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QUESTÕES ENEM 2020 Literatura Contemporânea

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QUESTÕES ENEMLiteratura Contemporânea
1. (Enem 2020) A vida às vezes é como um jogo brincado na rua: estamos no último minuto de uma brincadeira bem quente e não sabemos que a qualquer momento pode chegar um mais velho e avisar que a brincadeira já acabou e está na hora do jantar. A vida afinal acontece muito de repente – nunca ninguém nos avisou que aquele era mesmo o último Carnaval da Vitória. O Carnaval também chegava sempre de repente. Nós, as crianças, vivíamos num tempo fora do tempo, sem nunca sabermos dos calendários de verdade. […] O “dia da véspera do Carnaval”, como dizia a avó Nhé, era dia de confusão com roupas e pinturas a serem preparadas, sonhadas e inventadas. Mas quando acontecia era um dia rápido, porque os dias mágicos passam depressa deixando marcas fundas na nossa memória, que alguns chamam também de coração.
ONDJAKI. Os da minha rua. Rio de Janeiro: Língua Geral, 2007.
As significações afetivas engendradas no fragmento pressupõem o reconhecimento da
A. perspectiva infantil assumida pela voz narrativa.
B. suspensão da linearidade temporal da narração.
C. tentativa de materializar lembranças da infância.
D. incidência da memória sobre as imagens narradas.
E. alternância entre impressões subjetivas e relatos factuais.
2. (Enem 2019) Ed Mort só vai
Mort. Ed Mort. Detetive particular. Está na plaqueta. Tenho um escritório numa galeria de Copacabana entre um fliperama e uma loja de carimbos. Dá só para o essencial, um telefone mudo e um cinzeiro. Mas insisto numa mesa e numa cadeira. Apesar do protesto das baratas. Elas não vencerão. Comprei um jogo de máscaras. No meu trabalho o disfarce é essencial. Para escapar dos credores. Outro dia entrei na sala e vi a cara do King Kong andando pelo chão. As baratas estavam roubando as máscaras. Espisoteei meia dúzia. As outras atacaram a mesa. Consegui salvar a minha Bic e o jornal. O jornal era novo, tinha só uma semana. Mas elas levaram a agenda. Saí ganhando. A agenda estava em branco. Meu último caso fora com a funcionária do Erótica, a primeira ótica da cidade com balconista topless. Acabara mal. Mort. Ed Mort. Está na plaqueta.
VERISSIMO, L. F. Ed Mort: todas as histórias. Porto Alegre: L&PM, 1997 (adaptado).Nessa crônica, o efeito de humor é basicamente construído por uma
A. segmentação de enunciados baseada na descrição dos hábitos do personagem.
B. ordenação dos constituintes oracionais na qual se destaca o núcleo verbal.
C. estrutura composicional caracterizada pelo arranjo singular dos períodos.
D. sequenciação narrativa na qual se articulam eventos absurdos.
E. seleção lexical na qual predominam informações redundantes.
3. (Enem 2019) Ela nasceu lesma, vivia no meio das lesmas, mas não estava satisfeita com sua condição. Não passamos de criaturas desprezadas, queixava-se. Só somos conhecidas por nossa lentidão. O rastro que deixaremos na História será tão desprezível quanto a gosma que marca nossa passagem pelos pavimentos.
A esta frustração correspondia um sonho: a lesma queria ser como aquele parente distante, o escargot. O simples nome já a deixava fascinada: um termo francês, elegante, sofisticado, um termo que as pessoas pronunciavam com respeito e até com admiração. Mas, lembravam as outras lesmas, os escargots são comidos, enquanto nós pelo menos temos chance de sobreviver. Este argumento não convencia a insatisfeita lesma, ao contrário: preferiria exatamente terminar sua vida desta maneira, numa mesa de toalha adamascada, entre talheres de prata e cálices de cristal. Assim como o mar é o único túmulo digno de um almirante batavo, respondia, a travessa de porcelana é a única lápide digna dos meus sonhos.
SCLIAR, M. Sonho de lesma. In: ABREU, C. F. et al. A prosa do mundo. São Paulo: Global, 2009.
Incorporando o devaneio da personagem, o narrador compõe uma alegoria que representa o anseio de
A. rejeitar metas de superação de desafios.
B. restaurar o estado de felicidade pregressa.
C. materializar expectativas de natureza utópica.
D. rivalizar com indivíduos de condição privilegiada.
E. valorizar as experiências hedonistas do presente.
04. (Enem 2018) Quebranto
Às vezes sou o policial que me suspeito
Me peço documentos
E mesmo de posse deles
Me prendo e me dou porrada
Às vezes sou o porteiro
Não me deixando entrar em mim mesmo
A não ser
Pela porta de serviço
[...]
Às vezes faço questão de não me ver
E entupido com a visão deles
Sinto-me a miséria concebida como um eterno
Começo
Fecho-me o cerco
Sendo o gesto que me nego
A pinga que me bebo e me embebedo
O dedo que me aponto
E denuncio
O ponto em que me entrego.
Às vezes!...
CUTI. Negroesia. Belo Horizonte: Mazza, 2007 (fragmento).
Na literatura de temática negra produzida no Brasil, é recorrente a presença de elementos que traduzem experiências históricas de preconceito e violência. No poema, essa vivência revela que o eu lírico
A. incorpora seletivamente o discurso do seu opressor.
B. submete-se à discriminação como meio de fortalecimento.
C. engaja-se na denúncia do passado de opressão e injustiças.
D. sofre uma perda de identidade e de noção de pertencimento.
E. acredita esporadicamente na utopia de uma sociedade igualitária.
05. (Enem 2017) Contranarciso
Em mim
Eu vejo o outro
E outro
E outro
Enfim dezenas
Trens passando
Vagões cheios de gente
Centenas
O outro
Que há em mim
É você
Você
E você
Assim como
Eu estou em você
Eu estou nele
Em nós
E só quando
Estamos em nós
Estamos em paz
Mesmo que estejamos a sós
LEMINSKI, P. Toda poesia. São Paulo: Cia. das Letras, 2013.
A busca pela identidade constitui uma faceta da tradição literária, redimensionada pelo olhar contemporâneo. No poema, essa nova dimensão revela a
A. ausência de traços identitários.
B. angústia com a solidão em público.
C. valorização da descoberta do “eu” autêntico.
D. percepção da empatia como fator de autoconhecimento.
E. impossibilidade de vivenciar experiências de pertencimento.
06. (Enem 2015) Tudo era harmonioso, sólido, verdadeiro. No princípio. As mulheres, principalmente as mortas do álbum, eram maravilhosas. Os homens, mais maravilhosos ainda, ah, difícil encontrar família mais perfeita. A nossa família, dizia a bela voz de contralto da minha avó. Na nossa família, frisava, lançando em redor olhares complacentes, lamentando os que não faziam parte do nosso clã. [...]
Quando Margarida resolveu contar os podres todos que sabia naquela noite negra da rebelião, fiquei furiosa. [...]
É mentira, é mentira!, gritei tapando os ouvidos. Mas Margarida seguia em frente: tio Maximiliano se casou com a inglesa de cachos só por causa do dinheiro, não passava de um pilantra, a loirinha feiosa era riquíssima. Tia Consuelo? Ora, tia Consuelo chorava porque sentia falta de homem, ela queria homem e não Deus, ou o convento ou o sanatório. O dote era tão bom que o convento abriu-lhe as portas com loucura e tudo. “E tem mais coisas ainda, minha queridinha”, anunciou Margarida fazendo um agrado no meu queixo. Reagi com violência: uma agregada, uma cria e, ainda por cima, mestiça. Como ousava desmoralizar meus heróis?
TELLES, L. F. A estrutura da bolha de sabão. Rio de Janeiro: Rocco, 1999.
Representante da ficção contemporânea, a prosa de Lygia Fagundes Telles configura e desconstrói modelos sociais. No trecho, a percepção do núcleo familiar descortina um(a)
A. convivência frágil ligando pessoas financeiramente dependentes.
B. tensa hierarquia familiar equilibrada graças à presença da matriarca.
C. pacto de atitudes e valores mantidos à custa de ocultações e hipocrisias.
D. tradicional conflito de gerações protagonizado pela narradora e sus tios.
E. velada discriminação racial refletida na procura de casamentos com europeus.
07. (Enem 2015) À garrafa
Contigo adquiro a astúcia
De conter e de conter-me.
Teu estreito gargalo
É uma lição de angústia.
Por translúcida pões
O dentro fora e o fora dentro
Para que a forma se cumpra
E o espaço ressoe.
Até que, farta da constante
Prisão da forma, saltes
Da mão para o chão
E te estilhaces, suicida,
Numa explosão
De diamantes.
PAES, J. P. Prosas seguidas de odes mínimas. SãoPaulo: Cia. das Letras, 1992.
A reflexão acerca do fazer poético é um dos mais marcantes atributos da produção literária contemporânea, que, no poema de José Paulo Paes, se expressa por um(a)
A. reconhecimento, pelo eu lírico, de suas limitações no processo criativo, manifesto na expressão “Por translúcida pões”.
B. subserviência aos princípios do rigor formal e dos cuidados com a precisão metafórica, como se observa em “prisão da forma”.
C. visão progressivamente pessimista, em face da impossibilidade da criação poética, conforme expressa o verso “e te estilhaces, suicida”.
D. processo de contenção, amadurecimento e transformação da palavra, representado pelos versos “numa explosão / de diamantes”.
E. necessidade premente de libertação da prisão representada pela poesia, simbolicamente comparada à “garrafa a ser “estilhaçada”.
08. (Enem 2015) Primeiro surgiu o homem nu de cabeça baixa. Deus veio num raio. Então apareceram os bichos que comiam os homens. E se fez o fogo, as especiarias, a roupa, a espada e o dever. Em seguida se criou a filosofia, que explicava como não fazer o que não devia ser feito. Então surgiram os números racionais e a História, organizando os eventos sem sentido. A fome desde sempre, das coisas e das pessoas. Foram inventados o calmante e o estimulante. E alguém apagou a luz. E cada um se vira como pode, arrancando as cascas das feridas que alcança.
BONASSI, F. 15 cenas do descobrimento de Brasis. In: MORICONI, Í. (Org.). Os cem melhores contos do século. Rio de Janeiro: Objetiva, 2001.
A narrativa enxuta e dinâmica de Fernando Bonassi configura um painel evolutivo da história da humanidade. Nele, a projeção do olhar contemporâneo manifesta uma percepção que
A. recorre à tradição bíblica como fonte de inspiração para a humanidade.
B. desconstrói o discurso da filosofia a fim de questionar o conceito de dever.
C. resgata a metodologia da história para denunciar as atitudes irracionais.
D. transita entre o humor e a ironia para celebrar o caos da vida cotidiana.
E. satiriza a matemática e a medicina para desmistificar o saber científ

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