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Cinesiologia do joelho

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O joelho é uma articulação intermediária do membro 
inferior e trabalha o tempo todo em compressão. 
 Possui 2 imperativos contraditórios: possuir grande 
estabilidade, mas precisar de grande mobilidade. 
 Os movimentos principais do joelho são flexão e extensão. 
Pode fazer rotação medial, mas é muito limitada. 
 O complexo do joelho é formado por duas articulações: a 
fêmorotibial e a fêmoropatelar: 
• Fêmorotibial: possui dois côndilos e é a principal articulação 
em dobradiça do joelho, com 2 graus de liberdade de 
movimento (flexão/extensão); 
• Fêmoropatelar: a patela atua como uma polia anatômica e 
é um mecanismo para reduzir a posição entre o tendão 
do quadríceps e os côndilos femorais. 
 
 É importante lembrar que a flexão é pura e a extensão é 
a somente a volta do movimento de flexão. A articulação do joelho 
também pode fazer rotação medial quando flexionada em 90°. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 A presença de cápsula articular, meniscos e bolsas sinovais 
favorecem o amortecimento de impactos. 
 
Superfícies articulares 
Femoral: 
• Côndilos lateral e medial, sendo que o côndilo medial é 
mais estreito que o lateral. 
• Essas estruturas são convexas no plano frontal. 
• Entre elas, observa-se o sulco ou fossa intercondilar. 
 
Tibial: 
• Superfície superior é formada pelos platôs, sendo que o 
platô medial é 50% maior que o platô lateral. 
• Os platôs são separados pela eminência intercondilar. 
 
Patelar: 
• É composta por um osso em forma triangular (maior osso 
sesamoide do corpo), o qual encaixa-se no tendão do 
músculo quadríceps. 
 
 O músculo quadríceps é responsável pela extensão do 
joelho. Se não houvesse a patela dividindo esse músculo em 2 
braços de força, seria necessário fazer muita força para estender o 
joelho. 
 
 
Ao fazer força no quadríceps, 
as fibras desse músculo puxam 
para cima, acompanhando o 
fêmur. As fibras do tendão 
patelar puxam em 90º, gerando 
uma resultante na diagonal, que 
permite a realização do 
movimento de extensão. 
 
Meniscos 
 
 São discos articulares cartilaginosos que aumentam a 
congruência da articulação. Essa estrutura impede o contato entre 
dois ossos diretamente. 
 As funções dos meniscos são: 
• Estabilizar a articulação durante o movimento; 
• Diminuir a pressão (atrito) na cartilagem; 
• Diminuir o estresse compressivo na articulação tibiofemoral. 
 
 Menisco medial: está fixo ao ligamento colateral medial, ao 
ligamento cruzado anterior (LCA) e à cápsula. É menos móvel que 
o menisco lateral e está muito mais propenso a lesão. 
 Um dos mecanismos de lesão que mais acontece no 
joelho, dilacerando um pouco o menisco e rompendo o LCA é o 
movimento de rotação do fêmur (quadril) em cima da tíbia com a 
perna fixa/presa no chão. 
 Menisco lateral: fixo ao ligamento cruzado posterior, ao 
ligamento poplíteo e ao menisco femoral posterior. Estabelece 
conexões mais frouxas, permitindo certa mobilidade. 
 
 No joelho, é necessário muita estabilidade e alta mobilidade, 
mesmo fazendo somente flexão/extensão e rotação. Porém, esses 
movimentos possuem grande ADM. 
 Eixo longitudinal = eixo mecânico do membro inferior, que 
passa pelo quadril, pelo joelho e pelo tornozelo. 
 Acompanhando o corpo do fêmur e o corpo da tíbia, há 
uma inclinação, ou seja, não segue o eixo mecânico. O ângulo 
formado pelo encontro dessas duas retas é denominado valgo 
fisiológico do joelho e possui entre 170º a 175º. Se esse ângulo 
estiver menor, a tendência é que o joelho fique para dentro, sendo 
denominado joelho valgo. Se esse ângulo estiver perto de 180º, os 
joelhos se afastam um dos outros, denominando-se joelho varo. 
 
 
 
 
ligamentos 
 Têm um papel importante de manter a 
coaptação/congruência óssea e promover a estabilidade articular. 
• Ligamentos colaterais (lateral e medial). 
• Ligamentos cruzados (anterior e posterior). 
 
 Os ligamentos colaterais limitam movimentos excessivos no 
plano frontal, resistem a extremas rotações medial e lateral com o 
joelho em flexão e resistem à hiperextensão. 
 É importante lembrar que o ligamento colateral medial 
está ligado ao menisco medial. 
 
 
 Os ligamentos cruzados anterior e posterior (LCA e LCP) 
são intracapsulares e extra sinoviais. São nomeados de acordo com 
sua fixação na tíbia: o lligamento cruzado anterior se fixa na parte 
anterior da tíbia enquanto o cruzado posterior se fixa na parte 
posterior da tíbia. Eles resistem à hiperextensão. 
 O LCA impede a posteriorização do fêmur sobre a tíbia 
durante a flexão e o LCP impede a anteriorização do fêmur sobre 
a tíbia durante a extensão. 
 
 
 
 
 
 
Ângulo Q: reflete o quanto a 
patela está direcionada mais 
para dentro ou mais para 
fora. Ele representa a força 
de tração do quadríceps. É 
composto por uma reta da 
espinha ilíaca ântero-inferior 
até a patela e outra reta do 
centro da patela até a 
tuberosidade da tíbia. 
 
 
 Para fazer o movimento de flexão e extensão, alguns 
posicionamentos vão acontecendo de forma automática entre o 
fêmur e a tíbia. 
 Ao fazer a flexão do joelho, os côndilos femorais rolam em 
cima da tíbia, vão girando e indo para trás. Caso não haja controle 
disso, o fêmur sai de cima da tíbia e, para mantê-lo em cima desta, 
é feito o rolamento dos côndilos sobre o platô tibial e o 
deslizamento dessas estruturas. Quem permite esse deslizamento é 
o LCA. 
 Ao fazer a extensão, a tendência é que o fêmur se 
anteriorize. O LCP estabiliza o fêmur, permitindo que ele role e 
deslize ao mesmo tempo, evitando que os côndilos femorais saiam 
do platô tibial. 
 A partir da extensão extrema, o côndilo começa a rolar 
sem deslizar, pois o deslizamento torna-se progressivamente 
predominante sobre o rolamento. 
 No fim da flexão, o côndilo desliza sem rolar. 
 
 A cápsula articular tem a função de promover estabilidade. 
Ela faz o contorno do joelho todo e é importante para manter a 
coaptação e a congruência óssea. 
 
Bolsas sinoviais 
 Auxiliam no processo de deslizamento entre as estruturas 
ósseas e tendíneas. Algumas delas são extensões da cápsula e 
outras estão fora dela. 
 Coxim gorduroso: está ligado a algumas bolsas profundas e 
faz a passagem de líquido de uma bolsa para outra. 
 
 
Músculos e movimentos do joelho 
 O principal músculo que realiza a extensão do joelho é o 
quadríceps. (Lembrar que o reto femoral participa da extensão do 
joelho e da flexão do quadril, ou seja, é biarticular). 
 
 Esse esquema mostra a importância que a patela tem para 
fazer um braço de alavanca maior na extensão. A melhor posição 
para fazer a extensão é iniciada com o joelho flexionado porque, 
caso ele esteja em extensão, a vantagem mecânica (mostrada na 
imagem à direita) fica muito pequena. Com a perna já fletida 
(observar imagem à esquerda), o vetor resultante é maior, 
indicando uma vantagem mecânica também maior. 
 
Movimento de extensão 
 
 A extensão do joelho é a volta do movimento de flexão.
 A extensão absoluta raramente ultrapassa a posição de 
referência (quando ultrapassa, já é considerada hiperextensão). Já a 
extensão relativa é descrita como o movimento que completa a 
extensão do joelho a partir da flexão completa (volta da flexão). 
Músculos extensores 
 
O quadríceps é o principal 
músculo da extensão. Ele 
estabiliza e protege o 
joelho (desacelera a flexão). 
A patela aumenta o braço 
mecânico do quadríceps. 
 O músculo quadríceps, em estudos mais recentes, possui 
6 ou 7 conjuntos musculares. Isso acontece, por exemplo, porque o 
músculo vasto medial possui fibras verticais e também oblíquas ao 
final da sua porção. A mesma coisa acontece com o músculo vasto 
lateral. 
 
 Implicação clínica: dependendo do fortalecimento que os 
pacientes precisam, é necessário trabalhar em diferentes posições 
com o indivíduo. Ao fazer a extensão do joelho com a perna reta, 
o quadríceps será bem trabalhado. Além disso,a extensão do joelho 
com a perna rodada vai trabalhar melhor um dos músculos desse 
conjunto (o vasto medial ou o lateral). São feitos testes no 
quadríceps para avaliar qual lado está mais fraco. 
 
Flexão 
 
 Flexão absoluta: a partir da posição de referência. Ela se 
divide em flexão ativa e flexão passiva. 
• Flexão ativa: atinge 140º se o quadril estiver fletido; 120º se 
o quadril estiver em extensão (diminui a eficiência dos 
músculos isquiotibiais); 
• Flexão passiva: atinge 160º. 
 
 O músculo gastrocnêmio atua na flexão do tornozelo e 
também auxilia na flexão do joelho (é biarticular). 
 
Músculos flexores 
 
 Bíceps femoral Semitendíneo Semimembranáceo 
 
 Alguns músculos auxiliares são: sartório, grácil e 
gastrocnêmio. 
 
 Sartório Grácil Gastrocnêmio 
 
Rotação do joelho 
 
Rotação automática: é dada pelo músculo poplíteo. Ela surge no fim 
da extensão e no início da flexão. Promove o encaixe dos côndilos 
do fêmur sobre o platô tibial. 
 
Rotação lateral: até 40º → músculo bíceps femoral; 
Rotação medial: até 30º → músculos semitendíneo e 
semimembranáceo. 
 Implicações clínicas: para trabalhar mais o músculo bíceps 
femoral, deve-se deitar o indivíduo em decúbito ventral, fazer a 
flexão do joelho/perna associado à rotação (pé voltado para fora). 
Para trabalhar mais a parte medial – músculos semitendíneo e 
semimembranáceo – é necessário fazer a flexão do joelho 
combinada com a rotação medial, ou seja, o pé voltado para 
dentro, exigindo mais desses músculos. 
 
 
 
 
O vasto medial se divide 
em vasto medial longo e 
vasto medial oblíquo 
Particularidades do joelho 
 Na flexão, o joelho está exposto às lesões ligamentares e 
meniscais (lembrar do rolamento e do deslizamento). 
 Na extensão, o joelho está vulnerável às fraturas 
articulares e às rupturas ligamentares. 
 
 Principais lesões ligamentares do joelho: 
• LCA: quando uma força tibial dirigida anteriormente é 
combinada com rotação interna, com o joelho bem 
estendido; 
• LCP: quando uma força tibial dirigida posteriormente é 
combinada com um movimento em valgo; 
• Ligamento colateral medial (LColM): pé imóvel, golpe 
lateral de grande intensidade → entorse ou ruptura 
(indivíduo recebe um chute lateralmente, causando um 
estresse em valgo e promovendo rompimento); 
• Ligamento colateral lateral (LColL): oposto (mais raro). O 
golpe ocorre de medial para lateral, o que é mais difícil 
acontecer, já que medialmente tem a proteção do outro 
membro. 
 
 Lesão nos tendões da pata de ganso: 
 
 É comum devido a movimentos de adução excessivo, 
extensão combinada à flexão repetitiva que acontece em vários 
esportes. A pata de ganso é o conjunto dos tendões de três 
músculos na região do joelho: sartório, grácil e semitendíneo. A 
lesão causa tendinite. 
 
 Lesão nos meniscos do joelho: 
 A laceração meniscal é a mais comum, sendo que o dano 
no menisco medial é 10x mais frequente do que o lateral. O 
mecanismo mais comum de lesão é a rotação do corpo enquanto 
o pé é mantido fixo no solo durante a sustentação do peso. 
 
 Condromalácia: desequilíbrio da tensão nos lados medial e 
lateral da patela. Ocorre desvio da patela durante movimentos de 
flexão/extensão do joelho, promovendo irritação tecidual e dor. 
A patela desliza lateralmente devido à fraqueza do músculo vasto 
medial oblíquo. Se o músculo vasto medial estiver mais forte, ele vai 
tracionar a patela medialmente e o mesmo acontece se o vasto 
lateral estiver mais forte, puxando lateralmente.

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