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Reclamação trabalhista

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Após juntar durante alguns anos suas economias e auxiliado por seus familiares, Tito comprou uma motocicleta e começou a trabalhar em 15/12/2018 como motoboy na Pizzaria Gourmet Ltda., localizada no Município de Parauapebas, Estado do Pará, realizando a entrega em domicílio de pizzas e outros tipos de massas aos clientes do empregador. A carteira de trabalho de Tito foi devidamente assinada, com o valor de 1 salário mínimo mensal. Em razão da atividade desempenhada, Tito poderia escolher diariamente um item do cardápio para se alimentar no próprio estabelecimento, sem precisar pagar pelo produto. Tito fazia em média 10 entregas em seu turno de trabalho, e normalmente recebia R$ 1,00 (um real) de bonificação espontânea de cada cliente, gerando uma média de R$ 260,00 (duzentos e sessenta reais) mensais. Tito exercia suas funções durante seis dias na semana, com folga na 2ª feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. A jornada cumprida ia das 18h às 3h30, com intervalo de 40 minutos para refeição. No mês de agosto de 2019, Tito fez a entrega de uma pizza na casa de um cliente. Ocorre que o cozinheiro da pizzaria se confundiu no preparo e assou uma pizza de calabresa, sendo que o cliente era alérgico a esse produto (linguiça). Ao ver a pizza errada, o cliente foi tomado de fúria incontrolável, começou a xingar e a ameaçar Tito, e terminou por soltar seus cães de guarda, dando ordem para atacar o entregador. Tito correu desesperadamente, mas foi mordido e arranhado pelos animais, sendo lesionado gravemente. Em razão disso, ele precisou se afastar por 30 dias para recuperação, recebendo o benefício previdenciário pertinente do INSS. Tito gastou R$ 30,00 na compra de vacina antirrábica, que por recomendação médica foi obrigado a tomar, porque não sabia se os cachorros eram vacinados. Em 20 de setembro de 2019, após obter alta do INSS, Tito retornou à empresa e foi dispensado, recebendo as verbas rescisórias. Nos contracheques de Tito, constam, mensalmente, o pagamento do salário mínimo nacional na coluna de créditos e o desconto de INSS na coluna de descontos, sendo que no mês de março de 2019 houve ainda dedução de R$ 31,80 (trinta e um reais e oitenta centavos) a título de contribuição sindical, sem que tivesse autorizado o desconto. Tito foi à CEF e solicitou seu extrato analítico, onde consta depósito de FGTS durante todo o contrato de trabalho. Considerando que, em outubro de 2019, Tito procurou você, como advogado(a), para pleitear os direitos lesados, informando que continua desempregado, elabore a peça processual pertinente.
AO JUÍZO DA ... VARA DO TRABALHO DE PARAUBEBAS NO ESTADO DO PARÁ
Tito, brasileiro, estado civil, Motoboy, portador da carteira de identidade de n..., com o CPF n..., residente e domiciliado na Rua..., n..., bairro, CEP...m por meio de seu advogado ques está subscreve, nos termos da procuração em anexo, com escritório na Rua..., n..., bairro..., cidade/estado..., ajuizar:
RECLAMAÇÃO TRABALHISTA
Conta a Empresa Pizzaria Gourmet Ltda, CNPJ n..., situada (endereço), n..., bairro..., CEP..., o que faz de acordo com os fundamentos fáticos e motivos que passa a expor:
I – INICIALMENTE
I.I – GRATUIDADE DE JUSTIÇA
O reclamente, desde o momento da dispensa irregular efetuada pela parte reclamada, está desempregado, não conseguindo prover seu próprio sustento. Dessa forma, solicita-se o deferimento do pedido de justiça gratuita em todos os atos processuais, conforme disposição do art. 790, §§ 3º e 4º, da CLT.
A fim de comprovar sua situaçã, anexa-se declaração de hipossuficiência, na qual afirma-se a impossibilidade de arcar com os custos da presente reclamação trabalhista.
II – FATOS
No dia 15/12/2018, o reclamante foi admitido pela empresa reclamada para o cargo de motoboy, realizando entregas de pizzas e demais produtos alimentícios fornecidos pela reclamada, percebendo, mensalmente, em carteira, o valor de um salário-mínimo.
Além do valor recebido regularmente, conforme CTPS, o reclamante recebia, em média, o valor de R$ 260,00, referente às gorjetas pagas, espontaneamente, pelos clientes, devendo este valor ser integraod ao salário do reclamante, como será demonstrado a seguir.
O reclamante trabalhava durante seis dias na semana, folgando na segunda-feira, sendo que, uma vez por mês, a folga era em um domingo. A jornada de trabalho começava das 18:00h e terminava às 03:30h, com intervalo de 40 minutos para refeição. Assim, percebe-se que era devido o pagamento de adicional noturno e a concessão de intervalo intrajornada de 60 minutos, obrigações não cumpridas pela reclamada.
Ademais, no mês de agosto de 2019, ao realizar a entrega de um pizza, Tito foi surpreendido por um cliente insatisfeito com o produto, que, além deproferir diversos insultos, determinou aos seus cães que atacassem o reclamante, gerando grave lesão em decorrência das mordidas e arranhões.
Diante dessa situação, o reclamante precisou ser afastado do trabalho por 30 dias, recebendo auxílio previdenciário do INSS. Ainda em decorrência dessa situação, Tito necessitou de vacina antirrábica, no valor de R$ 30,00.
Por fim, após receber alta do INSS, no dia 20/09/2019, o reclamante retornou à empresa, acreditando que voltaria ao trabalho regularmente, todavia, foi dispensada pela reclamada, ão recebendo todas as verbas a que teria direito, além de ter sofrido o desconto a título de contribuição sindical no valor de R$ 31,80, sem sua autorização.
III – DIREITO
III.I – TUTELA DE URGÊNCIA
Nos termos do art. 300, do CPC, a tutela de urgência será concedida quando for demonstrado a 
probabilidade do direito e o perigo de dano ou risco ao resultado útil do processo. Assim, a Lei busca proteger o jurisdicionado, evitando que o seu direito, que é verossímil e provável, seja resguardado, evitando que o regular processamento do feito gere dano em razão de sua demora.
No caso dos autos, o reclamante, em razão da atitude da reclamada, que, ao arrepio da lei o demitiu, está desassistido completamente, sendo necessária sua reintegração ao quadro de funcio´nário da reclamada urgentemente, a fim de que seja evitado dano grave, uma vez que o desemprego torna o reclamante mais vulnerável a cada dia.
Assim, pugna o reclamante pelo deferimento da imediata reintegração ao trabalho, nos termos do art. 118, da Lei n. 8.213/91, tendo em vista que sua demissão é irregular e que o reclamante encontra-se em situação de vulnerabilidade em razão da demissão injustificada e abrupta.
III.II – REINTEGRAÇÃO 
Conforme já narrado, o reclamante, durante a atividade laboral, foi atacado por cachorros de um cliente que ficou insatisfeito com a pizza, sofrendo graves lesões que o deixaram afastado do trabalho durante 30 dias.
Diante desses fatos, com base no art. 21, inc. II, a, da Lei n. 8.213/91, o reclamante sofreu acidente de trabalho, tendo como garantia a manutenção do seu contrato de trabalho pelo prazo minimo de 12 meses, após a cessação do auxílio-doença.
Assim, considerando que o reclamante retornou ao trabalho no dia 20/09/2019, só poderia ser demitido após o período de garantia de manutenção do contrato de trabalho, no mês de setembro de 2020, situação que não ocorreu, uma vez que foi demitido logo após retornou ao trabalho.
Portanto, pleiteia-se a reintegração do reclamante ao quadro de funcionários da empresa reclamada, a fim de que seja respeitado o prazo de manutenção do contrato de trabalho, conforme a lei supracitada.
III.III – ADICIONAL DE PERICULOSIDADE
Conforme já narrado, o reclamante recebia, mensalmente, um salário-mínimo, sem qualquer adicional legal, contudo, a atividade laboral que realiza o reclamante é considerada perigosa, devendo ser pago valor adicional ao salário base recebido mensalmente, o que nunca aconteceu no presente caso, uma vez que a empresa reclamada se manteve inerte ao pagamento do adicional devido, mantendo o pagamento tão somente do salário-mínimo vigente à época.
Assim, em razão da sua atividade laboral, na qual utiliza sua motocicleta para realizar entregas de produtos da reclamada, deveser adicionado ao seu salário mensal o valor de 30% sobre o seu salário base, referente ao adicional de periculosidade, na forma do art. 193, §§ 1º e 4º, da CLT.
Portanto, requer-se a condenação da empresa reclamada, a fim seja determinado o adimplemento dos valores referentes ao adicional de periculosidade não pagos desde o início do contrato de trabalho até o seu término.
III.IV – ADICIONAL NOTURNO
Sabe-se que o trabalho realizado no príodo noturno deve ser remunerado com valor superior aquele realizado no éríodo diurno, devendo ser incluído na remuneração do colaborador adicional noturno no importe de 20% sobre o salário-mínimo.
Todavia, a empresa reclamada nada conferia ao reclamante a título de adicional noturno, ignorando o fato de que o reclamante trabalhava de 18:00h às 03:00h, devendo receber o adicional noturno referente ao período compreendido entre 22:00h e 03:30h, horário considerado noturno para fins de adicional legal, conforme dispõe art. 73, § 2º, da CLT.
Dessa forma, requer a condenaçã da empresa reclamada ao pagamento do adicional noturno durante todo o contrato de trabalho.
III.V – INTERVALO INTRAJORNADA
Conforme determina o art. 71, caput, da CLT, caso o período de trabalho seja superior a 6 horas, deve ser concedido intervalo para repouso ou alimentação de, no mínimo, 1 hora.
Portanto, no caso em apreço, cabia a empresa reclamada conceder intervalo intrajornada de, no mínimo 1 hora ao reclamante, situação que não se verificou durante o contrato de trabalho, uma vez que o reclamante só tinha à disposição 40 minutos diários de intervalo, tempo insuficiente segundo a legislação pertinente.
Assim, resta a reclamada efetuar o pagamento referente ao tempo de intervalo intrajornada suprimido do reclamante durante todo o contrato de trabalho, com acréscimo de 50% sobre o valor normalmente recebido, na forma do art. 71, § 4º, da CLT.
III.VI – HORAS EXTRAS
De acordo com o art. 58, da CLT, a duração normal do trabalho, para os empregados em qualquer atividade privada, não excederá de 8 horas diárias, desde que não seja fixado expressamente outro limite.
Portanto, considerando que a jornada de trabalho do reclamante iniciava 18:00h e prosseguia até as 03:30h, percebe-se que o limite máximo diário não foi respeitado, sendo o reclamante exposto a jornada de trabalho indevida e merecendo o pagamento dos valores referentes as horas extras durante todo o contrato de trabalho, conforme cálculo de liquidação anexo.
III.VII – INTEGRAÇÃO DAS GORJETAS
Conforme o art. 457, da CLT, compreendem-se na remuneração do empregado, para todos os efeitos legais, além do salário devido e pago diretamente pela empregador, como contraprestação do serviço, as gorjetas que receber.
No caso em tela, o relcmante percebia, mensalmente, R$ 260,00 a título de gorjetas pagas espontaneamente pelos clientes.
Assim, diante da determinação legal, o reclamante deveria ter acrecido ao seu salário o valor das gorjetas, entendimento consolidade pelo TST, nos termos da Súmula 354.
III.VIII – DEVOLUÇÃO DA CONTRIBUIÇÃO SINDICAL
Desde que a Reforma Trabalhista entrou em vigor, a contribuição sindical, outrora obrigatória, tornou-se facultativa, devendo o colaborador autorizar seu desconto em folha de pagamento, na forma do art. 545, da CLT, situação que não ocorreu no caso em tela.
O reclamante não concedeu autorização para que a reclamada procedese com os descontos referentes a contribuição sindical, devendo haver a restituição dos valores cobrados indevidamente.
IV – PEDIDOS
À luz de todo o exposto, requer:
1. A concessão dos benefícios da justiça gratuita, nos termos do art. 790, §§ 3º e 4º, da CLT;
1. A concessão de tutela de urgência, a fim de reintegrar imediatamente o reclamante ao quador de funcionários da reclamada, com fulcro no art. 300 do CPC c/c art. 118 da Lei n. 8.213/91;
1. A manutenção da tutela de urgência concedida em sentença definitiva, detemrinando a manutenção da reintegração do relamante ao quadro de funcionários da reclamada, ou, não havendo concessão da tutela anteriormente requerida, requer seu deferimento em sede de 
sentença de mérito;
1. A condenação da reclamada ao pagamento de danos morais no importe de R$ 5.000,00, diante dos danos a esfera extrapatrimonial do reclamante, bem como a condenação da reclamada ao pagamento de danos materiais no valor de R$ 30,00, referente a vacina antirrábica;
1. A condenação da requerida ao pagamento dos valores referentes ao adicional de periculosidade não pago durante o contrato de trabalho, no valor de 30% sobre o salário base do reclamante;
1. A condenação da requerida ao pagamento dos valores referentes ao adicional noturno não pago durante o contrato de trabalho, no valor de 20% sobre o salário mínimo do período;
1. A condenação da reclamada ao pagamento referente ao tempo de intervalo intrajornada suprimido do reclamante durante todo o contrato de trabalho, com acréscimo de 50% sobre o valor normalmente recebido, na forma do art. 71, § 4º, da CLT;
1. A condenação da reclamada ao pagamento dos valores referentes as horas extras durante todo o contraot de trabalho, uma vez que desrespeitado o limite máximo de jornada de trabalho;
1. A integração dos valores recebidos a título de gorjeta ao salário do reclamante, na forma do art. 457, da CLT;
1. A condenação da reclamada ao pagamento dos valores descontados indevidamente a título de contribuição sindical;
1. Por fim, requer a condenação da reclamada ao pagamento de honorário advocatícios de 15% sobre o valor que resultar a liquidação da sentença, nos temros do art. 791-A, da CLT.
Protesta provar as alegações utilizando-se de todos os meios de prova em direito admitidas, em especial a prova documental e testemunhal.
Dá-se a causa do valor de R$...
Nestes termos
Pede deferimento

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