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CLARA DO ANJOS Lima Barreto Afonso Henriques de Lima Barreto nasceu em 13 de maio de 1881 na cidade do Rio de Janeiro. Sua família era negra e humilde e seus pais descendentes de escravos. Ele ficou órfão de mãe quando tinha apenas 6 anos de idade. Foi apadrinhado pelo Visconde de Ouro Preto e, portanto, teve oportunidade de ter uma boa educação. Cursou seus estudos secundários no Colégio Dom Pedro II. Mais tarde, foi cursar Engenharia na Escola Politécnica. No entanto, foi obrigado a abandonar o curso para ajudar sua família com as despesas. Foi funcionário da Secretaria do Ministério da Guerra. Além disso, trabalhou como escritor em jornais (Correio da Manhã e Jornal do Commercio) e revistas do Rio de Janeiro (Fon-Fon, Floreal, Careta, ABC, etc.). Diante de uma vida complicada, Barreto teve problemas de alcoolismo e chegou a ser internado algumas vezes. Além disso, como seu pai, ele sofreu de uma depressão aguda, sendo internado pela primeira vez em 1914. Em 1918 foi aposentado por invalidez do cargo que exercia na Secretaria de Guerra. Faleceu em 1 de novembro de 1922 com 41 anos de idade. “Além do poder político da imprensa e do preconceito racial, outra marca indelével de sua obra reside no ponto de vista afro-identificado, que constitui um lugar de fala solidário ao subalterno e sensível aos dramas dos desvalidos, sejam eles homens ou mulheres. Estas últimas, em especial, recebem um tratamento distinto dos estereótipos dominantes à época, sobretudo no que tange à sexualidade da mulher negra, reduzida em muitos escritos do século XIX a mero objeto do desejo e das fantasias brancas e masculinas — animal erótico desprovido de razão e sentimentos. Em Clara dos Anjos relata-se a estória de uma pobre mulata, filha de um carteiro de subúrbio, que apesar das cautelas excessivas da família, é iludida, seduzida e, como tantas outras, desprezada, enfim, por um rapaz de condição social menos humilde do que a sua. É uma estória onde se tenta pintar em cores ásperas o drama de tantas outras mulheres da mesma cor e do mesmo ambiente. O romancista procurou fazer de sua personagem uma figura apagada, de natureza “amorfa e pastosa”, como se nela quisesse resumir a fatalidade que persegue tantas criaturas de sua casta. Espaço Personagens • Marrameque – Poeta modesto, semiparalisado, frequentara uma pequena roda de boêmios e literatos. • Clara – A segunda filha do casal, o único filho sobrevivente os demais haviam morrido. Tinha dezessete anos, era ingênua e fora criada com muito desvelo, recato e carinho; e, a não ser com a mãe ou pai, só saía com Dona Margarida, uma viúva muito séria, que morava nas vizinhanças e ensinava a Clara bordados e costuras. • Cassi: o corruptor – Por intermédio de Lafões, o carteiro Joaquim passa a receber em casa o pretendente de Clara, Cassi Jones de Azevedo, que pertencia a uma posição social melhor. • Joaquim dos Anjos – carteiro, acredita-se músico escreveu a polca, valsas, tangos e acompanhamentos de modinha. • Dona Engrácia – era católica, romana, filhos trazidos na mesma religião, era caseira, insegura, e rude. • Eduardo Lafões – religiosamente ia aos domingos à casa de Joaquim para jogar o solo. Eduardo Lafões gostava dos assuntos do comércio. • Manuel Borges de Azevedo e Salustiana Baeta de Azevedo – pais de Cassi. O pai não gostava dos procedimentos do filho, enquanto a mãe, cobria-lhe as desfeitas com as proteções.
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