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Resposta imune contra agentes infecciosos

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Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
Imunidade contra patógenos 
• A imunidade contra patógenos depende da 
capacidade do patógeno em: 
- Invadir o organismo; 
- Causar dano; 
- Ser reconhecido pelo sistema imune, inato e adaptativo; 
- Evadir o sistema imune. 
• Os patógenos são muito variados e cada tipo de 
infecção acaba tendo algumas características 
específicas em relação à resposta imune. 
Imunidade contra infecções virais 
• Conceitos básicos sobre vírus: 
- Possuem tamanho de 30-300 nm. Muito pequenos. 
- Estrutura: material genético (DNA ou RNA) + capsídeo, 
podendo ter ou não o envelope viral. 
- São microrganismos intracelulares obrigatórios 
(partículas infectantes). 
- Usam como porta de entrada pele e mucosas ou 
inoculação por vetor. 
- Causam manifestações clínicas locais e/ou sistêmicas, 
dependendo do tipo de vírus. 
- A manifestação clínica dependente da ação direta do 
vírus e/ou da resposta imune, ou seja, o dano causado pela 
própria resposta imune está envolvido com o 
aparecimento de manifestações clínicas. Ex: Na hepatite 
viral a destruição dos hepatócitos é feita pelos próprios 
linfócitos, o que causa o comprometimento do órgão. 
Estrutura viral 
 
• Vírus envelopado vs vírus não-envelopado. 
• Material genético protegido pelo capsídeo. E, nos 
envelopados, ainda a proteção pelo envelope – 
proveniente da célula hospedeira, o que confere 
um tipo de proteção ao vírus, em relação ao 
sistema imune, já que boa parte das proteínas 
inseridas nesse envelope são derivadas da própria 
célula hospedeira. 
• Os vírus possuem proteínas de superfície – 
espículas virais, encontradas em vírus com ou 
sem envelope. Essas são responsáveis pelo 
processo de infecção da célula alvo. 
• Normalmente os vírus precisam interagir através 
das espículas virais com receptores na superfície 
da célula, os quais permitem a adesão entre eles e 
a entrada do vírus na célula. 
• Mecanismos imunológicos que envolvem 
anticorpos capazes de neutralizar as espículas 
virais conseguem prevenir a entrada do vírus na 
célula-alvo. Por serem microrganismos 
intracelulares obrigatórios, se o sistema imune 
prevenir a entrada deles na célula, o vírus não 
causa doença, manifestação clínica, pois não 
consegue infectar. 
Tipos de infecções virais 
• Agudas: pólio, influenza, rotavírus, caxumba, 
febre amarela, HAV, rubéola e sarampo. 
• Crônicas latentes: Herpes. 
• Crônicas: HIV, HTLV, HBV, HCV. 
• A diferença entre a infecção latente e a infecção 
crônica é a manifestação clínica e a produção de 
partículas virais. Nas infecções latentes, quando 
a infecção se torna latente, não ocorre a produção 
de partículas virais ou ocorre em nível muito 
baixo. 
• Como a maior parte das respostas adaptativas 
contra os vírus depende do reconhecimento de 
proteínas virais apresentadas pelo MHC de classe 
I principalmente, se em uma infecção latente não 
está havendo produção das partículas virais, as 
células infectadas não conseguem ser 
identificadas pelos linfócitos para que sejam 
destruídas, no caso dos T CD8 e para que haja 
indução de ativação dos linfócitos T CD4. A 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
mesma coisa acontece com os anticorpos, os 
quais precisam se ligar às proteínas virais. Logo, 
com a produção baixa ou nula de partículas virais, 
esse tipo de infecção tende a se manter por muito 
tempo no organismo. 
• Já nas infecções crônicas, ocorre a produção de 
partículas virais ao longo do período de infecção. 
Essa produção varia, podendo ser baixa ou alta 
em determinados momentos, mas o vírus 
continua sendo replicado. Neste caso, a própria 
capacidade que o vírus tem de clonificar e 
mecanismos de evasão da resposta imune vão 
operar. De uma forma geral, o sistema imune está 
constantemente eliminando células infectadas 
nesse contexto. Isso acaba tendo um impacto na 
manifestação clínica. Um exemplo famoso: HIV, 
no qual a destruição dos linfócitos T CD4, 
característica da infecção, ocorre pelo sistema 
imune ao longo do tempo que a pessoa está 
infectada. Por isso, muitas vezes a síndrome de 
imunodeficiência adquirida aparece anos ou 
décadas depois da infecção primária pelo vírus, já 
que a destruição dessas células é um processo 
lento – por depender do processo de produção de 
partículas virais, que varia seus níveis. 
• As infecções agudas são muito agressivas e 
causam uma resposta inflamatória muito 
exacerbada, porque a produção de partículas 
virais é muito grande. Por um lado – positivo, a 
maior parte dessas infecções são limitadas pelo 
sistema imune porque a resposta é muito 
agressiva. Por outro lado, são muito agressivas. 
No período em que o vírus está replicando 
exacerbadamente e a quantidade viral é elevada, 
a manifestação clínica que o vírus causa pode 
levar a um comprometimento grave e inclusive a 
morte. Ex: covid. Essas infecções agudas, pelo 
menos na teoria, causam uma imunidade tão 
exacerbada que acaba sendo protetora para o resto 
da vida (como no sarampo, caxumba...). 
São tipos de infecções diferentes que envolvem 
características dos vírus – apenas alguns são capazes de 
se manter de forma latente, por exemplo. Mas também 
há um componente imunológico envolvido, em relação à 
doença causada e à eficiência da resposta. 
Resposta imune inata 
• Do ponto de vista inato, a resposta imune contra 
os vírus é pouco variável. Todas seguem um 
mesmo padrão. 
 
• A resposta inata contra os vírus acontece a partir 
do momento em que a célula-alvo é infectada, já 
que a maior parte dos vírus não tem padrões 
moleculares associados a patógenos na superfície 
de sua partícula viral. As espículas virais não são 
uma classe de proteínas que se configuram como 
PAMPs. 
• O vírus infecta a célula e libera o material 
genético, o qual é um PAMP importante capaz de 
ativar receptores intracelulares (principalmente 
os TOLL). Quando a célula começa a reconhecer 
esses padrões, é ativada a produção de citocinas 
inflamatórias associadas às vias de 
reconhecimento por esses receptores 
endossomais, gerando a produção de interferons. 
• Os interferons são centrais na resposta inata 
contra vírus, por conta da relação entre receptores 
que reconhecem material genético e as vias de 
produção. São produzidos inicialmente 
interferons do tipo I-alfa-beta, produzido por 
quase todas as células do corpo, já que todas elas 
podem ser infectadas por vírus. 
• Os interferons vão estimular diferentes tipos de 
células, inclusive as células do próprio tecido, a 
entrarem no estado antiviral – uma das principais 
funções inatas dos interferons na resposta contra 
vírus: induzir que as células infectadas e 
adjacentes diminuam a produção de novas 
partículas virais, através da regulação da síntese 
proteica – produzindo menos proteínas, produz 
menos partículas virais também. 
• Além disso, os interferons dão início a toda a 
cascata de ativação da produção de citocinas e a 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
resposta inflamatória tecidual. Ativam células 
dendríticas e macrófagos, células NK. 
• As células dendríticas e macrófagos ativados por 
interferon ou pelo reconhecimento de partículas 
virais, começam a produzir mais interferon-1 e 
IL-12 – citocina extremamente eficiente em 
ativar célula NK. 
• As células NK ativadas vão ter uma função 
extremamente importante na resposta inata viral, 
Função direta: citotoxidade – principal estratégia 
do sistema imune para combater essa infecção 
viral, já que a melhor forma de combate é 
eliminar as células infectadas (e através dos 
anticorpos, mas não acontece nessa resposta 
inata). Além disso, por ser um linfócito, começa 
a produzir interferon-gama (linfocina) suficiente 
para exercer outras funções:ativação de 
neutrófilos, ativação de macrófagos. 
• Macrófagos, quando ativados por IFN-gama são 
capazes de matar vírus através de fagocitose (não 
tão eficiente, porque pode se replicar dentro) e 
com a produção de espécies reativas de oxigênio. 
Também são capazes de fazer, junto com o 
neutrófilo, a limpeza do local, fagocitando as 
células mortas pela NK. 
• As citocinas, ao estimular macrófagos e células 
dendríticas, tornam-nas células apresentadoras de 
antígeno competentes, que vão migrar para o 
órgão linfoide secundário para ativar os linfócitos 
T – T CD4 para Th1 e T CD8 para citotóxicos 
(que consegue matar melhor que a NK). 
• Caso seja um vírus lítico, que destrua a célula 
infectada – normalmente por necrose, leva a uma 
exacerbação da resposta inflamatória, através da 
produção de PAMPs liberados pela célula morta, 
por conta de sua destruição. Esses PAMPs 
induzem um fluxo de mais citocinas 
inflamatórias, principalmente as mais envolvidas 
com dano tecidual. 
Tudo começa com os interferons do tipo 1, produzidos 
assim que as células-alvo conseguem reconhecer o 
material genético do vírus, logo após da infecção 
intracelular. 
Ações dos interferons tipo I 
• Aumentam a expressão de proteínas do MHC. 
Importante para que as células dendríticas e 
macrófagos apresentem antígenos. 
• Induzem a enzima 2’5’ oligoadenilato ciclase, 
que ativa a enzima citoplasmática RNaseL, 
levando à clivagem de RNAm. Com isso, diminui 
a síntese proteica e o número de partículas virais 
sendo produzidas diminui, o que facilita o 
trabalho das células responsáveis por controlar a 
infecção no momento inicial (NK e macrófagos). 
• Induzem a produção de interferons e citocinas 
inflamatórias por células NK, dendríticas e 
macrófagos. 
• Favorecem a diferenciação Th1 e CTL; 
• Inibem a proliferação celular. Os vírus precisam 
que as células tenham capacidade de se replicar 
para fazer a replicação viral. 
Linfócitos NK 
• Importantes na resposta. 
• São ativados pelas citocinas durante o processo 
inflamatório causado pela infecção (IL-12 e IL-
15). 
 
• Para que a célula NK consiga matar uma célula 
qualquer, essa célula qualquer deve ter a 
diminuição da expressão dos ligantes inibitórios 
da célula NK, que são as moléculas de MHC de 
classe I. 
• Se a célula NK ativada não for inibida pelo MHC 
de classe I, consegue matar a célula. 
• A NK também pode ser ativada por alguns 
anticorpos, os quais se ligam a proteínas virais 
que vão para a superfície da célula infectada e 
ativam a célula NK através dos receptores de Fc, 
promovendo a citotoxidade celular dependente de 
anticorpos. 
• Ativação direta: citocinas. ¨Indireta¨: dependente 
de anticorpos. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
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Enfermagem 
Angie Martinez 
Resposta imune adaptativa contra vírus 
• O principal componente celular na resposta 
adaptativa contra vírus é o linfócito T CD8. Esse 
linfócito é ativado e se transforma no linfócito 
CTL – Linfócito T citotóxico, o qual tem como 
principal função eliminar células infectadas por 
vírus. Isso porque as proteínas virais são 
principalmente apresentadas pelo MHC de classe 
I. As células infectadas apresentam a proteína do 
vírus pelo MHC de classe I – o qual apresenta 
antígenos endógenos. 
 
Figura 9.26. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Do ponto de vista imunológico, os vírus são 
antígenos endógenos, por serem sintetizados 
pelas células do hospedeiro. 
• As proteínas virais serão apresentadas por MHC 
de classe II quando a célula apresentadora 
fagocita o vírus ou uma célula morta que foi 
infectada. Por isso o linfócito T CD4 Th1 também 
participa ativamente. 
• Esse linfócito T CD4 Th1 é o principal produtor 
do interferon-gama em grandes quantidades. 
Além disso, ele é a célula principal que auxilia 
linfócitos T CD8. Se a célula apresentadora, no 
órgão linfoide secundário, estiver apresentando 
ambos MHC’s, será capaz de ativar ambos. E, o 
T CD4 Th1 auxilia o T CD8 a se transformar em 
um CTL mais eficiente. 
• Esse T CD8 matará as células infectadas pelo 
vírus através da produção das moléculas 
citotóxicas efetoras, as quais se encontram no 
grânulo citotóxico do linfócito T CD8. Ele 
produzir outras citocinas importantes também. 
Diferenças entre infecções 
• Há diferentes características entre as infecções 
virais agudas e as infecções virais crônicas. 
• Infecções Agudas: 
- Grande liberação de novos vírus. 
- São muito citopáticos/agressivos. 
- Os sintomas locais são importantes. 
- Não há latência. 
- A imunidade natural/humoral é bastante relevante, pois 
está muito ativada devido ao grande número de partículas 
virais e o extenso dano tecidual. 
- A produção de anticorpos e células de memória é 
bastante relevante. 
• Infecções Crônicas: Há uma infecção primária – 
replicação inicial e depois o vírus migra para os 
sítios onde se estabelece. 
- Liberação lenta de partículas virais. 
- Pouco citopáticos (pouco dano celular) o que restringe 
muito a imunidade inata. 
- Sintomas locais menos importantes. Normalmente são 
síndromes gripais gerais, já que o vírus não se estabelece 
no local da infecção primária. 
- Pode haver latência: o vírus se estabelece sem realizar 
replicação viral. 
- Imunidade celular é importante. Por ter poucas 
partículas virais, há pouca atividade inata e as citocinas 
assim como as células NK participam pouco. Torna-se 
necessário que na infecção inicial ocorra a ativação de 
linfócitos citotóxicos e memória CD8, para que essas 
células façam a vigilância contra a reativação do vírus ou 
contra as células que estão produzindo partículas virais. 
A partir disso, o linfócito T CD8 de memória efetora fica 
nos tecidos e assim que ocorre a reativação do vírus, ele é 
capaz de identificar as células que apresentam antígenos 
de MHC de classe I e eliminá-las, controlando a 
replicação viral. 
O predomínio de um tipo de resposta em cada tipo de 
infecção não significa que não haja o outro, apenas que 
um é mais ativo/relevante/eficiente naquele tipo de 
infecção. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
 
. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Gráfico de infecção aguda, que pode ser utilizado 
para analisar também uma infecção crônica. 
- Em amarelo: o número de partículas virais. 
• Explicação: 
- Quando ocorre a infecção, independentemente se for 
aguda ou crônica, o número de partículas virais vai 
aumentando de acordo com infecção das células e a 
replicação do vírus. Esse processo gera a ativação inicial 
das citocinas associadas à resposta inata contra os vírus 
(em verde). 
- A produção dessas citocinas gera (em azul) a ativação 
dos mecanismos de citotoxidade – dentre eles, a célula 
NK, que está diretamente relacionada com a produção 
dessas citocinas, gerando um efeito cascata. 
- Esses dois processos inatos são fundamentais para 
promover a diminuição da replicação viral. Até o 2do, 3ro 
dia estava aumentando de forma exponencial. Com a 
ativação dos mecanismos, principalmente no ápice, há o 
freio da replicação. A replicação viral atinge um platô. 
- Os mecanismos inatos conseguem frear a replicação, 
mas não são suficientes para eliminá-la. Então, a partir 
desse platô, pode haver um platô de infecção aguda 
(como está no gráfico), no qual atinge o ápice e depois 
diminui. 
- Ou, o platô pode permanecer por mais tempo (um platô 
menor), que é o que acontece em uma infecção crônica 
– a quantidade de vírus diminui, mantendo-se estável sem 
chegar a zero. Na maior parte das infecções crônicas mais 
eficientes, o número de partículas virais vai aumentando 
ao longo do tempo, com o gráfico passando a ser em vez 
de dias, meses e anos. 
- Também pode haver uma infecção latente, onde o vírus 
completamente e depoisvolta a aparecer. Dependerá do 
tipo de vírus. 
• Em todas essas situações, a diminuição de 
partículas virais está diretamente relacionada com 
os mecanismos citotóxicos mediados por 
linfócitos T CD8 (em vermelho). Quando esses 
mecanismos atingem o ápice – em torno de uma 
semana depois da infecção, o número de 
partículas virais diminui. Em infecções agudas, a 
resposta adaptativa é capaz de eliminar 
completamente o vírus, enquanto em infecções 
crônicas e latentes esse mecanismo acontece e os 
níveis desaparecem (latentes) ou ficam muito 
baixos; os linfócitos T citotóxicos morrem e 
sobram os de memória; quando o vírus latente ou 
crônico começa a aparecer de novo, os linfócitos 
T CD8 de memória serão ativados e começam a 
controlar a infecção de novo. O problema é que 
no equilíbrio entre o sistema imune e os vírus que 
são crônicos ou latentes, o dano tecidual pode 
continuar acontecendo ao longo de muito tempo, 
gerando grande comprometimento do tecido. 
Mecanismos de escape 
• O principal é a variação antigênica: mutações 
pontuais, rearranjos no RNA... porque os vírus 
são muito propensos a adquirir novas mutações, 
seja: pela replicação exacerbada; porque na 
replicação do material genético dos vírus não 
existe um sistema de controle da replicação que 
verifique se os nucleotídeos são corretos; por 
questões associadas a infecção de outros 
organismos – adquirem mutações que dão maior 
capacidade de infectar pessoas ao infectar outros 
animais. 
• Inibição do processamento e da apresentação do 
Ag: 
- Inibição dos genes para MHC I – ex: adenovírus e HIV; 
- Proteínas que se ligam à TAP (canais que bombeiam os 
peptídeos para dentro do retículo, para que a apresentação 
aconteça) – ex: Herpes simples. 
- Retenção do MHC I no RER, impedindo que o MHC vá 
para a membrana – ex: adenovírus. 
- Desvio do MHC I do RER para o citosol – ex: CMV. 
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Angie Martinez 
- Criação de microdomínios dentro das células, 
semelhantes a organelas, promovendo a internalização do 
MHC I – ex: HHV-8. 
Todos esses mecanismos fazem com que os vírus sejam 
muito eficientes em inibir a expressão de moléculas de 
MHC de classe I pela célula infectada (e como 
consequente, o maior mecanismo de combate não é 
ativado). Por outro lado, promove a possibilidade do 
funcionamento das células NK, já que ela é ativada, mas 
não consegue matar as células se elas estiverem 
expressando MHC I. Como a CD 8 mata com mais 
eficiência, para o vírus é uma boa estratégia evolutiva, 
pois a célula NK não é capaz de eliminar a infecção 
completamente. 
• Alguns vírus também são capazes de produzir 
moléculas inibitórias das imunidades inata e 
adaptativa. Existem genes no vírus que codificam 
proteínas com essa função. 
- Proteínas solúveis análogas a receptores de citocinas 
(IFN-gama; TNF; IL-1, IL-18). Quando a célula infectada 
produz um receptor solúvel do vírus, que é liberado no 
meio, esse receptor s eliga às citocinas, impedindo que 
elas atuem nos receptores celulares e ativem as células. 
Ex: Poxvírus. 
- Proteínas de membrana análogas a MHC de classe I, 
para substituir as MHC de classe I, sem poder apresentar 
antígenos e promove certa proteção contra as células NK 
também. Ex: CMV. 
- Proteínas análogas a citocinas inibitórias (IL-10). Elas 
vão regular a formação de IL-1, IL-6 e TNF-alfa. Ex: 
EBV. 
• Eliminação de células imunocompetentes, ao 
infectar células do sistema imune. Ex: HIV. 
Infecções bacterianas 
• Causadas por vários agentes etiológicos, 
patogênicos ou oportunistas. 
• Capazes de atingir qualquer parte do corpo. 
• Tem como consequência uma grande variedade 
de doenças, que variam de acordo com o 
mecanismo patogênico da bactéria. Normalmente 
está associado a: 
- Crescimento bacteriano. 
- Produção de fatores nocivos ao hospedeiro; 
- Dano tecidual mediado por resposta imune e pela própria 
infecção. 
• É um tipo de patógenos muito mais variado, o que 
gera inúmeras possibilidades de respostas 
imunes. Por isso, divide-se a infecção em etapas, 
já que cada uma delas terá sua particularidade. 
Etapas das infecções bacterianas: 
1. Ligação ao tecido do hospedeiro: Não induz 
resposta inflamatória em bactérias comensais; 
ativadora em bactérias patogênicas. 
É diferente aos vírus. As bactérias possuem 
PAMPS na superfície da célula, o que permite 
que apenas sua presença e ligação ao tecido cause 
uma resposta inflamatória completa, através dos 
receptores para PAMPS a superfície das células 
do sistema imune. 
É comum a liberação das citocinas inflamatórias 
clássicas e menos comum o interferon. 
2. Invasividade: É a capacidade que a bactéria tem 
de invadir o tecido. Isso pode acontecer por 
trauma – abre uma porta de entrada para as 
bactérias, inoculação por vetores, fatores 
ambientais (alimentação, por exemplo), invasão 
ativa ou utilização de mecanismos homeostáticos. 
3. Inflamação (ativação de mecanismos de 
imunidade inata): 
Acontece com qualquer bactéria, inclusive as 
comensais. Caso elas invadam os tecidos e 
passem pela barreira inata dos tecidos epiteliais 
para chegar em qualquer tecido do corpo, vão 
gerar uma resposta inflamatória. Isso pois as 
bactérias, em comparação com os vírus, são 
facilmente reconhecidas por células do sistema 
imune inato, principalmente macrófagos. 
Responsável por eliminar a maior parte das 
infecções. Bactérias possuem diversos PAMPS 
(na membrana, no DNA...). 
4. Imunidade adaptativa: Depende da alta carga 
bacteriana, falha nos mecanismos inatos, escape 
dos mecanismos inatos, alto grau de dano tecidual 
(principalmente pela própria resposta 
inflamatória), cronificação e a indução de 
memória imunológica. 
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Ligação ao tecido do hospedeiro 
 
Figura 2.10. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• A parede das células epiteliais é uma parte 
importante do sistema imune inato – proteções 
físicas. Protegem a entrada de bactérias aos 
nossos tecidos. Na pele, ainda tem as defensinas 
e peptídeos antimicrobianos que tem ação 
principalmente contra bactérias. 
• Logo, as bactérias precisam ter a capacidade de 
invadir o tecido – só a ligação a ele não é 
suficiente, para conseguir promover uma 
infecção. 
• Bactérias raramente causam infecções nos 
estratos mais superficiais da pele. Precisam estar 
nos estratos mais profundos da epiderme ou na 
derme, embora possa ocorrer proliferação 
bacteriana na superfície da pele. Isso acontece, 
como por exemplo, com bactérias comensais. 
 
Figura 2.10. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Nas mucosas de uma forma geral, as bactérias 
também precisam escapar a ação das defensinas, 
peptídeos antimicrobianos, enzimas, 
antimicrobianos presentes nesse muco, além do 
próprio muco. Esse muco também é um 
componente físico da resposta inata – uma 
barreira física da imunidade inata. Boa parte das 
bactérias que causam infecção através das 
mucosas tem vários flagelos, para conseguir uma 
propulsão, atravessar o muco e chegar na célula 
epitelial. 
 
Figura 10.28. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Em relação à ligação ao tecido do hospedeiro, 
vale a pena ressaltar a IgA – anticorpo presente 
nas mucosas, capaz de neutralizar as bactérias que 
colonizam a superfície de um tecido – das quais 
algumas precisam infectar através de receptores 
específicos. O anticorpo é capaz de bloquear 
essas bactérias impedindo que elas infectem. 
• Esse processo não é inato, é adaptativo. A ligação 
ao tecido do hospedeiro causa as respostas de 
memória, porque a IgA deve estar pré-formada no 
tecido para exercer sua função. 
• A IgG também tem essa função, mas não no 
processo de ligação. Apenasapós o processo de 
invasão que a IgG está presente o líquido 
intersticial, composto por plasma sanguíneo. 
• Outro fator importante em relação à IgA é a 
capacidade que ela possui de neutralizar toxinas 
bacterianas. Muitas bactérias induzem 
manifestações clínicas não por si mesma, mas por 
conta das toxinas que elas produzem. E, a IgA é a 
principal protetora nesse tipo de situação. Isso 
porque mesmo que a bactéria não invada e 
colonize apenas a superfície do epitélio, podem 
produzir toxinas que vão realizar danos no local 
ou até distais. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
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Invasividade 
• Uma vez que a bactéria consiga invadir, ela chega 
nos tecidos mais profundos e começa a resposta 
inflamatória. 
• Essa resposta inflamatória será extremamente 
ativada, já que as bactérias tem muitos PAMPs 
que serão reconhecidos pelas células epiteliais do 
próprio tecido ou células do sistema imune que 
residem nesses tecidos – macrófagos, células 
dendríticas e mastócitos, gerando uma grande 
quantidade de citocinas inflamatórias e mediados 
lipídicos inflamatórios. 
• Nesse momento as toxinas também vão ser 
produzidas, podendo causar dano, aumentando a 
quantidade de resposta inflamatória, por conta 
dos padrões moleculares associados a danos. 
Neste caso, a IgG é importante para bloquear 
essas toxinas e impedir que o dano aconteça. 
• Com a resposta inflamatória estabelecida, o 
endotélio será ativado e os neutrófilos são as 
principais células que vão chegar no local – 
importantes para fagocitar e destruir as bactérias. 
Também serão importantes para produzir as 
armadilhas extra-celulares neutrofílicas, que são 
muito eficientes contra bactérias. No entanto, 
esses neutrófilos vão exacerbar o dano tecidual, 
causando mais inflamação. 
Transmissão via vetores artrópodes: 
• Exemplos: 
- Doença de Lyme; 
- Febre maculosa; 
- Peste. 
 
• É possível observar uma lesão causada por 
uma úlcera, após a mordida da pulga que 
causa e transmite a bactéria da peste. Lesão 
grande, resultante da resposta inflamatória 
causada pela mordida – que causa dano 
tecidual. Contudo, a resposta inflamatória é 
gerada pela bactéria que foi depositada e 
exacerba a resposta. 
- 
• Bactérias são muito capazes de utilizar os 
mecanismos homeostáticos para a 
invasividade. Embora isso também aconteça 
com os vírus, no caso das bactérias isso é 
mais relevante por conta da dificuldade delas 
conseguirem atravessar a parede de células 
epiteliais. 
 
Figura 12.13. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Exemplo da utilização desses mecanismos, 
como a transcitose da célula M; o transporte 
de transcitose dependente de receptores de 
anticorpos; a indução de apoptose celular e os 
restos celulares das células mortas contendo 
bactérias conseguem atravessar e ser 
endocitadas por células fagocíticas; e através 
da captura de antígenos por macrófagos e 
células dendríticas. 
• Todos esses casos são utilizados por 
diferentes tipos de bactérias para facilitar a 
passagem/invasão das células epiteliais. 
- 
• Na fase de invasividade, logo após à entrada 
da bactéria nos tecidos, será determinado o 
tipo de resposta imune que será ativada. 
• A resposta inflamatória é complexa, formada 
pelo agir das citocinas inflamatórias. No 
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entanto, a característica da bactéria terá uma 
função importante no contexto, se são 
bactérias que proliferam extracelularmente – 
no líquido intersticial do parênquima do 
tecido ou bactérias que proliferam dentro das 
células. 
• Quando proliferam dentro das células, 
infectam e permanecem dentro, o que 
diminui a extensão da resposta inflamatória, 
porque as células residentes do tecido não 
terão mais acesso ao patógeno. Porém, dentro 
das células, existem diversos receptores 
inatos que são capazes de reconhecerem essas 
bactérias intracelulares. 
• A extensão do dano é essencial. Existem 
bactérias que são capazes de destruir as 
células devido à proliferação, produzir 
toxinas e, de uma forma geral, as bactérias 
causam uma resposta inflamatória danosa aos 
tecidos – seja piogênica (que gera pus) ou 
não. Isso pois a resposta é exacerbada, com a 
participação de neutrófilos e mastócitos, o 
que gera uma resposta inflamatória no tecido 
que causa dano às células adjacentes. 
Inflamação 
• O processo inflamatório é muito característico, 
principalmente por conta da grande variedade de 
receptores de reconhecimento de padrão que 
reconhecem bactérias. 
 
Figura 3.9. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• TLR-3, TLR-7, TLR-8 reconhecem vírus. De 
resto, todos reconhecem bactérias. 
• Toll 1, 2 e 6 reconhecem basicamente a parede 
bacteriana; toll 4 reconhece a parede externa de 
bactérias gram; toll 5 reconhece flagelina; toll 9 
reconhece DNA bacteriano; toll 11 reconhece 
proteínas produzidas por bactérias 
uropatogênicas. Logo, de uma forma geral, há 
uma grande quantidade de receptores toll. 
 
Figura 3.15. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Também tem os NOD (intracelulares), que 
reconhecem bactérias intracelulares de uma 
forma geral. 
Uma grande diferença entre infecções virais e 
bacterianas, é que as bactérias são muito mais capazes de 
causar resposta inflamatória, a qual é muito mais variada, 
já que depende de uma série de diferentes receptores. 
Enquanto os vírus, induzem a ativação de poucos 
receptores toll endossomais, e todos eles vão causar a 
produção de interferon. Os interferons vão induzir a 
produção de outras citocinas – é um processo bem mais 
simples. No caso das bactérias é um processo muito mais 
complexo, porque mais receptores estão envolvidos, mais 
citocinas estão envolvidas e a característica da bactéria vai 
fazer muita diferença – se a bactéria é extracelular, se a 
bactéria é intracelular citoplasmática ou intracelular 
endossomal e a extensão do dano que ela causa. Há ainda 
bactérias que podem ser intra ou extracelulares. 
Imunidade adaptativa 
• Como a resposta inflamatória é muito 
exacerbada, complexa e depende muito do tipo de 
bactéria, a imunidade adaptativa segue o mesmo 
curso de complexidade e diferentes mecanismos 
envolvidos. 
• É importante o tráfego de informações. Ele segue 
a ordem: Células dendríticas, linfócitos T e 
linfócitos B. 
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• As células dendríticas serão ativadas pela 
resposta inflamatória – que varia de acordo com 
a bactéria e pode envolver qualquer citocina 
inflamatória disponível; dependendo de como é a 
ativação dessa célula dendrítica, tipos diferentes 
de linfócitos T serão ativados nesse contexto. 
• Os dois principais linfócitos que vão ativar 
mecanismos bactericidas mais eficientes são os 
linfócitos Th1 e os linfócitos Th17; Os Th1 vão 
até as células infectadas e interagem diretamente 
com essas células através da apresentação via 
MHC de classe II, ativando as células a 
destruírem as bactérias intracelulares; Os Th17 
vão agir estimulando neutrófilos, que são as 
principais células envolvidas com o combate a 
bactérias extracelulares. 
• Os Th2 têm função na indução de anticorpos, 
principalmente no caso da IgA. 
• Logo após, os linfócitos T vão transferir essas 
informações para os linfócitos B. Os linfócitos 
Th1 e Th17 induzem a mudança de classe para os 
tipos que promovem opsonização. 
• Essa ativação da produção de anticorpos em 
linfócitos B por esses linfócitos Th1 e Th17 – 
IgG, tem uma relevância no combate às bactérias 
em relação ao sistema complemento, que está 
associados a todos os processos – inflamatórios e 
adaptativos, mediando a ação dos anticorpos. Os 
Th2 estão mais associados com a produçãode 
anticorpos neutralizantes – mais a IgA, porém 
também no caso de anticorpos neutralizantes, 
como IgG3. 
É importante entender qual é a bactéria, suas 
características e a partir daí, desenvolver o raciocínio 
relativo à resposta imune adaptativa. Ex: Tuberculose. 
Entra através da mucosa respiratória e infecta 
principalmente macrófagos alveolares, ficando na maioria 
dos casos restrita ao pulmão e ela é intracelular. Sabendo 
dessas características, chega-se à conclusão que a 
ativação dos linfócitos Th1 é fundamental, pois é ele que 
vai ativar o macrófago para matar a bactéria e fará a 
ativação de anticorpos opsonizantes que favoreçam a 
fagocitose, para que o macrófago ativado consiga eliminá-
la; os mecanismos humorais, de neutralização ou mesmo 
os neutrófilos não são tão relevantes, porque a bactéria 
está dentro dos macrófagos. 
 
Imunidade contra Parasitas 
• Os helmintos e protozoários são agrupados como 
parasitas. São agentes extremamente diferentes 
entre si, em termos de estrutura, composição 
antigênica, localização no hospedeiro e 
mecanismos patogênicos. 
• Os parasitas apresentam um ciclo biológico com 
formas completamente distintas entre si no 
mesmo ciclo. Isso é uma grande diferença, em 
termos imunológicos, para poder diferenciar 
parasitas de vírus e bactérias: um mesmo parasita 
pode ter formas diferentes no organismo. 
• A composição antigênica varia sensivelmente de 
forma a forma (ex: de tripomastigota a amastigota 
(tripanossoma), de larva a adulto – 
esquistossomo). 
Características gerais 
• A resposta imune será bastante variada, porque 
dependerá do tipo do parasita, da sua localização, 
o dano que ele causa e da forma evolutiva 
presente no tecido naquele determinado 
momento. 
• Os parasitas também podem ter localização: 
- Extracelular: não só intersticial, mas extracorpórea 
também – na superfície do corpo (como acontece no caso 
dos helmintos intestinais, que não invadem os tecidos). 
Estão acessíveis às moléculas solúveis do sistema imune 
– sistema complemento e anticorpos. 
- Intracelular: Citoplasmáticos ou vesiculares – acontece 
mais com protozoários do que com helmintos. Podem ser 
atacados por células T citotóxicas ou ativação dos 
mecanismos antimicrobianos da célula fagocíticos. 
• Em algumas infecções a resposta imune é a causa 
da lesão tecidual e da doença. O parasita não 
causa dano nem destrói as células, mas sua 
presença leva a uma resposta imune danosa. 
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Exemplo: Trypanosoma cruzi 
 
• É o agente causador da doença de chagas. 
• Tem três forma: Epimastigota – presente no 
vetor; amastigota – é a forma intracelular presente 
nas células do hospedeiro mamífero e a 
tripomastigota – é a forma inoculada pelo 
hospedeiro vetor. Essas três formas possuem 
características de indução de resposta imune 
totalmente diferentes. 
A tripomastigota pode ser encontrada no sangue, 
é a forma que normalmente causa disseminação. 
A amastigota se transforma em tripomastigota, 
podendo infectar outras células – como nos casos 
sanguíneos. 
A amastigota, forma totalmente intracelular. 
Consegue se manter dentro das células de forma 
eficiente. O principal tipo de resposta é a de 
linfócitos Th1, os quais ativam mecanismos que 
destroem patógenos intracelulares, assim como 
no caso de bactérias. 
A epimastigota não entra em contato com o 
hospedeiro humano, então é a menos competente 
em escapar qualquer tipo de resposta do sistema 
imune. Para este tipo, o Th1 não seria tão 
eficiente, pois ela pode sair da célula. 
• As formas possuem adaptações diferentes. A 
amastigota consegue sobreviver dentro das 
células, então consegue combater os mecanismos 
microbicidas do macrófago infectado – óxido 
nítrico e espécies reativas de oxigênio, por estar 
adaptada ao ambiente. 
• Esse é um bom exemplo de como as formas 
diferentes acabam induzindo respostas diferentes 
e serão combatidas por respostas diferentes, o que 
gera uma dificuldade a mais no sistema imune, o 
qual deve se adaptar às modificações que o 
próprio patógeno sofre ao longo do seu ciclo 
dentro do hospedeiro vertebrado. 
Localização x Imunidade 
• As respostas imunológicas no caso de patógenos 
e intracelulares serão diferentes. 
 
 Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• No caso dos intracelulares, vesiculares e 
citoplasmáticos, há ação das células T citotóxicas 
e a ativação de macrófagos infectados. 
• Nos patógenos extracelulares, que ficam nos 
espaços intersticiais – entre as células, seja em 
tecidos sólidos como órgãos ou o sangue, os 
mecanismos protetores mais eficientes são os 
mecanismos humorais – como anticorpos, 
complemento e mecanismos associados à 
fagocitose. No caso dos parasitas que sobrevivem 
em superfícies epiteliais, há outras questões 
importantes. 
Imunidade a protozoários 
• Os principais protozoários causadores de doenças 
são: Plasmodium, Trypanossoma, Toxoplasma, 
Leishmania (humanos e animais). 
• São intracelulares, podendo estar hospedados no 
citoplasma da célula ou em vesículas 
especializadas. Tem ainda algumas formas de 
transição, que podem ser encontras fora das 
células. 
• Os homens são geralmente infectados por picadas 
de hospedeiros intermediários. Ex: malária, 
leishmaniose. Essa picada gera um processo 
inflamatório. A forma transmitida não é adaptada 
para sobreviver ao sistema imune, logo, precisa 
se diferenciar em uma forma adaptada a essa 
situação. Isso acontece com todos esses 
protozoários – a necessidade de ter uma carga 
efetiva autossuficiente, para que pelo menos 
algumas formas possam infectar as células, se 
diferenciar e poder desenvolver. 
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• A defesa é baseada na ação de macrófagos 
ativados, células NK e Linfócitos T citotóxicos. 
• A resposta humoral participa apenas em uma 
curta fase extracelular, porque se o patógeno é 
intracelular, o anticorpo não tem acesso à célula. 
Muitas vezes anticorpos, no caso de protozoários, 
acabam sendo patogênicos, porque eles 
aumentam a opsonização, facilitando que o 
patógeno entre na célula que precisa ser infectada. 
Respostas imunológicas de vertebrados a protozoários 
• Em relação à imunidade adquirida, a resposta 
celular é a mais adequada para combater essas 
infecções, principalmente a resposta de linfócitos 
Th1 – por ele ser capaz de ativar a célula 
infectada, fazendo com que essa célula consiga 
destruir o protozoário intracelular. 
• Os linfócitos citotóxicos têm uma ação um pouco 
menos importantes. São capazes de matar células 
infectadas, contudo, só no caso de infecções em 
que ocorra a apresentação via MHC de classe I. 
Já o linfócito Th1 é pela apresentação via MHC 
de classe II. 
• Pelos protozoários serem vesiculares, na maioria 
das vezes, dentro dessas vesículas ocorre mais 
facilmente a apresentação via MHC de classe II. 
A via de MHC de classe I ocorre apenas por 
apresentação cruzada ou pelo escape do 
protozoário para o citoplasma. 
• Em relação à resposta humoral, é importante para 
protozoários extracelulares, pelos mesmos 
motivos relacionados às bactérias: opsonização, 
ativação do complemento e ADCC. 
• A neutralização não é muito comum – não 
costumam ser produzidos anticorpos 
neutralizantes, já que muitos dos protozoários 
fazem infecção ativa ou são fagocitados por 
mecanismos muito variados. Por esses motivos, a 
neutralização não é tão eficiente. Existem alguns 
indícios de que seja importante para bloquear a 
entrada de esporozoítos da malária em 
hepatócitos. 
Importância do interferon gamma 
 
• Exemplo de infecção de macrófagos por 
leishmania. 
• Na imagem 1 são os macrófagos infectados que 
foram tratados com IFN-gama. Na 2, macrófagos 
infectados na ausênciade interferon-gamma – os 
pontinhos pretos são as amastigotas proliferando 
ainda dentro dos macrófagos, os quais serão 
destruídos, por não ter o interferon e nem o 
linfócito Th1 auxiliando os macrófagos a 
destruírem os patógenos. Quando a citocina está 
presente (imagem 1), o macrófago consegue ser 
resistente a essa infecção. 
Evasão imune por protozoários 
• Esses parasitas são eucariotos. Então, do ponto de 
vista inflamatório, não contêm tantos padrões 
moleculares associados a patógenos, porque são 
células mais próximas às nossas células. E, os 
padrões moleculares, diferenciam tipos celulares, 
principalmente entre próprio e não próprio. 
• Como as células são eucariotas, a quantidade de 
padrões moleculares é bem menor do que em 
bactérias e até em vírus. Logo, a reposta 
adaptativa acaba sendo mais relevante – existem 
alguns padrões, mas não tão relevantes. 
Reclusão anatômica no hospedeiro 
• Exemplo: o Plasmodium fica dentro das 
hemácias. E, quando infectadas, não são 
reconhecidas por célula NK e T citotóxicas, já 
que não possem moléculas de MHC de nenhum 
tipo. Isso permite ao patógeno ficar ¨escondido¨ 
dentro das células. 
• A resposta inflamatória associada a esse tipo de 
infecção ocorre quando há a destruição das 
hemácias e a liberação de padrões moleculares 
associados a danos. 
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Variação antigênica 
• Não é tão comum como no vírus. 
• Ocorre no Trypanossoma brucei, que causa a 
doença do sono. A principal proteína 
imunogênica que ele possui é uma proteína para 
a qual ele tem diversos genes diferentes que a 
codificam. 
• Logo, quando acontece o aumento da proliferação 
do parasita, o sistema imune inicia o processo de 
ativação e de efetuação da resposta, destruindo 
esses parasitas. No entanto, por ser a principal 
proteína imunogênica, é ela que será alvo dos 
anticorpos ou dos linfócitos ativados. A partir 
disso, elimina os parasitas que tem a proteína 
codificada por aquele gene específico. 
• Os protozoários que expressam a proteína 
codificada por um outro gene, sobrevivem e 
começam a proliferar. Com isso, deve ser 
desenvolvida uma nova resposta contra aquela 
proteína. Isso acaba gerando o gráfico em ondas 
– algumas variações são mais eficientes em 
escapar contra o sistema imune, outras menos 
eficientes (com picos baixos). 
 
 
• Por essa característica, é difícil eliminar 
completamente a infecção. 
• Não é uma característica geral de todos os 
protozoários. 
Imunossupressão 
• É mais comum. 
• É a inibição de processos fundamentais para a 
resposta imune, como inibição da apresentação de 
antígenos, indução de citocinas 
imunossupressoras, desvio funcional – impedir 
que os linfócitos Th1 sejam ativados, resistência 
a mecanismos de fagocitose, resistência a 
mecanismos microbicidas dos macrófagos, entre 
outros. 
• Os protozoários são bastante eficientes nisso. 
Causam uma resposta inflamatória baixa; a resposta 
adaptativa é a mais importante para a eliminação desse 
tipo de infecção. Na resposta adaptativa, é necessário que 
ocorra o reconhecimento específico do antígeno; com a 
capacidade que esses patógenos têm de conseguir evadir 
a resposta adaptativa através da imunossupressão, é 
comum que esse tipo de infecção perdure por muito 
tempo. É difícil eliminar completamente o patógeno. Ex: 
plasmodium, toxoplasma, tripanossoma... 
Imunidade a helmintos 
• É baseada principalmente em mecanismos 
desencadeados por linfócitos T do tipo Th2 
(protetora). 
• É importantíssima a ação de eosinófilos e de IgE 
– Os anticorpos IgE se ligam à superfície dos 
helmintos; e os eosinófilos aderem por meio dos 
receptores FceRII e secretam grânulos com 
enzimas que destroem os parasitas. 
A resposta Th2 tem como característica a 
produção de eosinófilos e mastócitos, 
principalmente eosinófilos. O IgE é bastante 
importante para resposta alérgica dependente de 
mastócitos, mas na resposta contra helmintos a 
principal célula é o eosinófilo, até porque é a 
célula que consegue migrar do sangue para os 
tecidos em situações inflamatórias. 
• A subpopulação Th2 de células T auxiliadoras 
CD4+ secretam IL-4 e IL-5. 
• A IL-4 estimula a troca de isotipo para IgE em 
linfócitos B e IL-5 estimula o desenvolvimento e 
ativação dos eosinófilos. 
 
Figura 12.28. Murphy, Kenneth. Imunobiologia de Janeway-8. Artmed Editora, 2014. 
• Diferentes ações que o linfócito Th2 faz no 
contexto de infecção por helmintos. 
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• São efeitos que nem sempre são capazes de 
eliminar os helmintos, mas podem controlar a 
população de patógenos no tecido. 
Respostas imunológicas de vertebrados a helmintos 
• Em muitos casos, por conta desses efeitos, o 
hospedeiro desenvolve inflamação e 
hipersensibilidade a infecção por alguns 
nematódeos gastrintestinais – até porque acaba 
gerando uma resposta Th2 exacerbada, então 
pode ser desenvolvido um tipo de alergia. 
• Essa alergia será dependente de histamina, tanto 
no caso de mastócitos quanto eosinófilos. 
Respostas contra helmintos 
• Alguns tem algumas particularidades, como o que 
acontece com o esquistossomo, que possui 
algumas fases interessantes. O granuloma 
shistossomótico no fígado é causado pela 
presença de ovos do parasito. Esses ovos geram 
uma resposta th2 – é uma hipersensibilidade do 
tipo 4 (por conta do granuloma), mas causada por 
linfócitos Th2. 
• Já os adultos, costumam causar uma resposta do 
tipo Th1, a qual não é eficiente contra o patógeno 
– porque ela é baseada em fagocitose e eles não 
são fagocitados por causa do tamanho. 
• A resposta Th2 contra os ovos não é eficiente, 
porque não elimina os ovos. 
• Os dois tipos de resposta acontecem – ambas de 
hipersensibilidade (tipo IV). 
• O máximo que pode acontecer é mediar a 
expulsão do parasita – não eficiente para eliminá-
lo. 
 
As cercarias (adultos) do Schistossoma induzem a 
resposta Th1 (em verde); essa resposta predomina nos 
primeiros dias de infecção (infecção aguda). Já na infecção 
crônica, com a formação de ovos, a resposta Th2 
predomina e são gerados os granulomas que podem 
causar dano hepático importante. Isso é uma 
característica associada com a modificação antigênica que 
acontece ao longo do ciclo dos parasitas, que acontece 
com protozoários e helmintos também. 
• A IgE e eosinófilos são importantes mecanismos 
de defesa contra Schistosoma, assim como contra 
outros helmintos. 
 
• Indivíduo adulto de esquistossomo cercado de 
eosinófilos que estão degranulando e tentando 
destruir o patógeno. Esse processo acontece 
mediado por IgE e a ligação do eosinófilo ao IgE 
promove a degranulação e possível eliminação do 
patógeno. Nesse caso, que não é uma 
hipersensibilidade do tipo 4, é possível que 
aconteça a eliminação do esquistossomo – o qual 
não é um patógeno extracorpóreo, como acontece 
com outros helmintos. 
• Esse processo é mais complicado (com 
extracorpóreos), porque o eosinófilo tem grande 
dificuldade em chegar ao intestino ou trato 
respiratório, ou seja, para fora do corpo, na 
superfície do epitélio. No sangue o linfa, o 
processo acontece com mais eficiência. 
- 
• A resposta de citotoxidade celular dependente de 
anticorpos por células NK pode ter uma função. 
Ex: morte de larvas por células NK ativadas 
através de IgE específica. 
• Não é muito comum nas respostas contra 
helmintos. 
Síntese 
• A resposta Th2 é protetora nas infecções por 
helmintos que vivem na luz intestinal. 
 
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• Através do aumento da produção de muco e 
líquidos de uma forma geral, expulsão dos 
vermes da luz intestinal, por conta do aumento do 
peristaltismo... Esse processo todo acontece 
porqueos antígenos derivados dos helmintos são 
capazes de serem secretados por eles e serem 
absorvidos pela mucosa, chegando nas células 
apresentadoras. Essas células vão induzir a 
ativação dos linfócitos Th2 com um mecanismo 
muito semelhante ao da hipersensibilidade do 
tipo I: penetração do tecido sem inflamação, 
ativação de Th2 mais facilmente... Nesse caso, os 
antígenos secretados são absorvidos pelo epitélio 
e ao chegar nas células apresentadoras, eles 
podem ser apresentados para linfócitos T, 
transformando-os em Th2, porque a célula 
apresentadora não sofreu ativação inflamatória 
exacerbada – que normalmente induz 
diferenciação em Th1 e Th17, já que o interferon-
gamma bloqueia esse processo. 
• Evolutivamente: provavelmente aconteceu a 
resposta contra helmintos, que propiciou o 
aparecimento da resposta Th2, o que gerou o 
efeito colateral: aparecimento das reações 
alérgicas do tipo I. 
Evasão imune por helmintos 
• Tamanho: são na maioria das vezes patógenos 
macroscópicos, então as respostas imunológicas 
de uma forma geral são difíceis de ser eficiente 
contra eles – principalmente a fagocitose. 
• Cobertura com moléculas do hospedeiro: 
Cestodas e trematodas absorvem moléculas do 
hospedeiro, para impedir a ligação de 
complemento e anticorpos. 
Ex: Os Schistosomas absorvem proteínas séricas, 
incluindo antígenos de grupo sanguíneo. 
• Reclusão anatômica: pode ser no meio 
extracorpóreo ou dentro das células. Ex: 
Trichinella spiralis se estabelece na musculatura, 
que é um sítio de imunoprivilégio. 
• Imunossupressão: Parasitas podem secretar 
agentes anti-inflamatórios que suprimem o 
recrutamento e ativação de leucócitos efetores. 
• Mecanismos anti-imunes: produção de enzimas 
que clivam anticorpos ou moléculas do sistema 
complemento. 
• Produção de enzimas pelos parasitas, que inibem 
o sistema imune, como por exemplo enzimas 
anti-oxidantes. 
Resposta contra infecções fúngicas 
• Possuem algumas características que os colocam, 
do ponto de vista imunológico, no meio do 
caminho entre vírus, bactérias e parasitas. 
• Eles são eucariotos – metabolicamente mais 
próximas das células humanas. Portanto, não 
possuem tantos padrões moleculares associados a 
patógenos. Contudo, possuem parede 
extracelular, assim como as bactérias. 
• Do ponto de vista inflamatório, embora 
metabolicamente sejam parecidos às nossas 
células, a presença de parede extracelular confere 
a eles uma altíssima capacidade de indução de 
resposta inflamatória. 
• Acabam sendo, dentre todos os patógenos, os 
menos competentes em estabelecer uma infecção 
eficiente. 
• Muitos fungos são oportunistas, causam 
infecções acidentais. Poucos dependem do 
hospedeiro humano para se estabelecer no 
ambiente. 
• São patógenos que acabam causando infecções 
acidentais – fungos comensais ou ambientais; ou 
oportunistas – apenas em indivíduos 
imunocomprometidos. 
 
• Reconhecimento de PAMPS fúngicos. Estão na 
parede dos fungos e são reconhecidos por uma 
série de receptores de padrão molecular – toll 2, 
toll 4, toll 9; dectinas – receptores de açúcares, 
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bastante relevantes para o reconhecimento de 
fungos, por reconhecer açúcares que são padrões 
moleculares específicos de fungos, como o beta-
glucan. 
• De uma forma geral, são receptores que vão gerar 
uma sinalização muito semelhante, induzindo a 
ativação de NFkB e gerando a produção de 
citocinas inflamatórias – IL-12; ativação de 
resposta Th1 ou Th17, dependendo da situação. 
 
• O fungo é capaz de assumir formas diferentes. 
Com isso, cada forma tem antígenos e 
capacidades de estabelecimento e evasão do 
sistema imune diferentes. 
• Na imagem é possível observar a morfogênese 
fúngica. 
Há fungos dimórficos, por conta da temperatura – as 
formas a 37 graus são geralmente formas de 
resistência, principalmente de resistência ao sistema 
imune, com a formação de cápsula, que impede 
fagocitose; formas que geram menor ativação do 
sistema imune quando comparados com as formas 
ambientais (com hifas ou pseudo-hifas). 
Também estão os fungos oportunistas, que precisam 
adquirir determinados formatos para se tornarem 
patogênicos. Ex: Cândida, a qual possui um formate 
de forma ambiental e para poder infectar tem que estar 
em forma de hifa (de resistência) – já que nesse 
formato a fagocitose fica comprometida e é possível 
o estabelecimento de uma infecção eficiente, com a 
reprodução do fungo de forma exacerbada. 
 
• O artigo mostra duas espécies de fungo, a cândida 
e o Aspergillus, com seus diferentes tipos. 
• Na primeira imagem de cada, são as leveduras; 
nas segundas, são as hifas. 
• Na segunda linha, o tipo de fagocitose que é feita 
pelas células dendríticas. Nas formas infecciosas, 
é a fagocitose clássica, enquanto nas formas não 
infecciosas é uma fagocitose mais semelhante à 
pinocitose. 
• Na última linha, o que esse processo fagocítico 
causa na célula dendrítica. Em todos os casos há 
a ativação da célula dendrítica. As moléculas de 
MHC e as moléculas co-estimulatórias aumentam 
em todos os casos. Contudo, a célula dendrítica 
que fagocita as formas as formas não infecciosas, 
aumentam a produção de IL-12. Logo, essas 
formas não infecciosas induzem a produção de 
IL-12 pela célula dendrítica. Com isso, a célula 
dendrítica fagocita os fungos, produz IL-12 e 
estimula a produção de células Th1, que 
combatem a infecção facilmente, ativando a 
célula dendrítica a eliminar esse patógeno ou 
ativando o macrófago que está no tecido. No caso 
da cândida, que é o caso mais comum, ela é 
controlada por esse processo. 
• Por outro lago, quando a célula dendrítica 
fagocita as hifas, ela é ativada, mas produz IL-4 e 
IL-10, as quais induzem o aumento da frequência 
de células Th2. No contexto de combate a esse 
tipo de infecção, as células Th2 são ineficientes, 
o que permite o estabelecimento de uma infecção, 
já que essas hifas não são combatidas, proliferam 
exacerbadamente. 
• Logo, a forma infeciosa consegue induzir uma 
modificação na resposta imune, que permite o 
estabelecimento da infecção. 
Universidade Federal do Rio de Janeiro 
Campus Macaé 
Enfermagem 
Angie Martinez 
Essa morfogênese está relacionada ao tipo de resposta 
imune assim como nos casos de protozoários e 
helmintos. 
Sistema imune do ponto de vista evolutivo 
• O sistema imune precisa levar em consideração 
os eixos primordiais, que são os eixos 
relacionados a antígenos próprios e não próprios 
e que são seguros ou perigosos. 
- O que é seguro e próprio a nosso organismo, tem que ser 
tolerado (nossos próprios antígenos). 
- O que é seguro e não é próprio, como microrganismos 
comensais e os alimentos, é necessário ignorar. Interagir, 
reconhecer, mas não promover respostas imunes contra. 
- O que é próprio e perigoso, precisa ser combatido. É o 
que acontece com o câncer, que são células próprias que 
causam danos ao organismo. 
- O que não é próprio e perigoso, agentes patogênicos, os 
quais precisam ser eliminados. 
• O que define a resposta ou ausência dele são esses 
eixos: o quão perigoso ou qual é o dano causado 
– manifestações clínicas, disseminação; e o quão 
capaz de ser reconhecido pelo sistema imune ele 
é – quão distante é das células. 
• Por isso que organismos mais próximos 
conseguem estabelecer infecções mais 
duradouras. Os vírus, por serem muito simples, 
geram um tipo de resposta muito restrita e 
conseguem infecções mais eficientes. Já as 
bactérias entram de uma forma mais agressiva e 
são extremamente perigosas, com diversos 
padrões que as tornam inflamatórias.

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