11. Mudanças estratégicas

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Mudanças Estratégicas no Ambiente 
Organizacional
Márcia Huppe 
Introdução
Olá aluno! Nesta aula vamos estudar sobre as mudanças estratégicas no ambiente organi-
zacional. Você vai entender como a estratégia influencia nesse processo e contribui para que a 
empresa inove as suas ações e práticas. Você vai conhecer as fases e os possíveis resultados que 
podem impactar na sua empresa. 
Bons estudos! 
Objetivos de aprendizagem
Ao final desta aula, você será capaz de:
 • compreender sobre as influências das estratégias nas mudanças organizacionais; 
 • entender como ocorrem as mudanças estratégicas. 
1 A escolha estratégica 
Você já ouviu falar em estratégia? De acordo com os autores Wright, Kroll e Parnell (2009, p. 
24) a “estratégia refere-se aos planos da alta administração para alcançar resultados consistentes 
com a missão e os objetivos gerais da organização.” Nesse sentido, ela corresponde aos planos 
estabelecidos para o alcance das diretrizes empresariais. 
Figura 1 – Processo de escolha
Fonte: Lightspring/Shutterstock.com
Como escolher uma estratégia empresarial? A sua escolha deve estar condizente com a reali-
dade do negócio e com as diretrizes estabelecidas. Primeiro, é necessário estabelecê-las, e depois 
a empresa estará preparada para iniciar o processo de formulação das estratégias. 
Uma empresa pode adotar uma ou mais estratégias por diversos motivos, seja para aumen-
tar a competitividade do negócio, para sua sobrevivência, para reduzir custos, entre outros. Essa 
escolha varia de empresa para a empresa, e cabe a cada uma delas escolher aquela que esteja 
compatível com sua realidade. 
SAIBA MAIS!
A aplicação da escolha estratégica em empresas de inovação contribui para 
criação e desenvolvimento de novo produtos. Leia mais no artigo “A aplicação da 
abordagem da escolha estratégica para auxílio ao diagnóstico e evolução de projetos 
de inovação”. Disponível em: <http://www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_
sto_135_855_19111.pdf>. 
FIQUE ATENTO!
A escolha estratégica depende do que a empresa deseja ser no mercado. É neces-
sário que ela tenha claros os seus objetivos e metas, para que possa traçar estraté-
gias direcionadas ao seu alcance.
2 Mudanças estratégicas
Quando uma empresa decide adotar as ações para se adaptar ao cenário competitivo que 
envolve o ambiente organizacional, precisa realizar mudanças para manter-se no mercado. Para 
Chiavenato (p. 348, 2014) “a mudança significa a passagem de um estado para outro diferente”. 
Esse processo é a transformação do que a empresa é para o que ela deseja ser.
FIQUE ATENTO!
Aceitar a mudança organizacional é o primeiro passo para adotar estratégias em-
presariais no seu negócio. Pois, é por meio da necessidade de mudança, que são 
traçados os planos para o futuro.
Cada vez mais as empresas necessitam articular ações que promovam a mudança de forma 
a agregar valor à organização e aumentar a competitividade do negócio. Para que isso ocorra efi-
cientemente, é necessário que as mudanças realizadas sejam alinhadas ao processo estratégico.
E o que são mudanças estratégicas? São as ações realizadas a fim de diferenciar o negócio, 
inovando-os e utilizando a estratégia para o alcance dos resultados esperados. A mudança deve 
vir acompanhada do alinhamento estratégico para que os objetivos sejam alcançados conforme 
o que foi pretendido.
Figura 2 – Mudando as ações
Fonte: rangizzz/Shutterstock.com
Conforme Pettigrew (2011, p. 147), “o ponto de partida para a análise da mudança estratégica 
é a noção de que a formulação do conteúdo de qualquer nova estratégia, inevitavelmente, supõe 
controlar seu contexto e processo”. É necessário que essa análise do ambiente organizacional seja 
realizada inicialmente para poder entender o contexto e o processo da mudança estratégica.
EXEMPLO
Uma cooperativa no sul do país traz um exemplo prático de adaptação e mudança 
estratégica. Para ela permanecer no mercado, teve que acompanhar as mudanças 
ao longo do tempo, modificando as suas atividades. Precisou ampliar as operações, 
diversificar atividades, recuperar a imagem organizacional, entre outras ações estra-
tégicas para poder se adaptar às mudanças. Com isso a empresa desenvolveu o seu 
aprendizado, ao descontruir as suas ideias e comportamentos e reconstruir estrategi-
camente o seu comportamento. Jorge Sausen, Martim Ledermann e Jairo Fachi rela-
tam o case em “As mudanças estratégicas em uma cooperativa de eletrificação rural: 
um olhar a partir das escolas de formação de estratégias”. Disponível em: <https://
periodicos.ufsc.br/index.php/adm/article/view/1626/1367>. 
3 Fases das mudanças estratégicas
Segundo Pettigrew (2011) o processo de mudança estratégica deve ser norteado por meio 
de três perguntas básicas.
 • Por que mudar? 
 • O que mudar? 
 • Como mudar? 
A empresa precisa fazer essas perguntas para si mesma e ter uma resposta clara sobre o seu 
desejo de mudança. E, depois disso, iniciar o seu processo estratégico. 
Figura 3 – Processo de mudança estratégica
contexto
(por que mudar?)
processo 
(como mudar?)
conteúdo
(o que mudar ?)
estratégia
Fonte: adaptado de PETTIGREW, 2011. 
 • O contexto se refere ao ambiente onde a empresa está inserida. Para defini-lo é preciso 
analisar o ambiente externo e interno da organização, conhecer as forças que influen-
ciam a sua estrutura para, assim, poder definir porque a empresa deve mudar. 
 • O conteúdo abrange as ações da empresa, as suas práticas, a sua cultura organiza-
cional que define os seus costumes e valores, a sua estrutura, entre outros. A partir da 
análise do conteúdo de uma empresa, é que se pode definir o que se deve mudar para 
poder diferenciar o negócio. 
 • O processo refere-se a como as ações são realizadas na empresa, as suas reações 
frente às ações das exigências do mercado, da ameaça dos concorrentes, entre outros. 
Nesse sentido, a mudança deve ser articulada para modificar o processo existente em 
prol de outro que seja melhor. 
FIQUE ATENTO!
O processo composto pelas fases da mudança visa fornecer informações neces-
sárias para que a empresa esteja apta a promover renovações, a flexibilizar as suas 
ações e a inovar suas estruturas. 
4 Resultados das mudanças estratégicas
A mudança estratégica pode gerar diferentes impactos numa empresa. O objetivo é que 
sejam positivos, a fim de melhorar o negócio. A empresa analisa o seu ambiente, a sua estrutura, e 
a partir disso, sinaliza os principais pontos que devem ser modificados. São adotadas estratégias 
para alavancar o negócio, melhorar a sua imagem no mercado, diferenciá-la de seus concorrentes. 
Porém, existem impactos provocados pela mudança capazes de gerar efeitos negativos. 
Nesse caso, a empresa pode ter adotado estratégias que não são compatíveis com a realidade 
organizacional, e isso geralmente acarreta um custo alto. Por isto é essencial que as estratégias 
estejam alinhadas ao negócio para implementar a mudança. 
SAIBA MAIS!
O planejamento estratégico é uma ferramenta importante para que as empresas 
alinhem as estratégias ao processo de mudança organizacional. Mudar estrategica-
mente exige um pensamento e decisões a longo prazo. Assim, os resultados obtidos 
serão consequência do que foi planejado, com menos chances de gerar impacto ne-
gativo para a empresa. 
Figura 4 – O que foi alcançado?
Fonte: Rawpixel.com/Shutterstock.com
Para que a empresa tenha bons resultados, é crucial que ela prepare a sua cultura organiza-
cional e torne-se receptiva às mudanças estratégicas. Muitas empresas são resistentes às inova-
ções tecnológicas, por exemplo. Nesse caso, é importante que o processo de mudança envolva 
todos os agentes na organização e que a adaptação seja acompanhada continuamente.
EXEMPLO
É notório o saber que as empresas familiares são bastantes resistentes às mudanças 
organizacionais e às inovações. Um exemplo de uma empresa familiar do ramo de 
bebidas do Rio Grande Sul revelou que, embora houvesse essa resistência, uma orga-
nizaçãoconseguiu enfrentar as barreiras e obteve bons resultados ao expandir o seu 
negócio, passando a inovar tecnologicamente a governança corporativa, buscando 
a gestão pela qualidade e a implantação de programas especiais. Dessa forma, essa 
empresa conseguiu melhorar os seu processos internos através das mudanças imple-
mentadas e assim, passou a adotar essa nova forma estratégica em suas ações. Co-
nheça mais detalhes do caso no artigo “Mudanças estratégicas: um estudo sob a óti-
ca da empresa familiar, de Andressa Silva e Maria Ivete Fossa. Disponível em: <http://
periodicos.unicesumar.edu.br/index.php/revcesumar/article/view/3950/2710>. 
Fechamento
Nesta aula, você teve a oportunidade de:
 • compreender que as estratégias guiadas pelo planejamento influenciam positivamente 
na mudança organizacional;
 • entender a realidade do ambiente organizacional para conseguir definir mudanças 
estratégicas. 
Referências 
CHIAVENATO, Idalberto. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organiza-
ções. 4. ed. Barueri: Manole, 2014. 
FERREIRA, Rafaella et al. A aplicação da abordagem da escolha estratégica para auxílio ao diag-
nóstico e evolução de projetos de inovação. Belo Horizonte: ENEGEP, 2011. Disponível em: <http://
www.abepro.org.br/biblioteca/enegep2011_tn_sto_135_855_19111.pdf>. Acesso em: 10/01/2017. 
PETTIGREW, Andrew Marshall. A cultura das organizações é administrável? In: FLEURY, Maria Tereza 
Leme; FISCHER, Rosa Maria. Cultura e poder nas organizações. 2. ed., São Paulo: Atlas, 2011. 
SAUSEN, Jorge. LEDERMANN, Martim. FACHI, Jairo Roberto. As mudanças estratégicas em 
uma cooperativa de eletrificação rural: um olhar a partir das escolas de formação de estraté-
gias. Florianópolis: UFSC, 2007. Disponível em: <https://periodicos.ufsc.br/index.php/adm/article/
view/1626/1367>. Acesso em 12/01/2017. 
SILVA, Andressa. FOSSA, Maria Ivete. Mudanças estratégicas: um estudo sob a ótica da empresa 
familiar. Rev. Cesumar, v. 2º nº 2, Maringá, 2015. Disponível em: <http://periodicos.unicesumar.edu.
br/index.php/revcesumar/article/view/3950/2710>. Acesso em 11/01/2017. 
WRIGHT, Peter; KROLL, Mark; J. PARNELL, John. Administração estratégica: conceitos. 1. ed. 10. 
reimpr. São Paulo: Atlas, 2009.