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FUNDAMENTOS DA EDUCAÇÃO - E-BOOK MÓDULO I-convertido

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Fundamentos da Educa9ao
 (
Créditos Institucionais
Presidente do Conselho de Administra$fio: Janguié Dhuz
Diretor-presidente: Jñnio Diniz
Diretoria Executiva ile Ensino: Adriano Azevedo
Diretoria Executiva de Servi§os Corporativos: Joaldo Diniz
Diretoria de Ensino a Distancia: Enzo
 
Moreira
)
2019 by Telesapiens Todos os direitos reservados
A AUTORA
IRI.A HE LE N.X Dt .A RTE
OU, inert noiTle é Iria Heleiia Diiarte. Son forniada em Pedagogic, Especialista ciii hleiodologia do Ensino da Llngua Porttieuesa e Estrangeira, possiio mna experiéncia técnico-profissional de mnis de 10 anos na nrea de ensino liibrido. lniciei niiiilia caN’eira colTlo docente em escolas no Estado de Sao Paulo. Estado do Parana e Saiita Caterina iia nrea da Educap?ao liiliantil e Ensino Fimdainental. Eni 2008 fiii coiividada por tuna empress era expansao em E.AD a participar do depai’tameiito Pedagogico colno Cooi’deiiadora Pedagop•ica eiii E.AD e depois coino professoi’a conteiidista iia
/oi’ea Fla Pedagogic e ensino de Liiigiias. Taiiibéiii traballiei ciii algiunas faciildades coin a e1aborap?ao de traballios. iiiatei’iais didaticos e prepai’atoi’ios coino ENADE. .Aiiialiiieiite son socia de tuna escola EAD de ensino de ciirsos técnicos, profissioiializantes e idioinas. além de atiiar colTlo iTlediadora do ciii’so de Pedagogic e tiitora virliial da Universidade X'irtiial do Estado de Sao Paulo. .lino a mimic profissao e son apaixonada pelo inert traballio. Eston seiiipre em biisca de iiovos conliecimentos pois acredito iio poder da ediicac?ao e Fla i’ecic1agein. Adoi’o poder traiisiiiitir iiiinlia experiéncia para toClos que est?ao iniciando eiii seas profissses. Por isso fiii coiividada pela Editors Telesapieiis la iiHegi’ar seii elenco de aiitoi’es independeiites. Eston irniito feliz em podei’ ajiidar voce iiesia ftse de iiNiito estiido e traballio. C’onte seiiipre coiiiigo!
ICONOGRAFICOS
Esses icoiies que ii’ao aparecei’ ciii sua trillia de aprenrlizageiN significain:
OBJETIX'O
Bi’eve desci’iyno do objetivo de aprendizagem:
Pai’te i’etirada de run
texto:	§0flfl,g,.
TESTNNDO
Siip•est?ao de pr/oticas oii exei’cicios para fixaJ?ao do contetido:
IMPORTANTE
O conte(ido em destaqiie precise ser priorlzado:
DICA
Uni atallio para i’eso1vei’ alto que foi introdiizido mo coiitei«to:
EXPLIC NADO DIFERENTE
Uiiijeito diferente e nrais shiiples de explicv o que acaba ‹ie ser exphca‹to:
OBSER4'A§’AO
Uma nota explicatixa sobre o que acaba de ser dito.
RESIIMINDO
Lhna sintese ‹tas tiltiinas abordagens:
DEFINIC,AO
Defiiiic?ao de run concerto:
ACES SE
LhiLs (iteis para fixac?ao ‹to coiiteiido:
SAIBA MMIS
Inforinayñes adicioiiais sobre o coiiteiido e tenias afins:
SOLUT’'AO
Resoliicno passo a
passo de run problems oii exercicio:
 (
EXEMPLO
Explicocno
 
do
 
conte(ido 
oii
 
coiiceito
 
pariindo
 
de rtni caso
 
pratico:
CIIRIOSIDADE
Indica o‹te
)
PALAX'RA DO TUTOR
Uma opini?oo pessoal e particular ‹to aiitor da obi’a:
REFLITN
O texto destacado deve ser alvo ‹ie reflex?ao.
SUMARIO
Concep3ño de Educa$ño.	8
A importfincia histdrica no processo educativo.	8
As ciéncias da educapao.	10
A conceppao de pedagogia	11
A natureza e a especiacidade da educa ño: educa$ño e educa ñes.	13
Perspectivas atuais da educa ño.	15
A educapao nos dias de hoje.	16
O passado que nos guia.	17
Educapao Tradicionalista e Nova	18
A Educapao Popular.	18
A tecnologia, sociedade da informaqao e educapao	20
A sociedade e as novas tecnologias	21
A educa$ño no contexto das politicas piiblicas.	24
As pollticas pilblicas	25
A influéncia do Neoliberalismo	26
A Constituipao Federal de 1988	29
A Lei de Diretrizes e Bases da Educaqao Nasional de 1996 (LDB)	30
Plano Nasional da Educaqao (PNE)	31
Considera$iies anais.	32
 F dai entos da Ed c	o	7
IDAD
INTRODU$AO
t	Fun	e	Educa o	s
IHTRODU$AO
Iniciareinos nossa jornada com a definipño da palavra educapao. O que é educapño para vocé? Qual o significado real que ela tern para a sua vida? Faremos muitos questionamentos ao longo de todo esse traballio e esperamos que ao final vocé tenha uma visao niuito mais ampla sobre a ediicapao e coriipreenda todas as etapas que forarn percorridas ate chegar nos dias de hoje.
Conliecer os fundamentos da educapao é conhecer a origem de tudo e pensarrnos qiial foi o ponto de partida e para onde vamos. Entendemos que essa disciplina é a sustentapao de todo um processo educativo para conseguirinos compreender tambérn as ideias dos principais pensadores de diversas épocas e culturas.
Precisamos entender a liistñria e alguns pensamentos filosdficos para que possamos cliegar ate nos dias de hoje. O conceito de educapño atualrnente é muito diferente se coriiparado a outros tempos, feliziuente a educapao passou a ser vista como prioridade e essencial para todos os indivlduos. O conceito de escolarizar, formar e educar nño era discutido no passado, o que se entendia era que as pessoas eram expostas a diversos tipos de informapao sem que urn contexto fizesse parte da realidade de cada um.
Qual o cenârio da nossa ediicapao nos dias de hoje? Como podemos ter uma visao critica quanto a educapño e o educador? Temos que conipreender todas as ciéncias humanas que envolvem a educapao para que possamos de fato, compreender a forma corno atualrnente se pensa sobre educapño no Brasil e no mundo. Ao longo desta unidade letiva voce vai mergulhar neste universo!
Sejain miiito bem-vindos!
F dai entos da Ed c	o	9
OBJETIVOS
OU, seja bem-vindo a Unidade 1, nosso objetivo é auxiliar vocé no desenvolvimento das seguintes competéncias profissionais até o término desta etapa de estudos:
Compreender os parâinetros e a definipao do que é educaWao;
Identificar as diferentes naturezas da educapao;
Analisar as perspectivas do cenârio ediicativo atual e o irnpacto no ambiente escolar;
Reconhecer a importñncia das Politicas Publicas e sua hifluéncia no âmbito ediicacional.
Entao? Esta preparado para uma viagem sem volta ruiuo ao conliecimento? Ao traballio!
10	Fundamentos da Educa9iio
Concepqño de Educaqño
A educapao passou por rnuitas transformapfies ao longo dos anos, foi pensada e repensada. Podemos dizer que o seu conceito é ainplo e baseado em muitas teorias fundamentadas. Devemos enxergar esse tema tainbém como rim ato cientlfico e nño somente urn ato de amor e vocaqao. Através das trocas de experiéncias entre professores e estudantes é que podemos realmente ter em mente o que niais define essa palavra. Educapño é, portanto, nao somente um ato de amor rnas de experiéncias vivas dentro de sala de aula e o que essas experiéncias podein trazer para os nossos aliinos.
Muitos rnovimentos histfiricos foram responsaveis para que essa definipao sobre o que é ediicapño, fosse pensada e repensada. Outras ciéncias foram importantes nesse processo e tiverani um papel fundamental para que pudéssernos chegar a uina definipao sobre o que é educapño nos dias atuais.
Para vocé, aluno que esta estudando pedagogia, é irnportante ter domlnio dessa ciéncia teñrico-pratica, nos ajudando a ter nopoes sobre o indivlduo em seii processo em formapao e desenvolvirnento, no mundo e na cultura que o seu aluno esta inserido. Somente na pratica é que consegiiimos ter uma maior definipno sobre o que é educapño, para que ela serve e a quern.
A importancia histfirica no processo educativo
Na Grécia Antiga, os paidagogos eram escravos que tinham como tarefa iinica levar os filhos dos senhores feudais ate a escola, on seja, essa vigilancia e acornpanhamento era denominada de paidagogia. Nos dias attiais, o ternio pedagogia possui outras definipñes bastante diferenciadas dos paidagogos daquela época.
Fundamentos da Educa9ño	If
Podemos dizer que trés tradipñes de esttidos educacionais foram responsaveis para que chegassernos ao nosso cenario atual:
A tradipao francesa sob o pensamento sociolfigico de Emile Drtrkheim (1858-1917). E considerado um dos pais da sociologia e fiindou a escola francesa. Durkheim considerava que poderia haver combinapaoentre a pesquisa emplrica e a teoria sociologica. Muito conliecido corno urn dos melhores tefiricos sociais.
A tradipño alerna sob as fundamentapoes filosñficas de Johann Friedrich Herbart (1776-1841). Foi psicfilogo, filfisofo, pedagogista e fundador da pedagogia corno uma disciplina académica.
A tradipno ainericana sob a reflexño de Jolin Dewey (1859-1952). Foi pedagogista, pedagogo e filosofo.
Emile Durkheim posicionou-se no final do século XIX e inicio do seculo XX e conceituou, pela prirneira vez, o termo “pedagogia”, educaqao e as ciéncias da educaqao. Nesse caso, o termo é definido segundo podenios notar nas reflexoes de (GHIRALDELLI, 2006 p. 48):
[...] o fato social pelo qual uina sociedade transmite seu patrimñnio cultural e suas experiéncias de uina gerapao mais velha para uina mais nova, garantindo sua continuidade histñrica.
Diante dessa afirmapao, podemos dizer que o termo pedagogia é um tanto utfipico, on seja, nao existe urna iinica definipao sobre o conceito de educaWao. O termo é muito mais abrangente e complexo do que podemos imaginar e, miiitas vezes, nño é de facil compreensno. Portanto, quando pensamos em educapao, temos que ir inuito alérn de uma definipao curta e simples.
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Figura 1: Educa âo em sala de aula
Fonte: Pixabay
As cien cias da educaqâo
As ciéncias da educapño sao compostas inicialmente pela psicologia e pela sociologia. Na fundamentapño filosfifica de Durkheim, a sociologia veni ao encontro da substituipao da filosofia corn a ideia de propor alguns fins para a educapao. Ja a psicologia surge para favorecer os meios e os instrumentos mais adeqiiados na pratica da didatica.
Para Herbart, ciéncia e pedagogia estno intrinsecamente ligadas e esse pressiiposto esta enraizado em nosso sistema ate hoje, ou seja, ediicapao e pedagogia nao podein estar separadas pois fazeni parte de um mesmo caminlio. E o que podemos observar nas re8exñes de (HEIN,2014, p.05):
O estudo das ideias pedagñgicas nao é apenas uma iniciapao da filosofia antiga ou contemporanea, menos ainda ao resuino do que foi dito pelos filñsofos sobre a educapao. Mais irnportante do que dar a possibilidade de ter conhecirnento tefirico sobre a educapao, esse esttido forma nos educadores uma postura que deve passar por toda a pratica pedagfigica. Essa postura deve induzir o educador a re8etir radicalmente
Fundamentos da Educa9ño	13
diante dos problemas educacionais, levando-os a tratar desses problemas de maneira séria e atenta.
Para nñs educadores, ter o conhecimento tanibém da filosofia, sociologia e histfiria auxilia na pratica educativa e torna as ideias rnais concisas dentre o cenârio atual. Sao elementos basicos e que podem nos oferecer recursos tambérn na pratica em sala de aula. Teoria e pratica devem sempre estar em acordo, mrna faz parte da outra. Nao devernos nos ater somente a pratica sein que tenliamos mrna fiindamentapao teorica e, por outro lado, nao existe teoria sem qrte exista tambérn a siia pratica. Uma compleinenta a outra. Pratica e teoria devem estar sempre juntas em uma niesma sincronia. E o que afirma (HEIN, 2014, p. 6):
Para isso, é preciso fazer uin exerclcio basico: ter acesso as fontes do pensamento pedagdgico. Qiiando recorreriios as fontes basicas do pensamento pedagogico, nño estanios realizando um ato abstrato ou abstraido da realidade. [...] Estudar a teoria ediicacional é aceitar um convite para a alao individual e coletiva. Por isso mesmo, nenhiima questño pode ser banalizada. Pelo contrârio, todos os aspectos da realidade precisani ser constanternente elaborados, trabalhados e submetidos ñ reflexño. Aléin da leitura sempre importante, o questionainento, a pergunta, o dialogo, o debate e a discussao organizada sño as bases para o habito de pensar.
A concepqâo be pedagogia
O termo pedagogia esta intrinsecariiente ligado a educapao e didatica, tanto historicarnente quanto funcionalmente. Em seu sentido mais amplo, a pedagogia engloba muitos terrnos e nao podemos nos ater simplesmente a urn iinico conceito. Antigamente sua definipño estava inais proxirna da escolha dos estudos e da maneira de pensar. Alain Prost (1982) fundamenta Lima definipño inais ampla colocando em seu significado a relaqao dos aliinos com o saber.
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Corn uma visao rnais construtivista, Libâneo (2004) remete ñ ideia de que a pedagogia nño esta somente ligada ao professor, ao aluno ou ao saber, rnas a jumao desses trés elementos. O objeto de estudo principal é a relaqfio entre aluno e professor através de suas experiencias e seus conliecimentos cornpartilhados.
Para John Dewey (1899), a pedagogia é uma “reconstnipao continua” que engloba a experiéncia passiva das crianpas e também sems questionamentos e conceppoes. Podemos, entao, afirinar que a pedagogia esta relacionada as experiéncias no ñriibito educacional. Ela pode englobar tanto o plano de alao, quanto a realizapao de projetos e outras facetas e caracteristicas ligadas a educapño.
Segundo (HEIN, 2004, p.8-9), esses conliecimentos podem ser destacados:
A ciéncia pedagfigica abarca diferentes conhechnentos: condutas pedagdgicas, conhecimento das disciplinas (programas e conipeténcias), conhechnento de metodologia (organizapao do trabalho docente), conhecirnento cientlfico (ciencias da educaWao, do conhecimento, sociais etc.), conheciinento pedagogico e de apao para vinculapao do conliecirnento do aluno as condipoes do exercicio de educar.
Dessa forma, é possivel concluir que o termo pedagogia trata de subdivisoes de outros termos intrlnsecos no que se diz respeito a ciéncia pedagogica. Esses conliecimentos nao estño somente em sala de aula, mas no dia a dia, no relato das experiéncias vividas e na culttira de cada um, on seja, no individualismo e tainbém naquilo que nos une como seres humanos.
Um ponto miiito importante a ser definido nessa conceppao é a individualidade histñrica. Nao podemos aprender as definipoes seni que possamos tambérn cornpreender nossa histñria, os acontecimentos e todos os fatores que desencadearam para que chegassemos nos atuais.
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Baseado nos conceitos estudados ate agora, reflita: O que significapedagogia para vocé? Como professor, quais os critérios utilizoia para que sua sala de aula fosse a mars harmoniosa possivel? Escreva sua resposta em seu cademo e compartilhe suas ideias com seus colegas!
A natureza e a especificidade da educaqño: educaqño e educaq0es
Existern muitos fatores que diferenciam o homem dos animais, um deles é o conhecirnento. O ato de pensar é um fenñrneno prdprio da rata humana, pois o homem necessita produzir sua existéncia todos os dias, ao contrario dos animais que se adaptam facilmente em seii ambiente e tern a sua existéncia garantida. O homem precisa utilizar de diversos recursos para que sua existéncia esteja intacta.
Nesse pressuposto, a educapao se faz necessaria ao homem corno afirmapao do processo de trabalho, sendo que ela mesrna é um processo de trabalho. Alérn disso, existe a subsisténcia material, pois os seres humanos precisam dos bens materiais. Obviamente a educapao nño se enquadra em bens materiais, rnas favorece para que o homem os consiga através do trabalho e do estudo.
Quando falamos a palavra “educapño” nño nos referimos somente o ato de educar, passar conhecimentos ou instruir, e sim a uma visño muito mais ampla. Como ja vimos, a educapao possui multifacetas que nao podem ser desconsideradas. Lembre-se que para sobreviver o homem precisou utilizar diversos recursos e, muito deles, complexos — que sd foram possiveis a partir da aprendizagem e da ediicapao.
16	Fundamentos da Educa9iio
Segundo Saviani (2008), a educapao tern a ver corn “ideias, conhecimentos, conceitos, valores, simbolos, habitos, atitudes, liabilidades” e que sao elementos exteriores ao homem. Ou seja, ele aprende esses elementos através da educapao, por essa razño é que podenios dizer que nao se trata somente de rim fenomeno proprio do homem, rnas tambérn unico, capaz de transformar valores e ideias.Assirn, o objeto da educapao é a assimilapao da cultura do individuo e sua formapao sobre ela na descoberta de adqiiirir tais objetivos.
Figura 2: Conhecimentos na Educar.
Fonte: Gettyimages
E o que sugere Savini (1984) em suas re8exoes:
Conseqiientemente, o trabalho ediicativo é o ato de prodrtzir, diretaeintencionalmente, erncada individiio singular, a humanidade que é produzida histfirica e coletivamente pelo conjunto dos hoinens. Assirn, o objeto da educapao diz respeito, de urn lado a identificapño dos elementos culturais que precisam ser assimilados pelos individuos da espécie humana para que eles se formem humanos e, de outro lado e concomitantemente, a descoberta das formas mais adeqiiadas para atingir esse objetivo [...] a cornpreensño da natureza da
Fundamentos da Educa9ño	17
educapño enquanto um trabalho nao-riiateria1 cujo prodiito nao se separa do ato de produqao nos permite situar a especificidade da ediicapao como referida aos conheciinentos, ideias, conceitos, valores, atitudes, habitos, sirnbolos sob o aspecto de elementos necessârios a forinapño da liumanidade em cada individuo singular, na forma de uina segiinda natureza, que se produz, deliberada e intencionalmente, através de relapoes pedagdgicas historicainente determinadas que se travarn entre os homens. (SAVIANI, 1984, p.2, 6)
A partir dessa teoria é que abriram-se novas perspectivas e conceitos quanto aos diferentes tipos de educapao e suas especificidades através das ciencias:
cn Ciéncias da ediicapao (voltada a diversidade e estudos pedagogicos);
Ciéncias da nattireza (preocupada corn os fenñnienos natiirais);
Ciéncias humanas (voltada aos fenñmenos ciilttirais).
Podemos compreender, entao, que nao existe um unico tipo de educaqao, rnas sim diversas “educapoes”, seja em seu sentido amplo ou restrito.
Perspectives atuais da educa ño
Daremos inicio a mrna disciissño e re8exao sobre a educapño e a sala de aula contemporânea. O conceito de educapao sofreu diversas modificapñes ao longo dos anos devido a muitos fatores que discorreremos ao longo deste capitulo.
Te convidamos a fazer uma reflexno dos iinpactos dessas mudanpas dentro da sala de aula e urna cornparadao entre a sala de aula nos tempos antigos da sala de aula nos dias atiiais. Vocé acredita que exista algiima diferenpa?
Nessa trajetfiria, disciitiremos os principais momentos
18	Fundamentos da Educa9iio
histfiricos e pessoas que influenciaram diretainente essas inudanpas. Sabeinos que o assunto é bastante extenso, porém a intenpao é fazer corn que vocé possa compreender as principais etapas desse processo e a importñncia desse tema para a sua forrnapño profissional coino docente.
A educapño nos dias de hoje
Ha uma grande preocupapao quando se trata do termo “educaWao” eni nosso pais. O tema é extenso, complexo e multifacetado. Porérn, quando falamos em ediicapao nos referimos a urn processo completo, corno um todo.
Quando vocé pensa em educapño, o que vein em mente? Vocé acredita, como futuro professor, que a educapao pode ser rnelliorada em nosso pais? Como podemos rnodificar as perspectivas educacionais nos dias de hoje? Ha, de fato, inuitas indagapoes que ainda pairam sem nenhiiina resposta por sua complexidade.
As duas ultimas décadas do século XX foram marcadas por miiitas rnudanpas tanto na esfera socioeconñmica e politica quanto na cultura, tecnologia e ciéncia. A globalizapao nos trouxe urna coniunicapño coniurn para todas as pessoas de uma maneira miiito rapida, qiiase que instantñnea. Muitos inovirnentos sociais ocasionaram modificapoes no cenario mundial. Quem nño lembra, por exernplo, da queda do muro de Berlim?
Hoje em dia as pessoas estao tño ligadas a tecnologia que muitas ja nao conseguem sirnplesmente fazer uma unica aqño sem iisa-la. O celular e as redes sociais passaram a ser parte integrante na vida cotidiana das pessoas e quando elas nao podem utilizar esses recursos tecnolfigicos e como se fossem desmembradas, ficando evidente que nos tornamos dependentes dessa tecnologia.
Um questionamento importante é: corno essa tecnologia
Fundamentos da Educa9ao	19
pode influenciar no sistema educacional? Como podemos falar do futuro da educapño sem rnencionar todos os problemas que enfrentamos todos os dias? Nossa intenpao é que possamos nos apoiar nas praticas de pesquisadores e filfisofos para que eles possam nos dar algiim direcionamento para o futuro. Futuro este que ja é arnanha e em rneio de tantos questionamentos, corno serao as perspectivas da educapao visando o que ternos em vista hoje?
Ha uma grande preocupaqao de educadores diante a essa dernanda avassaladora das tecnologias, pois nao podemos viver sern ela e ao mesmo tempo nño podemos perrnitir que ela interfira tno exclusivamente em nosso cotidiano. Consequentemente, criam-se algumas estratégias educacionais a firn de diminuir a sensapâo de rnedo diante do futuro.
O passado que nos guia
Para cornpreender todas as questñes do nosso presente, prirneiro devernos conhecer nosso passado, pois é a partir dele que conseguimos enxergar algumas vertentes e tentar achar algumas respostas para o futuro. Quais seriam os valores e praticas educacionais que nos rnarcaram que ainda possuem forte influéncia no presente? Sabernos que muitas perspectivas teñricas simplesmente desapareceram, porérn outras ainda fazem parte do nosso dia a dia.
Pensando no processo educativo de vinte anos atras, corno vocé o compara corn o sistema educacional do atual? No seu modo de ver, dual desses processos é mars coerente e por qué?
20	Fundamentos da Educa9iio
Educapiio Tradicionalista e Nova
A educapao tradicional ocorreu primeiramente na sociedade de classe escravista e para uma minoria. Esse modelo de educapao apresenta como caracteristicas o ensino centrado no professor — o dual é detentor do saber —, o conteudo exposto de forma oral, conteildo apresentado ao aluno fora do seu contexto e a iitilizapño da memorizapfio através da repetipao como forma de aprender. A escola tradicional teve o seu declinio no movimento renascentista, porérii muitas de suas caracteristicas ainda estño enraizadas nas salas de aula. Muitas instituipoes ainda adotarn o regime tradicional e podemos dizer que inuitos professores tambérn utilizam de recursos e inetodos tradicionais.
A educapao nova, ou escola nova, teve seu inicio nas ideias de Rousseau e nos trouxe muitas conquistas, principalrnente no campo da ciéncia e metodologias do ensino. A escola nova veio com a proposta de renovar o método de ensino da escola tradicional, nesse modelo o aluno passa a ser o centro da aprendizagem, os conteiidos passain a ter significados e as atividades passam a ser variadas. No entanto, caracteristicas tanto da educapao tradicionalista corno da nova, estao enraizadas em nosso sistema de ensino.
Considerando a importância de trabalharinos dentro do contexto em que o aluno esta inserido, um avanpo este que pudernos perceber entre a Educapao Tradicional e a Escola Nova, vamos conhecer um poiico rnais sobre a educapao popular.
A Educapiio Popular
A ideologia de educapao popular se deu nos anos 60 por Paulo Freire. Houve uma reflexao profunda na dual a organizapao deveria fazer parte do processo educativo, ou seja, a transformapño tambérii estava no modo de organizar-
Fundamentos da Educa9ño	2.1
se. Para (HEIN,2014, p.57), podemos discorrer que:
Estamos trapando urn caminho para mudanpa da prñpria funpño social da escola. Entre os educadores, chamamos essa nova educapño de educapao popular. Nño que ela seja destinada somente is carnadas populares, rnas pelo seu carater popular, socialista e democratico.
A educapao popular no seu método tefirico recapitulado, tern oferecido grandes possibilidades e diretorios, desde o pensamento da reforma dos sistemas da escolarizapao publica ate as novas reestruturapoes no modelo de praticas pedagdgicas que foi, sem duvida, uma grande contribuipao da Arnérica Latina diirante niuitos anos. A perceppao da aprendizagem a partir do conhecimento do sujeito e de ensinar a partir de palavrase temas que estejam relacionados ao seu contexto
— seii dia-a-dia —, propicioii uma nova transforrnapño social e politica da educapao, fazendo critica direta a pedagogia universal.
Para Hein, as definipoes de educapño popular vao rnuito mais além:
Estamos falando, entao, de urna nova fase da educapño. Nessa fase a democracia nño pode ser apenas mrna recomendapao, corno os teñricos da educapao dos anos 1970 diziam. A educapao, para ser instrumento de paz, precisa ser rim resultado da luta, do rnovimento popular. Atiialmente, muitas organizapoes de educadores pelo mundo estao se desenvolvendo. A intenpao é fortalecer suas entidades para contribuir com uma nova conceppao da ediicapño. Essa conceppño nao sera inais fruto da elaborapño teorica de algurn pensador, filosofo ou expert da educapao. As alternativas educacionais populares sao, necessariarnente, o resultado de mrna luta pela organizapao do poder popular. Mas nao podemos considerar que essa luta dispensa criapño e a reinvenpao (pedagogia da imaginapño) de novos meios educacionais. Alérn disso é preciso incorporar as conquistas da ciéncia, da
22	Fundamentos da Educa9iio
técnica e da tecnologia. (HEIN,20I4, p.66)
Ja que estamos considerando o contexto histfirico, vamos entender agora coino a tecnologia in8iiencia a educapno.
A tecnologia, sociedade da informapiio e
educa$ño
O crescirnento das tecnologias foi muito impactante para todas a areas e, por consequéncia, muitas habilidades que ate entao nao eram praticadas passaram a ser desenvolvidas nesse gigantesco avanpo. E o mundo conectado corn ele mesriio, numa rapidez de informapao que cliega a ser absurda. Todas as pessoas tém acesso a inforrnapao de forma muito rapida e pontiial e sabemos que essa realidade nao corresponde ao passado.
Outra caracteristica inuito importante para esse “arrebatamento” tecnologico esta no sentido da prñpria linguagem. Ha diferentes formas de expressao e de linguagem nos dias atuais. Podemos citar a linguagem da televisao, da informatizapao e da internet. Criarain-se novas perspectivas, novos conceitos e valores completaniente diferentes das décadas passadas.
Uni exemplo disso é o proprio uso do computador. Perceba que para pessoas mais velhas, usar essa ferramenta é nma tarefa que para por vezes chega a ser mrna missfio quase impossivel, enquanto as crianpas praticainente nascern informatizadas. E incrivel o doininio que elas possuem de manusear mrna ferrainenta tecnolñgica, é miiito comurn crianpas rnuito pequenas brincarem com tablets ou até mesmo celulares através de jogos educativos ou softwares voltados ao desenvolvimento infantil. Tudo isso porqiie elas téni acesso a esse tipo de reciirso e, dessa forma, a tecnologia faz parte do cotidiano. Chamamos de cultura digital o acesso na idade tenra para iiso das tecnologias.
Fundamentos da Educa9ao	23
Outra consequéncia importante relacionada a evolupao das novas tecnologias é a evoluqao da aprendizagem a distñncia, urna das maiores novidades deste milénio. O ensino a distancia e tambérn o ensino hlbrido, modelo que mistura o ensino on-line com o presencial, estao cada vez mais em alta e a tendéncia é que continuem crescendo. Vocé mesmo esta usufruindo deste conceito de uma nova educapao, a educapao a distfincia, conhecida tambérn como EAD.
Infelizmente ainda falta muito para que os sistemas educacionais avancem significativamente no mesmo passo que a tecnologia. Ainda ha muito o que fazer no que se diz respeito sobre a comunicapao audiovisual e da informatica, o que faz corn que acaba-se trabalhando com recursos tradicionais. Vale lembrar que os jovens estao em outra linguagem e quando retardamos um conhecirnento, podemos ter muitos problemas nesse sentido, ate mesmo a falta de motivapao no sistema educacioiial.
Diante as demmdas tecnolñgicas, vocé acredita que utilizar recursos, como notebook, celular, data show, tablets etc. em sala de aula é algo que promove o desenvolvimento do individuo? Quais recursos tecnolfigicos vocé utilizaria e quais nâo utilizaria com seus aliinos?
A sociedade e as novas tecnologias
Vivernos da era do conhecirnento, a todo instante ha novidades tecnoldgicas e, devido a globalizapao, o processo das telecomunicapñes avanpa a cada segundo. Vocé pode notar isso quando percebe que o seu aparelho de celular,
 (
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) 
que nao tern urn ano, ja apresenta uma versño mais atual. A tecnologia parece estar de maos dadas com o tempo, isto é, arnbos nao param — é sempre um processo continuo. Segundo (GADOTTI,20I4, p 7):
As novas tecnologias perniitem acessar conliecimentos transmitidos nño apenas por palavras, mas tambérn por iinagens, sons, fotos, videos (hipermidia), etc. Nos iiltimos anos, a informapño deixou de ser nma area ou especialidade para se transformar uma dimensño de tudo, transforinando profundainente a forma como a sociedade se organiza. Pode-se dizer que esta em andamento uma Revoluqâo da Inforniriqâo, como ocorreram no passado a Revolugâo Agricola e Revolvqâo Inrltistrial.
As tecnologias nos trouxeram dernandas muito curiosas, pois o espapo educativo deixou de ser excliisivamente dentro do ambiente escolar, o espapo domiciliar tambéni se tornou um ambiente de conliecimentos quando tratarnos dos alunos de EAD, pois o local de estudos é dentro da prñpria casa. Algumas organizapoes nño governainentais, assiin conio sindicatos, associapoes, igrejas e etc., tambérn aderiram as tecnologias na difusao de conhecimentos e da formapao continuada.
Para Hebert MacLuhan, “o pluiietu tornoii-se ri nossa sala ale atilri e o nosso endereqo”. E o que cliamainos de ciberespapo, um local onde se esta em todos os lugares, podemos ate dizer que o ciberespapo é um “local onde se esta em lugar nenhum”, porque nao existe um enderepo fixo, cada local de inforinapño e de conhecimento é o seu ciberespapo.
Nesse pressuposto, poderiios afirinar que todo o conhecimento adqiiirido é considerado fundamental, ou seja, para que voce tenlia uina boa qualificapño é preciso que tenlia o basico desse conhecimento. Podemos citar, por exemplo,
o proprio uso dos cornputadores. Se o individuo nao tiver conhecirnentos basicos, flea muito dificil ele se candidatar
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em areas que exigem urna certa autonomia a esse recurso.
O grande desafio entño da escola é adequar-se a esse conhecimento no sentido de inovaWho as demandas das novas tecnologias e sua reestruturapao curricular. Nessa perspectiva, o professor passa a ser o rnediador desse conhecimento, pois
o aluno passa a ser o sujeito principal da sua formagño.
Podemos exemplificar usando vocé mesmo, aluno EAD. Vocé é o principal sujeito nesse processo educativo e constrdi seus conliecimentos a partir do que vocé faz, do que esttida e das suas pesqiiisas. O aluno EAD tern que ser proativo, disciplinado e muito curioso, so assim da-se por completo seu conhecimento.
E quern é o professor nos dias de hoje? E claro que nao podemos pensar em educapao sern o docente. O professor hoje é aquele que vive no seu tempo, deve estar sempre fazendo suas reciclagens e adquirindo novos conhecirnentos, pois ainda hoje eles mo somente transforrnam a informapao em conhecimento, como taiiibém formam pessoas. Este é exatamente o papel de nds, docentes, transformar e formar pessoas.
“	.g	»	,
Como seria a escola do futuro para vocé? O que ela deveria proporcionar para seus aliinos?
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A educaqño	no	contexto	das	politicas publicas
Neste tfipico, irernos falar um pouco sobre as politicas publicas no ineio ediicacional nao na sua complexidade, mas de maneira rnais objetiva para que voce possa compreender a irnportñncia desse tema como futuro docente.
O ideal de polltica é que seja uni sistema a favor e para o bem de todos, sem rnencionar que ela deve ser cornurn a todas as pessoas. Nao estamos nos referindo aqui a partidos politicos e sim a processos pollticos direcionados para o born desenvolviinento da napao.
Quando essa politica é direcionada para a ârea educacional, ternos que ficar atentoscorn todas as rnudanpas que ocorrern, pois como docentes, devemos sempre nos atiializar, visto que entendemos que as propostas politicas nao sño estaticas em nenhum sentido.
Enfrentamos todos os dias diversos problemas na ârea da educaqao e sabemos que ha muito para ser mudado, por essa razño é que se fazern necessârias as politicas publicas, para que elas possam aiixiliar ou ate mesmo amenizar muitos dos problemas que as escolas e os aliinos de todo o pais enfrentam todos os dias.
Como vocé pode notar, o tema é bastante extenso e delicado. Te convidamos para fazer re8exñes sobre o ineio escolar em que vocé esta ou ja foi inserido. No final deste tñpico, fapa uma breve sintese dos pontos mais importantes e procure pensar como voce, fiituro professor, pode ser e fazer a diferenpa dentro do seu espapo ediicacional. Reflita como as politicas publicas podem ajiida-lo a se desenvolver corno profissional!
Bons Estudos!
As politicas pfiblicas
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O termo se refere ao conjunto de medidas e procedinientos que demandam a orientapao politica da napao e fazern a regiilainentapño das atividades goveriiamentais relacionadas ao interesse publico, on seja, todas intenpoes que sao traduzidas em apoes, sño consideradas politicas publicas. Para ampliarmos esse conceito, recorremos as reflexoes de Terra (2017), que assim explica:
De acordo com esse conceito, as politicas publicas, sño aioes governamentais com a missao de atender a certas demandas da sociedade, tendo como objetivo satisfazer determinados interesses econñrnicos, pollticos, sociais e culturais. 0s responsaveis legais por elaborar e aplicar as politicas publicas sao aqueles que detém o poder publico; no entanto, esses podem aceitar propostas de movimentos sociais e organizapoes da sociedade civil, e tambérn fechar parcerias com empresas, sindicatos, entidades profissionais ou organizaqñes nao govemainentais (ONGS) para colocar as medidas na pratica. (TERRA, 2017, p. 74)
Agora, sim, futuro professor, podemos definir politicas piiblicas da seguinte riianeira:
Politicas piiblicas sño aqui entendidas corno o “Estado em alao”; é o Estado implantando urn projeto de governo, através de programas, de apñes voltadas para setores especificos da sociedade (HOLFLING, 2001, p.31)
Essaspollticaspublicastém sempreurnaintencionalidade e podem ser rnodificadas sempre que alguma legislaqao ou algo significativo mude em nosso pais, em outras pa1avras, é urn terreno rnuito movel e esta em constante atualizapao. Qualquer mudanpa que ocorra na esfera governamental pode influenciar diretaiiiente esse cenario.
Por sua vez, pleiteiam aplicapoes de recursos publicos e suas funpoes podem ser distribiitivas, redistributivas
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ou regulatfirias. Nas aplicapñes distributivas elas sao redirecionadas unicamente para o Estado e a sua finalidade é a distribuipao de bens e servipos para a sociedade em geral. Fazem parte das politicas distributivas a construpño de estradas, hospitais, escolas, transporte publico e etc.
Nas aplicapñes redistributivas, a principal caracteristica é destinar recursos, bens e servipos a sociedade e significam a repartipao de custos e beneficios sociais. Um exemplo disso é o proprio Bolsa familia ou programas corno o Renda Minima. Por firn, as aplicapoes regulatñrias constituern leis e regras para direcionar deterrninadas atividades, comportamentos e apñes. Podemos citar a CLT (Consolidapoes das Leis do Trabalho), a LDB (Lei de Diretrizes e Bases da Educapao Nasional) e etc.
Quando falamos de politica, nos referimos sempre a um sistema que deve estar relacionado ao bern comum e que atenda as demandas sociais. Note que politica nao é algo estatico, que esta em constante modificapao e é passivel tambérn de muitas interpretapoes.
Outro fator bastante significativo é pensar que todas as politicas publicas tern suas influéncias, sejam elas internacionais, nacionais ou locais. Estao sempre baseadas nos ideais de alguém ou de um grupo. UNICEF e UNESCO sâo exemplos dessas interferéncias internacionais.
A influencia do Neoliberalismo
Antes de iniciarmos a explicapño desse tema, pedimos que vocé fapa uma re8exao sobre o texto a segiiir:
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Vocé ja estudou que toda politica publica sofre influéncias extemas. Citareinos aqui o caso do Banco Mundial. Trata-se de uma instituipao financeira internacional que faz empréstimos para todos os parses em desenvolvimento, ou seja, o mesmo processo que acontece corn vocé quando precisa de um dinheiro a mars para fazer algum projeto, pagar uma dlvida, reformar a casa etc.
Todos sabern que a realidade brasileira na ârea da educapño tern uma situapao rnuito critica e precisamos de toda ajuda para essas demandas sociais, que nâo sao poucas. Desde a construpao de escolas, materiais escolares de qualidade ate o aumento de vagas em creches requer rnuito dinheiro. Por sua vez, o Banco Mundial oferece empréstimos pea que rnuitos desses problemas educacionais sejam sanados, ou mellior, sejam amenizados.
O Banco Mundial é o principal representante das ideias neoliberais e sempre traz consigo questñes de financiamento. Quando ele faz um empréstimo para a educapao, ele olha a educapño nas questoes de mercado e nâo porque ele é “bonzinho” e quer simplesmente ajudar.
Baseado nessa explicapao, vocé acredita que possa existir uma outra maneira de nos poupn da dlvida externa e encontrn subsidios em favor dos problemas da educapao?
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Entende-se por neoliberalismo um principio socioeconñmico que tern como ideal a nño participapño do Estado na economia e pode ter livre dominio sobre o mercado para a melhoria da napao, gnantindo um grade crescimento econñmico e social do pais. Para os neoliberalistas, o Estado nâo pode ter total supremacia, muito pelo contrario.
Quando se trata de educapño, o neoliberalismo defende a ideia de que a crise educacional e uma expansao desordenada devido aos seus sistemas educativos e que essa crise pode gerar influéncias diretas nas praticas pedagdgicas e de gestao. Para o ponto de vista neoliberal, a crise é direcionada por questoes administrativas e de gestao e nño no que se refere a democratizapao da escola.
O neoliberalisrno insiste no pressuposto de que a escola tern muitas defasagens de funcionamento por conta de auséncias de urn verdadeiro mercado educativo e nño por outras questñes, sejam elas internas ou extemas. 0s grandes viloes da educapao para os neoliberalistas sño o Estado, os sindicatos e todas as organizapoes que defendem a educapao publica para todos.
Quer saber mais sobre esse assunto, aproveite nossa dica: “Liberalismo e educa3ño em debate”. LOMBARDI, Jose Claudinei; SANFELICE, José Luis. Ed. Autores Associados.
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A C/onstituipiio Federal de 1988
A Constituipao Federal de 1988 foi um rnarco de profunda importancia para as politicas educacionais num cenario de democratizapño da educapño e redemocratizapao do pais. Quando, pela priineira vez, a educaqao passou a ser uin direito do cidadao e dever do Estado, representou mecanisrnos de desenvolvimentos, tanto pessoais como em relaqao da propria sociedade. O objetivo era que o individuo tivesse garantia plena em sua propria realizapao, além de promover o exerclcio da cidadania e qualificar o individuo para o mercado de trabalho.
Podemos elucidar mais esses principios com a reflexao de (BOBBIO,I992, p.25):
[...] os direitos fundanientais on direitos humanos sao direitos histdricos, on seja, sao frutos de circunstancias e conjunturas vividas pela humanidade e especificaniente por cada um dos diversos Estados, sociedades e culturas. Portanto, ernbora se alicercem numa perspectiva jusnaturalista', os direitos fundamentais nao prescindem do conhecimento estatal, da inseriao no direito positivo.
Veja a seguir o artigo 205 da constituipao federal que fala sobre a educapao:
 (
Art.
 
205.
 
A
 
educapño,
 
direito
 
de
 
todos
 
e
 
dever
 
do
 
Estado
 
e
 
da familia,
 
sera
 
proniovidae
 
incentivada
 
com
 
a
 
colaborapño
 
da sociedade,
 
vismdo
 
ao
 
pleno
 
desenvolviinento
 
da
 
pessoa,
 
seu
prepno
 
para
 
o
 
exercicio
 
da
 
cidadania
 
e
 
sua
 
qualificapao para o
 
trabalho.
Constitui$ño Federal de 1988
)
'A teoria jusnaturalista é fundainentada pelos direitos humanos e que esses sño fundameutais.
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Neste artigo, é notñrio que a Constituipao deixa claro que tanto o Estado quanto a familia devern assegurar o direito a educapao. O Estado deve proporcionar meios para que o individuo possa adquirir dos seus direitos e a familia tambérn tern o seu papel muito importante, precisa servir como base e guia no processo do desenvolvimento educacional.
O artigo 209 explica que a educapao deve ser obrigatñria e gratuita em todos os seus niveis e modalidades de ensino, tambérn para pessoas que nunca tiveram acesso a educapao, na rnodalidade de Educapao de Jovens e Adultos (EJA). No inciso IV do mesmo artigo, diz-se sobre a educapao infantil e o dever do Estado em garantir o direito as crianpas de ate 5 anos em creches e pré-escolas.
Como vocé pode notar, a Constituipño Federal de 1988 revolucionou conceitos que até entao nao eram vistos ou praticados. Por ter um conteiido rnuito vasto, sugerimos que vocé fala a leitura de toda a Constituipao e analise a importancia que cada artigo ou inciso tern na histfiria da educapao brasileira.
Por que mesmo o Estado sendo obrigado a promover a educapao pea crianpas de até 5 nos, muitas crianpas nao estao nas creches por falta de vagas? O que vocé faria se tivesse autonomia para modificar uma questâo coino essa?
A Lei de Diretrizes e Bases da Educapño Nacional de 1996 (LDB)
Tambérn conhecida como Lei Darci Ribeiro, n° 9.394, de 20 de novembro de 1996, é cornposta por nove titulos e 91
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artigos. Houveram algumas modificapoes, entre elas em 20 de maio de 2014, corn nove titulos e 92 artigos e em 2013 ja havia sofrido 32 emendas.
As diretrizes correspondem as modalidades da organizapño da educapao aos ordenainentos da oferta, aos sistemas de conferencia de resiiltados e procedirnentos para articulapao de infraestrutura. Nas diretrizes, encontrainos o conteudo de formulapao operativa. As Bases correspondern as vigas de sustentapao em que o sistema educacional é fundainentado (CARNEIRO,2004).
Nesta nova perspectiva, o Estado redirecionou o seu papel e fez alterapñes significativas na legislapao educacional com a ideia de adotar novos metodos de gestao piiblica. A LDB agrega alguns valores e deveres que estavarn em pauta e promove algumas discussoes, principalinente na questao sobre o financiamento da educapao, pois é sabido que nosso sistema de financiamento possui muita defasagern entre todas as esferas governarnentais, sejam elas federais, estaduais ou miinicipais.
Para compreender sobre todas as questoes da LDB, inais mrna vez convidainos vocé para que fala uma leitura completa dessa lei, pois nosso objetivo é que vocé tenlia consciéncia dos principais apontamentos do cenario polltico educacional brasileiro.
Plano Nacional da Educapño (PNE)
O PNE visa assegurar a todos os individiios que tenhani condipoes basicas na qualidade da educapño, sancionado pela presidente Dilina Rousseff em 25 de juiiho de 2014. Constittii-se por um conjunto de estratégias e metas que pretende subsidiar as necessidades educacionais do pais. Existent 20 metas fixadas pelo PNE (2011-2020), algumas delas bastante ambiciosas se analisarmos o quadro real educacional brasileiro.
 (
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) 
Consideraqdes finais
Nossas perspectivas relacionadas a educapño estfio enraizadas eni fundamentos antes rnencionados, como ja estudamos. As teorias e pensamentos de estudiosos na ârea nos ajiidarain para que piidéssemos coriipreender todo o processo ediicativo. As niudanpas significativas ao longo de muitos anos permearam carninhos que ainda seguimos e algumas trilhas que, com certeza, ainda percorreremos por um born tempo.
Diante a essas mudanpas, nos deparamos com a crescente informapao pela Globalizapao e o uso das novas tecnologias. Viver nos dias atuais com tanta diversidade nfio é uma tarefa facil, porque tudo muda em uin espapo muito curto de tempo. A inforinapao se da de mrna maneira tño agil, que nos espanta. A internet, as redes sociais e os recursos tecnolfigicos fizeram com que o homem contemporâneo se tornasse um ser totalmente inforinatizado. E quando falamos do individuo no seii processo de inforrnapño, o assunto é ainda mais complexo, pois ele é o progenitor do seii conhecimento.
Esperamos que vocé tenha conipreendido a importância desses temas como futuro docente, porque vocé tambérn sera responsavel pelo uso dessas tecnologias juntamente corn seus alunos. Recicle, fala pesquisas, estude, se attialize!
Desejamos que suas perspectivas sobre a educapao sejam sempre positivas!
Esperamos que vocé tenha refletido sobre os apontamentos referente ao nosso tema e consiga enxergar agora a irnportfincia sobre as politicas publicas na ediicapao. Visando nossa realidade, sabemos qrte ha muito para ser mudado, rnuitos questionamentos ainda nño foram sanados e continuam pairando no esquecimento.
Nosso sistema educacional precisa ser melhorado sim, isso é fato, porém é essencial que voce tenha compreensao
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sobre a dimensao dessas estrtituras e o impacto que elas exercern no ânibito da ediicapño.
Queremos que todos tenham acesso a unia educapao de qualidade, que possam se desenvolver como individuos dentro de uma sociedade e tanibém corno profissionais, que tenham qua1ificaWao e ascensao no trabalho.
Queremos que todas as crianqas estejam na escola, que as maes possam deixar seus filhos na creche para poder trabalhar. Que todos tenham direito a Ediicapao Superior.
Acreditarnos que esses desejos tambérn sao os seus! Por essa razao, nosso objetivo maior como docentes deve ser sempre em favor do crescirnento e desenvolvimento da napño!
36	Fun	e tos	Educa o
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