocente ou de circunstância que permitiria a diminuição da reprimenda então imposta - A revisão criminal não se mostra como via adequada para que haja um rejulgamento do conjunto fático-probatório constante da relação processual originária, razão pela qual impertinente a formulação de argumentação que já foi apreciada e rechaçada pelo juízo condenatório. Sequer a existência de interpretação controvertida permite a propositura do expediente em tela, pois tal situação (controvérsia de tema na jurisprudência) não se enquadra na ideia necessária para queo instrumento tenha fundamento de validade no inciso I do art. 621 do Código de Processo Penal - Argumenta o revisionando que o édito penal condenatório transitado em julgado em seu desfavor foi proferido contrariando texto expresso da lei penal na justa medida em que deveria ter incidido, quando do cálculo da reprimenda afeta ao crime de apropriação indébita, a figura do arrependimento posterior prevista no art. 16 do Código Penal tendo em vista que procedeu à restituição das quantias apropriadas que seriam de propriedade tanto da vítima Ofélia como da Associação de Defesa e Proteção do Consumidor do Grande ABC – ADPCON ABC, tudo antes do recebimento da inicial acusatória (evento ocorrido em 24 de julho de 2012) - Analisando o arcabouço fático-probatório colacionado nesta senda, depreende-se que se encontrava preenchido o pressuposto necessário ao reconhecimento da figura do arrependimento posterior (art. 16 do Código Penal) ao caso então em julgamento, uma vez que, de fato, houve a reparação integral do dano suportado tanto pela vítima Ofélia como pela Associação de Defesa e Proteção do Consumidor do Grande ABC – ADPCON ABC, reparação esta levada a efeito antes do recebimento da denúncia então ofertada em desfavor do revisionando, de molde que não deveria ter incidido no caso subjacente a mera figura atenuante prevista no art. 65, III, b, do Código Penal, mas sim a causa de diminuição de pena elencada no art. 16 de mencionado diploma - Como consequência ao acolhimento da pretensão revisional, de rigor a elaboração de nova dosimetria penal relativa à perpetração do crime de apropriação indébita pelo revisionando, cabendo ser destacado que a fração redutora afeta ao instituto do arrependimento posterior ora assentado deve ficar limitada ao mínimo contido na legislação de regência (qual seja, em 1/3) tendo em vista que os valores deveriam ter sido repassados aos seus efetivos titulares no idos de 2008 (data em que expedido Alvará de Levantamento) e somente o foram, por completo, em 2010. Novas unificação de pena e fixação de regime inicial de seu cumprimento levados a efeito, bem como substituída a pena corporal por reprimendas restritivas de direito - Revisão Criminal julgada parcialmente procedente (para reconhecer a incidência da figura do arrependimento posterior ao caso subjacente, porém fixando o redutor no mínimo legal, redundando, consequentemente, em novas dosimetria penal, unificação de pena e fixação de regime inicial de seu cumprimento, bem como em substituição da pena corporal por reprimendas restritivas de direito). (TRF-3 - RvC: 50305755120184030000 SP, Relator: Desembargador Federal FAUSTO MARTIN DE SANCTIS, Data de Julgamento: 23/07/2019, 4ª Seção, Data de Publicação: Intimação via sistema DATA: 25/07/2019) Em razão de nova prova apresentada se faz necessário a reanalise da sentença, como o citado anterioromente, a revisionada entrou em contato com o filho da vitima citar devolução do veículos antes do registro da denuncia, no dia 27 de outrubro de 2010, o mesmo reavel o veiculo da sua mãe sem nenhum impedimento. Por devolução anterior ao recebimento da denuncia, é passível a aplicação do instituto do arre-pemdiemtno posteriro e pela forma em que foi possível o retorno no veiculo a família, reque-se a sua aplicação no máximo da causa de diminuição de pena em seu quantitativo máximo. Desrte a evidente devolução do veiculo, demostrando que não houve o transporte deste entre fronteiras, desclassifica o crime de furto na figura qualificada, sendo por este, necessário a revisão da pena dada em sentença condenatória, com fulcro no Art 626 do Codigo De Porcesso Penal: Art. 626. Julgando procedente a revisão, o tribunal poderá alterar a classificação da infração, absolver o réu, modificar a pena ou anular o processo. Operando a desclassificação, delito resta estar configurado como furto simples. Ocorre ainda que, mesmo sendo reincidente na pratica delituosa, é entendimento do Superior Tribunal De Justiça a possibilidade de sumprimento de pena em regime semi aberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferiro a quatro anos se favoráveis as cirunstancias judiciais, nos termos da sumula 269: Súmula 269-STJ: É admissível a adoção do regime prisional semiaberto aos reincidentes condenados a pena igual ou inferior a quatro anos se favoráveis as circunstâncias judiciais. O fato de ter devolvido o bem da vitima deve constar como fato acima dos maus antecedentes, por isto, requer a revisão da pena. III- DOS PEDIDOS Ante todo o exposto, requer-se: 1 . Que seja reconhecido o arrependimento posterior, com base na aplicação do Art. 16 do Código Penal, operando-se consequentemente a aplicação da diminuição de pena; 2 . Que seja consequentemente alterado o regime de cumprimento de pena para o semiaberto, conforme dispõe a súmula 269 do STJ. 3 . Requer ainda a intimação do MP para emissão de parecer como custo legis Nestes termos, Pede deferimento. Cuiabá/MT, 6 de março de 2013 MARIANA SILVA LUSTOSA OAB/MT 6.709
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