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CONVENÇÃO PARA A REDUÇÃO DOS CASOS DE APATRIDIA Artigo 20º - Direito à nacionalidade: 1. Toda pessoa tem direito a uma nacionalidade. 2. Toda pessoa tem direito à nacionalidade do Estado em cujo território houver nascido, se não tiver direito a outra. 3. A ninguém se deve privar arbitrariamente de sua nacionalidade nem do direito de mudá-la. Convenção Americana de Direitos Humanos A Convenção para Redução dos Casos de Apatridia - 1961, é um tratado multilateral das Nações Unidas. Foi adotada em Nova York, no dia 30 de agosto de 1961, e entrou em vigor em 13 de setembro de 1975. Anteriormente, foi adotada a Convenção sobre o Estatuto dos Apátridas, tratado multilateral de 1954 das Nações Unidas que visa unicamente proteger os direitos humanos básicos de pessoas sem nacionalidade. APÁTRIDAS São pessoas que não têm sua nacionalidade reconhecida por nenhum país. A apatridia ocorre por várias razões, como discriminação contra minorias na legislação nacional, falha em reconhecer todos os residentes do país como cidadãos quando este país se torna independente (sucessão de Estados) e conflitos de leis entre países. CONVENÇÃO PARA A REDUÇÃO DOS CASOS DE APATRIDIA Os Artigos 1 a 4 tratam da prevenção da apatridia entre as crianças. Os Estados concederão nacionalidade às crianças que de outra forma poderiam ser consideradas apátridas, e que possuam laços com eles por meio do nascimento no território ou descendência. A Convenção de 1961 não obriga os Estados a concederem nacionalidade a todas as crianças nascidas em seu território (doutrina do jus soli) ou a todas as crianças descendentes de seus nacionais (doutrina do jus sanguinis). Os Artigos 5 a 7 previnem a apatridia na vida adulta ao requerer a possessão prévia ou a garantia de aquisição de outra nacionalidade antes que a mesma possa ser perdida ou renunciada. Os Artigos 8 e 9 da Convenção de 1961 dizem respeito à privação da nacionalidade. Os Estados não podem privar qualquer pessoa de sua nacionalidade por motivos raciais, étnicos, religiosos ou políticos. CONVENÇÃO PARA A REDUÇÃO DOS CASOS DE APATRIDIA O Artigo 10 trata do contexto específico da sucessão de Estados e pede aos Estados que incluam disposições para prevenir a apatridia em qualquer tratado sobre transferência de território. Artigo 16: Os Estados podem aderir à Convenção de 1961 em qualquer época, mediante o depósito de um instrumento de adesão junto ao Secretário Geral das Nações Unidas. Os Estados podem adotar reservas durante o processo de adesão, mas apenas envolvendo o Artigo 11, 14 ou 15. De acordo com o Artigo 8, os Estados podem também adotar uma declaração durante o processo de adesão, através da qual é conservado o direito de remover a nacionalidade em determinadas circunstâncias. Artigo 19: Todo Estado Contratante poderá denunciar a presente Convenção em qualquer momento, mediante notificação por escrito dirigida ao Secretário-Geral das Nações Unidas. A denúncia terá efeito para o Estado em questão um ano após a data de seu recebimento pelo Secretário-Geral. PAÍSES MEMBROS 5 primeiras adesões: Reino Unido: 30 de Agosto de 1961 Holanda: 30 de Agosto de 1961 Israel: 30 de Agosto de 1961 Rep. Dominicana: 5 de Dez de 1961 França: 31 de Maio de 1962 Totalizando 73 Estados até 2018: Albânia, Argentina, Armênia, Austrália, Áustria, Azerbaijão, Bélgica, Belize, Benin, Bolívia, Bósnia e Herzegovina, Brasil, Bulgária, Burkina Faso, Canadá, Chade, Chile, Colômbia, Costa Rica, Costa do Marfim, Croácia, República Checa, Dinamarca, República Dominicana, Equador, Eswatini, Finlândia, França, Gâmbia, Geórgia, Alemanha, Guatemala, Guiné, Guiné-Bissau, Haiti, Honduras, Hungria, Irlanda, Israel, Itália, Jamaica, Kiribati, Letônia, Lesoto, Libéria, Líbia, Liechtenstein, Lituânia, Luxemburgo, Mali, Montenegro, Moçambique, Holanda, Nova Zelândia, Nicarágua, Níger, Nigéria, Noruega, Panamá, Paraguai, Peru, Portugal, República da Moldávia, Romênia, Ruanda, Senegal, Sérvia, Serra Leoa, Eslováquia, Espanha, Suécia, Tunísia, Turcomenistão, Ucrânia, Reino Unido da Grã-Bretanha e Irlanda do Norte, Uruguai. APÁTRIDAS NO BRASIL Ao entrar no Brasil, o estrangeiro que se considera apátrida por não possuir vínculo de nacionalidade com qualquer país deve comunicar a sua situação a qualquer delegacia da Polícia Federal para que seja estabelecido um contato com o Departamento de Estrangeiros do Ministério da Justiça, órgão responsável por analisar as solicitações de reconhecimento da condição de apátrida. O apátrida tem os mesmos direitos e a mesma assistência básica dada a qualquer outro estrangeiro que resida legalmente no país e pode solicitar a permanência no Brasil após ter mantido residência fixa por 04 anos contínuos, saber ler e escrever na língua portuguesa, exercer uma profissão que permita a sua própria manutenção e a de sua família, ter bom procedimento e não ter sido denunciado por crime doloso de pena superior a 01 (um) ano de prisão. A emenda constitucional de 1994 e o movimento Brasileirinhos Apátridas, até 2007 - 1 milhão de pessoas São brasileiros natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que venham a residir na República Federativa do Brasil e optem, em qualquer tempo, pela nacionalidade brasileira A LACUNA DE 1994 A 2007 Atualmente, estima-se que mais de 10 milhões de pessoas no mundo não possuem nacionalidade. Em junho de 2018, duas refugiadas foram as primeiras apátridas reconhecidas pelo Estado brasileiro a partir da nova Lei de Migração (Lei nº 13.445), que entrou em vigor em 2017. A nova Lei de Migração dispõe sobre medidas protetivas para os apátridas, facilitando garantias de inclusão social e naturalização simplificada para os cidadãos sem pátria. Em 19 de agosto de 2015, o Brasil concluiu a ratificação da Convenção das Nações Unidas para a Redução dos Casos de Apatridia (de 1961). O processo de ratificação havia se iniciado em 2007, quando o país endossou o texto da convenção. Com o decreto assinado pela Presidente Dilma Rousseff, o processo foi concluído e a Convenção foi oficialmente publicada. RESERVA BRASILEIRA 3. Não obstante o disposto no parágrafo 1 deste Artigo, os Estados Contratantes poderão conservar o direito de privar uma pessoa de sua nacionalidade se, no momento da assinatura, ratificação ou adesão, especificarem que se reservam tal direito por um ou mais dos seguintes motivos, sempre que estes estejam previstos em sua legislação nacional naquele momento: a) quando, em condições incompatíveis com o dever de lealdade ao Estado Contratante, a pessoa: ii) tiver se conduzido de maneira gravemente prejudicial aos interesses vitais do Estado;
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