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Esôfago Tubo muscular oco que liga a faringe ao estômago, localizado posteriormente a traqueia e anteriormente a coluna vertebral, começando na margem inferior da 6ª vértebra cervical e termina na altura da 10ª / 11ª vértebra torácica. Além disso, cruza todo o mediastino em frente a aorta, fazendo curvaturas fisiológicas. Sua principal função é a transportar o bolo alimentar da boca ao estômago e impedir o refluxo gástrico CAMADAS ESOFÁGICAS O esôfago possui três camadas: 1ª Camada: Mucosa – Camada mais externa ∟ constituída por: → epitélio estratificado pavimentoso não queratinizado → lâmina própria: tecido conjuntivo denso não modelado adjacente → muscular da mucosa: músculo liso (separa a mucosa da submucosa) 2ª Camada: Túnica submucosa → Tecido conjuntivo frouxo com presença de glândulas produtoras de muco (mais profundas) e glândulas cárdicas (mais superficiais), importantes para evitar a abrasão 3ª Camada: Muscular → Apresenta uma camada longitudinal externa e uma camada circular interna, sendo no terço superior musculatura estriada esquelética e nos 2 terços inferiores musculatura lisa OBS: A camada esofágica que está na cavidade peritoneal é recoberto, externamente, por uma camada serosa. Já a parte esofágica que não está em contato com a cavidade peritoneal, é recoberta por uma camada de tecido conjuntivo, chamado de adventícia, que se mistura com o tecido conjuntivo ao redor Esfíncter esofágico: Quando contraídos mantém as extremidades ocluídas e só relaxam por estímulos neurogênicos (nervoso) Superior (EES): Formado por músculo estriado (cricofaríngeo) → Impede que o ar seja engolido Inferior (EEI): Formado por mm. liso indistinguível da camada circular → Impede que o conteúdo gástrico reflua Doenças mais prevalentes no esôfago Atresia Trata-se de uma malformação congênita que se caracteriza pela formação incompleta do esôfago. Fístula Traque esofágica O segmento proximal do esôfago termina em fundo cego e o segmento distal comunica-se com a traqueia ETIOLOGIA: A etiologia é desconhecida. A teoria é que ocorre uma divisão incompleta da parte cefálica do intestino anterior ou uma fusão incompleta das pregas traque esofágicas. 50 a 70% dos pacientes apresentam outras malformações associadas, como: gastrointestinais, cardíacas, etc CONSEQUÊNCIA: Pneumonite SINTOMAS: Saliva aerada (com bolhas) e espuma na boca e nariz; crise de tosse; sufocação; cianose após deglutição; etc. DIAGNÓSTICO: Impossibilidade de intubação nasogástrica → encaminha para exame radiológico com contraste Tratamento: Cirurgia → aumenta a sobrevida em até 90% dos casos Acalasia Tônus aumentado do esfíncter esofágico inferior (EEI) devido ao relaxamento prejudicado do músculo liso (musculatura fica rígida). Dessa forma, quando o alimento passa pela mucosa, os neurônios sensoriais deveriam ser sensibilizados para ativar os neurônios motores excitatórios e os inibitórios, porém na acalasia os neurônios motores inibitórios são destruídos gerando o relaxamento incompleto e o tônus aumentado do EEI + a aperistalse do esôfago que contribuem para a obstrução esofágica. Acalasia Chagásica O trypanosoma Cruzi pode destruir os neurônios motores inibitórios dos plexos responsáveis pelo relaxamento do EEI e da peristalse esofágica. Por isso, aos poucos o esôfago perde a capacidade de relaxamento muscular na região distal ETIOLOGIA: Na maioria dos casos, a etiologia é desconhecida – idiopática. Ou então, pode ser autoimune, por consequência viral PATOGÊNESE: Degeneração dos neurônios intramurais (SNP) inibidores esofágicos distais, localizados no plexo mioentérico (entre a musculatura circular e a musculatura longitudinal lisa) → músculo liso é afetado havendo dificuldade no relaxamento do EEI, gerando o aumento do tônus, falta de relaxamento do EEI e perda progressiva da peristalse SINTOMAS: Emagrecimento lento e regurgitação do alimento sem ser digerido; Disfagia para sólidos e líquidos; Dor torácica; CONSEQUÊNCIAS A LONGO PRAZO: Esvaziamento esofágico retardado; Megaesôfago; Infecções; DIAGNÓSTICO: É feito através de exame de imagem com contraste para analisar o possível defeito no órgão. Sendo assim, observa-se uma região com diminuição da luz do esôfago (aparência de rabo de rato) que diminui a comunicação do esôfago com o estômago e, devido ao acúmulo de alimento, a parte superior fica dilatada ∟ Manometria esofágica: procedimento que mede a força e a função dos músculos do esôfago ∟ Esofagograma: Estudo radiológico por meio de contraste → de acordo com o resultado, pode ser dividido em grupos Grupo I: Padrão de motilidade muito variável e o EEI apresenta aberturas as deglutições que pouco diferem do normal. Não há dilatação do órgão Grupo II: Contrações incoordenadas, pois o líquido retido no lúmen esofágico produz estímulos mecânicos chamados de ondas terciárias → As contrações cessam imediatamente após a aspiração do líquido e o esôfago vazio permanece acinético. Apresenta de leve a moderado aumento do calibre Grupo III: Aumento evidente do calibre do esôfago; apresenta aspecto de “bico de pássaro"; alguns casos observam-se a acinesia total da musculatura do EEI (perda do movimento involuntário) e sofrem grandes ondas da musculatura circular Grupo IV: Características do grau III acentuadas → intensa dilatação e atresia do esôfago TRATAMENTO: ∟ Botox na região do EEI → promove o relaxamento da musculatura e deve ser reaplicado ∟ Stent/alargadores → instala-se na região para distender o órgão ∟ Corte longitudinal → rompe a musculatura, dessa forma, não se movimenta Esofagite Inflamação da mucosa esofágica. Ocorre através de 3 mecanismos: 1- ESOFAGITE QUÍMICA/INFECCIOSA ETIOLOGIA: Álcool, ácidos e álcalis corrosivos (base), fluidos excessivamente quentes e fumo intenso; Vírus do herpes simples, citomegalovírus, organismos fúngicos como a cândida, etc. PATOGÊNESE: Essas substâncias químicas produzem lesões na mucosa esofágica. Os neutrófilos não conseguem identificar a substância agressora, gerando um quadro inflamatório crônico para uma resposta mais específica, com o recrutamento de células mononucleares Em pacientes com imunodeficiência ou debilitados, os microrganismos promovem lesões na mucosa ou complicam uma úlcera pré-existente, podendo diminuir o calibre da região esofágica, além de destruir a elasticidade da mucosa. Dessa forma, há um processo inflamatório agudo persistente. Geralmente se descobre o agente infeccioso pela aparência endoscópica → O vírus do herpes tipicamente causa úlceras em sacabocados (vesículas se rompem e deixam o tecido conjuntivo exposto); o citomegalovírus causa ulcerações superficiais SINTOMAS: Hematêmese (vômito com sangue); Melena (fezes com sangue escurecido); Disfagia e Odinofagia; Hipersalivação, etc. 2- ESOFAGITE EOSINOFÍLICA Grande concentração de eosinófilos na biópsia do tecido (>15 por campo) ETIOLOGIA: O agente causal incerto. É mais comum em paciente com reação alérgica a alimentos (ex. proteína do leite) e/ou asma, bronquite, hipersensibilidade PATOGÊNESE: As células de defesa devem ficar no tecido conjuntivo, porém elas entram no epitélio de revestimento na tentativa de eliminar o agente agressor, dessa forma há muitos eosinófilos no epitélio SINTOMAS: Pirose; Disfagia; Impactação alimentar; Dor torácica; Náuseas sem vômitos; etc 3- ESOFAGITE DE REFLUXO ETIOLOGIA: Álcool, tabaco, obesidade, hérnia de hiato, gravidez, etc. Promovem o relaxamento transitório do EEI PATOGENESE: Em condições normais o alimento passa do esôfago para o estômago e, com isso, respinga ácido no esôfago, porém o pH alcalino da saliva balanceia o pH ácido do líquido estomacal e também, o movimento peristáltico ajuda a devolver o ácido gástrico para o estômago. Porém, na esofagite de refluxo, esse ácido gástrico causa lesões no epitélio de revestimento do esôfago do paciente CARACTERÍSTICAS MICROSCÓPICAS: Processo inflamatório inicialmente agudo, com áreas eritematosas, hiperemia ativa e edema. Células de defesa migram do tecido conjuntivopara o epitélio na tentativa de eliminar o agente agressor, porém células epiteliais morrem neste processo. Trata-se de uma doença crônica, portanto pode haver células mononucleadas na biópsia do tecido. DRGE - Doença do Refluxo Gastroesofágico: Comprometimento do EEI ETIOLOGIA: Álcool e toxinas do cigarro → promovem a morte celular do EEI deixando-o frouxo; Obesidade e gravidez → aumentam a região abdominal, podendo alterar a posição do estômago, afetando na função do diafragma em ajudar no fechamento do EEI Bebidas com gás: A eructação promove distensões do EEI Hérnia de hiato, hipotonia da musculatura do EEI, são formas menos comum SINTOMAS: Disfagia e pirose TRATAMENTO: Prazois DIAGNÓSTICO: Clínico e comprovado por endoscopia
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