Buscar

Queimaduras: Fisiopatologia, Classificação e Tratamento

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 5 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Definição: Lesão dos tecidos orgânicos, com destruição do revestimento epitelial, a partir de 
um agente externoo. 
 
Fisiopatologia 
 Agente externo leva a exposição de colágeno e outros sistemas que induzem a liberação 
de Histamina, Cininas e Prostaglandinas. 
 A liberação desses mediadores inflamatórios aumenta a permeabilidade capilar local. 
Quanto mais extensa for a lesão, mais mediadores são liberados. 
 O aumento da permeabilidade capilar local causa edema orgânico e choque, associado a 
fuga de proteínas. 
 A perda de volume vascular e o choque hipovolêmico causam hipometabolismo, 
diminuição do débito cardíaco e diminuição do consumo de O2. 
 48-72h após cessado o processo de queimadura, inicia a fase Hipermetabólica, com 
descargas hormonais (ADH, TSH, GH, Glucagon, Cortisol, Catecolaminas), aumento do 
consumo nutricional e alterações hidroeletrolíticas, podendo levar a choque 
hipovolêmico/metabólico 
 
Profundidade da Queimadura 
 
1º Grau 
 Eritema e dor. 
 Acomete apenas a epiderme 
 Trata com creme hidratante e Tylenol/Dipirona/Codeína 
 Paciente sente dor por uns 3 dias e os sintomas passam completamente após 5-7 dias. 
Reepitelização em 6-7 dias, sem cicatriz. 
 
2º Grau 
 Flictenas (bolhas) 
 Acomete epiderme e derme superficialmente. 
 Dividida em superficial (rósea e dolorosa) e profunda (cérea e pouco dolorosa) 
 Maioria das queimaduras são desse tipo. 
 Causas mais comuns são fogo e escaldamento. 
 Reepitelizam em 10 a 30 dias, podendo haver sequelas de acordo com a profundidade. 
 
3º Grau 
 Branco nacarado, céreo. Cria uma ‘’capa’’ parecida com um couro marrom, duro e 
constritor. 
 Acomete toda epiderme e derme, chegando até a camada de gordura, destruindo anexos 
e terminações nervosas. 
 Importantes repercussões metabólicas, mesmo em áreas pequenas. 
 Não reepiteliza, pois acomete toda a pele, necessitando de enxerto. 
 
4º Grau 
 Quando queimou até osso e músculo. 
 
Superfície corporal queimada 
 Formas de avaliar: 
o Regra dos 9 
o Palma da mão 
o Esquema de Lund-Browder 
 
Regra dos 9 
 Usada no atendimento pré-hospitalar 
 Não serve para criança 
 Deve ser reavaliado no hospital, de preferência com a regra da palma da mão (mais exata) 
 9% pra cabeça inteira, 36% pro tórax inteiro (frente e trás), 9% pro braço inteiro (frente e 
trás), 18% para perna inteira (frente e trás). 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Regra da Palma da mão 
 
 A palma da mão da pessoa = 1% de sua superfície corporal. 
 
Esquema de Lund-Browder 
 Cálculo mais fidedigno 
 Tabela que relaciona com a idade 
 
 
Complexidade do Queimado 
Pequeno queimado 
 1º grau e 2º grau com 5% de superfície queimada em crianças e 10% de superfície em 
adultos. 
Médio queimado 
 2º grau com 5-15% de superfície queimada em crianças, e 10-20% de superfície em 
adultos. 
 2º grau com queimadura de mão/pé/face/pescoço/axila. 
 3º grau acometendo menos de 5% de superfície em crianças e 10% em adultos. 
Grande queimado 
 2º grau com mais de 15% de superfície queimada em crianças e 20% em adultos. 
 3º grau com queimadura de mão/pé/face/pescoço/axila. 
 3º grau com mais de 5% de superfície queimada em crianças ou 10% em adultos. 
 Queimadura de períneo. 
 Queimadura elétrica (risco de morte cardíaca) – Sempre realizar ECG, dosar CPK e potássio 
(pode ocorrer lesão muscular grave com rabdomiólise importante, podendo evoluir com 
hipercalemia e arritmia secundária. 
 Queimaduras associadas a comorbidades (DM, politrauma, TRM). 
 
 
Tratamento das Queimaduras 
1. Prioridade: Estabelecer via área (IOT). 
 Atenção para VA em: 
o Grandes queimados 
o Queimaduras da cabeça e da face 
o Inalação – indicada transferência para centro de queimados. 
o Queimaduras do interior da boca 
o Queimaduras circunferenciais do tórax 
o Escarro com fuligem 
o Voz rouca 
o Nível de consciência alterado 
 
2. Retirar roupas, acessórios, jóias etc. 
 
3. Interromper o processo de queimadura com gazes úmidas com água à temperatura 
ambiente. Não se usa álcali nem mesmo em queimadura por ácido. 
 
 
4. Acesso venoso periférico (se mais de 20% de superfície corporal queimada) – reposição 
volêmica e alívio da dor (Morfina). Pode puncionar mesmo em área queimada, o único 
empecilho é fixar o abocath. 
 
o Ressuscitação volêmica (Ringer Lactato). Sempre cristaloide. – Fórmula de Parkland: 
4ml x kg x % SCQ. 
Metade do volume nas primeiras 8h e o restante em 16h. 
 Controlar diurese horária (melhor marcador de reposição volêmica). Devem urinar 
0,5-1ml/kg/h. 
 
5. Escarotomias – sempre é indicada em queimadura de 3º grau, porque a ‘’pele’’ fica muito 
endurecida e faz compressão, podendo causar síndrome compartimental. 
Curativos 
 Curativo de Sulfadiazina de prata (não tem bactéria resistente a prata). 
 Cuidar a pele ao lado da queimadura, porque ela não pode ter hiperemia ou edema. Caso 
tenha, está infectada. 
 
Exames 
 Hemograma 
 Tipagem sanguínea e provas cruzadas 
 Carboxhemoglobina (se houve inalação) 
 Glicemia 
 Eletrólitos 
 Beta-HCG 
 Gasometria 
 RX tórax 
 
 
Infecção no paciente queimado 
 Hipertermia ou hipotermia 
 Leucocitose > 20.000 ou leucopenia 
 Trombocitopenia 
 Hemorragia digestiva ou íleo paralítico 
 Insuficiência renal progressiva 
 Deterioração do estado mental 
 Retenção de líquidos 
 Acidose metabólica ou diminuição da PaO2 
 
 
Tratamento Clínico 
 Prevenção de úlceras de decúbito/estresse 
 Controle e suporte da função cardiovascular 
 Função renal 
 Função pulmonar 
 Fisioterapia respiratória e motora precoce 
 Avaliar déficits nutricionais 
 Suporte nutricional

Continue navegando