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Doenças Parasitárias: Pulgas

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DOENÇAS PARASITÁRIAS
Pulgas (ORDEM SIPHONAPTERA)
Ectoparasitos de aves e mamíferos, a maioria vive sobre a pele e pêlos de seus hospedeiros. Ectoparasitos obrigatórios periódicos, os adultos permanecem no corpo do hospedeiro para a sucção do sangue, deixando-o após o repasto.
Possuem a coloração castanho-escuro, corpo endurecido (difícil de esmagar entre os dedos), revestido de espessa quitina escorregadia e pêlos e cerdas voltadas para trás que auxiliam a pulga a deslizar entre penas e pêlos dos hospedeiros não permitindo que voltem. Terceiro par de patas adaptadas para o salto fora e sobre o hospedeiro, é muito mais longo que os demais.
As pulgas, são insetos apteros, cujo corpo é achatado lateralmente, o que facilita a locomoção por entre os pelos e as penas. Alimentam-se de sangue (mamíferos e aves) quando adultas. A grande parcela das fases imaturas estão no ambiente em que se cria animais. São ectoparasitas espécie específica, embora ocasionalmente as pulgas de animais domésticos possam sugar sangue humano. A peste-bubônica, que matou ⅓ da população europeia no século XIV, é transmitida pela pulga do rato, quando infectada pela bactéria Yersinia pestis.
Principais características
- Corpo achatado lateralmente, o que facilita o andar pelo animal
- Podem saltar até 35cm
- Patas grandes e pernas longas, adaptadas ao salto
- Ctenídeos à Dentes quitinosos (Serve para identificar as espécies)
- Peça bucal:
--> nas larvas: mastigador
--> nos adultos: picador-sugador (hematófago)
- Mamíferos e aves (cães, gatos, homens...)
- ovo, larva, pupa, imago ou adulto
--> Ectoparasitas com baixa especificidade
→ Podendo ser intermediários ou obrigatórios
Importância patogênica: 
A reação à uma picada de pulga é uma discreta reação cutânea inflamatória, associada à ligeiro prurido, mas, embora o animal se esfregue intermitentemente, há pouco desconforto. Entretanto, após repetidas picadas, num período de vários meses, certa proporção de cães e gatos desenvolve alergia à picada de pulga, que frequentemente está associada a profunda sintomatologia clínica.
A alergia à picada de pulga é uma reação de hipersensibilidade à saliva de pulga, liberada na pele durante a alimentação. Na saliva há um hapteno (um antígeno incompleto) que se combina com o colágeno da pele do hospedeiro, formando um alérgeno completo. A alergia resultante é mais comumente uma combinação de reações do tipo imediato e tardio. 
A hipersensibilidade à picada de pulga é uma reação alérgica tanto do tipo imediata como tardia, pois o prurido começa imediatamente após a picada e tende a persistir por muito tempo, mesmo depois das pulgas terem sido eliminadas . É uma reação de hipersensibilidade mista dos tipos I e IV imediata de fase tardia e basofílica cutânea. 
As reações de hipersensibilidade do tipo I também conhecidas como hipersensibilidade imediata, são descritas como aquelas que envolvem predileção genética, produção de anticorpos, imunoglobulinas E (IgE) e degranulação mastocística, e se estabelece logo após o contato com o antígeno, sendo a base aguda das respostas alérgicas.
A hipersensibilidade do tipo IV, ou tardia, é mediada diretamente por linfócitos T, que quando estimulados liberam liberam citocinas responsáveis pelo acionamento das células de defesa contra o antígeno invasor. Esta reação pode pode levar em torno de 24 a 72 horas para se desenvolver após exposição ao estímulo a que é sensível 
Biologia e comportamento: as pulgas vivem parte da sua vida sobre o corpo do seu hospedeiro de que se alimentam de sangue e, outra parte , em seus ninhos, onde se dá o desenvolvimento dos ovos. De metamorfose completa, seu ciclo passa por 4 estágios: ovo, larva (3 larvas), pupa e adulto. Completa-se em aproximadamente 25 a 30 dias 
A cópula realiza-se poucos dias após a saída do casulo pupal. Tanto machos quanto fêmeas são hematófagos, mas suportam jejum prolongado. Realiza-se a cópula com a fêmea cavalgando o macho. Fêmeas inseminadas e impedidas de se alimentar permanecem sem ovipor. A ovipostura é parcelada. Os ovos são esbranquiçados e ovais, depositados sobre o hospedeiro, em seu ninho, ou no chão. O número varia com a espécie, que em geral chega a produzir centenas durante sua vida. A eclosão pode ocorrer de 1 a 3 dias. A larva L1 possui um espinho na cabeça que auxilia no rompimento da casca do ovo. Algumas espécies dão preferência a uma única espécie de hospedeiro, porém, a maioria pode sugar várias espécies de animais. As larvas são brancas, vermiformes, ápodas, corpo com 13 segmentos, com circulo de cerdas voltadas para trás. Cápsula cefálica bem desenvolvida, aparelho bucal diferencia do adulto por ser do tipo mastigador, possuem apêndices locomotores, são cegas e evitam a luz. Seu alimento consiste de detritos orgânicos (fezes das pulgas adultas, pele, pêlo e penas). Não sugam sangue. Sofrem 2 mudas, e ao 3º estagio tece um casulo, constituída de substância aderente que permite que pequenas partículas do substrato se colem e camuflem o casulo. 
As pupas podem ficar aderidas aos pêlos de animais, poeira e outras sujeiras. Em aproximadamente 5 a 14 dias as pulgas adultas emergem ou permanecem em repouso dentro do casulo até a detecção de alguma vibração, que pode ser ocasionada pelo movimento de um animal ou homem e quando um animal deita-se sobre ela. A emergência pode ser ocasionada também pelo calor, barulho ou pela presença de dióxido de carbono que significa que uma fonte potencial de alimento está presente. Poucos minutos após a eclosão as pulgas buscam sua fonte alimentar, mas podem passar semanas sem se alimentar. Às vezes, famílias que viajam por um período razoável de tempo, quando voltam, encontram a residência infestada por pulgas. Isto ocorre porque a casa fica fechada sem hospedeiros (cães e gatos). Assim que a família retorna, ela é atacada pelas pulgas que nasceram no período. Após a eclosão, a larva alimenta-se das fezes das pulgas adultas. Por esta razão, os adultos ingerem mais sangue do que necessitam. Uma pulga pode alimentar-se 2 a 3 vezes ao dia e cada repasto dura de 10 a 15 minutos. A longevidade dos adultos varia de espécie para espécie, pois depende da temperatura, umidade e da frequência com que a pulga se alimenta. Em condições de laboratório, P. irritans pode viver até 513 dias e Xenopsylla cheopis 100 dias. As fêmeas adultas não conseguem depositar ovos sem uma refeição, mas os adultos, tanto machos, quanto fêmeas podem sobreviver de dois meses a um ano sem se alimentar. 
 Em relação ao tempo de associação da pulga com seu hospedeiro se distingue três modalidades de parasitismo: 1- as que penetram na pele dos hospedeiros, aí se alojam e se alimentam (Tunga); 2 – as que vivem sobre o hospedeiro e se alimentam intermitentemente (Ctenocephalides); 3 - as que vivem fora do hospedeiro, só o procuram para se alimentar (Pulex). A importância epidemiológica das pulgas deve ser destacada em 3 níveis: como parasito podem provocar alergias e infecções permitindo contaminação por fungos e bactérias e pela exsanguinação provocada pela infestação intensa; como vetores atuam permitindo a multiplicação de agentes patogênicos a exemplo da riquetsia Bartonella e da bactéria Yersinia; como hospedeiros intermediários do Trypanosoma lewisi e do D. caninum. Das oito famílias de pulgas existentes no Brasil, apenas três apresentam espécies de importância medico veterinária. Algumas características morfológicas que permitem a identificação dessas espécies estão na chave simplificada para a diferenciação entre as pulgas comuns.
Ciclo biológico das pulgas em geral
As fêmeas parasitam o hospedeiro, copulam com os machos e se alimentam de sangue, fazendo postura diária com média de 20 ovos, podendo chegar a centenas dependendo da espécie. As fêmeas adultas de Pulex fazem postura no ambiente e as Ctenocephalides realizam no hospedeiro. Os ovos são brancos, grandes e visíveis a olho nu. O ovo leva aproximadamente 10 dias para eclodir, as larvas permanecem no ambiente passando por três estádios, a larva transforma-se em pupa em 7a 15 dias, podendo se prolongar por até 200. A fase de pupa dura em torno de 5 a 10 dias. As pupas adultas permanecem no casulo até sentirem a presença do hospedeiro através da liberação de CO2.
Já as pulgas do genero Tunga, depois de fecundadas as fêmeas introduzem-se na pele dos hospedeiros, pés e mãos de humanos e região palmar e plantar dos animais domésticos deixando apenas a região do abdomem expostas para o meio externo pois é onde está a região ovopositora. Após a fêmea sugar o sangue no hospedeiro inicia o desenvolvimento dos ovos que permanece no abdomem até a pulga atingir o tamanho suficiente, os ovos são expelidos para o meio externo e depois de realizar a postura, a fêmea murcha e cai ao solo. Depois de 3 a 4 dias os ovos eclodem e passam a pupas e entre 2 e 3 semanas passam a adultos. (ciclo do vídeo aula)
O desenvolvimento do ciclo de vida depende das condições de temperatura e umidade, mas, no verão, completa-se em 21 dias. As fêmeas podem ser copuladas por vários machos e, depois de alimentarem-se de sangue, fazem a postura diária de 3 a 18 ovos. O número total de ovos pode chegar a centenas, dependendo da espécie. Os ovos das pulgas são brancos, grandes (0,3 a 0,7 mm) e visíveis a olho nu sobre fundo escuro. A postura é parcelada e preferencialmente ocorre nos lugares onde os hospedeiros costumam se deitar. Quando os ovos são postos nos pelos ou nas penas do hospedeiro, não se fixam e caem ao solo. As larvas eclodem, em média, em 5 dias, e saem do ovo por uma abertura na cápsula cefálica. As larvas são vermiformes, esbranquiçadas, ápodas e apresentam aparelho mastigador. Alimentam-se de sangue digerido, seco, eliminado com as dejeções das pulgas adultas, de matéria orgânica e de microrganismos presentes no ambiente.
Em condições favoráveis de temperatura e umidade, a larva transforma-se em pupa em 7 a 15 dias, mas, no inverno ou na falta de alimento, esse estágio pode prolongar-se por até 200 dias. A primeira muda ocorre entre o 3º e o 7º dia após a eclosão, e a segunda muda em 3 a 4 dias. Após 1 a 2 semanas de vida, a larva tece um casulo viscoso (com cerca de 4 mm de comprimento), que, no ambiente, fica camuflado pela poeira, sendo essa a terceira e última muda, chamada de pupa. A fase de pupa dura de 5 a 10 dias, mas pode chegar a mais de 1 ano se as condições ambientais forem  desfavoráveis. As pulgas adultas permanecem no casulo até sentirem a presença do hospedeiro por meio da liberação de gás carbônico e de vibrações. Após saírem da pupa, algumas espécies de pulgas adultas podem sobreviver até 125 dias sem alimento e 513 dias com alimento disponível. Costumam alimentar-se 2 a 3 vezes/dia e cada repasto dura em torno de 10 minutos
Epidemiologia 
A incidência máxima de pulgas é nos meses mais quentes do ano, há pulgas que não vivem no hospedeiro, como a pulga Pulex irritan que só sobem no hospedeiro para se alimentar. Há aquelas que vivem sobre a pele e a pelagem do hospedeiro como as Ctenocephalides e ainda, as que penetram na pele como a Tunga penetrans. Durante todo o seu ciclo visualizamos apenas 5% das pulgas existentes e em sua maioria adultas, frequentemente as infestações são encontradas em animais velhos ou com doenças crônicas. A reação do animal, depende do seu grau de reação sendo a mais comum a hipersensibilidade do tipo 1, animais não sensibilizados apresentam leve prurido, já animais com alta sensibilidade apresentam alto prurido, dermatite e infecções secundárias. Gatos podem apresentar dermatite miliar e cães dermatite alérgica por picada de pulga (DAPP)
OBS: o prurido não depende do número de pulgas, mas sim da quantidade de antígenos.
Classificação das pulgas
Três apresentam importância médica e/ou veterinária:
*Pulicidae, com os gêneros Pulex, Xenopsylla e Ctenocephalides;
*Rhopalopsyllidae, com o gênero Polygenis;
*Tungidae, com os gêneros Tunga e Hectopsylla.
   Obs: tunga penetrans: problema de saúde pública

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