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Introdução A microssismicidade diz respeito a mudanças induzidas na pressão e na tensão a que as rochas ou os maciços rochosos estão submetidos, causando o seu fraturamento e/ou ruptura a partir de processos de reativação destas estruturas geológicas, ou mesmo de rupturas da matriz rochosa, resultado na liberação de sinais microssísmicos. A microssísmica é gravada a partir do monitoramento passivo por meio de um arranjo de geofones triaxiais que detectam baixos níveis induzidos de microssismicidade. A informação produzida corresponde a reação acústica das rochas e estruturas a eventos induzidos. → O objetivo do monitoramento microssísmico é a obtenção de 3 tipos de informações relativas aos eventos sísmicos em minas: ✿ Quando a rocha/estrutura está rompendo, a partir do acompanhamento dos processos de reativação de estruturas geológicas pré-existentes. ✿ Onde a rocha/estrutura está rompendo, acompanhando a evolução dos processos associados a reativações de estruturas e instauração de quebras mecânicas, através do monitoramento da energia liberada nestes processos, o que é possível de obter através do posicionamento dos epicentros dos fenômenos dinâmicos a partir da triangulação dos geofones. ✿ O quanto de rocha/estrutura está rompendo (a dimensão da ruptura), associada quantidade de energia liberada → Técnicas de monitoramento microssísmico ✿ O fraturamento das rochas pode ser causado por forças de tração, compressão ou cisalhamento ✿ Esses eventos liberam energia e a geração de eventos microssísmicos que podem ser quantificados e localizados com precisão → Assinatura Sísmica A emissão de energia provoca a emissão de energia e produz uma gama de assinaturas sísmicas (seismic waveforms) → Calibração do sistema ✿ Eventos microssísmicos produzem ondas mecânicas que se propagam para fora do ponto de origem da ruptura na rocha, a partir da liberação da energia ✿ Os sensores microssísmicos coletam as ondas P e ondas S, onde a P (primária) são ondas compressionais e a S (secundária) são ondas cisalhantes ✿ A coleta preliminar de informações serve para validar o nível de resposta que determinado ambiente geológico irá propiciar em termos de assinatura sísmica e os cálculos das velocidades das ondas P e S Tipos de monitoramento → Monitoramento microssísmico passivo ✿ Esta técnica é chamada de análise de ruído do ambiente e é particularmente útil numa região onde não se espera a ocorrência de muita atividade microssísmica ✿ Baseia-se na relação entre a velocidade com que as ondas sísmicas viajam através do meio físico (rochas, maciço) e as características que esse meio se encontra, como o nível de fraturamento e nível de alteração. ✿ Este método permite se determinar os seguintes efeitos do desmonte (detonações) sobre as estruturas geotécnicas (barragem, taludes de mina e pilhas): a) determinar quais efeitos de curto prazo foram causados pela atividade de mina nas estruturas geotécnicas; b) examinar como o maciço absorve o efeito das ondas e examinar se existe uma alteração permanente na velocidade das ondas sísmicas ou se estas velocidades voltam a seu estado de normalidade ✿ Se houver algum dano permanente ao maciço no qual a barragem está inserida, haverá uma alteração permanente na velocidade sísmica monitorada, logo após a energia liberada pelo desmonte → Monitoramento microssísmico passivo: Stress Change from Ambient Noise (SCAN) ✿ Este método permite se medir continuamente (monitora) as mudanças de tensão sutis do maciço da barragem e do entorno da estrutura com a acurácia necessária ✿ SCAN não necessita da ocorrência de um evento sísmico para funcionar ✿ Esse método informa continuamente a mudança de tensão do maciço rochoso para melhorar a avaliação de estabilidade da estrutura da barragem de rejeito ✿ Permite detectar as mudanças de velocidades sísmicas da estrutura a partir de sensores instalados na crista da barragem ✿ Identifica a presença de falhas na estrutura antes que estas sejam visualizadas por inspeções periódicas ✿ Permite que o alerta seja emitido em tempo hábil para a execução de medidas mitigadoras ✿ Aplicação do "sinal" (noise) sísmico na sismologia crustal: vulcões, zonas de falhas regionais (falha de San Andreas) e imagens da estrutura supracrustal da Terra Introdução Monitoramento Microssísmico → Geofísica Terrestre: realiza o imageamento em subsuperfície por meio do contraste de propriedades físicas. Dessa forma, a geofísica fornece um conjunto de metodologias investigativas que indicam como a estrutura está no momento de aquisição. ✿ Eletrorresistividade ✿ Polarização Induzida ✿ Potencial Espontâneo ✿ Sísmica de Refração → Microssísmica: realiza o monitoramento do comportamento da estrutura. Este sistema de monitoramento é capaz de detectar a ocorrência de sismos com magnitudes superiores a 2, além de utilizar o ruído ambiente para monitorar as mudanças de velocidade de propagação de ondas sísmicas no meio. → Abordagens: O mesmo arranjo de geofones opera em duas abordagens distintas: ✿ Microssísmica Convencional: monitoramento contínuo da ocorrência de eventos sísmicos naturais e antrópicos, com identificação da localização e determinação de parâmetros da fonte. Análise dos ground motions (PGV e PGA) provocados pelos eventos na estrutura por meio de shake maps e estatísticas de gatilhos. Análise das vibrações experimentadas pela estrutura de diferentes origens continuamente (tráfego de veículos, operação de máquinas) ✿ Interferometria Sísmica (passiva): monitoramento contínuo da variação de velocidade de propagação de ondas sísmicas no maciço das barragens. Associação da variação de velocidade com a rigidez do meio: (i) Poropressão (ii) Carregamento (iii) Perda de material Correlação com os resultados da instrumentação convencional. Introdução à Sismologia → Sismicidade e Sismologia ✿ Atividade Sísmica: 5000 terremotos por ano, sendo 100 fortes ao ponto de provocar danos e 1 capaz de arrasar cidades inteiras ✿ Fonte Sísmica: sendo o hipocentro o ponto de liberação de energia (foco sísmico) no interior da terra e o epicentro a projeção na superfície do hipocentro. ✿ Sensores: (i) Sismógrafos (ii) Geofones (iii) Acelerômetros ✿ Sismogramas ✿ Ground Motion → Fenômenos associados à sismicidade → Fonte Sísmica ✿ Ondas de corpo: (i) P (primárias) (ii) S (secundárias) ✿ Ondas de superfície: (i) Rayleigh (ii) Love → Eventos Sísmicos ✿ Localização absoluta: utiliza apenas os sismogramas como dados de entrada, meio assumido como homogêneo, velocidade de propagação de ondas P e S constantes no meio, a trajetória dos raios de propagação entre a fonte e o sensor é considerada direta → Determinação dos parâmetros da fonte: ✿ Transformada de Fourier ✿ Modelo de Brune ✿ Características dos espectros de deslocamento, velocidade e aceleração A partir dos espectros de deslocamento, velocidade e aceleração, obtém-se: ✿ Potência ✿ Energia E, a partir destas, é possível conseguir a magnitude e Es/Ep. ✿ Magnitude local: esta foi a primeira escala de magnitude a ser desenvolvida com o objetivo de descrever quantitativamente o tamanho de um evento sísmico (Escala Richter). ✿ Es/Ep: quando as ondas sísmicas se propagam, elas carregam energia da fonte para fora em todas as direções. A relação entre energia da onda S e energia da onda P pode ser um indicador do mecanismo da fonte sísmica. Eventos sísmicos naturais (cisalhantes) a razão é frequentemente maior que 10. Eventos não cisalhantes a razão é igual ou menor que 3. → Sensores Utilizados: ✿ Geofones: (i) Bobina e imã, movimento relativo (ii) DDP α velocidade → Arranjo Microssísmico: A sensibilidade é maior dentro do arranjo. A geometria do arranjo deve: ✿ Contemplar toda a área de interesse ✿ Ser adensado em áreas críticas (i) Triaxial: usualmente instalado em terreno natural (ii) Uniaxial: instalado no aterro estrutura de interesse → Processamento de Sinais Em processamento de sinais é comum que sejam realizadas transições entre o domínio analógico e o digital. A informação é mostrada em um domínio (geofone) eposteriormente a informação é concretizada, por fim, aplica-se um conversor para o domínio digital (NETADC). O sinal é enviado ao NetSp e depois para um servidor para processamento sísmico e visualização (Software IMS). → Aliasing Distorção na frequência causada por uma amostragem inadequada do sinal, que resulta em ambiguidade entre sinal e ruído. → Microssísmica Convencional No contexto da mineração, há dois processos principais que produzem ondas sísmicas: Os eventos de detonação tipicamente terão um aumento gradual consistente em sua curva de energia, enquanto os eventos sísmicos tenderão a ter um aumento mais acentuado na curva de energia. Interferometria Sísmica A superfície da Terra está sujeita a forças contínuas causadas por uma banda das atividades humanas e por uma ampla gama de fenômenos naturais. O campo ambiental gerado por essas forças constitui a radiação sísmica de fundo da Terra, historicamente chamada de microssismos. A interferometria consiste na sobreposição de ondas, geralmente aplicada a fim de melhorar a resolução do dado. Definir o ruído ambiente é algo complexo, sendo mais simples dar suas características: → É uma fonte contínua e onipresente de sismos → Pode decorrer das mais variadas fontes → Apresenta comportamento quase randômico ✿ Ruído ambiente: varia segundo posição, tempo e frequência O ruído sísmico ambiente pode ter sua origem no movimento das ondas, deslizamento de geleiras, campos eólicos, movimentação da cidade. Fisicamente, este ruído é campo de onda emitido por uma fonte impulsiva em xs e t=0, que viaja no eixo x a uma velocidade aparente c, controlada pelas propriedades elásticas do meio. → Rigidez A rigidez é uma propriedade do material, sendo um parâmetro de resistência e deformabilidade. A variação de velocidade de propagação da onda sísmica tem relação direta com a rigidez do meio.
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