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AVALIAÇÃO PRÉ-ANESTESICA

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Página 1 
 
AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA CAMILA MARTINS 
 
AVALIAÇÃO PRÉ ANESTESICA 
INTRODUÇÃO 
5-10% das grandes cirurgias tem como 
desfecho morte nos primeiros 30 dias (ICC, 
IAM, AVC) – 50% dessas mortes eram 
preveníveis. Em 2009 começaram a ser 
publicados os guidelines de anestesiologia 
para reduzir esses números. 
Segurança do paciente cirúrgico: consulta 
pré-anestésica (consentimento informado, 
aviso de cirurgia e reserva de sangue, 
protocolo de TEV, protocolo de controle de 
dor, antibioticoprofilaxia assim que possível 
– geralmente no primeiro acesso venoso – 
reconciliação de medicamentos – quais 
medicamentos devem ser suspensos e 
quando podem ser reinseridos) 
OBJETIVOS DA CONSULTA 
Consulta pré-anestésica: é obrigatória e 
deve ser feita de 7-10 dias antes da cirurgia 
(para dar tempo de interromper 
medicações ou pedir outras consultas com 
especialistas) 
A estratégia anestésica é decisão soberana 
e intransferível do anestesista. 
Obtenção do termo de consentimento 
esclarecido. Também é função do 
anestesista checar as condições mínimas de 
segurança. 
ESTRATÉGIA ANESTÉSICA: TÉCNICA, 
MONITORIZAÇÃO, CONTROLE DA DOR 
PÓS-OPERATÓRIA, CUIDADOS PÓS-
OPERATÓRIOS. 
Diagnósticos de comorbidades que alteram 
conduta: 73% história clínica + exame físico. 
(a gente tenta diagnosticar apenas 
comorbidades que alterariam a conduta 
anestésica. 
3% exames complementares 
6% exames complementares especiais – 
geralmente para estratificar o estado de 
uma comorbidade já conhecida 
Se o paciente tem um IMC normal, não 
precisamos derivar essa informação. Se o 
IMC for elevado temos que fazer o peso 
corrigido. 
Em pacientes com IMC elevado temos que 
ter, então, o peso real, o peso ideal e o peso 
corrigido – depende do fármaco a ser 
utilizado ou equipamento necessário. 
COMORBIDADES (HAS, DM2, ASMA, ICC): 
devemos investigar tempo, gravidade, grau 
de controle, exarcebações, tratamentos 
prévios e natureza limitante. 
ANTECEDENTES: etilismo, tabagismo, 
tóxicos, hemotransfusão, QT, RT, data da 
última menstruação. 
SUSPENDER O TABAGISMO O QUANTO 
ANTES: a morbimortalidade se altera com 8 
semanas de cessação. Não parar entre 12 e 
48 horas – há aumento do volume de 
expectoração 
 
Página 2 
 
AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA CAMILA MARTINS 
 
 
 
MAIORES INCIDÊNCIAS DE ALERGIAS: BNM, 
Látex, ATB, Colóides 
Quando suspeitar que o paciente tem 
alergia à látex? Exposição múltipla 
(profissionais da saúde), defeitos do tubo 
neural, anomalias urogenitais, intolerância 
à banana, kiwi, abacate abacaxi, maracujá e 
frutas secas. 
ANTECEDENTES ANESTÉSICO-CIRÚRGICO: 
perguntar qual método foi feito e se houve 
alguma intercorrência. Precisamos levar em 
consideração também o limiar de dor do 
paciente. 
INTERCORRÊNCIAS MAIS FREQUENTES: 
náusea e vômitos. Fatores de risco: mulher, 
não fumante, história de náusea e vômito 
pós-operatória e uso de opioides no pós-
operatório. Se tiver muitos fatores de risco, 
fazer profilaxia. A técnica locorregional tem 
menos náuseas e vômitos. Propofol é um 
dos melhores anti-hemeticos. A geral 
venosa tem menos náuseas e vômitos do 
que a inalatória. 
SEMPRE FAZER A PREDIÇÃO DE VIA AÉREA 
DIFÍCIL: Mallampati, abertura de boca, 
distância externomentoniana, distância 
tireomentoniana, forma do palato, espaço 
submandibular, mobilidade cervical, 
comprimento do pescoço, espessura do 
pescoço, protrusão da mandíbula, incisivos 
superiores e inferiores. 
 
 
PREDITORES DE VENTILAÇÃO SOB 
MÁSCARA DIFÍCIL: IMC > 26, Idade > 55 
anos, Ausência de dentes, Presença de 
barba, História de roncos 
EXAMES COMPLEMENTARES 
Ineficientes para diagnóstico!! Só atrasam e 
agregam custos – investigar apenas o que 
em potencial pode alterar a conduta. 
HT/HB 
Pode precisar de hemotransfusão mais 
precoce 
• Cirurgias com sangramento 
importante 
• Doença hepática (não produzem 
fatores K dependentes) 
• Extremos de idade 
• História de hemorragia 
• Doenças hematológicas (distúrbio 
de coagulação) 
FUNÇÃO RENAL: 
Condições que causam redução da função 
renal – devemos estratificar a gravidade 
para ajudar na decisão clínica 
• Diabetes 
• HAS 
Página 3 
 
AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA CAMILA MARTINS 
 
• Cardiopatia 
• Desidratação 
• Anorexia/Bulimia 
• Doença renal 
• Doença Hepática 
• Quimioterapia 
• Hematúria 
• Oligoanúria 
• Transplante Renal 
FUNÇÃO HEPÁTICA: 
 em casos de grandes suspeitas ou para 
estratificar a gravidade – altera o 
metabolismo de alguns fármacos, pode 
mudar totalmente a conduta 
• História de lesão hepática 
• Sinais de Cirrose 
• Sinais de Hipertensão Portal 
• Icterícia 
• Doença da Vesícula Biliar 
• Distúrbios hemorrágicos 
TESTE DE COAGULAÇÃO: 
• História de coagulopatia – 
identificar a magnitude 
• Antecedentes de hemorragia 
intraoperatória 
• Doença hepática conhecida 
• Uso de anticoagulantes ou outras 
drogas que afetam a coagulação 
• Cirurgias com potencial de 
sangramento importante 
Glicemia: em pacientes de risco para 
disglicemia (hiperglicemia afeta o processo 
de cicatrização e aumenta o risco de 
infecções) 
• Diabetes 
• Corticoterapia (corticoide afeta a 
adrenal) 
• Doença Adrenal 
• Doença Pancreática (insulina) 
• Doença Hipotalâmica 
EXAME DE URINA: 
Quase não é pedido 
• Suspeita de ITU 
• Febre ou calafrios a esclarecer 
RAIO X DE TÓRAX: 
Também é pouco usado – substituído pela 
tomografia 
• Sinais de Doença 
Cardiorrespiratórias 
• DPOC 
• Edema Pulmonar 
• Pneumonia 
• Massas no mediastino 
• Desvio Traqueal (dificulta a IOT) 
ECG: 
Solicitar para uma faixa de pacientes 
específicos (em muitos lugares é feito para 
todos os pacientes, mas deve haver uma 
estratificação) 
• CIRURGIAS DE ALTO RISCO 
(vascular arterial, intratorácica de 
emergência, intraperitoneal de 
emergência): solicitar para coronariopatas, 
ICC, AVC, Diabetes e Insuficiência Renal 
Página 4 
 
AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA CAMILA MARTINS 
 
• CIRURGIAS DE MÉDIO RISCO: 
solicitar para coronariopatias, ICC e doença 
vascular periférica. 
• CIRURGIAS DE BAIXO RISCO: 
(cirurgia plástica, de mamas, endoscopia, 
RM/TC, oftálmica, processos superficiais) 
não precisa pedir para ninguém. 
TESTE DE ERGOMETRIA: 
Não é útil para cirurgias cardíacas de baixo 
risco. 
ESTRATIFICAÇÃO DE RISCO 
1) Porte da cirurgia 
2) Qual a técnica anestésica necessária 
3) Estado físico do paciente (ASA) 
 
ASA 
• ASA 1: sem comorbidades, não 
gestante, não fumante, não alcoolista, não 
obeso 
• ASA 2: comorbidades 
compensadas, gestante, fumante, alcoolista 
social, obesidade grau I ou II 
• ASA 3: comorbidades 
descompensadas, obesidade grau III, 
alcoolista severo, marca-passo, prematuro 
com idade pós concepcional < 60 semanas, 
história de IAM, AIT, AVC, Coronariopatia ou 
stent > 3 meses 
• ASA 4: história de IAM, AIT, AVC, 
Coronariopatia ou stent < 3 meses, 
comorbidade severa com ameaça a vida, 
isquemia cardíaca, disfunção valvar severa, 
IC (FE<40%) 
• ASA 5: morte esperada nas 
próximas 24 horas com ou sem cirurgia, 
aneurisma roto de aorta torácica ou 
abdominal, trauma extenso, hemorragia 
intracraniana com efeito de massa, DMOS 
(doença múltipla dos órgãos e sistemas) 
• ASA 6: morte cerebral – doador de 
órgãos 
 
USO DE FÁRMACOS 
 
 MANTER SUSPENDER 
Enalapril X 
Hidroclorotiazida X 
Metformina X 
AAS X 
Paroxetina X 
 
ANTI-HIPERTENSIVOS: em geral não devem 
ser suspensos. IECA ou BRA podem causar 
hipotensão de difícil controle durante a 
cirurgia, avaliar os riscos. 
DIURÉTICOS: em geral devem ser suspensos 
– o paciente vai estar em jejum para 
líquidos (exceto: hctz e clortalidona, que 
tem baixo potencial diurético. A furosemida 
tem alto potencial diurético e deve ser 
mantida somente em ICC/Ascite + cirurgia 
de grande porte) 
B-BLOQUEADORES: manter em pacientes 
que já fazem uso cronicamente. Se elenão 
usar, não começar a usar antes da cirurgia. 
ANTIARRÍTMICOS: devem ser mantidos 
ESTATINAS: geralmente mantida para 
pacientes que já fazem uso. Às vezes é 
suspendida em cirurgias muito longas por 
aumentar o risco de rabdomiólise. 
FITOTERÁPICOS: suspender duas semanas 
antes da cirurgia. Possuem controle fraco da 
substância ativa, e podem levar à 
Página 5 
 
AVALIAÇÃO PRÉ ANESTÉSICA CAMILA MARTINS 
 
antiagregação plaquetária. Como ninguém 
morre pela sua interrupção, é melhor 
interromper. 
ASPIRINA: manter em pacientes que já tem 
uso de stent, e não iniciar em pacientes sem 
stent. Pode ser usada como profilaxia para 
segundo evento trombótico. Sempre avaliar 
na balança o risco de hemorragia vs risco de 
trombose. 
HIPOGLICEMIANTES: geralmente são 
suspensos com 24 horas antes da cirurgia. A 
metformina deve ser suspensa antes, pois 
aumenta o risco de lesão renal e hepática. 
Reduzir a dose da insulina e preferir as de 
ação rápida – lembrar que o paciente vai 
estar em jejum. 
CORTICOESTERÓIDES: manter se o paciente 
já faz uso crônico. Se o paciente fez uso 
prolongado nos últimos 12 meses, ele tem 
insuficiência adrenal relativa – deve haver 
suplementação peri-operatória. 
ANTICONCEPCIONAL ORAL: avaliar risco de 
trombose. Se houver risco de TVP, 
suspender por 1 mês e encaminhar para 
ginecologista para que mude o método. 
Interromper a terapia de reposição 
hormonal em pacientes pós menopausa 
pois aumentam muito o risco de TVP. 
TESTOSTERONA: os que fazem reposição de 
acordo com os guidelines da urologia 
podem ser mantidos. 
VIAGRA RECREATIVO: suspender. Se ele 
usar para Hipertensão Arterial Pulmonar 
pode ser mantido. 
DROGAS PSIQUIÁTRICAS: em geral não 
devem ser suspensos (ISRS). O Lítio deve ser 
suspenso com 72 horas, os iMAO com 21 
dias e os antidepressivos tricíclicos com 15 
dias. Encaminhar ao psiquiatra para trocar 
por outro grupo. 
AINES: suspender os não seletivos – efeito 
antiplaquetário. 
DIETA PRÉ-OPERATÓRIA 
O Volume gástrico residual >25ml com ph 
baixo aumenta o risco de aspiração e ao 
desenvolvimento da Síndrome de Mendel – 
uma pneumonite química com alta 
morbimortalidade. 
Risco de aspiração aumentado: gestante, 
gastroparestesia, insuficiência renal e 
hepática, emergência (o paciente não faz o 
jejum), uso de álcool, doenças no esôfago. 
Jejum de líquidos sem resíduos mínimo de 2 
horas, dieta leve mínimo de 6 horas e dieta 
pesada de 8 horas (impacto no clearance 
gástrico). Leite não-materno e fórmula 
infantil mínimo de 6 horas e leite materno 
mínimo de 4 horas.

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