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Dado que o coração é o órgão responsável por todo bombeamento e a irrigação sanguínea do nosso corpo, é essencial o fluxo sanguíneo seja constante e contínuo para que esse órgão através das artérias coronárias para manter seu bom funcionamento. Os cardiomiócitos necessitam constantemente realizar fosforilação oxidativa. A cardiopatia isquêmica (CI) representa um grupo de síndromes fisiologicamente relacionadas e que é resultado de isquemia miocárdica em mais de 90% dos casos. Entre as causas dessa isquemia está mais prevalente a patologia da aterosclerose, causando obstrução no lúmen dos vasos e, portanto, prejuízo ao fluxo sanguíneo; ou por ruptura aguda da placa com trombose. Portanto, a CI é um desequilíbrio entre a perfusão cardíaca e as necessidades de oxigênio e nutrientes no coração. Tais lesões ateroscleróticas acometem, principalmente, as artérias coronarianas. Frequentemente, a DAE (artéria descendente anterior esquerda), CE (artéria circunflexa esquerda) e ACD (artéria coronária direita) são as mais acometidas, assim como pode acometer seus respectivos ramos secundários. Por isso, frequentemente, a CI é denominada como doença arterial coronariana (DAC). Vale lembrar que a isquemia além de limitar a oxigenação os órgãos/tecidos - consequentemente impede a fosforilação oxidativa e, portanto, redução de ATP – reduz a disponibilidade de nutrientes e redução de resíduos metabólicos. O CI tem uma progressão lenta e silenciosa das lesões coronarianas antes do início dos sintomas. Por isso, é comum o desenvolvimento lento desde a infância e adolescência e se manifestar tardiamente. MEDICINA NOVE DE JULHO Fatores de risco Fatores de risco constitucionais/ não modificáveis Genética – histórico familiar que causa alguma disfunção dos tecidos dos vasos sanguíneos, entre outros. Idade – após 50 anos, cada década se perde 10% da função cardiovascular Sexo masculino – devido aos hormônios e a não procura de médico Fatores de risco modificáveis Etilismo Tabagismo Dieta Diabete mellitus HAS Sedentarismo Como fatores de risco adicionais temos: Inflamação Síndrome metabólica – estresse oxidativo em um estado pró- inflamatório estimulado Homocisteinemia – dietas pobres em ácido fólico e vitamina B12 Estresse Epidemiologia Em 2011 mais de 104 mil óbitos no Brasil devido à comorbidades relacionadas ao aparelho circulatório. Vale ressaltar que há sim diferença fisiopatológica, prevalência, diagnóstico, prognóstico e apresentação clínica da doença entre homens e mulheres. Profilaxia com: aspirina, controle de arritmias, cuidados coronarianos, trombólise no tratamento do infarto do miocárdio, cirurgia de revascularização do miocárdio, angioplastias e stents intravasculares. Patogenia A causa dominante da CI é a perfusão coronariana insuficiente em relação à demanda miocárdico decorrente: Obstrução aterosclerótica nas artérias coronarianas de modo crônico e progressivo, levando a uma vasoconstrição da placa com risco de ruptura – principal. Inflamação da placa de ateroma Trombose da placa instável e/ou ulcerada A alteração súbita e aguda da placa como ruptura, formação de fissuras e ulceração podem expor constituintes trombogênicos e favorecer o processo de formação de trombose. No caso de ocorrer uma hemorragia aguda devido a uma ruptura da placa, pode ocorrer o aumento do volume da placa e, portanto, exacerbar o grau de obstrução do vaso. Na isquemia aterosclerótica, o agregado plaquetário no final do processo patológico pode haver dois destinos: cicatrização, gerando uma obstrução coronária fixa grave: doença isquêmica crônica do coração; Ou pode evoluir para um trombo, havendo diferentes consequências associadas a anginas. Com isso, suas consequências, ou melhor, manifestações clínicas são conhecidas como síndromes coronarianas agudas: 1. Angina estável e instável 2. Infarto agudo do miocárdio – IM/IAM (ataque cardíaco) 3. Morte súbita cardíaca Angina pectoris – “dor no peito” Caracterizado por desconforto torácico; dor; “aperto” Ataques paroxísticos – contração involuntária, havendo dor de mar intensidade A dor é consequência da isquemia, visto que essa condição induz liberação de bradicinina, adenosina e outras moléculas estimuladoras de nervos aferentes vagais e simpáticos. Nem todos os pacientes percebem os eventos isquêmicos Pode ser: o Estável forma mais comum Ocorre de forma previsível durante certo grau de esforço físico Fluxo sanguíneo coronariano inadequado com estenose fixa que obstrui 70% ou mais do lúmen do vaso Descrita como uma sensação de pressão profunda mal localizada, de aperto, ou de queimação. Também há sensação de asfixia. Aliviada após o repouso ou por administração de vasodilatadores (nitroglicerina ou bloqueadores de canais de cálcio) Radiação para ombros, braços antebraço e mãos e, possivelmente, para o pescoço. O agregado plaquetário pode se romper e formar: Trombo oclusivo que evolui direto para infarto ou morte súbita Trombo mural que pode levar a uma angina instável e predispor a um infarto - Variante de Prinzmetal Não coronariopatia – Síndrome do coração partido; espasmo arterial coronariano/ espasmo vascular - Cardiomiopatia de Takotsubo espasmo vascular generalizado, onde várias coronárias se fecham o Instável Sem alterações de enzimas cardíacas Desconforto torácico mais grave Ocasionada durante esforços físicos progressivamente menores ou mesmo no repouso Sem alterações de enzimas cardíacas Causada pela ruptura de uma placa aterosclerótica, com trombose parcial sobreposta e, possivelmente, embolização ou vasoespasmo (ou ambos) Fluxo sanguíneo coronariano inadequado com estenose fixa que obstrui 90% ou mais do lúmen do vaso. Apresentam sintomas mesmo no repouso. Adendo: Circulação colateral - Quando as artérias coronarianas são obstruídas por lesões isquêmicas, como forma de compensar o aumento da demanda do miocárdio por oxigenação e nutrientes em relação a capacidade das artérias coronarianas de manter o fluxo sanguíneo - Por isso, as artérias coronarianas fazem uma remodelagem, criação de pequenos vasos secundários, como forma de compensar essa demanda, ou seja, fornecer um fluxo sanguíneo compensatório, podendo portanto proteger do IM Infarto do miocárdio (“ataque cardíaco”) Necrose por isquemia dos cardiomiócitos. A isquemia foi intensa ao ponto das células cardíacas sofrerem necrose. Cardiopatia isquêmica crônica (cardiomiopatia isquêmica) Descreve a doença isquêmica decorrente de uma insuficiência cardíaca congestiva progressiva após um IM ou como resultado de lesões isquêmicas pequenas que, com o passar do tempo, acumulam-se e levam a falência mecânica da bomba. Pacientes nesse quadro clínico apresentam cadiomegalia com hipertrofia e dilatação do ventrículo direito Morte súbita cardíaca (MSC) Geralmente resulta de arritmia fatal, sem necrose de miócitos. Não há evidência enzimática ou de infarto no ECG, mesmo sendo a cardiopatia isquêmica sendo a causa inicial Pode ocorrer como consequência de lesão tecidual devido a um IM Óbito inesperado, em minutos, sem aparecimento de sintomas; ou dentro de 224 horas após o início de sintomas DAC é sua principal causa Leva a pequenos infartos no coração
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