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Sérgio Caetano Moliterno Sé rg io C ae ta no M ol ite rn o P si co lo gi a So ci al n as O rg an iz aç õe s 109 Organização e pessoas estão, lado a lado, num processo contínuo de troca de competências. A empresa disponibiliza seu patrimônio para as pesso- as, desenvolvendo-as, e as pessoas, transferem para a organização seu aprendizado, gerando-lhe condi- ções para enfrentar novos desafios. Segundo Dutra (2002), a agregação de valor dos indivíduos é sua real contribuição para o patri- mônio de conhecimentos da empresa, permitindo que ela mantenha suas vantagens competitivas ao longo do tempo. A Teoria baseada em Recursos é que traz consigo a noção de competência organizacional, em que segundo Fleury & Fleury, apud Amorim e Silva (2011, p.110): Existe a incorporação e a valorização da noção de aprendizagem organizacional e da experiência para lidar com a complexida- de. Nesses termos, a competitividade de uma UNIDADE 4 Competências Organizacionais 110 organização é determinada pela interrelação entre as competências organizacionais e as estratégias competitivas. Ainda, segundo Fleury e Fleury, apud Amo- rim e Silva (2011) as competências organizacionais são elaboradas de acordo com a visão organizacio- nal, são colocadas em prática nas ações e rotinas da empresa, com a finalidade de garantir que os objeti- vos organizacionais sejam alcançados, criando assim uma empresa forte e diferenciada. O quadro abaixo sistematiza as competên- cias organizacionais, trazendo o conceito, os méto- dos e aplicações na gestão de pessoas. Nível da competência Definição Formas de mapenamento das competências deseja- das pela organição Competência Organizacional Atributos da organiza- ção, que conferem van- tagem competitiva a ela, geram valor distinto percebido pelos clientes e são difíceis de ser imi- tados pela concorrência • Analise documental (inter- pretação do conteúdo da es- tratégia organizacional). • Utilização de métodos e técnicas de pesquisa social (sobretudo entrevistas in- dividuais ou coletivas com dirigentes da organização e especialistas). • Realização de workshops com a participação de diri- gentes e especialistas 111 Quadro 3: Síntese de conflitos, métodos e aplicações inerentes à Gestão por Competências. Fonte: Carbone et al (2006, p.75). Formas de mapeamento das compe- tências existentes na organização Aplicações do mapeamento de com- petências na gestão organizacional e de pessoas • Avaliação do desempenho organizacio- nal, sob diferentes perspectivas (resulta- do econômico-financeiro, qualidade dos processos internos, satisfação do cliente, inovação e aprendizagem, por exemplo) • Diagnóstico organizacional. • Identificação de lacunas ou gaps de competências. • Subsídio à tomada de decisões quan- to à realização de fusões aquisições e alianças estratégicas. • Subsídio à tomada de decisões quanto a investimentos em capacitação, e de- senvolvimento Henne e Sanchez, apud Amorim e Silva (2011) trazem uma nova teoria que tenta integrar duas outras teorias apresentadas anteriormente, que é a Teoria da Competição Baseada em Competên- cias. Nessa teoria, são classificados quatro tipos de competências organizacionais que procuram intera- gir a estratégia e o ambiente empresarial. São elas: • Dinâmicas: pela necessidade de inte- ração entre pessoas e grupos, internos e ex- ternos à empresa; • Sistêmicas: pois dependem da interconexão de ativos tangíveis e intangíveis das empresas; • Cognitivas: porque seus processos de alavancagem e construção precisam de impulsos 112 gerenciais baseados no conhecimento; • Holísticas: pois apresentam uma visão das empresas como sistemas humanos, sociais e econômicos e não apenas através de indicadores de retorno financeiro e rentabilidade. (LEITE E PORSSE, apud AMORIM E SILVA, 2011, p. 111) Ruas, apud Amorim & Silva (2011) classifi- cam as competências organizacionais de maneira di- ferenciada. Segundo o autor, podem ser classificadas em três tipos: • Competências básicas: são as competên- cias que são decisivas para a sobrevivência da em- presa, em médio prazo; • Competências diferenciais ou seletivas: são as competências que caracterizam a organização por seus diferenciais, fazendo com que a empresa destaque-se e tenha uma posição de liderança no mercado em que atua. • Competências essenciais: são as mais im- portantes para o sucesso empresarial. Assim como as competências diferenciais são as competências que fazem a organização ter vantagem no espaço competitivo e serem pioneiras no mercado. Essas competências devem ser notadas pelos clientes e es- tão relacionadas ao longo prazo. Resende, apud Amorim e Silva (2011), diz 113 que as competências essenciais são as que mais con- tribuem para o sucesso da organização, e ainda sa- lienta que: faz-se necessário identificá-las para que possam direcionar a atenção necessária visando a utilizá-las estrategicamente como ferramentas de gestão. As competências essenciais estão rela- cionadas ao sucesso organizacional, em especial à manutenção de clientes; negociação com for- necedores; adaptação às condições de mercado; eficiência operacional e importância estratégica do fator humano, dentre outras. (RESENDE, apud AMORIM E SILVA, 2011, p.111). Seguindo a linha de pensamento de Prahalad e Hamel, apud Carbone et al (2006, p. 48) pode-se dizer que competências organizacionais são “uma capacidade da organização que a torna eficaz, permi- tindo a consecução de seus objetivos estratégicos”. PRAHALAD & HAMEL, (apud CARBO- NE ET AL, 2006, p.48) comentam sobre as compe- tências organizacionais: A interrelação entre a aprendizagem, o conhecimento e o desenvolvimento das compe- tências essenciais pode ser visualizada se fizer- 114 mos uma analogia entre as core competences e uma árvore. O tronco e os galhos principais são os produtos essenciais, os galhos menores, as unidades de negócios; as folhas, as flores e os frutos são os produtos finais. A raiz, que promo- ve a nutrição, a sustentação e a estabilidade é a competência essencial. Podemos dizer de acordo com Amorim e Silva (2011) que as competências organizacionais são de fundamental importância para alcançar o sucesso, o desenvolvimento e a competitividade da empresa. Mas, elas sozinhas não são suficientes para o sucesso total, pois como observado no capítulo anterior, as competências organizacionais dependem das competências individuais. Segundo Dutra (2008, p.24): Há, pois, relação íntima entre competên- cias organizacionais e individuais. O estabeleci- mento das competências individuais deve estar vinculado às reflexões sobre as competências organizacionais, uma vez que é mútua e influ- ência de umas e de outras. Na abordagem das competências organizacionais, cabe a analogia de Prahalad e Hamel, que compara as compe- 115 tências às raízes de uma árvore, ao oferecerem à organização alimento, sustentação e estabilidade. 4.1. Competências individuais Antes de falarmos sobre as competências individuais precisamos conceituar personalidade. A personalidade é um termo amplamente usado cotidianamente pelas pessoas para representar a eficácia de um indivíduo em produzir reações diversas nas pessoas em diferentes situações, ou seja, a intensidade com que é percebido por elas, como “personalidade forte ou fraca”, por exem- plo. A definição de personalidade refere-se à im- pressão deixada nas pessoas, fazendo com que a personalidade seja caracterizada pela reação ne- las causadas, comenta Welter (2007). A perspectiva externa ao indivíduo contra- põe-se o conceito constitucional da personalidade, que enfatiza as qualidades inerentes e específicas do indivíduo, tidas como hereditárias. Outras abordagens enfatizam o papel integrador da personalidade, enquanto instân- cia que ordena e harmoniza todas as formas de comportamento, ou a função mediadora da per- sonalidade, enquanto esforço de ajustamento do indivíduo ao meioexterno e ao mundo interno. 116 Cada teoria permite uma compreensão profun- da de uma parte do todo. No entanto, embora haja tantas definições de personalidade quanto há teorias sobre ela, todas compartilham a ideia de que a “personalidade consiste naquilo que é mais característico do indivíduo” (Hall & Lin- dzey, 1984, p. 7). Os questionamentos atuais fazem menção a uma pergunta antiga: A primeira impressão fica? Há anos, trabalho com essa pergunta e dian- te de pesquisas realizadas posso apontar: Gráfico 1: A primeira impressão é a que fica? Fonte: Dados coletados pelo autor. 117 Vamos aos dados do gráfico: 50% dos co- laboradores acreditam que, às vezes, a primeira im- pressão é a que fica. Isso porque utilizam outras formas de avaliação como etapas de um processo seletivo, tais como grafologia, testes de aptidão, comportamento e personalidade. Segundo Sady Bordin (2004), nos primeiros trinta segundos de um encontro, a mente humana é capaz de formular até 200 impressões, sendo estas as mais duradouras, mas ainda assim, a expectativa por parte do observador é grande em saber quem a pessoa observada realmente é. Segundo Philip (2010), a imagem pessoal segue as mesmas regras das outras imagens, quan- do olhamos para alguém, antes de vê-la como uma pessoa específica, com um nome, profissão e uma história, estamos reagindo emocionalmen- te às linhas, aos formatos, as luzes e as cores que a compõem. Pessoas com alta sensibilidade farão uma leitura mais apurada do que outras, mas essa primeira impressão determina genericamente a identidade da pessoa, como, por exemplo, quem ela é. Somos capazes de opinar sobre as pessoas sem sequer trocar uma palavra com elas, ou seja, apenas olhando para uma fotografia. Segundo Demaris & White (2004, p. 69), so- bre: “A primeira impressão é a que fica”. Escreve: 118 Numa primeira impressão, os outros veem apenas uma pequena amostra de você, uma infini- ta porcentagem da sua vida. Para eles, porém, essa porcentagem representa nesse momento 100% do que sabem sobre você. Você teve uma vida in- teira de experiências, conhece toda gama de suas emoções, de seus comportamentos, paixões e me- dos, mas os estranhos não sabem absolutamente nada a seu respeito. Essa minúscula porcentagem de você é tudo que eles têm, e ainda assim irão presumir inconscientemente que aquela amostra é uma representação exata do seu todo... Escreve Sillamy, (1996, p. 38) que: “a perso- nalidade é o elemento estável da conduta da pessoa; aquilo que a caracteriza e a diferencia de outrem”. Como a personalidade é composta de um conjun- to de termos descritivos usados para caracterizar o indivíduo, faz-se necessário definir a perspectiva te- órica adotada, a partir da qual se dá o recorte das variáveis e dimensões empregadas na sua descrição. Sendo assim, torna-se fundamental explici- tar a perspectiva teórica adotada ao se definir e pes- quisar a personalidade (Allport, 1970; Fadiman & Frager, 1979; Hall & Lindzey, 1984). Podemos definir competência como a fa- cilidade e a habilidade que o ser humano tem em 119 realizar uma tarefa qualquer com total sucesso, sem encontrar problemas impossíveis de se resolver. Segundo Fleury e Fleury, apud Amorim e Silva (2011, p.112), as competências individuais po- dem ser classificadas em três tipos: • Competências de Negócio: relacionam-se à interação da empresa com o entendimento das oportunidades, ameaças, pontos fortes e fracos do negócio orientados para as necessidades e as exigências do mercado (clientes e concorrentes); • Competências Técnicas-Profissionais: distinguem-se por sua ênfase nos inputs do co- nhecimento ou experiência técnica, com relação à área de atuação (pesquisa, conhecimento do produto, finanças, dentre outras); • Competências Sociais: enfatizam a in- teração com as pessoas em processo de nego- ciação, trabalho em equipe, exposição de ideias, motivação, dentre outras. O conceito mais utilizado, e de fácil enten- dimento é o de Fernandes e Comini, apud Amorim e Silva (2011), onde os autores dizem que as com- petências individuais são formadas pelos conheci- mentos (o saber; são as informações que o indivíduo possui), habilidades (o saber fazer; são os comporta- 120 mentos que a pessoa possui que possibilita o desem- penho satisfatório ou superior em determinadas ati- vidades), atitudes (o saber agir; é o comportamento do profissional em situações do trabalho) e valores (são as crenças que as pessoas internacionalizam, e que acabam influenciando suas escolhas). Mas, Dutra (2008) diz que o colaborador possui os conhecimentos, habilidades e atitudes, não garante a organização, que ele agregará valor a ela. Além de possuir o CHA (conhecimentos, habilida- des e atitudes), o profissional deve se entregar aos objetivos da empresa. Deve-se analisar não somente o como ela faz determinadas tarefas, mas como faz suas realizações. Para Dutra (2008, p. 31): As pessoas atuam como agentes de transformação de conhecimentos, habilida- des e atitudes em competência entregue para a organização. A competência entregue pode ser caracterizada como agregação de valor ao patrimônio de conhecimentos da organiza- ção. Cabe destacar o entendimento de agre- gação de valor como algo que a pessoa en- trega para a organização de forma efetiva, ou seja, que permanece mesmo quando a pessoa sai da organização. Assim, a agregação de va- lor não é atingir metas de faturamento ou de 121 produção, mas melhorar processos ou intro- duzir tecnologias. (DUTRA, 2008, p. 31) Carbone et al (2006) nomeia as competên- cias individuais como competências humanas ou profissionais, e diz que estas podem ser descritas como a maneira que o profissional desempenha suas funções, agregando valor à organização pelo conjun- to de seu CHA. Zarifian, apud Carbone et al (2006, p.44) dizem que: “as competências humanas são re- veladas quando as pessoas agem ante às situações profissionais com as quais se deparam [...] e servem como ligação entre as condutas individuais e a estra- tégia da organização”. O quadro abaixo sistematiza as compe- tências individuais (humanas ou profissionais), trazendo o conceito, os métodos e aplicações na gestão de pessoas. Nível da competência Definição Competência Humana ou Profis- sinal Combinações de conhecimentos, habilidades e atitudes, expressas pelo desempenho profissional den- tro de determinado contexto orga- nizacional, que agregam valor a pes- soas e organizações 122 Formas de mapenamen- to das competências de- sejadas pela organição Formas de mapeamento das competências exis- tentes na organização Aplicações do mapea- mento de competências na gestão organizacio- nal e de pessoas • Analise documental (in- terpretação das compe- tências organizacionais de- sejadas e do conteúdo de planos tático-operacionais de trabalho e gestão) • Utilização de métodos e técnicas de pesquisa so- cial (sobretudo observação participante e não parti- cipante, entrevistas indi- viduais ou coletivas com gestores e técnicos da or- ganização, e questionários estruturados). • Avaliação do desempe- nho humano no trabalho, incluindo a realização de pesquisas de clima e de satisfação do cliente em re- lação ao trabalho realizado por funcionários. • Avaliação de potencial. • Certificações internas ou externas de conhecimen- tos e competências. • Aplicação de questioná- rios de autoavaliação de competências e identifi- cação de necessidades de aprendizagem. • Avaliação do capital hu- mano, utilizando-se indi- cadores de renovação, de estabilidade e de eficiência da competência instalada. • Orientação estratégica das ações de gestão de pessoas • Diagnóstico setorial ou individual • Identificação de necessi- dades de aprendizagem • Sistematização da capa- citação profissional • Formulação de objetivos instrucionais • Orientação profissional e carreira • Subsídio e ações de alo- cação, recrutamento e se- leção • Reconhecimento, pro- moção epremiação • Remuneração por com- petências • Endomarketing para es- timular o autodesenvolvi- mento • Orientação aos sistemas de compartilhamento de competências Quadro 4: Síntese de conflitos, métodos e aplicações inerentes à Gestão por Competências. Fonte: Carbone et al (2006, p.76). 123 “As competências humanas, alinhadas a outros recursos e processos, dão origem e sustentação às competências organizacionais.” (CARBONE ET AL, 2006, p.49) Finalizando com Dutra (2008), pode-se dizer que a Gestão por Competências é formada por dois lados. Um lado é a organização com suas competên- cias necessárias ao cumprimento das metas estabeleci- das, e que diferem a organização no meio em que está inserida. E do outro lado, estão as pessoas (os colabo- radores) que possuem um conjunto de competências a serem aproveitadas pela organização. O quadro a seguir mostra um exemplo de competências organizacionais e individuais para uma organização que busca a excelência operacional. 124 Fi gu ra 5 : D efi ni çã o da s C om pe tê nc ia s p or E ix o. Fo nt e: D ut ra (2 00 8, p .2 7) . ES TR AT ÉG IA CO M PE TÊ N CI A S O RG A N IZ A CI O N A IS CO M PE TÊ N CI A S IN D IV ID U A IS Vo lu m e D e Ve nd as Ex el ên ci a O pe ra ci on al ( be ns de c on su m o, c om m od iti es ) • C us to • Q ua lid ad e • P ro ce ss o pr od uti vo • D is tr ib ui çã o • M on ito ra m en to d e M er ca do • C om er ci al iz aç ão • P ar ce ri as e st ra té gi ca s • O ri en ta çã o a cu st os e q ua lid ad es • G es tã o de re cu rs os e p ra zo s • T ra ba lh or e m e qu ip e • P la ne ja m en to • I nt er aç ão c om s is te m as • M ul tif un ci on al id ad e • R el ac io na m en to In te rp es so al • C ap ac id ad e de in ov aç ão • C om un ic aç ão e fic az • A rti cu la çã o in te rn a e ex te rn a • A bs or çã o e tr an sf er ên ci a de co nh ec im en to s • L id er an ça e tr ab al ho e m e qu ip e • R es ol uç ão d e pr ob le m as • U til iz aç ão d e da do s e in fo rm aç õe s té cn ic as •A pr im or am en to d e pr oc es so s / pr od ut os e p ar tic ip aç ão e m p ro je to s • I no va çã o de p ro du to s e p ro ce ss os • Q ua lid ad e • M on ito ra m en to te cn ol óg ic o • I m ag em • P ar ce ria s T ec no ló gi ca s e st ra té gi ca s Fo co n a Cu st om iz aç ão In ov aç ão e m P ro du to s (p ro du to s pa ra c lie nt es o u se gu im en to s es pe cí fic os ) 125 Dutra (2008, p. 24), verifica que há uma rela- ção de troca entre a organização e as pessoas. A organização transfere seu patrimônio para as pessoas, enriquecendo-as e preparando- -as para enfrentar novas situações profissionais e pessoais, na organização ou fora dela. As pesso- as, ao desenvolverem sua capacidade individual, transferem para a organização seu aprendizado, capacitando-a a enfrentar novos desafios. Analisando essa informação, pode-se dizer segundo Dutra, (2008) que a organização ao transferir seu patrimônio ao colaborador, faz com que esse as coloque em prática, consequentemente a organização encaixa-se ao contexto em que está inserida e tornam- -se realidade as competências organizacionais. As pessoas quando utilizam corretamente o patrimônio oferecido pela organização (através do seu conjunto de competências), transformam-na, contri- buindo para a melhora dos processos, dos produtos, da administração e da implantação de novas tecnologias. Dutra (2008, p.24) conclui então que: “a agregação de valor das pessoas é, portanto, sua con- tribuição efetiva ao patrimônio de conhecimentos da organização, permitindo-lhe manter suas vantagens competitivas no tempo”. 126 Mas, será que está informação está correta? A afirmação de Fleury e Fleury (2001) diz que a Ges- tão por Competências agrega valor social ao indiví- duo. É realidade? Cattell (1975, p.3) apresenta a ideia de que há uma hierarquização na aprendizagem das respostas aos impulsos, controlando-os “no interesse de uma satisfação maior, a longa distância, da pessoa toda”. Há, portanto, muitas tendências nas pessoas, capazes de levá-las à ação. Por exemplo, a tendência para o poder, para a realização, para buscar compa- nhia de outras pessoas (afiliação), para a indepen- dência, para a satisfação sensorial (prazer), para a segurança pessoal e familiar, para a auto-realização, para conhecer coisas novas (curiosidade), para des- truir obstáculos que impedem a satisfação de neces- sidades (agressão), entre outras. Estas se apresentam em maior ou menor intensidade, em cada pessoa. Como determinam a ação, são motivos. Para Fleury & Fleury (2001, p.188) afirmam que: “competência é um saber agir responsável e re- conhecido, que implica mobilizar, integrar, transferir conhecimentos, recursos e habilidades, que agre- guem valor econômico à organização e valor social ao indivíduo”, o presente trabalho vem trazer uma reflexão sobre o ganho social do trabalhador, através da análise de bibliografias e estudos de caso já feitos. Fleury & Fleury (apud Sarsur, 2007) com 127 seus estudos sobre a Gestão por Competências lan- çam uma nova visão sobre as pessoas: se, por um lado, agrega valor econômico à organização, por outro, e não menos relevante, deve agregar valor social ao indivíduo, ou seja, as pessoas, ao desenvolverem competências essenciais para o sucesso da empresa, estão também investindo em si mesmas não só como cidadãos organizacionais, mas como cidadãos do próprio país e do mundo. (FLEURY e FLEURY, apud SARSUR, 2007, p.92) Dutra (apud Hansch, 2008), autor de livros sobre a Gestão por Competências, consultor de empresas e professor da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo, descreve no quadro abaixo os ganhos dos colaboradores através da Gestão por Competências: Quadro 5: Ganhos com o modelo de Competências. Fonte: Hansch, 2008, p.54. Pessoas • Horizontes profissionais claros com critérios de acessos definitivos; • Remuneração compatível com a complexidade das atribui- ções e responsabilidades com o mercado; • Estímulo ao autodesenvolvimento e à ampliação de es- paço e atuação; • Condições claras e objetivas para a mobilidade entre as carreiras abrangidas pelo modelo. 128 Sendo um consultor de renomadas empre- sas no Brasil, Dutra (apud Hansch, 2008) conseguiu perceber que as organizações que implantam a Ges- tão por Competências conseguiram trabalhar com esse sistema de gestão duas maneiras diferentes. Uma delas é o aprimoramento do sistema de gestão de pessoas, e outra é o incentivo e o estímulo, que esse modelo de gestão traz aos colaboradores, fazendo com que estes construam, de maneira sólida, seu projeto de carreira e o seu desenvolvimento profissional. Dutra (apud Hansch, 2008), ainda, diz que as pessoas percebem que estão se desenvolvendo para si mesmas, agregando valor a si, e não somente para a organização. Hansch (2008) informa que existem muitos estudos sobre o ganho social do colaborador através da Gestão por Competências, e que muitos deles rela- tam que esses ganhos (a agregação de valor diante da sociedade) podem ser divididos em ganhos financei- ros (aumento na remuneração, participação em lucros e resultados, adicionais, gratificações) e ganhos psi- cológicos (o colaborador sente-se como parte de um grupo, tem status, desenvolve-se intelectualmente). Dutra (apud Hansch, 2008) diz que para a Gestão por Competências obter sucesso, precisa ser concebida e implantada de maneira coletiva, envol- vendo os interessados da organização. A empresa em questão teve seu diferencial 129 logo no mapeamento das competências. Para os res- ponsáveis pela organização, o mapeamento das com- petências, segundo Sarsur (2007, p.139),deveria levar em consideração os itens que iriam proporcionar o crescimento pessoal e profissional do indivíduo, “para que possam desempenhar melhor o seu papel na em- presa e ser continuamente melhores profissionais”. Em sua pesquisa, Sarsur (2007) percebeu que a organização em questão fez todo o processo de implantação da Gestão por Competências, ali- nhando os objetivos da empresa com as competên- cias organizacionais e as competências individuais. Observou também que em nenhum mo- mento houve referências sobre os possíveis ganhos sociais dos trabalhadores. Mas, o que Sarsur (2007) achou interessante foi que os colaboradores contri- buíram – e muito – no processo, identificando as competências já existentes, e quais competências se- riam necessárias para o que a empresa espera, além da possibilidade dos gestores da empresa trabalhar em conjunto com os colaboradores. Em sua entrevista com Sarsur (2007, p. 146), comenta que uma das pessoas que trabalha na Dire- toria de Desenvolvimento Organizacional da empre- sa em questão, fez o seguinte comentário: [...] vantagens na aplicação da gestão por competências em vários fatores, mas, principal- 130 mente no fato de que os empregados podem co- brir o gap existente entre o que têm como desem- penho no momento atual e o que é esperado pela empresa. Além disso, há outro fator que é a maior aproximação do gestor com a equipe. Isso é um ganho inquestionável e atemporal, foi algo que aconteceu e continua acontecendo, abriu portas. O feedback, as trocas, falar o que acha da ativida- de, da empresa, das relações, essa abertura, isso é muito benéfico [...] (SARSUR, 2007, p.146). Sarsur (2007) afirma que esse é um dos ga- nhos sociais do colaborador. Sentir-se dentro do contexto da organização, sendo parte essencial de um grupo, e saber que suas competências são essen- ciais para alcançar o objetivo organizacional. Após várias pesquisas bibliografias sobre a Gestão por Competências, Sarsur (2007) verificou que há uma carência de estudos sobre o ganho so- cial do colaborador. Então, ao revisar a bibliografia já existente, para a análise do ganho social do cola- borador em determinada organização, a autora cons- truiu categorias – e subcategorias – com o objetivo de auxiliar na sistematização dos resultados obtidos. Sarsur (2007) dividiu as categorias por ela elaboradas em três: funcionais, comportamentais e pessoais. Juntas, essas categorias e suas subcatego- 131 rias compõe o que seria o ganho social do colabora- dor na Gestão de Pessoas por Competências. Primeiramente, Sarsur (2007) acha impor- tante ressaltar o que é o ganho social do colaborador: Ganho social é compreendido como um conjunto de aspectos que favorecem o desenvolvi- mento do trabalhador como ser humano, em sua di- mensão mais ampliada: pessoal, profissional, cidadã (política e socialmente determinada). Nesse sentido, não é somente a perspectiva do desenvolvimento do indivíduo que conta, mas a sua inserção na socieda- de e os impactos que, por meio dele, o grupo social pode auferir. (SARSUR, 2007, p.99-100) Ou seja, para Sarsur (2007) o ganho social do colaborador deve ser visto e analisado do ponto de vista pessoal, profissional e socialmente. A agregação de valor à pessoa deve trazer benefícios na dimensão profissional (sua carreira, seu desenvolvimento pro- fissional), como também pessoal (como ele se posi- ciona na sociedade em que está inserido, e o que ele traz de benefícios a esta sociedade). Para Sarsur (2007, p.100): “o valor social que o indivíduo agrega, refere- -se não apenas ao seu próprio desenvolvimento, mas também àquele relacionado à sua inserção e contri- buições à sociedade à qual ele pertence”. 132 Conforme dito, Sarsur (2007) dividiu as ca- tegorias para análise do ganho social do colaborador em três tipos, que são explicadas a seguir. A primeira é a categoria funcional, e ela re- fere-se ao trabalho, à função do colaborador. Leva em consideração seu conhecimento para desenvol- ver determinada tarefa, sua especialização, qual seu conhecimento e sua atitude para resolver problemas, de sua visão perante a organização como um siste- ma integrado. Possui como subcategorias: carreira, desenvolvimento, remuneração, conhecimento, ca- pacidade cognitiva e compreensão conceptual da or- ganização. O quadro a seguir sintetiza essa categoria. 133 Q ua dr o 6: C at eg or ia F un ci on al . Fo nt e: H an sc h, 2 00 8, p .6 5. CA TE G O RI A S SU BC AT EG O RI A S CO M PO N EN TE S Ca rr ei ra • Pe rp ec tiv a de c re sc im en to f un ci on al ( c ar re ira s em f ro nt ei ra ) se m ne ce ss ar ia m en te h av er d ep en dê nc ia e m u m e m pr eg ad or D es en vo lv im en to • In ve st im en to d a or ga ni za çã o no p ro ce ss o de c re sc im en to ( fo r- m aç ão in te gr al ) Re m un er aç ão • G an ho s em t er m os d e re nd a e be ne fic io s di re to s e in di re to s, a tu ai s ou p ot en ci ai s • In cr em en to s da v al or iz aç ão n o m er ca do d e tr ab al ho Co nh ec im en to Ca pa ci da de c og ni tiv a • Bu sc a de s ol uç õe s cr ia tiv as e v iá ve is • Ca pa ci da de d e pe ns ar e st ra te gi ca m en te • Ca pa ci da de d e ap lic ar e tr an fe ri r co nh ec im en to s • Ca pa ci da de d e to m ar d ec is õe s • Ca pa ci da de d e ad ap ta çã o (c on he ci m en to e m m ov im en to ) Co m pr ee ns ão co nc ep tu al d a or ga ni za çã o • En te nd im en to d e su a in se rç ão c om o pa rt e do c on ju nt o da o rg an iz aç ão • Cl ar ez a do s pr op ós ito s or ga ni za ci on ai s e do im pa ct o de s ua a tiv id ad e so br e as d em ai s e so br e re su lta do s A ut or es d e re fe rê nc ia : Bi te nc ou rt ( 20 01 ); D ut ra ( 20 01 , 20 04 ); Ch ee th am e C hi ve rs ( 19 96 , 19 98 ); Fl eu ry e F le ur y (2 00 1a ); H yp ól ito ( 20 01 ); Lê B ot er ff ( 19 95 a .b ., 20 03 ); M cC le lla nd (1 97 3) ; P ar ry (1 99 6) ; Z un ig a (1 99 8) FUNCIONAL 134 A segunda categoria elaborada por Sarsur (2007) foi a comportamental. Nela são notados como o indivíduo age em sua vida, como se inse- re em um grupo, e como é sua participação nes- se grupo, qual o investimento que faz para seu desenvolvimento, ou seja, quais são as ações do indivíduo em sua própria vida. Suas subcategorias são: participação, autodesenvolvimento, comuni- cação e feedback e realização profissional. Segue o quadro referente a essa categoria. 135 CA TE G O RI A S SU BC AT EG O RI A S CO M PO N EN TE S Pa rti ci pa çã o • Po ss ib ili da de d e po si ci on ar -s e e m an ife st ar o pi ni õe s e id éi as • Ca pa ci da de in te gr aç ão s oc ia l e s en tim en to d e pe rt en ci m en to e a de - sã o ao g ru po • Tr ab al ho e m e qu ip e em te rm os d e co op er aç ão e c om pa rti lh am en to Au to de se nv ol vi m en to • Co ns ci ên ci a do s a sp ec to s p ro fis sio na is e pe ss oa is a de se nv ol ve r n um p ro - ce ss o de c re sc im en to c on tín uo , t en do e m v ist a in ve sti m en to s d ire ci on ad os • At en çã o co m o p ró pr io c re sc im en to e a m ad ur ec im en to p er m an en te Co m un ic aç ão e fe ed ba ck • H ab ili da de d e ou vi r e m an ife st ar -s e de m an ei ra a de qu ad a em p ro l do p ró pr io d es en vo lv im en to e d e te rc ei ro s co m o s qu ai s se re la ci on a Re al iza çã o Pr ofi ss io na l • Va lo ri za çã o ere co nh ec im en to p es so al e p ro fis si on al • Sa tis fa çã o no tr ab al ho • Vi sã o da c on tr ib ui çã o do s eu t ra ba lh o pa ra s i m es m o, p ar a o gr up o, pa ra a o rg an iz aç ão • St at us s oc ia l e o rg ul ho p el a re pe rc us sã o da im ag em d a em pr es a no m er ca do , c om e fe ito s po si tiv os e m a ut oe sti m a • Se gu ra nç a qu an to à s pe rs pe cti va s de e m pr eg o na o rg az iç ão e a o m er ca do g lo ba l, am bi en te s au dá ve l e c on di çõ es d e tr ab al ho a de qu a- da s pa ra d es en vo lv im en to d as a tiv id ad es A ut or es d e re fe rê nc ia : B ar bo sa ( 20 05 ); Bi te nc ou rt ( 20 05 ); Ch ee th am e C hi ve rs ( 19 96 , 1 99 8) ; D ut ra (2 00 1, 2 00 4) ; F le ur y e Fl eu ry (2 00 1a ); Lê B ot er ff (2 00 3) ; R ua s (2 00 5) ; Z un in ga (1 99 8) COMPORTAMENTAL Q ua dr o 7: C at eg or ia C om po rt am en ta l. Fo nt e: H an sc h, 2 00 8, p .6 6. 136 E a terceira categoria de Sarsur (2007) é a ca- tegoria pessoal. Faz referência à pessoa em seu meio social e a relação com os impactos da vida da pessoa, com o meio em que vive sua família, sua comunida- de e a sociedade. Tem como subcategorias: identidade, sig- nificado do trabalho, equilíbrio entre vida pessoal e profissional, interesse social e valores. Segue o qua- dro sistematizando essa categoria. 137 CA TE G O RI A S SU BC AT EG O RI A S CO M PO N EN TE S Id en tid ad e Si gn ifi ca do d o Tr ab al ho • Ca pa ci da de d e re fle xã o e cí tic a so br e si , o s ou tr os e a s si tu aç õe s co m - pr ee nd en do -s e co m o se r s oc ia l, po líti co , p ro fis si on al e c om o su je ito • Ca pa ci da de d e co m pr ee nd er -s e co m o se r po líti co e i ns er id o nu m gr up o so ci al a m pl ia do • In te ra çã o co m s eu e nt or no = v is ão g lo ba l d e si m es m o e da a tiv id a- de /f un çã o Eq ui lib ri o en tr e vi da pe ss oa l e p ro fis si on al • Ca pa ci da de d e lid ar c om p re ss õe s de te m po e q ua lid ad e • A dm in is tr aç ão d a pr óp ri as re sp on sa bi lid ad es d e m od o a co nc ili ar in - te re ss es p es so ai s e re sp on sa bi lid ad es n a or ga ni za çã o In te re ss e so ci al e va lo re s • Ca pa ci da de d e ju lg am en to é tic o e au to cr íti ca •R es pe ito a o ou tr o e ao c ol eti vo • Ca pa ci da de d e re la ci on am en to e m d is tin to s gr up os d e m an ei ra s au - dá ve l e c om p er sp ec tiv a de c re sc im en to p óp ri o e do o ut ro • At en çã o e cu id ad o co m o o ut ro e c om o m ei o am bi en te • Co ns ci ên ci a do s eu p ap el c om o ci da dã o A ut or es d e re fe rê nc ia : Bi te nc ou rt ( 20 05 ); Ch ee th am e C hi ve rs ( 19 96 , 19 98 ); Eb ol i (2 00 1) ; Fl eu ry e F le ur y (2 00 1a ); Lé vy -L eb oy er (1 99 7) ; L ê Bo te rff (2 00 3) ; P er re no nd ( 19 99 ); Sa nd be rg (1 99 4) ; Z ar ifi an (2 00 1) PESSOAL Q ua dr o 8: C at eg or ia P es so al . Fo nt e: H an sc h, 2 00 8, p .6 7. 138 Ambas usaram as mesmas três categorias apresentadas acima, desenvolvidas por Sarsur (2007). Realizaram suas pesquisas através de estudos de caso em empresas distintas, e partir de seus estudos pode- -se fazer as reflexões sobre o ganho social. As subcategorias de análise serão utilizadas para especificar os resultados obtidos através das pesquisas das duas autoras, e mostrar se trazem, ou não, ganho social ao colaborador. A primeira categoria a ser analisada é a Funcional. Subcategoria Carreira Sarsur (2007) define esse item como sendo a “perspectiva de crescimento funcional (carreira sem fronteiras) sem, necessariamente, haver dependência em um empregador” (SARSUR, 2007, p.101). Segundo a au- tora, aqui, o ganho social dá-se através das possibilidades que se abrem no mercado de trabalho. Em seu estudo de caso, Sarsur (2007) aponta para o fato de que a organi- zação tende a crescer, abrindo novas oportunidades aos colaboradores, criando assim um ganho social. Para Hansch (2008) a empresa por ela estudada abordou principalmente esse item. Tem como ganho ao colaborador, quando este se qualifica para crescer na car- reira, mas como analisado por ela, nem todos os colabo- radores terão oportunidade de crescimento na empresa. 139 Subcategoria Desenvolvimento O desenvolvimento, segundo Sarsur (2007) pode ser definido como o investimento que a organi- zação faz em busca de formação para o colaborador. A percepção de ganho social está no fato de a orga- nização proporcionar novos conhecimentos, treinan- do e desenvolvendo competências no trabalhador em conjunto com as novas tecnologias do mercado, fa- zendo assim, com que este cresça profissionalmente. Em seu estudo, Sarsur (2007) diz que essa subcategoria tem grande potencial para garantir o ganho social do colaborador, mas na empresa por ela analisada, os investimento em desenvolvimento foram aplicados somente às pessoas com cargo de liderança, não alcançando os outros profissionais. Na empresa analisada por Hansch (2008) percebe-se que o ganho do trabalhador está no investi- mento em programas de treinamento, garantindo opor- tunidade de desenvolvimento, mas voltados somente às competências necessárias à organização, e não ao geral. Subcategoria Remuneração Segundo Sarsur (2007) essa categoria diz respeito aos rendimentos e benefícios do cola- borador. O ganho social nesse item são as “pers- pectivas de valor financeiros atuais ou potenciais 140 e incremento da valorização no mercado de tra- balho”. (HANSCH, 2008, p.68) Nessa subcategoria, Hansch (2008) observou que o trabalhador não adquire aumento salarial tão facilmente. Há uma política chamada de processo de certificação, onde a empresa vai verificar se o empre- gado está realmente qualificado, para depois analisar se receba ou não aumento em sua remuneração. Subcategoria Conhecimento – Capacidade Cognitiva Essa subcategoria diz respeito, segundo Sar- sur (2007), a forma eficaz que o trabalhador pensa, é a busca por soluções viáveis, o pensamento estra- tégico, capacidade de transferir os conhecimentos prévios para a realidade organizacional de forma efi- ciente e com criatividade. O ganho social é percebido pela possibilida- de do trabalhador colocar em prática seus conheci- mentos. Sarsur (2007) atenta ao fato que esse item é de muita importância ao colaborador, não importan- do se a empresa tem implantada – ou não – a Gestão por Competências. Hansch (2008) não conseguiu avaliar essa subcategoria em seu trabalho, pois não é possível me- di-la através de questionários. Porém, o que afirma é ao desenvolver o conhecimento e a capacidade cogni- 141 tiva o trabalhador ganha com “a capacidade de pensar estrategicamente, aplicar e transferir conhecimentos, capacidade de tomar decisões e de buscar soluções criativas e viáveis” (HANSCH, 2008, p.121-122). Subcategoria Compreensão Conceptual da Organização Sarsur (2007) afirma que essa subcategoria é formada por três aspectos: a percepção do colabora- dor em fazer parte do conjunto da organização; saber os objetivos organizacionais; e qual a influência de suas ações na empresa. Sarsur (2007, p.167) diz que o ganho social é “permitir-lhe (ao colaborador) ampliar a compreensão sobre sua relevância, enquanto sujeito ativo de um processo mais global e não como peça fragmentada, cuja ação é localizadae inconsequente”. Hansch (2008) destaca que nessa subcate- goria, o maior ganho percebido é que os colabora- dores passam a agir de forma integrada, entre si e com a organização, trazendo melhores resultados à empresa, e fazendo com que o colaborador sinta- -se satisfeito. É aqui, também, que os funcionários ficam cientes dos sistemas da empresa, adquirindo maior entendimento sobre as atividades da empresa, os agentes internos e externos. A próxima categoria é a Comportamental. 142 Subcategoria Participação É quando, segundo Sarsur (2007), o colabo- rador sente-se parte da empresa, cooperando com suas ideias, é também a capacidade de trabalhar em equipe compartilhando seus conhecimentos e expe- riências. O ganho social aqui é percebido quando o colaborador é envolvido nos processos organizacio- nais, tendo assim, a sensação de pertencer à empresa e fazer parte desse grupo social. Hansch (2008) diz que na empresa estudada por ela não houve ganho social ao colaborador nesse item, pois não houve a participação de todos os em- pregados na implantação da Gestão por Competên- cias, e muitos deles, em sua pesquisa relataram que gostariam de ter manifestado suas ideias e opiniões. Esse fato prejudicou a imagem da empresa perante o colaborador, e fez com que este não se sentisse parte de um grupo. Subcategoria Autodesenvolvimento Sarsur (2007) destaca que nesse item, o co- laborador adquire valor social ao buscar, por si mes- mo, novos conhecimentos e habilidades, em busca de seu crescimento profissional e pessoal. Em seu estudo, Sarsur (2007) notou que muitos colaborado- res que estavam acomodados, voltaram a estudar e 143 especializar-se, fazendo com que esse item tenha um valor social mais percebido pelos trabalhadores. Essa categoria, segundo Hansch (2008), traz ganho ao colaborador, pois ele cria a consci- ência da necessidade do autodesenvolvimento, e tem ações para seu crescimento e amadurecimen- to – que deve ser permanente. Subcategoria Comunicação e Feedback Nesse item, o ganho social ao colaborador é percebido, segundo Sarsur (2007), pela comunicação aberta entre os dois lados (gestão e trabalhadores). Aqui se deve buscar o entendimento mútuo e a in- tegração para que todos possam crescer. Hansch (2008, p.71) destaca que: a introdução do Sistema de Gestão por Competências foi a possibilidade e abertura dos canais de comunicação e feedback. A subcatego- ria apresenta-se como ganho social para os tra- balhadores em termos de perspectiva de melho- rar a escuta, estabelecer o diálogo e compartilhar impressões sobre sua atuação e de terceiros. Hansch (2008) aponta para a questão que essa subcategoria ainda não apresenta um ganho ao 144 colaborador, mas um potencial dentro da organiza- ção estudada. Segundo a autora, essa categoria de- pende do preparo dos gestores para saber ouvir e dar retorno aos trabalhadores. Subcategoria Realização Profissional Sarsur (2007) diz que o colaborador tem um ganho social, nessa subcategoria, ao ter seu trabalho valorizado pelo gestor. Desse modo, adquire satisfa- ção em seu trabalho, orgulho por sua organização e sente-se seguro com relação ao trabalho desenvolvi- do e aos rendimentos recebidos. Na empresa que analisou, Hansch (2008) notou que essa categoria possui um potencial altíssi- mo para o ganho do colaborador através da valori- zação do trabalho. E por fim, a categoria Pessoal. Subcategoria Identidade e Significado do Trabalho Segundo Sarsur (2007), essa subcategoria é definida como a capacidade que o trabalhador tem para fazer uma reflexão crítica sobre si, os outros e as situações que o rodeiam. O ganho social que o traba- lhador tem é que ele adquire uma maior reflexão so- bre si, tentando se entender como ser social e político. 145 Hansch (2008) acredita que aqui, o empre- gado consegue visualizar-se na interação com sua função organizacional e o espaço organizacional. O trabalho é foco central e o trabalhador posiciona-se como ser social. Subcategoria Equilíbrio entre a Vida Pesso- al e Profissional Essa subcategoria é definida por Sarsur (2007) pela capacidade do trabalhador em lidar com momentos de pressão, em busca de processos que garantam a qualidade em tempo menor, como tam- bém saber administrar e conciliar os interesses so- ciais com as responsabilidades organizacionais. O ganho social é percebido quando o traba- lhador consegue ter uma vida saudável, através da conciliação entre o trabalho e a vida pessoal, fazen- do com que ambos caminhem em harmonia. Na pesquisa feita por Hansch (2008) foi diagnosticado que essa subcategoria não demons- trou nenhum ganho ao colaborador, pois os mes- mos ainda sentem a pressão por resultados (alcançar os objetivos organizacionais) e a rápida necessidade de adaptação ao sistema novo. Subcategoria Interesses Sociais e Valores 146 Sarsur (2007) diz que essa categoria vai além das fronteiras organizacionais. Aqui, busca-se o in- divíduo preocupado com questões sociais, com o coletivo. Segundo Hansch (2008, p.72): “o ganho ocorre à medida que reforça as preocupações com a formação de um cidadão ciente de seus limites e possibilidades de inserção comunitária e social”. A empresa que Hansch (2008) analisou im- plantou programas sociais para os trabalhadores, mas esses não perceberam os ganhos sociais espera- dos. Segundo Hansch (2008, p.125): “os empregados não percebem que houve aumento da consciência do seu papel como cidadão derivado da implantação do “Modelo de Gestão por Competências”. Já, no estudo de Sarsur (2007) os trabalhadores tiveram sua consciência cidadã despertada, e estes ficaram mais preocupados com o coletivo. 147 Nas questões abaixo coloque (F) para as falsas e (V) para as verdadeiras. 1. ( ) Competências básicas: são as competências que são decisivas para a sobrevivência da empresa, em longo prazo. 2. ( ) Competências diferenciais ou seletivas: são as competências que caracterizam a organização por seus diferenciais, fazendo com que a empresa se destaque e tenha uma posição de liderança no mercado em que atua. 3. ( ) Competências essenciais: são as mais impor- tantes para o sucesso empresarial. Assim como as competências diferenciais, são as competências que fazem a organização ter vantagem no espaço com- petitivo e serem pioneiras no mercado. QUESTÕES 148 4. ( ) As competências não devem ser notadas pe- los clientes e estão relacionadas ao longo prazo. 5. ( ) As competências organizacionais são uma ca- pacidade da organização, que a torna ineficaz, per- mitindo a consecução de seus objetivos estratégicos. 149 Conclui-se com as palavras de Freud (1987, b:61) que: “um psicólogo que não se ilude sobre a dificuldade de descobrir a própria orien- tação neste mundo, efetua um esforço para avaliar o desenvolvimento do homem, à luz da pequena porção de conhecimentos que obteve através de um estudo dos processos mentais de indivíduos, durante seu desenvolvimento de criança a adul- to”. Não se pode ser fiador de futuras ilusões para a grande massa de trabalhadores, que sofre com o trabalho ou com a sua falta. A Psicologia Organizacional caracteriza- -se como uma subárea da ciência psicológica, com o intuito de atuar de forma interdisciplinar no comportamento humano no âmbito das rela- ções das pessoas com as organizações através da compreensão dos fenômenos psicológicos. Conclui-se, também, que a Psicologia Or- ganizacional surgiu no Brasil como uma tentati- va de racionalização e a procura de um caráter CONSIDERAÇÕES FINAIS 150 científico e inovador no controle dos processos produtivos, no contexto das ideias da administra- ção científica de Taylor. Leon Walther traz para o Brasil à psicotécnica, os cursos e a primeira aplicação de testes ocorreram em 1924, no Liceu de Artes e Ofícios de São Paulo. O trabalho não pode ser uma negativida- de da vida, mas muito pelo contrário, sua expres- são, coisa que o Capitalismo, em suas mais varia- das versõesapresentadas no decorrer da história, não permitiu que ocorresse. Eis a Esfinge que cabe ao homem contemporâneo decifrar, para não ser definitivamente devorado por ela. Trabalhamos para sermos felizes, isto é, com a remuneração recebida mensalmente com- pramos o que julgamos felicidade. O trabalho dá sentido à existência do homem, é através do tra- balho que o indivíduo constrói os bens necessá- rios para a sua própria sobrevivência e é capaz de mostrar suas habilidades, aptidões, qualidades. Conclui-se também que no contexto con- temporâneo, as relações humanas e interpessoais encontram-se permeadas pelas ocupações, logo, o mercado encontra-se altamente competitivo, o que exige mão de obra diferenciada. Nesse pon- to, a Psicologia ganha destaque como uma área que objetiva promover qualidade nas organiza- ções, bem como nas pessoas. 151 Conclui Miranda (2013) que com base nos estudos revisados fica claro que a Psicolo- gia Organizacional é uma área em ascensão no Brasil, pois abre caminhos para uma nova possi- bilidade de atuação e prática do profissional de Psicologia. Nesse aspecto, é uma prática que se propõe em possibilitar qualidade de vida nas re- lações interpessoais no trabalho através de uma atuação interdisciplinar pautada no resgate à subjetividade do indivíduo. O presente trabalho fundamentou-se na revisão teórica sobre a atuação do psicólogo or- ganizacional, suas práticas e funções. Espera-se que esse material sirva de subsídio para pesqui- sas e produção de conhecimento científico, bem como para motivação de estudos empíricos com temas semelhantes. 153 UNIDADE 1 1. O presente trabalho tem como objetivo princi- pal o entendimento da Psicologia Social nas Organi- zações, procurando compreender como muitas das ideias convencionais sobre organizações e adminis- tração foram construídas sobre um pequeno núme- ro de imagens tidas como corretas. 2. A Psicologia Organizacional apoia com técnicas e conceitos o processo de formação de um compor- tamento necessário para a criação de um ambiente e clima organizacional equilibrado, favorável e estável para enfrentar os desafios do ambiente exterior. 3. O papel do psicólogo dentro das organizações é atuar como facilitador e conscientizador do papel dos vários grupos que compõem a instituição, con- GABARITO 154 siderando a saúde e a subjetividade dos indivíduos, a dinâmica da empresa e a sua inserção no contexto mais amplo d organização. 4. A Psicologia é a ciência que estuda os processos mentais. A palavra vem do grego: psyché (alma ou atividade mental) e logos (estudo de). A Psicologia estuda processos mentais, como: sentimentos, pen- samentos, razão e o comportamento humano. 5. Organização, segundo o Dicionário do Houaiss (2006), é uma “entidade que serve à realização de ações de interesse social, político, administrativo etc.;- instituição, órgão, organismo, sociedade;- gru- po de pessoas que se unem para um objetivo, inte- resse ou trabalho comum”. 6. a - V b - V c - V d - F e - F 155 UNIDADE 2 1. C 2. E 3. Faz-se necessário trabalhar o conceito da glo- balização. Segundo Dittrich (1999), o fenômeno da globalização parece fundamentado pelo assim, dito “neoliberalismo” – uma nova versão do liberalismo clássico, onde os tradicionais princípios de liberdade, justiça e democracia realizar-se-iam através da livre expansão da economia. A globalização, o contínuo desenvolvimento da tecnologia, a sustentabilidade, politização, a busca cons- tante de uma estrutura organizacional adequada às ne- cessidades estratégicas das empresas ou órgãos públicos. O melhor atendimento às pessoas de um modo geral, internamente ou externamente, aos clientes ou aos munícipes, são fatores determinantes para a composição da estrutura administrativa das empresas ou governos, condicionantes para a mu- dança organizacional. 4. E 156 5. Os colaboradores acabaram se tornando, então, um diferencial competitivo, e é através desse fato que “organização” e “pessoas” acabaram estabele- cendo entre si uma relação de troca e mutuamente de pressão, onde um deve atender às necessidades do outro, adequando-se, quando necessário. UNIDADE 3 1. C | 2. B | 3. A | 4. E UNIDADE 4 1. F | 2. V | 3. V | 4. F | 5. F 157 ALLPORT, G. W. Desenvolvimento da Personalida- de. São Paulo: Editora Herder, 1970. ALLPORT, G. W. Personalidade: Padrões de Desen- volvimento. São Paulo: EPU, Editora da Universida- de de São Paulo, 1974. AUBÉ, C. & ROUSSEAU, V. Team goal commit- ment and team effectiveness: the role of task in- terdependence and supportive behaviors. 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