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Semiologia do TGI

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May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
 
 
 
AVALIAÇÃO DO PACIENTE COM QUEIXA GI 
HISTÓRIA CLÍNICA 
Componentes da história clínica: 
A evolução temporal dos sintomas: 
 Sintomas de curta duração geralmente são causados por infecções agudas, exposição 
a toxinas ou inflamação ou isquemia súbita. 
 Sintomas de longa duração indicam distúrbios inflamatórios crônicos ou neoplásicos, 
ou transtornos intestinais funcionais. 
 Os padrões e a duração dos sintomas podem sugerir a etiologia subjacente: A dor da 
úlcera ocorre a intervalos intermitentes de semanas ou meses, enquanto a cólica biliar 
tem início súbito e persiste por várias horas. A dor da inflamação aguda (p. ex., 
pancreatite aguda) é grave e persiste por dias ou semanas. 
 O início dos sintomas depois de uma viagem deve levar a uma investigação detalhada 
para infecções entéricas. 
Fatores associados: 
 Os sinais e os sintomas causados por obstrução mecânica, isquemia, doença intestinal 
inflamatória e distúrbios intestinais inflamatórios são agravados pela ingestão alimentar. 
 Por outro lado, os sintomas das úlceras podem ser atenuados pela ingestão de alimentos ou 
antiácidos. 
 A ingestão alimentar provoca diarreia em alguns pacientes com doença intestinal 
inflamatória e síndrome do colo irritável e a evacuação atenua o desconforto desses 
pacientes. 
 Os distúrbios intestinais funcionais são agravados pelo estresse. 
 Em geral, a diarreia causada pela má absorção melhora com o jejum, enquanto a diarreia 
secretória persiste mesmo quando não há ingestão oral. 
 Alguns fármacos podem causar dor, alterações dos hábitos intestinais ou sangramento GI. 
Aspectos individuais e epidemiologicos: 
 A doença celíaca é prevalente entre os descendentes do norte da Europa, enquanto a doença 
intestinal inflamatória é mais comum em algumas populações judias. 
 A história sexual pode sugerir a possibilidade de doenças sexualmente transmissíveis ou 
imunodeficiência. 
SEMIOLOGIA DO TRATO 
GASTROINTESTINAL 
 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
ANAMNESE 
A anamnese desse sistema deve ser direcionada às queixas e peculiaridades de cada 
segmento. 
CAVIDADE ORAL 
Aspectos da anamnese que são relevantes na semiologia da cavidade oral: 
➢ Identificação: idade, sexo 
➢ Interrogatório Sintomatológico: Dor e suas características, halitose, lesões e alteração na 
salivação. 
➢ Antecedentes Médicos: alterações do desenvolvimento. 
➢ Hábitos de Vida: alimentação e higiene bucal 
Principais queixas 
1. Dor 
 Cáries dentárias: dor aguda, localizada, de curta duração e que desaparece quando retira o 
estímulo. 
 Pulpite: um processo inflamatório decorrente da perda do esmalte dentário, que acaba 
causando estímulos dolorosos no nervo. A dor é aguda, a princípio localizada, mas se irradia 
com o evoluir do processo, sem cessar com o uso de analgésicos. 
 Abcesso: é um processo inflamatório que ocorre a presença de pus. Dor aguda, pulsátil, 
contínua, localizada na fase inicial, tornando-se reflexa a distância 
2. Halitose 
 Pode estar relacionado a causas orais, respiratórias, digestivas, mucosas e até metabólicas. 
Além de higiene bucal ineficiente (fermentação e putrefação de substâncias orgânicas), 
doenças gengivais, perdontais, úlceras. 
3. Sialorréia/ Ptialismo 
 Excesso de salivação. Pode estar relacionado a diversos fatores, como diminuição do controle 
muscular da boca, paralisia cerebral, parckson, prótese, medicamentos. 
4. Xerostomia - Hipossialia – Hipossalivação 
 Uso de alguns medicamentos (antihipertensivo, anti alégicos), fatores de desidratação bucal 
(respiração bucal, fala). 
 
 
 
 
 
 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
ESÔFAGO 
 Principais queixas: 
1. Disfagia 
Consiste na dificuldade de deglutir. 
 Disfagia bucofaríngea: ocorre nas duas primeiras fases da deglutição, podendo ser alta ou 
de transferência. O alimento permanece no todo ou em parte na cavidade bucal após a 
tentativa de deglutição. Causas: mecânicas, miopatias, psicogênicas, distúrbio funcional e 
doenças do SNC. 
 Disfagia esofágica: ocorre na terceira fase da deglutição, classificada como baixa ou de 
transporte. O paciente tem a sensação de parada do bolo alimentar no esôfago, embora não 
possa localizar precisamente o nível da obstrução. Causas: mecânicas ou motoras. 
 
2. Odinofagia 
 Dor ao deglutir. 
 Causas: ulcerações na mucosa ou a contrações musculares de maior intensidade no esôfago 
distal. 
 O caráter da dor é variável, sendo referida como dor urgente (pirose mais intensa), em 
punhalada, constritiva ou espasmódica. 
 
3. Pirose 
Queimação (azia) de piora gradativa que pode vir acompanhada de regurgitação 
de um líquido amargo. 
 Na maioria das vezes, é de localização retroestemal, sendo percebida no nível do apêndice 
xifoide, podendo propagar-se para a região epigástrica, para ambos os lados do tórax ou, 
mais comumente, em direção ascendente, até o nível do manúbrio esternal. 
 Causa: insuficiência do mecanismo impediente do refluxo, cujas causas mais comuns são o 
relaxamento transitório do esfíncter inferior do esôfago, a hérnia hiatal e a hipotonia do 
esfíncter inferior do esôfago. 
 
4. Regurgitação 
É a volta do alimento ou de secreções contidas no esôfago ou estômago à cavidade 
bucal, sem náuseas e sem a participação dos músculos abdominais. 
 Causas: mecânicas (como neoplasias, estenoses, obstrução do lúmen) ou motoras 
(megaesôfago, acalasia idiopática). 
o No megaesôfago existem dois tipos de regurgitação: -ativa/dinâmica/ortostática que 
é caracterizada por surgir imediatamente após as refeições e a passiva/decúbito: 
paciente deitado, geralmente á noite. 
5. Eructações 
Deglutição de uma grande quantidade de ar (aerofagia) 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
6. Soluços 
pode ser decorrente de diversos fatores (como disfunções no SNC, irritação do 
nervo frênico…), mas as causas esofágicas são o megaesôfago e a hernia hiatal. 
7. Sialorreia ou ptialismo 
Produção excessiva de saliva decorrente de receptores na parede esofágica muito 
relacionada à disfagia orofaríngea. 
 Observada nas esofagopatias obstrutivas de modo geral e, em particular, no megaesôfago 
chagásico. 
8. Hematêmese 
vômito com sangue. 
 Hemorragia digestiva alta (boca até ângulo de Treitz-trasição duodenojejunal-). Principal 
causa: ruptura das varizes esofágicas. 
9. Dor 
 A dor espontânea pode ser causada por mudanças do pH intraluminal, atividade motora 
anormal ou processos inflamatórios ou neoplásicos da parede esofágica. 
 Varia com a doença de base, deve ser definido o evento temporal, o local exato, causas de 
melhora ou piora, a intensidade, o tipo (queimação, corrosão…). 
 Pode ser confundida com insuficiência coronariana, pois ambas podem irradiar para o 
pescoço, braços, ombros e o diagnóstico vai se diferenciar a partir da posição do paciente ou 
com uso de medicamentos (ex. antiácidos vão diminuir a dor esofágica e não a coronariana). 
ESTÔMAGO 
Principais sintomas e suas principais causas. 
1. Dor 
 Visceral, difusa ou queimação. 
 Visceral: pura do estômago e do bulbo duodenal, provocada experimentalmente, é percebida 
na linha epigástrica mediana, comum em: úlcera peptica, gastrite aguda, cancer gástrico e 
doenças inflamatórias. 
2. Náuseas e Vômitos 
 Analisar a cor, o odor, o volume, a quantidade, além da presença de sangue (hematêmese, 
que denota lesões a montante do ângulo de Treitz), bile (quantidades elevadas sugerem 
obstrução intestinal alta) ou alimentos (grande quantidade de alimentos ingeridos várias 
horas antes, há forte indicação de estase gástrica). 
 As causas gástricas mais comuns são: úlcera péptica, varizes esofágicas, lacerações da 
transição esofagogástrica pelo esforço do vômito (síndrome de Mallory-Weiss), gastrite 
aguda e carcinoma do estômago. 
3. Dispepsia Desconforto ou dor na parte alta do abdomen (região epigástrica), pode ou não estar 
associada a patologias. 
4. Pirose 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
 dor ou queimação na parte retrosternal (causa mais comum é refluxo gastroesofágico). Já foi 
descrita anteriormente. 
5. Hemorragia (Hematêmese Ou Melena) 
 Melena: fezes negras (borra de café), caracterísitica de hemorragia digestiva alta 
 Hematequezia: fezes avermelhadas, característica de hemorragia digestiva baixa. 
 
INTESTINO DELGADO 
Principais sinais e sintomas 
1. Diarreia 
 Aumento da evacuação em 24h. Pode ser causada por 4 razões: 
 Síndrome da má absorção: substâncias reabsorvidas com dificuldade causam acúmulo de 
liquido nas fezes. 
 Aumento da secreção de água e eletrólitos (diarreia secretora): enterotoxinas bacterianas, 
cólera, medicamentos 
 Aumento da permeabilidade da mucosa intestinal (diarreia exudativa): causada por algumas 
alterações inflamatórias, neoplásicas ou isquêmicas. 
 Alteração na motilidade do intestino delgado (diarreia motora – persiste ao jejum) 
 
2. Esteatorreia 
gordura excretada nas fezes por má absorção lipídica. 
 A gordura é fonte de caloria, por isso a esteatorréia pode causar fadiga, fraqueza, perda de 
peso, hipertrofia compensatória. Visivelmente, as fezes flutuam na água. 
 
3. Dor 
 Modo da dor, início, associações de melhora ou piora. Pode ser decorrente de distensão na 
parede intestinal, aumento da tensão da musculatura intestinal, alterações vasculares 
(congestão e isquemia). 
 Deve-se diferenciar a dor intestinal da dor peritoneal: 
o Na intestinal, o paciente movimenta-se e busca posição confortável, faz a compressão 
abdominal com as mãos. 
o Já em casos de dor peritoneal, o paciente fica imóvel (movimentação ou compressão 
causam piora da dor). 
 Cólica intestinal: dor de início súbito, com agravamento rápido e progressivo da intensidade. 
 
 
 
 
 
 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
FÍGADO E VIAS BILIARES 
1. Dor abdominal 
Localizada no quadrante superior direito, apresenta diferentes características, 
conforme a afecção que a provoca. 
 Cólica biliar: de início súbito, de grande intensidade, localizado no hipocôndrio direito e 
com várias horas de duração. Paciente fica inquieto, nausedo e pode apresentar vômitos. O 
aparecimento de icterícia após episódio de cólica sugere passagem do cálculo para o 
colédoco. 
 Colecistite aguda: dor continua, no hipocôndrio direito, podendo irradiar para escápula ou 
ombro direito, via nervo frênico. A compressão da região provoca dor (reflexo de Murphy). 
2. Icterícia 
 Consiste em uma coloração amarelada da pele e das mucosas devido a uma 
impregnação do tecido por pigmentos biliares. 
 Tempo de duração, intensidade, evolução da icterícia (súbita ou gradativa), flutuação do 
quadro. 
3. Ascite 
Acúmulo de líquido ceroso no peritônio. A ascite é denominada "barriga d'águà: 
 termo muito popular nas zonas endêmicas de esquistossomose 
4. Perda de peso 
5. Sinais de insuficiência hepática 
 Os primeiros sinais consistem em: Alterações na cor da pele, dor abdominal, fadiga crônica, 
coceira na pele, indigestão, miccão frequente, fezes claras. 
 Icterícia,hematomas e sangramento maior, confusão mental ou desorientação, 
irregularidades açúcar no sangue. Outros sintomas que podem ser experimentados no último 
estágio da doença hepática crônica é a depressão, tremores musculares e até convulsões. 
PÂNCREAS 
Principais sinais e sintomas: 
1. Dor 
 É o sintoma mais frequente, sobretudo na pancreatite (aguda ou crônica), podendo irradiar 
para o dorso. 
 Costuma ser contínua e durar horas. 
 Apresenta-se em epigástrico e hipocôndrio esquerdo. 
 Piora com alimentação e consumo de bebidas alcoólicas e pode diminuir quando o paciente 
se inclina para frente. 
2. Vômitos 
 São de difícil controle, podendo causar graves desequilíbrios hidroeletrolíticos. 
3. Icterícia 
 Pode ser intensa ou não. 
 É um sinal comum nas doenças pancreáticas, caracteriza pela bilirrubina direta, indicando 
colestase extra-hepática (obstrução dos ductos). 
 Em casos de icterícia intensa, geralmente o ducto obstruído é o colédoco. 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
4. Diarréia 
Fezes oleosas, pastosas, brilhantes, de odor rançoso, coloração pálida. 
5. Perda de peso 
Pode ocorrer na pancreatite crônica, devido a insuficiência endócrina e exócrina. Na aguda, o 
emagrecimento é devido ao jejum prolongado. 
6. Anorexia 
 Associada à neoplasias pancreáticas. 
7. Astenia 
 Associada a anorexia e emagrecimento e é indicativo de neoplasia. 
8. Má-absorção 
 Representado por esteatorréia (defeito na lipase) e creatorréia (perda de proteínas nas 
fezes). 
9. Diabetes 
 Pode variar desde uma branda, com intolerância glicídica, até uma grave. Pode surgir 
desde o início, mas é mais comum após determinado período de tempo (DM tipo 2) 
10. Hemorragias 
 Geralmente na pancreatite aguda e na agudização da crônica, ocorre devido a ruptura de 
vasos sanguíneos pelas enzimas pancreáticas. O sangue pode exteriorizar-se sob forma de 
hemorragia digestiva. 
 As doenças pancreáticas podem estar relacionadas a outras patologias, como: afecções 
biliares, traumas, afecções respiratórias crônicas, hiperparatireoidismo, úlcera péptica, 
desnutruição, medicamentos, antecedentes familiares. 
 
 
 
 
 
 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
EXAME FÍSICO 
O exame físico complementa as informações obtidas pela história clínica. Os sinais vitais 
anormais fornecem indícios diagnósticos e determinam a necessidade de realizar uma intervenção 
imediata. Febre sugere inflamação ou neoplasia. 
O exame físico (EF) do abdome se inicia com o paciente em decúbito dorsal, relaxado e com 
os braços estendidos ao longo do corpo. O examinador deve estar posicionado à sua Direita. 
O abdome possui uma divisão topográfica em 9 regiões: 
 
 
 
AUSCULTA 
Deve ocorrer antes da palpação e percussão para não modificar a frequência dos ruídos hidroaéreos 
Deve-se auscultar com o estetoscópio os ruídos intestinais nas diferentes regiões topográficas 
do abdome, ou ao menos os quatro quadrantes, para avaliar o PERISTALTISMO. 
 O esperado é que se ouça RUÍDOS HIDROAÉREOS no abdome. 
o Em pessoas com diarreia, os ruídos ficam muito mais intensos 
o No íleo paralítico como, ocorre o silêncio abdominal, onde os ruídos desaparecem. 
A ausculta também permite detectar: 
 Sopros sistólicos em caso de: 
o Aneurisma 
o Fístula arteriovenosa 
o Compressões arteriais 
 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
INSPEÇÃO 
É possível observar a forma e o volume do abdome, bem como o peristaltismo quando visível. 
Deve ser avaliado: 
 
 
 
PERCUSSÃO 
A percussão busca avaliar o conteúdo abdominal, que vai ser dada uma ideia de acordo ao 
som produzido: 
 As vísceras maciças como o fígado e o baço  produzem som maciço 
 As vísceras que possuem ar dentro  produzem som timpânico. 
Podendo encontrar achados patológicos da presença de líquido, como a ascite, ou a presença 
de massas, inclusive tumorais. 
Inspeção
Forma
Plano
Globoso
Obesidade
Ascite
Escavado Desnutrição
Simetria
Simétrico
Assimétrico
Esplenomegalia
Megacólon
Síndromes 
obstrutivas
Cicatriz 
umbilical
Retrusa
Protrusa Hérnia
Movimentos 
peristálticos
Visíveis Obstrução
Não visíveis Caquexia
Ciculação 
colateral
Presente obstrução
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
TÉCNICA: A mão do examinador fica 
espalmada delicadamente sobre a parede 
abdominal, mantendo os dedos afastados um 
do outro. Faz-se a percussão com o dedo 
médio ou o indicador da mão direita sobre os 
dedos da mão esquerda, exceto o polegar. 
 
PERCUSSÃO DE FÍGADO: Para determinar os limites superior e inferior do fígado, e poder 
identificar suaborda inferior para palpação, é preciso proceder com sua percussão. O limite superior 
é determinado pela percussão ao longo da linha hemiclavicular no nível do 5 espaço intercostal 
do lado esquerdo, identificado pelo som submaciço. Não existe percussão de borda superior. A da 
borda inferior, é feita suavemente de baixo para cima, na projeção das linhas hemiclavicular, e 
medioesternal, em direção à arcada costocondral. Os pontos de macicez é o limite inferior do 
fígado e é o local de referência para a sua palpação. 
 
 
PERCUSSÃO ESPLÊNICA, é válido que o 
profissional percuta o Espaço de Traube, 
sendo ele uma zona de percussão de timbre 
timpânico de formato semilunar, limitada à 
direita pelo lobo esquerdo do fígado, acima 
pelo diafragma e pulmão esquerdos e à 
esquerda pela linha axilar anterior esquerda. 
De modo geral, esse espaço tem largura de 
12cm e altura de 9cm, projetando-se sobre da 
6ª à 9-10ª costelas. A expressão “Traube 
Livre”, muito usada no cotidiano dos 
hospitais e acadêmicos, significa dizer que a 
 
percussão do espaço apresenta o timbre 
timpânico e que a loja de Traube encontra-se 
“livre” de ocupação, conforme normal. 
 
Sinal De Torres- Homem: percussão 
digito-digital imensamente dolorosa, 
localizada e circunscrita. 
Caracteriza o abcesso hepático 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
PALPAÇÃO 
A palpação do abdome deve ser feita com o paciente também em decúbito dorsal. Só deve-
se adotar a flexão das coxas quando paciente tiver dor e contração muscular. 
Ela se divide em SUPERFICIAL e PROFUNDA, e pode ser feita só com uma das mãos, ou 
com as duas. A mão espalmada será colocada sobre a parede anterior do abdome, com dedos em 
ligeira flexão os quais se movimentam à medida que se aprofunda a palpação. O paciente deve 
respirar calmamente e na sua fase expiratória ele diminui a tensão abdominal e o examinador deve 
prosseguir com a palpação profunda. 
A palpação superficial é feita primeiro e vai buscar hipersensibilidade em alguma área, a 
temperatura, espessura, continuidade da parede abdominal, eventualmente vísceras mais 
superficiais, a própria estrutura da pele e avaliar a tensão da parede abdominal, em condições 
normais ela é maior no centro do que nos flancos. A palpação superficial do abdome permite a 
constatação de hipotrofia da parede nos casos de desnutrição ou o aumento da tensão nas 
distensões hidroaéreas das alças intestinais e nas ascites de grande volume. Pode, ainda, revelar 
hipertonia associada a inflamações peritoneais localizadas ou generalizadas. 
A palpação profunda, vem depois. Com as pontas dos dedos, devem produzir entre dois e 
três abalos em cada local e percorrer todas as regiões do abdome de forma ordenada. Onde deve-se 
palpar órgãos da cavidade abdominal, massas, a borda inferior do fígado, etc. 
AH!! Alterações patológicas permitem a palpação de estruturas não palpáveis, como a 
esplenomegalia que permite a palpação de baço. 
PALPAÇÃO DE FÍGADO: baseia-se em algumas manobras, sendo elas: 
(1)Palpação Hepática Bimanual - Esta 
palpação, por sua vez, é muito semelhante à 
palpação profunda. Quando o paciente 
inspirar, o profissional realizará uma pressão 
para baixo no sentido cranial, de modo a 
permitir que a borda do fígado deslize sobre a 
ponta dos dedos. De forma mais específica, o 
médico irá, com as duas mãos, realizar um 
movimento em parábola embaixo do rebordo 
costal direito. 
 
 
(2) Lemos-Torres – O profissional realizará o 
mesmo movimento da palpação hepática 
bimanual, porém, ao invés das duas mãos 
realizarem o movimento em parábola juntas, 
uma ficará na lombar do paciente. 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
(3) Mathié/Manobra em Garra/Método do 
Gancho – Para executá-la, o examinador 
coloca-se à altura do ombro direito do paciente 
deitado, podendo o médico ficar em pé ou 
sentado no leito. Onde as outras manobras 
identificaram a borda, colocam-se os dedos 
mínimo, anular e médio de ambas as mãos, no 
mesmo alinhamento, de tal maneira que as 
extremidades dos dedos médios se toquem. 
Isso permite formar uma enorme superfície 
contínua para a palpação. Solicitando que o 
paciente inspire profunda e lentamente outra 
vez, as pontas dos dedos trazem para cima a 
borda hepática, que pode ser então avaliada. 
 
 
 
PALPAÇÃO DO BAÇO procede-se da mesma maneira que na palpação do fígado, a região 
examinada é o quadrante superior esquerdo. Se não for possível palpar o baço por meio das 
manobras descritas, utiliza-se um outro recurso, que consiste em examinar este órgão com o 
paciente na posição de Schuster. 
Em decúbito lateral direito, o paciente deve 
estar com a perna direita estendida e a coxa 
esquerda fletida sobre o abdome em um 
ângulo de 90º; ademais, o ombro esquerdo é 
elevado, colocando-se o braço correspondente 
sobre a cabeça. De início, o examinador posta-
se diante do paciente, pousando com alguma 
pressão sua mão esquerda sobre a área de 
projeção do baço como se quisesse desloca-lo 
para baixo. Enquanto isso, a mão direita 
executa a palpação, coordenando-a com os 
movimentos respiratórios do paciente, de tal 
modo que, durante a inspiração, o examinador 
avança sua mão no rumo do rebordo costal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
MANOBRAS 
 
Teste da Macicez móvel: Com o paciente em decúbito dorsal, percute-se o centro do abdome, no 
qual se obtém som timpânico, e nos flancos, no qual se percebe som maciço. Ao colocar o paciente 
em decúbito lateral, direito e esquerdo, o examinador irá notar o deslocamento ou mobilidade da 
massa líquida, de tal maneira que, na parede abdominal superior, a percussão é timpânica, 
enquanto na parede inferior, quase em contato com o leito, é maciça. 
 
Teste da Onda Líquida (Piparote) – Com o 
paciente deitado, solicita-se a ele ou a um 
auxiliar que coloque a margem cubital da mão 
sobre o abdome, exercendo uma pequena 
pressão. O examinador coloca sua mão 
esquerda, espalmada, sobre a parede lateral 
direita do abdome. Com a mão direita, o 
examinador dá um piparote (peteleco), com o 
dedo médio, na parede lateral esquerda. As 
ondas líquidas transmitem-se para o lado 
oposto, sendo percebidas pela mão esquerda. 
 
 
SINAIS 
Sinal de Murphy 
O examinador fará a pesquisa do sinal 
no ponto cístico, que é o local onde se 
encontra a vesícula biliar (rebordo costal 
direito). Com o paciente em decúbito dorsal, o 
examinador pede a ele que realize uma 
inspiração voluntária e profunda. Na 
expiração subsequente, o examinador faz uma 
digitopressão no ponto cístico e, solicita que 
o paciente continue o movimento respiratório 
e inspire profundamente. Se o sinal for 
positivo, o paciente sentirá dor ou desconforto 
no momento da inspiração e interromperá o 
progresso da inspiração, sendo então 
indicativo de colecistite. 
 
 
 
 
Sinal De Blumberg - A palpação superficial bimanual pode detectar regiões de maior resistência 
(defesa abdominal), o que contribui para a identificação do local mais comprometido. O encontro 
concomitante de hiperestesia cutânea e de dor à descompressão brusca (Sinal de Blumberg) 
compõe o quadro da irritação peritoneal. 
May Freitas (Dor abdominal, diarréia, vômito e Icterícia) 
Sinal de Rovsing é um sinal médico de apendicite. Se a palpação do quadrante inferior esquerdo 
do abdômen do paciente resultar em dor no quadrante inferior direito, diz-se que o paciente é 
positivo para o sinal de Rovsing. 
• Ponto de McBurney, também chamado 
de ponto apendicular, é definido 
através do delineamento de uma linha 
que liga a cicatriz umbilical com a 
espinha ilíaca ântero-superior. Divide-
se esta linha em 3 partes, sendo o ponto 
referido o local que corresponde ao 
encontro do terço médio com o terço 
distal da linha. 
• Com o paciente em decúbito dorsal, érealizada uma compressão no ponto de 
McBurney, seguida de uma 
descompressão súbita, que será 
referida pelo paciente como dor ou 
piora da dor quando o sinal estiver 
presente. Esse sinal da 
“descompressão dolorosa” está 
relacionado a apendicite. 
 
PRINCIPAIS ALTERAÇÕES 
 A hipotensão ortostática ocorre quando há perda significativa de sangue, desidratação, 
sepse ou neuropatia autônoma. 
 Anormalidades cutâneas, oculares ou articulares podem apontar para diagnósticos 
específicos  icterícia. 
 A doença cardiopulmonar pode manifestar-se com dor abdominal ou náuseas; deste modo, 
os exames dos pulmões e do coração são importantes. 
 O exame pélvico avalia se a dor abdominal tem etiologia ginecológica. 
 O toque retal pode detectar sangue e sugerir lesão da mucosa ou neoplasia intestinal, ou 
demonstrar uma massa inflamatória palpável na apendicite. 
 A inspeção do abdome pode detectar distensão secundária à obstrução, tumor ou ascite, ou 
a presença de anormalidades vasculares quando há doença hepática. 
 A pancreatite grave causa equimoses. A ausculta pode detectar sopros ou atritos da doença 
vascular ou dos tumores hepáticos. 
 O desaparecimento dos ruídos peristálticos indica íleo paralítico, enquanto os sons 
hiperativos agudos caracterizam obstrução intestinal. 
 A percussão permite determinar o tamanho do fígado e pode detectar macicez móvel 
produzida por ascite. 
 A palpação avalia hepatosplenomegalia assim como massas neoplásicas ou inflamatórias. 
 O exame abdominal é útil para avaliar dor inexplicável: 
o A isquemia intestinal causa dor intensa, mas pouca hipersensibilidade. 
o Os indivíduos com dor parietal ou peritonite relatam dor bem delimitada, a maioria 
das vezes com defesa muscular involuntária, rigidez ou rebote. 
o Os pacientes com dor musculoesquelética na parede abdominal podem referir 
hipersensibilidade exacerbada pelas manobras de Valsalva ou de elevação da perna 
estendida.

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