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Aula 12
Direito Constitucional p/ Polícia Federal
(Delegado) Com videoaulas - 2020.2 -
Pré-Edital
Autor:
Nelma Fontana
Aula 12
24 de Setembro de 2020
 
 
 
Sumário 
Considerações iniciais ......................................................................................................................... 3 
Órgãos do Poder Judiciário .................................................................................................................. 4 
Estatuto da magistratura ..................................................................................................................... 6 
1 – Ingresso na Carreira ................................................................................................................................. 6 
2 – Promoção ................................................................................................................................................. 8 
4 – Órgão Especial ........................................................................................................................................ 10 
5 – Prestação jurisdicional ........................................................................................................................... 10 
6 – Publicidade e motivação ........................................................................................................................ 11 
7 – Subsídio e aposentadoria ....................................................................................................................... 12 
Quinto Constitucional ....................................................................................................................... 14 
Garantias dos Magistrados ................................................................................................................ 16 
Vedações ......................................................................................................................................... 20 
Garantias do Judiciário ...................................................................................................................... 22 
Precatórios ...................................................................................................................................... 25 
1 – Regime dos precatórios .......................................................................................................................... 27 
1 – Data e ordem de pagamento ................................................................................................................. 28 
2 – Forma de pagamento ............................................................................................................................. 32 
Supremo Tribunal Federal ................................................................................................................. 36 
1 - Composição ............................................................................................................................................. 37 
2 - Competências .......................................................................................................................................... 37 
Conselho Nacional de Justiça ............................................................................................................. 46 
1 – Composição ............................................................................................................................................ 47 
2 – Atribuições .............................................................................................................................................. 48 
Nelma Fontana
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Superior Tribunal de Justiça ............................................................................................................... 51 
1 - Composição ............................................................................................................................................. 51 
2 - Competências .......................................................................................................................................... 52 
Justiça Federal .................................................................................................................................. 57 
1 – Tribunais Regionais Federais .................................................................................................................. 58 
2 – Juízes Federais ........................................................................................................................................ 61 
Justiça do Trabalho ........................................................................................................................... 64 
1 - Competência ........................................................................................................................................... 66 
Justiça Eleitoral................................................................................................................................. 70 
Justiça Militar ................................................................................................................................... 73 
1 – Justiça Militar da União .......................................................................................................................... 73 
2 – Justiça Militar Estadual .......................................................................................................................... 75 
Justiça Estadual ................................................................................................................................ 76 
Destaques da Legislação .................................................................................................................... 78 
Considerações Finais ......................................................................................................................... 97 
Questões Comentadas ...................................................................................................................... 97 
Lista de Questões ........................................................................................................................... 132 
Gabarito ........................................................................................................................................ 146 
 
 
Nelma Fontana
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PODER JUDICIÁRIO 
CONSIDERAÇÕES INICIAIS 
No Estado Democrático de Direito, o Poder Judiciário assume papel de destaque, pois tem a 
responsabilidade de não apenas dirimir conflitos, mas também proteger o ordenamento 
jurídico, a democracia e os direitos fundamentais. 
A função precípua do Poder Judiciário é o exercício da jurisdição. No Brasil, em razão de ter 
sido adotado o sistema inglês (sistema de unicidade de jurisdição), apenas as decisões judiciais 
têm caráter definitivo, de modo que somente ao Judiciário cabe dizer o direito com definitividade. 
Atipicamente, nos casos autorizados pela Constituição, sem ofensa à separação de Poderes, o 
Judiciário também administra (exerce a sua própria administração) e legisla (regimento interno, 
resolução). 
Nota-se que na organização político-administrativa brasileira não há uma rígida separação de 
Poderes. Ha, na verdade, uma separação de funções e ainda assim não absoluta. Daí falar-se 
em funções típicas e não exclusivas. 
Na vigência do Estado Liberal, o Poder Legislativo exercia com protagonismo as relações sociais. 
No período em que vigorou o Estado Social, o Poder Executivo passou a ser o gestor das 
expectativas sociais, razão pela qual passou a terpapel de destaque. Por outro lado, na vigência 
do Estado Democrático de Direito, que é o modelo brasileiro, o destaque passou a ser do 
Judiciário, que ganhou também poder político, embora os seus membros não sejam eleitos pelo 
povo. 
Nesse contexto, surge o ativismo judicial, fruto do papel criativo exercido pelos tribunais ao 
trazerem uma contribuição nova para o direito, a partir da análise de um caso concreto, com 
consequente formação de precedente jurisprudencial inovador, antecipando-se, na maioria dos 
casos, à formulação da própria lei. 
Diz-se ativismo judicial a atividade hermenêutica ativa e expansionista formulada pelo Judiciário, 
para maximizar a força normativa da Constituição e promover os comandos de otimização 
previstos pelo legislador constituinte e pelo legislador ordinário. 
Embora caiba ao Legislativo a função de elaboração das leis e caiba ao Executivo o dever de 
instituir políticas públicas que busquem a efetiva concretização de direitos sociais, nota-se, por 
vezes, uma inércia ou um descaso. Assim, para preencher as lacunas deixadas pelos demais 
Poderes e com vista a garantir a dignidade da pessoa humana, o Judiciário atua com 
protagonismo, uma vez que não basta a declaração de um direito, mas que esse direito seja de 
fato materializado, garantido. 
Conquanto o ativismo judicial se apresente como alternativa para solução de conflitos de 
interesses da sociedade, muitas vezes provocado por violações arbitrárias por parte do 
Legislativo, provoca também muitas críticas, tanto de juristas, quanto de políticos ou mesmo de 
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populares. Dentre as críticas, a principal reside no argumento de que o Judiciário não possui 
legitimidade democrática para atuar, porque seus membros não são eleitos pelo povo. Nessa 
linha, a atuação do Judiciário como legislador negativo e como legislador positivo significaria uma 
verdadeira “ditadura do Judiciário”, o que violaria a separação de Poderes. 
A doutrina tem apontado uma reação adversa à atuação judicial, um contra-ataque político ao 
resultado de uma deliberação judicial, fenômeno conhecido como "efeito backlash". Trata-se de 
uma reação conservadora de parcela da sociedade ou Poder Legislativo diante de uma decisão 
liberal tomada pelo Poder Judiciário. 
O vocábulo backlash, no Dicionário de Cambrigde, é conceituado como “um sentimento forte 
entre um grupo de pessoas em reação a uma mudança ou a um evento recente na sociedade ou 
na política”. 
Trazida para o ambiente acadêmico, a expressão traduz a desaprovação de significativa parcela 
da sociedade acerca de uma decisão judicial inovadora. Medidas de resistência são tomadas, 
com o propósito de desconstituir a decisão judicial. 
Exemplifiquemos com uma situação brasileira: o STF, em 2011, ao julgar a ADI 4.277, 
reconheceu a união estável homoafetiva. A decisão foi comemorada por uns e odiada por outros. 
Vários parlamentares manifestaram a insatisfação com o ativismo judicial e com uma suposta 
ofensa à separação de Poderes, ao ponto de ter sido apresentada uma proposta de emenda à 
Constituição que objetivava autorizar o Congresso Nacional a desfazer decisão do STF que 
declara inconstitucionalidade de lei. Algumas Assembleias Legislativas criaram leis, para 
reconhecer como família apenas aquela formada por casal heterossexual; grupos religiosos 
protestaram; um grande grupo de políticos conservadores conseguiu se eleger, a partir de um 
posicionamento contrário à decisão judicial. 
O Constitucionalismo Democrático é caracterizado pelo pluralismo de posicionamentos políticos e 
pela possibilidade de debate sobre a interpretação da Constituição. Consequência lógica é, então, 
a discordância popular da posição adotada pelo Poder Judiciário em decisões que dizem respeito 
à interpretação da Lei Maior, uma vez que o próprio povo também assume o papel de 
interpretação da Constituição. Essa contraforça que surge no seio da sociedade é chamada de 
efeito backlash. 
O certo é que o Poder Judiciário não é um mero "repetidor de leis", mas intérprete das leis e dos 
casos concretos. Na busca da solução dos conflitos e na defesa da democracia e dos direitos 
fundamentais, os Tribunais e os Juízes têm atuado positivamente e, com isso, garantido a 
convivência independente e harmônica entre os Poderes, por meio de mecanismos de 
interpretação da Constituição. 
 
ÓRGÃOS DO PODER JUDICIÁRIO 
São órgãos do Poder Judiciário, nos termos do artigo 92 da Constituição Federal: 
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➢ o Supremo Tribunal Federal; 
➢ o Conselho Nacional de Justiça 
➢ o Superior Tribunal de Justiça; 
➢ o Tribunal Superior do Trabalho; 
➢ os Tribunais Regionais Federais e Juízes Federais; 
➢ os Tribunais e Juízes do Trabalho; 
➢ os Tribunais e Juízes Eleitorais; 
➢ os Tribunais e Juízes Militares; 
➢ os Tribunais e Juízes dos Estados e do Distrito Federal e Territórios. 
 
 
 
 
 
O Supremo Tribunal Federal é o órgão máximo do Poder Judiciário e tem por função precípua a 
guarda da Constituição Federal. 
O Superior Tribunal de Justiça (STJ), o Tribunal Superior do Trabalho (TST), o Tribunal Superior 
Eleitoral (TSE) e o Superior Tribunal Militar (STM) integram a justiça de instância superior. 
O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT), os Tribunais Estaduais (TJs), os 
Tribunais Regionais Federais (TRFs), os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Tribunais 
Regionais Eleitorais (TREs) integram a segunda instância do Poder judiciário, assim 
denominada porque, normalmente, julga recurso de decisão proferida por juízes de primeira 
instância, embora também possa exercer competências originárias. 
O Supremo Tribunal Federal e os Tribunais Superiores têm sede na Capital Federal e jurisdição 
em todo o território nacional. 
O Conselho Nacional de Justiça tem sede na capital federal, mas não tem jurisdição, porque é 
órgão meramente administrativo destinado a promover o controle interno do Poder Judiciário, isto 
é, fiscalizar a estrutura administrativa e financeira dos órgãos do poder Judiciário. 
STF 
STJ
TJDFT
Juiz de 
Direito
TJ
Juiz de 
Direito
TRFs
Juiz 
Federal
TST
TRTs
Juiz do 
Trabalho
TSE
TREs
Juiz 
Eleitoral
STM
-
Juiz 
Militar
CNJ
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Os juízes atuam integram a primeira instância e atuam em Varas. 
O termo “instância” corresponde ao grau de jurisdição. Na primeira instância, são encontrados 
os juízes que, na maioria dos casos, estabelecem contato com as partes. A Vara, por sua vez, 
corresponde ao local em que o juiz tem a sua lotação. Em Comarcas pequenas, há Vara única, 
que acumula distintos assuntos (cível, criminal, tributário...). 
Comarca corresponde à localidade em que o juiz de primeira instância exerce a sua jurisdição. 
Pode abranger um ou mais municípios, a depender do tamanho do Estado, do número de 
habitantes, e da demanda. Cada Comarca poderá ter uma ou mais Varas. 
Por último, convém conceituar "entrâncias". As Comarcas, conforme a estrutura, são 
classificadas em três distintas entrâncias: entrância inicial, entrância intermediária e entrância 
final. A Comarca de entrância inicial (ou de primeira entrância) normalmente abarca cidade de 
menor porte, que tem apenas uma Vara instalada. A Comarca de entrância intermediária (ou de 
segunda entrância) possui porte intermediário e costuma ser encontrada em metrópoles. A 
Comarca de entrância especial normalmente está localizada na capital do Estado e possui muitas 
Varas e Juizados. 
 
ESTATUTO DA MAGISTRATURA 
 
O caput do artigo 93 daConstituição Federal dispõe que lei complementar, de iniciativa do 
Supremo Tribunal Federal, disporá sobre o Estatuto da Magistratura. O Estatuto deverá 
observar a alguns princípios constitucionais pontuados no próprio artigo, mormente quanto ao 
ingresso na carreira, promoção e criação de órgão especial, como se verá adiante. 
O Supremo Tribunal Federal, em duas oportunidades, já chegou a apresentar anteprojeto do novo 
Estatuto, mas o processo legislativo não chegou a ser finalizado. Dessa feita, a Lei Complementar 
35/1979, conhecida como Lei Orgânica da Magistratura Nacional (LOMAN), foi parcialmente 
recepcionada pela Constituição Federal e cumprirá o papel do mencionado Estatuto até o advento 
da lei complementar prevista no artigo 93 da Lei Maior (ADI 1.985). 
Segundo posicionamento do STF, o rol de direitos e vantagens dos magistrados está previsto 
na Loman de modo taxativo, de modo que, sem respaldo legal, é vedada a concessão, sob 
fundamento de suposta simetria entre carreiras, de direitos de outras categorias (ARE 956.734 
AgR). Assim, é vedada a extensão genérica aos magistrados de rubrica concedida aos servidores 
em geral (horas extras, por exemplo) ou aos membros do Ministério Público. 
1 – INGRESSO NA CARREIRA 
O ingresso na carreira da magistratura se dá no cargo de juiz substituto, mediante 
concurso público de provas e títulos. 
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A Emenda Constitucional 45/2004, com a finalidade de aperfeiçoamento do mecanismo de 
seleção de magistrados, por meio da quebra do isolamento institucional, passou a exigir a 
participação da Ordem dos Advogados do Brasil em todas as fases do concurso para juiz 
substituto. 
Os requisitos para o ingresso na carreira, obedecendo-se, nas nomeações, à ordem de 
classificação, são: 
✓ bacharelado em Direito; 
 
✓ três anos de atividade jurídica, no mínimo. 
 
A exigência de comprovação de três anos de atividade jurídica, chamada por parte da doutrina de 
"quarentena de entrada", foi acrescentada à Constituição também pela EC 45/2004, para 
estabelecer maior rigidez ao processo seletivo do magistrado. 
Nos termos do artigo 23, § 1º, “a”, da Resolução 75/2009 do CNJ, o candidato deverá comprovar 
o cumprimento da quarentena de entrada até a data da inscrição definitiva. Essa orientação do 
CNJ é plenamente compatível com a interpretação dada pelo STF na ADI 3.460, quando se fixou 
a seguinte tese: 
"A Comprovação do triênio de atividade jurídica exigida para o ingresso no cargo de 
juiz substituto, nos termos do inciso I do art. 93 da Constituição Federal, deve ocorrer 
no momento da inscrição definitiva do concurso e não na posse." 
Agora, o que deve ser entendido como sendo atividade jurídica? 
Segundo o disposto no artigo 59 da Resolução 75/2009 do CNJ, considera-se atividade 
jurídica: 
✓ aquela exercida com exclusividade por bacharel em Direito; 
 
✓ o efetivo exercício de advocacia, inclusive voluntária, mediante a participação anual mínima 
em 5 (cinco) atos privativos de advogado (Lei nº 8.906, 4 de julho de 1994, art. 1º) em 
causas ou questões distintas; 
 
✓ o exercício de cargos, empregos ou funções, inclusive de magistério superior, que exija a 
utilização preponderante de conhecimento jurídico; 
 
✓ o exercício da função de conciliador junto a tribunais judiciais, juizados especiais, varas 
especiais, anexos de juizados especiais ou de varas judiciais, no mínimo por 16 
(dezesseis) horas mensais e durante 1 (um) ano; 
 
✓ o exercício da atividade de mediação ou de arbitragem na composição de litígios. 
Note que atividade jurídica não significa exercício da advocacia, tampouco exige que o candidato 
seja inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil. 
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Perceba também que a comprovação de atividade jurídica pode considerar o tempo de exercício 
em cargo não privativo de bacharel em Direito, desde que, ausentes dúvidas acerca da natureza 
eminentemente jurídica das funções desempenhadas (STF. MS 28.226 AgR). 
Vale ressaltar que o estágio acadêmico e as atividades anteriores à conclusão do curso de Direito 
não são computadas como atividade jurídica. Entretanto, segundo o STF, não é necessário que o 
candidato, para fins de demonstração de atividade jurídica, já tenha colado grau, basta comprovar 
a atividade exercida após a conclusão do curso de Direito, ainda que não tenha colado grau. 
Basta demonstrar que não deixou nenhuma pendência para a finalização da graduação (ADI 
3.460/DF). 
 
2 – PROMOÇÃO 
A Constituição Federal dispõe, no artigo 93, inciso II, os critérios para promoção do magistrado de 
entrância para entrância. São eles: antiguidade e merecimento, alternadamente. Para cada 
vaga surgida, abrir-se-á inscrição distinta, sucessivamente, com a indicação da Comarca ou Vara 
a ser provida, devendo ser observado para a promoção ora o critério antiguidade, ora o critério 
merecimento (artigo 82 da LOMAN). 
A inobservância da aplicação alternada dos requisitos antiguidade e merecimento para 
promoção do magistrado de uma entrância a outra é inconstitucional. Nesse sentido, o Supremo 
Tribunal Federal, na ADI 1.837, declarou a inconstitucionalidade de dispositivo do Ceará que 
promovia, automaticamente, à entrância especial os juízes em exercício nas Varas do Juizado 
Especial da Comarca de Fortaleza, sem observar o princípio da alternância. 
 
Cuidado! 
A Justiça Estadual é organizada em três entrâncias. Na Justiça 
Federal e na Justiça do Trabalho, há a entrância única, ou seja, o 
magistrado não precisa se promover para várias Comarcas, podendo 
optar em permanecer na mesma Comarca até atingir a antiguidade 
necessária para se promover a desembargador. 
 
Antiguidade 
Na apuração de antiguidade, o tribunal somente poderá recusar o juiz mais antigo pelo voto 
fundamentado de dois terços de seus membros, conforme procedimento próprio, e 
assegurada ampla defesa, repetindo-se a votação até fixar-se a indicação (artigo 93, II, d, da CF). 
Nos termos do artigo 80, § 1º, I, da LOMAN, havendo empate na antiguidade, terá precedência o 
Juiz mais antigo na carreira. 
O Supremo Tribunal Federal tem jurisprudência assentada no sentido da inconstitucionalidade, 
por violação ao art. 93 da Constituição Federal, de normas estaduais que disciplinem matérias 
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próprias do Estatuto da Magistratura, em desacordo com ele ou em caráter inovador. Neste 
contexto, foi declarada a inconstitucionalidade de dispositivo estadual que estabeleceu condições 
estranhas à função jurisdicional para determinar o desempate entre aqueles que estejam 
concorrendo à promoção por antiguidade (ADI 3.698). 
 
Merecimento 
O merecimento é apurado em lista tríplice e requer a observância dos seguintes requisitos: 
✓ dois anos de exercício na respectiva entrância; 
 
✓ integrar o juiz a primeira quinta parte da lista de antiguidade da entrância, salvo se 
não houver com tais requisitos quem aceite o lugar vago. 
O magistrado que figurar por três vezes consecutivas ou cinco alternadas em lista de 
merecimento deverá ser promovido necessariamente, terá o direito líquido e certo à promoção, de 
modo que o Tribunal não poderá escolher outro Juiz. 
A Constituição Federal estabelece que a aferição do merecimento deve ser feita conforme o 
desempenho e pelos critérios objetivos de produtividade e presteza no exercício da jurisdição e 
pela frequência e aproveitamento em cursos oficiais ou reconhecidos de aperfeiçoamento 
oferecido ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados.(art. 
93, II, "c"c/c IV). 
Note que a aferição do merecimento é feita levando-se em conta diversos critérios, não 
apenas dados objetivos, mas também outros relativos à produtividade e presteza no 
exercício da jurisdição (STF. MS 27.960 AgR). 
 
Tribunais de segundo grau 
Na composição dos tribunais de segundo grau (TJ, TJDFT, TRF e TRT), dois são os requisitos a 
serem observados: 1) promoção; 2) quinto constitucional. 
Um quinto das vagas dos tribunais de segundo grau deve ser ocupado por advogados e membros 
do Ministério Público, nos termos do artigo 94 da Constituição Federal, como se verá de modo 
mais detalhado adiante. O acesso às outras vagas (quatro quintos) é feito a partir da aplicação 
alternada dos critérios antiguidade e merecimento, apurados na última ou única entrância, 
conforme o tribunal. 
 
 A Constituição Federal, após redação dada pela EC 45/2004, passou a 
proibir a promoção do juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu 
poder além do prazo legal. 
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Cumpre destacar que, na hipótese de perda injustificada de prazo, os 
autos não poderão ser devolvidos ao cartório sem o devido despacho ou 
decisão. 
 
4 – ÓRGÃO ESPECIAL 
O inciso XI do artigo 93 da Constituição Federal autoriza os tribunais com número superior a vinte 
e cinco julgadores, a instituir órgão especial, para o exercício das atribuições administrativas e 
jurisdicionais delegadas da competência do tribunal pleno. 
O órgão especial deverá ter, no mínimo, onze membros e, no máximo, vinte e cinco magistrados. 
Metade das vagas deve provida por antiguidade e a outra metade por eleição pelo tribunal pleno. 
A criação de órgão especial não é obrigatória, de maneira que cabe ao Plenário, órgão maior dos 
tribunais, facultativamente, criar e definir quais de suas atribuições serão exercidas pelo órgão 
especial, tanto as de natureza administrativa quanto as de natureza jurisdicional. 
A Constituição Federal autorizou que o órgão especial, assim como o Plenário, por decisão da 
maioria absoluta de seus membros, declare a inconstitucionalidade de lei (artigo 97). 
 
5 – PRESTAÇÃO JURISDICIONAL 
Uma das finalidades da "Reforma do Judiciário" materializada pela EC 45/2004 foi a de melhorar 
e ampliar a prestação jurisdicional. A razoável duração do processo e os meios que garantam a 
celeridade de tramitação passaram a ser garantias individuais a todos asseguradas, nos termos 
do artigo 5º, inciso LXXVIII. 
Nessa toada, a EC 45/2004 acabou com as férias coletivas nos juízos e tribunais de segundo 
grau. Até a entrada em vigor da citada emenda, todo o Judiciário interrompia as suas atividades 
nos meses de janeiro e julho, em razão das férias dos magistrados, o que se tornou 
absolutamente incompatível com a ideia de razoável duração do processo. 
Com efeito, a Constituição Federal estabelece no inciso XII do artigo 93 que a atividade 
jurisdicional deve ser ininterrupta, sendo vedadas férias coletivas nos juízos e tribunais de 
segundo grau, funcionando, nos dias em que não houver expediente forense normal, juízes em 
plantão permanente. 
Perceba: nos tribunais superiores e no STF, dadas as suas especificidades, as férias dos 
magistrados continuam a ser coletivas, recaindo nos meses de janeiro e julho. Entretanto, na 
primeira e na segunda instâncias, deverá haver a prestação jurisdicional ininterrupta, de maneira 
que os magistrados usufruirão de suas férias ao longo dos doze meses do ano, isto é, uns em 
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janeiro, outros em fevereiro, outros em março e assim sucessivamente. Aos sábados, domingos e 
feriados, o plantão deverá atuar permanentemente, para análise dos casos urgentes. 
O inciso XV do artigo 93 da Lei Maior, em defesa da garantia do juiz natural, determina que a 
distribuição de processos seja imediata, em todos os graus de jurisdição. Cuidado! Na prova, é 
comum o examinador ressalvar algum tribunal superior ou mesmo o STF. Não há exceção. Os 
feitos devem ser distribuídos imediatamente e de modo aleatório, dentre os órgãos competentes, 
evidentemente, em todos os graus de jurisdição. 
Os tribunais têm a garantia de autonomia administrativa, mas ao se organizarem, deverão 
observar que o número de juízes na unidade jurisdicional deve ser proporcional à efetiva 
demanda judicial e à respectiva população (art. 93, XIII). 
Para que tenha melhor condição de compreender as lides, o juiz titular deverá residir na Comarca 
em que atua, salvo por autorização do tribunal (art. 93, VII). As autorizações para que juízes 
residam em outras comarcas são excepcionais e devem ser regulamentadas pelos tribunais, de 
forma fundamentada. 
Por último, o inciso XIV do artigo 93 da Lei Maior assevera que os servidores receberão 
delegação para a prática de atos de administração e atos de mero expediente sem caráter 
decisório. 
 
6 – PUBLICIDADE E MOTIVAÇÃO 
Publicidade é princípio que rege toda a Administração Pública, de forma que a Constituição 
Federal impõe, como regra geral, que todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário 
devem ser públicos, sob pena de nulidade. Apenas nos casos em que for necessário preservar o 
direito de intimidade do interessado e não houver prejuízo ao interesse público à informação, o 
sigilo poderá ser estabelecido. Nesses casos, a lei poderá limitar a presença, em determinados 
atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes (artigo 93, IX, da CF). 
As decisões administrativas dos tribunais também devem ocorrer em sessão pública, sendo as 
disciplinares tomadas pelo voto da maioria absoluta de seus membros (artigo 93, X, da CF). 
Segundo o STF, por força do artigo 93, X, da CF, o quórum de maioria absoluta é o exigido para a 
aplicação, pelo tribunal, das penas de advertência e de censura aos juízes de primeiro grau (ADI 
2.580) 
A publicidade assegurada constitucionalmente alcança os autos do processo, e não somente as 
sessões e audiências, razão pela qual o Supremo Tribunal Federal entendeu que padece de 
inconstitucionalidade disposição normativa que determina abstratamente o segredo de justiça em 
todos os processos em curso perante vara criminal (ADI 4.414). 
Tanto as decisões proferidas nos julgamentos quanto aquelas que resultam das sessões 
administrativas devem ser sempre motivadas, sob risco de nulidade. 
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O Supremo Tribunal Federal, em tese de repercussão geral reconhecida com julgamento de 
mérito, entendeu que "não afronta a exigência constitucional de motivação dos atos decisórios a 
decisão de turma recursal de juizados especiais que, em consonância com a Lei 9.099/1995, 
adota como razões de decidir os fundamentos contidos na sentença recorrida". Grifo. (RE 
635. 729). 
Na linha dos precedentes do Supremo Tribunal Federal posteriores à Lei 10.792/2003, apesar de 
não ser mais obrigatório, o exame criminológico poderá ser importante para a tomada de decisão 
do juiz respeito da progressão da pena, desde que a decisão seja devidamente fundamentada 
(HC 92.378). 
Nessa mesma linha de entendimento, foi editada a Súmula Vinculante 26: 
 
"Para efeito de progressão de regime no cumprimento de pena por 
crime hediondo, ou equiparado, o juízo da execução observará a 
inconstitucionalidade do art. 2º da Lei 8.072, de 25-7-1990, sem prejuízo 
de avaliar se o condenado preenche, ou não, os requisitos objetivos e 
subjetivos do benefício, podendo determinar, para tal fim, de modo 
fundamentado, a realização de exame criminológico." Grifo. 
 
7 – SUBSÍDIO E APOSENTADORIA 
O Inciso V do artigo 93 da Constituição Federaldispõe que o subsídio dos Ministros dos Tribunais 
Superiores corresponderá a 95% por cento do subsídio mensal fixado para os Ministros do 
Supremo Tribunal Federal. Os subsídios dos demais magistrados serão fixados em lei e 
escalonados, em nível federal e estadual, conforme as respectivas categorias da estrutura 
judiciária nacional, de maneira que a diferença entre uma e outra não seja superior a dez por 
cento ou inferior a cinco por cento, nem exceder a noventa e cinco por cento do subsídio mensal 
dos Ministros dos Tribunais Superiores, obedecido, em qualquer caso, o teto fixado em lei 
(subsídio de Ministro do STF artigo 37, XI) e o recebimento na forma de subsídio (artigo 39, § 4). 
Exemplifiquemos: 
 
Subsídio de Ministro do STF: R$ 39. 293, 32 (Lei 13.752/2018)
Subsídio de Ministro de Tribunal Superior: R$ 37. 328,65 (95% do STF)
Subsídio de desembargador de TRF: R$ 35.462,22 (95% do subsídio de 
Ministro de Tribunal Superior).
Subsídio de juiz federal: R$ 33.689,11 (95% do subsídio de 
desembargador do TRF. A diferença poderia ser mímina de 5% e 
máxima de 10%). 
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O Supremo Tribunal Federal deferiu liminar na ADI 3.854, ajuizada pela Associação dos 
Magistrados Brasileiros (AMB), para dar interpretação conforme a Constituição ao subteto para a 
magistratura estadual previsto no artigo 37, XI, da Constituição Federal (90,25% do subsídio 
mensal, em espécie, dos Ministros do STF), de maneira que os membros da magistratura 
estadual se submetem ao mesmo teto dos membros da magistratura federal: subsídio 
mensal dos Ministros do STF. Antes da decisão, o teto da remuneração dos juízes da União, 
correspondendo ao valor do subsídio do STF, era maior que o dos juízes estaduais, diferença que 
não se justifica, uma vez que o Poder Judiciário brasileiro é um só (uno). Portanto é incabível um 
tratamento desigual entre os juízes federais e estaduais. 
Os magistrados serão remunerados exclusivamente por subsídio fixado em parcela única, 
vedado o acréscimo de qualquer gratificação, adicional, abono, prêmio, verba de representação 
ou outra espécie remuneratória. Perceba que as verbas indenizatórias não estão incluídas na 
vedação. 
Com efeito, é inconstitucional a criação, por parte de legislação estadual, de verba de 
representação como vantagem remuneratória para os magistrados, uma vez que são 
remunerados exclusivamente por subsídio (ADI 3.072). 
A aposentadoria dos magistrados e a pensão de seus dependentes observarão as regras do 
regime especial de previdência de servidores públicos civis, nos termos do artigo 40 da 
Constituição Federal. 
A aposentadoria pode ser classificada como compulsória, por invalidez e voluntária. Trataremos 
aqui apenas da primeira possibilidade. 
O artigo 40, § 1º, II, da Constituição Federal, dispõe que o servidor abrangido pelo regime próprio 
de previdência será aposentado compulsoriamente, com proventos proporcionais ao tempo de 
contribuição, aos 70 anos de idade, ou aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar. 
O artigo 100 do ADCT, por sua vez, estabelece que até que entre em vigor a lei complementar de 
que trata o inciso II do § 1º do art. 40 da Constituição Federal, os Ministros do Supremo Tribunal 
Federal, dos Tribunais Superiores e do Tribunal de Contas da União aposentar-se-ão, 
compulsoriamente, aos 75 anos de idade, nas condições do art. 52 da Constituição Federal. 
O Supremo Tribunal Federal concedeu medida cautelar na ADI 5.316, para afastar a aplicação da 
expressão "nas condições do art. 52 da Constituição Federal", uma vez que o magistrado, ao 
completar 70 anos de idade, se quisesse permanecer na ativa até os 75 anos, teria que passar 
por nova sabatina, o que seria uma violação à independência do Poder Judiciário. 
Com efeito, quanto à aposentadoria compulsória de magistrados, temos: o magistrado será 
aposentado compulsoriamente aos 75 anos de idade, na forma de lei complementar. 
Atualmente, mesmo diante dos questionamentos de vício de iniciativa, está em vigor a LC 
152/2015, que regulamenta a aposentadoria compulsória. 
 
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QUINTO CONSTITUCIONAL 
O legislador constituinte, com o objetivo de melhorar a prestação jurisdicional, reservou um quinto 
das vagas das instâncias revisoras a advogados e membros do Ministério Público. A nomeação 
de juízes fora da carreira da magistratura objetiva ampliar a sensibilidade na administração da 
Justiça, por meio da experiência de advogados e de integrantes do Ministério Público. 
Com efeito, nos termos do artigo 94 da Constituição Federal, um quinto dos lugares dos Tribunais 
Regionais Federais, dos Tribunais de Justiça dos Estados e do Tribunal de Justiça Distrito Federal 
e Territórios será composto por advogados e por membros do Ministério Público. 
Os advogados devem possuir notório saber jurídico, reputação ilibada e contar com mais de dez 
anos de efetiva atividade profissional. Os membros do Ministério Público devem ter mais de dez 
anos de carreira. Deles não se exige expressamente o saber jurídico e a reputação ilibada, 
porque são requisitos presumidos de quem integra o Parquet. 
O Supremo Tribunal Federal admitiu que se não houver membros do Ministério Público suficientes 
com mais de dez anos de carreira, a lista sêxtupla poderá ser composta por candidatos que ainda 
não completaram o decênio (ADI 1.289/DF). 
Os respectivos órgãos de representação de classes indicarão ao Tribunal em lista sêxtupla os 
seus membros. Uma vez recebida a lista, o Tribunal, por critérios próprios, a reduzirá para tríplice 
e a enviará ao Poder Executivo para que, no prazo de vinte dias, escolha um de seus integrantes 
para nomeação. 
Note que a Constituição Federal não definiu critérios e nem conceito de órgão de classe. Cabe à 
lei infraconstitucional definir os órgãos de representação dos advogados e do Ministério Público. 
Assim, o STF reconheceu a validade do artigo 14 da Lei 8.625/1993, que atribuiu ao Conselho 
Superior do Ministério Público a competência para elaborar as listas sêxtuplas, embora sejam 
elegíveis para integrar o Conselho apenas os Procuradores de Justiça, porque a escolha se dá 
por meio de eleição em que votam membros de toda a classe, o que evidencia a 
representatividade do órgão (ADI 4.134). 
Exemplifiquemos: 
Em março de 2019, faleceu um dos desembargadores do TJDFT (Flávio Renato Rostirola) 
oriundo do quinto constitucional, vaga de advogado. A vaga foi preenchida a partir do seguinte 
procedimento: 
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Se a vaga fosse de membro de Ministério Público, o procedimento seria o mesmo, só que a lista 
sêxtupla teria sido formulada pelo MPDFT. 
Perceba que se o tribunal for estadual, o Chefe do Executivo que escolherá um dos nomes da 
lista tríplice será o Governador, mas se for tribunal da União (TRF e TJDFT), será o Presidente da 
República. 
 
(2019/MPE-SC/MPE-SC/Promotor) No que pertine ao quinto constitucional para composição dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais dos Estados, e do Distrito Federal e Territórios, 
formada a lista tríplice pelo tribunal, será enviada ao Poder Executivo, que, nos vinte dias 
subsequentes, escolherá um de seus integrantes para nomeação. 
Gabarito: correto. 
Comentário: o item está em conformidade com o disposto no artigo 94 da Constituição Federal, 
que dispõe sobre o quinto constitucional. 
Agora, vamos aos detalhes: 
1. Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, o tribunal não está obrigado a aceitar a 
lista sêxtupla encaminhada pelo órgão de representação (MS 25.624), istoé, não terá que 
necessariamente escolher três dos seis nomes. Isso não significa, evidentemente, que o tribunal 
pode fazer lista tríplice com quem não constou da lista sêxtupla, mas apenas que o Judiciário 
poderá discordar de um ou de alguns nomes da lista, por entender ausentes os requisitos. 
2. Se o número total da composição do tribunal não for divisível por cinco, arredonda-se a fração 
restante (seja superior ou inferior à metade) para o número inteiro seguinte, a fim de alcançar-se a 
quantidade de vagas destinadas ao quinto constitucional destinado ao provimento por advogados 
e membros do Ministério Público (RE 678.957 AgR). 
Exemplificando: O TJDFT é composto de 48 desembargadores. 1/5 de 48 corresponde a 9,6. 
Assim, o arredondamento deve ser feito para cima, em favor do quinto constitucional, razão pela 
qual 10 vagas do TJDFT são reservadas a advogados e membros do Ministério Público. 
1º
• O OAB-DF formulou lista sêxtupla com os seguintes nomes: Roberta Queiroz; Eduardo
Cunha; Christianne Ferreira; José Rui Carneiro; Ana Paula Meneses; Robson Freitas
2º
• O TJDFT reduziu a lista para: Ana Paula Meneses; Eduardo Cunha e Robson Freitas.
3º
• O Presidente da República escolheu Robson Freitas.
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3. Se a quantidade de vagas reservada ao quinto constitucional for ímpar, ocorrendo vaga a ser 
preenchida, a classe que se achava em inferioridade passará a ter situação de superioridade, 
para que se cumpra o princípio constitucional da paridade entre as duas classes: Ministério 
Público e advocacia (STF. MS 23.972). 
Exemplificando: o TJ-TO é composto de 12 desembargadores, de modo que três vagas são 
reservadas ao quinto constitucional. Como o número é ímpar, numa composição, haverá, por 
exemplo, um advogado e dois membros do Ministério Público. Se isso acontecer, na próxima 
vaga surgida, será preciso fazer a alternância, de modo que sejam dois os advogados e um do 
Ministério Público. 
4. Não cabe ao CNJ, que é órgão do Judiciário e apenas administrativo, deliberar sobre situações 
que alcancem ou que atinjam resoluções e manifestações emanadas de órgãos e autoridades 
vinculados a outros Poderes do Estado. Assim, o CNJ não pode apreciar o ato final de investidura 
de desembargador pela regra do quinto constitucional, uma vez que se trata de atribuição 
exclusiva do Chefe do Executivo (STF. MS 27.033 AgR). 
5. A regra do quinto constitucional foi estendida por emenda à Constituição (EC 45/2004) aos 
tribunais do trabalho, como se nota nos artigos 111-A e 115 da Constituição Federal. 
Vinte e sete são os Ministros do Tribunal Superior do Trabalho, nomeados pelo Presidente da 
República, após aprovação pela maioria absoluta do Senado Federal, sendo um quinto dentre 
advogados e membros do Ministério Público do Trabalho e quatro quintos dentre juízes dos 
Tribunais Regionais do Trabalho, oriundos da magistratura da carreira, indicados pelo próprio 
Tribunal Superior. 
Os Tribunais Regionais do Trabalho compõem-se de, no mínimo, sete juízes nomeados pelo 
Presidente da República, sendo um quinto dentre advogados e membros do Ministério Público do 
Trabalho e quatro quintos mediante promoção de juízes do trabalho por antiguidade e 
merecimento, alternadamente. 
6. No Superior Tribunal de Justiça, não há quinto constitucional, há terço constitucional, embora o 
procedimento de escolha dos Ministros oriundos da advocacia e do Ministério Público (Federal, 
Estadual e do Distrito Federal e Territórios) seja o mesmo delineado no artigo 94 da Constituição 
Federal. 
 
Em resumo, a regra do quinto constitucional é aplicada aos 
seguintes tribunais: TJs; TRFs; TJDFT; TRTs e TST. 
 
GARANTIAS DOS MAGISTRADOS 
Os magistrados, diferentemente do que se aplica aos parlamentares e ao Presidente da 
República, não têm imunidades garantidas pela Constituição, embora todos eles tenham foro por 
prerrogativa de função. 
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Por outro lado, para que a prestação jurisdicional seja efetiva e o juiz não venha a sofrer nenhum 
tipo de perseguição política ou venha a ser constrangido pelas partes no curso do processo, a 
Constituição Federal trouxe, no artigo 95, as seguintes garantias: 
✓ vitaliciedade; 
✓ inamovibilidade; 
✓ irredutibilidade de subsídio. 
A vitaliciedade assegura ao magistrado que a perda do cargo não poderá ocorrer por mera 
decisão administrativa, mas apenas por sentença judicial transitada em julgado. Note: a perda 
do cargo de juízes vitalícios é decidida pelos seus pares, conforme a competência de julgamento, 
após exercício de contraditório e ampla defesa. 
No primeiro grau, a vitaliciedade só é adquirida após dois anos de exercício. Desde a emenda 
constitucional 45/2004, constitui etapa obrigatória do processo de vitaliciamento a participação em 
curso oficial ou reconhecido por escola nacional de formação e aperfeiçoamento de magistrados 
(art. 93, IV). 
E como se dá a perda do cargo quando o juiz ainda não adquiriu vitaliciedade? Pode ser 
declarada apenas por decisão do Corregedor ou do Presidente do tribunal? Não. Antes da 
aquisição da vitaliciedade, a perda do cargo depende de deliberação do tribunal a que o juiz 
estiver vinculado (procedimento administrativo). Após o vitaliciamento, depende de sentença 
judicial transitada em julgado. 
Nos tribunais, a vitaliciedade é adquirida na posse, independentemente da forma de provimento 
do cargo, isto é, se por promoção ou pelo quinto constitucional ou por outro critério definido pela 
Constituição Federal. 
 
 
Atenção! 
A vitaliciedade de Ministros do Supremo Tribunal Federal foi 
relativizada pela Constituição Federal, porque poderão perder os 
cargos em duas situações: a) sentença judicial transitada em julgado 
e b) decisão do Senado, no processo por crime de responsabilidade 
(art. 52, parágrafo único). 
Perceba: Ministros do Supremo Tribunal Federal poderão sofrer 
impeachment, poderão perder os cargos por decisão do Senado 
Federal. 
A inamovibilidade assegura que o magistrado não poderá ser removido compulsoriamente, salvo 
por motivo de interesse público. 
A remoção, em regra, é voluntária. Assim como ocorre quando há solicitação de permuta, a 
remoção a pedido de uma comarca para outra, dentro da mesma entrância, deve atender aos 
mesmos critérios da promoção por merecimento, nos termos do artigo 93, II, a, b e c, da 
Constituição Federal. O juiz que retiver os autos em seu poder além do prazo legal, 
injustificadamente, não poderá ser removido a pedido e nem fazer permuta. 
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Lembre-se: a remoção de entrâncias para entrância, como já estudado, se dá por 
promoção, aplicando-se alternadamente os critérios de antiguidade e merecimento (artigo 
93, II, da CF). 
A remoção compulsória por interesse público só poderá ser determinada por decisão proferida 
pela maioria absoluta do respectivo tribunal ou do Conselho Nacional de Justiça, assegurada a 
ampla defesa. 
A remoção pode ser também uma sanção administrativa aplicada pelo Conselho Nacional de 
Justiça após regular processo disciplinar (artigo 103B, § 4º, III, da CF). 
 
 
 
Há três formas de remoção de magistrado: 
➢ Voluntária (na mesma entrância): obedece aos critérios da 
promoção por merecimento; 
➢ Por interesse público: determinada pela maioria absoluta do 
tribunal ou do CNJ; 
➢ Sanção administrativa: aplicada pelo CNJ. 
 
A inamovibilidade não é garantia apenas de juízes titulares, mas também de juízes 
substitutos. Trata-se de proteção de toda a magistratura. Esse é o posicionamento do Supremo 
TribunalFederal sobre a matéria (MS 27.958). 
Note: a inamovibilidade não guarda relação com a vitaliciedade. Como já dito, é uma garantia da 
magistratura. Assim, um juiz pode não ser vitalício e ter inamovibilidade. Juízes titulares e 
substitutos, estes vitalícios ou não, gozam de inamovibilidade. 
Em decorrência das garantias constitucionais de vitaliciedade e inamovibilidade, qualquer 
hipótese de afastamento de magistrado, ainda que cautelar, exige lei e sentido formal e material, 
isto é, não pode ser criada por mero ato normativo do CNJ ou do tribunal ao qual o juiz está 
vinculado. 
Convém destacar que a Emenda Constitucional 103/19, ao conferir nova redação aos 
artigos 93, VIII, 103-B, § 4º, III, todos da CF/88, eliminou uma hipótese de sanção disciplinar, 
até então conhecida como aposentadoria compulsória proporcional, que era aplicada para 
apenar o magistrado que cometesse ato ilícito grave. 
Perceba: a EC 103/1019, ao eliminar a aposentadoria compulsória, expôs o magistrado que 
cometer ilícito grave não punível com remoção ou disponibilidade, à pena de demissão e não 
mais aposentadoria, até porque a aposentadoria não poderia ser uma punição, não é mesmo? 
Frise-se: nem o tribunal e nem o CNJ podem mais aplicar a penalidade de aposentadoria 
compulsória! 
A irredutibilidade de subsídio assegurada aos magistrados, assim como funciona em relação 
aos servidores públicos, não contempla o valor real, isto é, não assegura o poder de compra e 
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não resguarda da corrosão trazida pela inflação. A garantia de irredutibilidade de subsídio é 
jurídica, assegura o valor nominal e não o valor real. Por certo, também, a irredutibilidade de 
subsídio não exime o magistrado de descontos relativos a impostos e contribuições 
previdenciárias. 
 
 
 
 
Cuidado! 
Na Justiça Eleitoral, não há vitaliciedade, há mandato! 
Nos termos do § 2º do artigo 121 da Constituição Federal, os juízes 
dos tribunais eleitorais, salvo motivo justificado, servirão por dois 
anos, no mínimo, e nunca por mais de dois biênios consecutivos. 
Por outro lado, os membros dos tribunais, os juízes de direito e os 
integrantes das juntas eleitorais têm a garantia da inamovibilidade. 
Os magistrados que atuam na Justiça Eleitoral fazem jus a uma 
gratificação de presença, por sessão que comparecem, até o máximo 
de oito por mês. Essa gratificação, no TSE, corresponde a 3% do que 
se paga aos Ministros do STF; nos TREs, 3% do que se paga aos 
Desembargadores do TRF; e a gratificação mensal dos Juízes 
Eleitorais corresponderá a 18% de subsídio de Juiz Federal. 
 
Os magistrados também têm a garantia constitucional de foro por prerrogativa de função, em 
decorrência da proteção da vitaliciedade, seja por crime comum, seja por crime de 
responsabilidade. Os Juízes serão julgados sempre pelos seus pares e por órgão colegiado de 
estrutura superior ou igual àquela que ocupa. Observe: 
 
Autoridade Crime Competência 
Juízes Estaduais e Juízes do 
Distrito Federal e Territórios 
comum e de responsabilidade TJ/TJDFT (art. 96, III, da CF). 
crime eleitoral TRE 
Juízes Federais, do Trabalho e 
Militares 
comum e de responsabilidade TRF (art. 108, I, a, da CF). 
crime eleitoral TRE 
Desembargadores dos TJs, 
TJDFT, TRFs, TRTs e TREs 
comum e de responsabilidade STJ (art. 105, I, a, da CF). 
Juízes
TJ ou 
TRF
STJ
STF
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Ministros do STJ, do TST, do 
TSE e do STM 
comum e de responsabilidade 
 
STF (art. 102, I, c, da CF). 
Ministros do STF comum STF (art. 102, I, b, da CF). 
responsabilidade Senado (art. 52, II, da CF). 
O Supremo Tribunal Federal, no RE 549.560, em tese de repercussão geral, entendeu que “a 
vitaliciedade é garantia inerente ao exercício do cargo pelos magistrados e tem como objetivo 
prover a jurisdição de independência e imparcialidade. Exercem a jurisdição, tão somente, os 
magistrados na atividade, não se estendendo aos inativos o foro especial por prerrogativa de 
função. A aposentadoria do magistrado, ainda que voluntária, transfere a competência para 
processamento e julgamento de eventual ilícito penal para o primeiro grau de jurisdição." Grifo. 
 
VEDAÇÕES 
A Constituição Federal, no parágrafo único do artigo 95, vedou aos Juízes uma série de condutas 
e atividades incompatíveis com o exercício da magistratura, porque podem prejudicar a 
imparcialidade de suas decisões, bem como a prestação jurisdicional. São elas: 
1. exercer, ainda que em disponibilidade, outro cargo ou função, salvo uma de magistério; 
Juízes não podem acumular com a magistratura outros cargos e nem funções, exceto o 
magistério. Na mesma linha da vedação constitucional, a LC 35/1979 (LOMAN) não admite: 1) o 
exercício de cargo de direção ou técnico de sociedade civil, associação ou fundação, de qualquer 
natureza ou finalidade, salvo de associação de classe, e sem remuneração (art. 36, II); 2) o 
exercício do comércio nem a participação de sociedade comercial, exceto como acionista ou 
quotista. 
Magistrados não podem atuar na Justiça Desportiva, independentemente de serem ou não 
remunerados, uma vez que não podem ter outros cargos ou funções, exceto o magistério (STF. 
MS 25.938). 
O exercício do cargo de magistério também tem restrição, uma vez que só será admitido se 
houver correlação de matérias (LOMAN, art. 26, § 1º). Assim, não poderia o Juiz, por exemplo, 
ser professor de biologia, embora pudesse ser professor de ciência política. É preciso haver 
correlação de matérias, uma vez que o grande objetivo da acumulação de cargos é a formação de 
juristas. 
Segundo orientação contida na Resolução 226/2016 do Conselho Nacional de Justiça, a 
participação de magistrados na condição de palestrante, conferencista, presidente de mesa, 
moderador, debatedor ou membro de comissão organizadora é considerada atividade docente 
(art. 4ºA). Por outro lado, as atividades de coaching, similares e congêneres, destinadas à 
assessoria individual ou coletiva de pessoas, inclusive na preparação de candidatos a concursos 
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públicos, não são consideradas atividade docente, sendo vedada a sua prática por magistrados 
(art. 5ºA). 
Para o Supremo tribunal Federal, o juiz pode exercer mais de uma atividade de magistério, desde 
que compatível com o exercício da magistratura (ADI 3.126). A expressão do texto constitucional 
“salvo uma de magistério” não objetiva fixar restrição numérica, “uma” não é numeral, mas artigo 
indefinido. O propósito não é o de impor uma única atividade de magistério, mas sim o exercício 
desta função compatível com a de magistrado, para impedir que a acumulação autorizada 
prejudique, em termos de horas destinadas ao ensino, o exercício da magistratura. 
2. receber, a qualquer título ou pretexto, custas ou participação em processo; 
As custas e emolumentos serão destinados exclusivamente ao custeio dos serviços afetos às 
atividades específicas da Justiça e não se direcionam, evidentemente, aos magistrados. 
A vedação de recebimento de custas ou de participação em processo se estende aos juízes de 
paz, porque integram o Judiciário, não obstante não sejam magistrados (ADI 954). A remuneração 
de juízes de paz deve ter valor fixo e predeterminado e não por participação no que é recolhido 
aos cofres públicos. 
3. dedicar-se à atividade político-partidária. 
Diferente do que se aplica a servidores públicos, magistrados não podem ter filiação partidária e, 
consequentemente, não podem concorrer a mandato eletivo. Ora, os Juízes exercem as 
atribuições de autoridades eleitorais,são fiscais e árbitros das eleições e por isso estão impedidos 
de se candidatar (STF. AO 2.236 ED) 
4. receber, a qualquer título ou pretexto, auxílios ou contribuições de pessoas físicas, 
entidades públicas ou privadas, ressalvadas as exceções previstas em lei; 
5. exercer a advocacia no juízo ou tribunal do qual se afastou, antes de decorridos três 
anos do afastamento do cargo por aposentadoria ou exoneração. 
A vedação de exercício da advocacia no juízo ou no tribunal do qual foi afastado o juiz, por 
aposentadoria ou por exoneração, antes de decorridos três anos do afastamento, visa a 
aperfeiçoar o padrão de moralidade pública, para evitar episódios de tráfico de influência e de 
exploração de prestígio que possam ameaçar a credibilidade do Poder Judiciário. Essa proibição 
foi chamada pela doutrina como "quarentena de saída". 
Note: a vedação não é de exercício da advocacia, mas de exercício da advocacia no juízo ou no 
tribunal do qual houve o afastamento. 
E o que isso significa? No que concerne à primeira instância, "juízo" deve ser interpretado como 
a Comarca (e não Vara) em que o Juiz de Direito exercia as suas funções. Se Juiz Federal ou 
Juiz do Trabalho, a vedação deve ser entendida como seção, onde não houver subdivisão 
judiciária, subseção ou foro do qual se afastou, antes de decorridos três anos do afastamento do 
cargo por aposentadoria ou exoneração. Nos tribunais, a interpretação deve ser literal, isto é, 
naquele tribunal. 
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Exemplificando: se João aposentou como desembargador do TRT da 10ª Região, ficará três 
anos impedido de exercer a advocacia naquele tribunal, mas poderá advogar, por exemplo, junto 
à Justiça Estadual. Se Maria foi exonerada da 3ª Vara Cível da Comarca de São José dos 
Campos/SP, ficará impedida por três anos impedida de advogar em São José dos Campos. 
O STF, na ADPF 310, declarou inconstitucional ato da OAB que ampliava o alcance do 
impedimento temporário de três anos para que os magistrados aposentados ou exonerados 
voltassem a exercer a advocacia. A norma impugnada criava impedimento ao exercício da 
advocacia a todos os advogados associados ao escritório em que atuava o magistrado em 
quarentena. O STF entendeu que o estatuto pessoal dos ocupantes da magistratura não pode ser 
aplicado a terceiros sem vínculo com a atividade judicante, sob pena de violação ao princípio da 
intranscendência das normas restritivas de direitos. 
 
 
 
Cuidado! 
No TSE, dois Juízes são advogados. Em cada TRE, igualmente, duas 
vagas são ocupadas por advogados. Esses advogados, evidentemente, 
não se se submetem às vedações constitucionais de exercício de outras 
funções (porque continuam a exercer a advocacia), de recebimento de 
participação em processo ou de contribuições de pessoas físicas ou 
jurídicas (porque percebem honorários advocatícios e sucumbenciais), 
muito menos o exercício da advocacia, excluída a Justiça Eleitoral. 
Note: a ressalva não é para todos os membros do TSE e dos TREs. É 
só para os advogados. 
 
GARANTIAS DO JUDICIÁRIO 
A Constituição Federal, com o propósito de garantir a Separação de Poderes, assegurou 
autonomia administrativa e financeira ao Poder Judiciário (art. 99). 
 
Autonomia administrativa 
No exercício da autonomia administrativa, compete privativamente aos tribunais (artigo 96, 
I, da CF): 
1. eleger seus órgãos diretivos e elaborar seus regimentos internos, com observância das normas 
de processo e das garantias processuais das partes, dispondo sobre a competência e o 
funcionamento dos respectivos órgãos jurisdicionais e administrativos; 
Os regimentos internos dos Tribunais, para o STF, consubstanciam normas primárias de idêntica 
categoria às leis, de modo que eventuais antinomias não devem ser solucionadas por critérios 
hierárquicos, mas pela substância regulada, sendo que, no que tange ao funcionamento e 
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146 
organização dos afazeres do Estado-Juiz, prepondera o dispositivo regimental (HC 143.333). Dito 
de outra forma, quando se trata da organização interna de um tribunal, das atividades 
operacionais de Juiz, deve prevalecer o regimento interno. 
2. organizar suas secretarias e serviços auxiliares e os dos juízos que lhes forem vinculados, 
velando pelo exercício da atividade correicional respectiva; 
3. prover, na forma prevista na Constituição, os cargos de juiz de carreira da respectiva jurisdição; 
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de dispositivo de Constituição 
estadual que atribuiu ao Governador a competência para provimento do cargo de desembargador, 
em razão de promoção de juiz de carreira, uma vez que tal atribuição é do Tribunal de Justiça 
(ADI 314). 
4. propor a criação de novas varas judiciárias; 
5. prover, por concurso público de provas, ou de provas e títulos, obedecido o limite de gastos 
com pessoal ativo e inativo, os cargos necessários à administração da Justiça, exceto os de 
confiança assim definidos em lei; 
6. conceder licença, férias e outros afastamentos a seus membros e aos juízes e servidores que 
lhes forem imediatamente vinculados; 
 
Ainda no exercício da autonomia administrativa, cabe ao Supremo Tribunal Federal, aos 
Tribunais Superiores e aos Tribunais de Justiça propor ao Poder Legislativo respectivo, 
observados os limites definidos em lei complementar para despesa com pessoal ativo e 
inativo: 
1. a alteração do número de membros dos tribunais inferiores; 
O Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade de dispositivo de Constituição 
estadual que fixou o limite de cadeiras no Tribunal de Justiça, porque deve ser tratado por lei (e 
não por emenda) de iniciativa privativa do próprio Tribunal De Justiça (ADI 3.362). 
2. a criação e a extinção de cargos e a remuneração dos seus serviços auxiliares e dos juízos que 
lhes forem vinculados, bem como a fixação do subsídio de seus membros e dos juízes, inclusive 
dos tribunais inferiores, onde houver; 
3. a criação ou extinção dos tribunais inferiores; 
4. a alteração da organização e da divisão judiciárias; 
O Supremo Tribunal Federal declarou inválida a inclusão de norma com conteúdo próprio à 
disciplina dos regimentos internos dos tribunais, por emenda parlamentar, ao projeto de lei 
apresentado pelo tribunal de justiça com o propósito de dispor sobre a organização judiciária do 
Estado, uma vez que violada a reserva de iniciativa disposta no art. 96, II, d, da CF, prevalecendo 
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a previsão do Regimento Interno que comete aos órgãos fracionários do tribunal (câmaras 
criminais) a competência para julgamento dos prefeitos (ADI 3.915). 
 
Autonomia Financeira 
A iniciativa das leis orçamentárias, no âmbito da União, é privativa do Presidente da República 
(artigo 165, caput, da CF) e o projeto de lei orçamentária da União deve ser encaminhado ao 
Congresso Nacional até quatro meses antes do encerramento do exercício financeiro e devolvido 
para a sanção até o encerramento da sessão legislativa (artigo 35, III, do ADCT). 
Não obstante a inciativa seja privativa do Chefe do Executivo, os tribunais elaborarão suas 
propostas orçamentárias dentro dos limites estipulados conjuntamente com os demais Poderes na 
lei de diretrizes orçamentárias (artigo 99 da CF). Note: o primeiro aspecto da autonomia 
financeira do Judiciário é o encaminhamento ao Executivo de suas propostas 
orçamentárias. 
No âmbito da União, compete aos Presidentes do Supremo Tribunal Federal e dos Tribunais 
Superiores, com a aprovaçãodos respectivos tribunais, ouvidos os outros tribunais interessados, 
o encaminhamento da proposta. 
No âmbito dos Estados e no do Distrito Federal e Territórios, cabe aos Presidentes dos Tribunais 
de Justiça, com a aprovação dos respectivos tribunais, o encaminhamento da proposta. Nos 
Estados, a proposta é encaminhada ao Governador. No Distrito Federal e Territórios, ao 
Presidente da República, uma vez que tais órgãos do Judiciário integram a União. 
Se os tribunais não encaminharem as respectivas propostas orçamentárias dentro do prazo 
estabelecido na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo considerará, para fins de 
consolidação da proposta orçamentária anual, os valores aprovados na lei orçamentária vigente, 
ajustados de acordo com os limites contidos na LDO e estipulados conjuntamente com os demais 
Poderes. Perceba aqui o segundo aspecto da autonomia financeira: ainda que o Judiciário 
perca o prazo para mandar a sua proposta, será respeitada a sua autonomia ao se 
considerar os valores contidos na lei vigente. 
Caso as propostas orçamentárias sejam encaminhadas em desacordo com os limites estipulados 
conjuntamente com os demais Poderes na lei de diretrizes orçamentárias, o Poder Executivo 
procederá aos ajustes necessários para fins de consolidação da proposta orçamentária anual e, 
em seguida, mandará o projeto ao Congresso Nacional para apreciação. 
Segundo posicionamento do Supremo Tribunal Federal, uma vez respeitado o prazo para o 
encaminhamento da proposta e estando esta de acordo com os limites contidos na LDO, não 
poderá o Chefe do Executivo monocraticamente fazer nela reduções ou modificações, 
embora possa solicitar ao Poder Legislativo a redução pretendida (ADI 5.287). 
Durante a execução orçamentária do exercício, salvo se mediante a abertura de créditos 
suplementares ou especiais, não poderá haver a realização de despesas ou a assunção de 
obrigações que extrapolem os limites estabelecidos na LDO. 
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A autonomia financeira do Judiciário não se exaure na simples elaboração da proposta 
orçamentária, sendo consagrada, inclusive, na execução concreta do orçamento e na utilização 
das dotações postas em favor do Poder Judiciário, sem a interferência de outro Poder. Nota-se, 
aqui, o terceiro aspecto da autonomia financeira do Judiciário. 
Em resumo, temos: 
 
 
PRECATÓRIOS 
Os precatórios judiciais são requisições de pagamento de valor não considerado pequeno que a 
Fazenda Pública, por meio de processo judicial, foi condenada a pagar a alguém. 
Os bens públicos são impenhoráveis e insuscetíveis de expropriação, razão pela qual, diferente 
dos litígios entre particulares, as demandas em face da Fazenda Pública que têm o propósito de 
obtenção de valores pecuniários (execução por quantia certa) apresentam um procedimento 
próprio sob o regime dos precatórios. 
Uma vez tendo sido proferida a sentença condenatória definitiva, a requisição de pagamento é 
encaminhada pelo Juiz da execução ao Presidente do Tribunal. 
Note: precatório judicial é a carta de sentença remetida pelo Juiz da execução ao 
presidente do Tribunal, para que este requisite pagamento de quantia certa, executando 
condenação da administração direta, autarquias e fundações regidas pelo direito público. 
As requisições recebidas no Tribunal até 1º de julho de um exercício financeiro são autuadas 
como Precatórios, atualizadas e incluídas na proposta orçamentária do ano seguinte. Os 
Judiciário
•Os tribunais
encaminham a
proposta, dentro
dos limites da LDO,
estipulados em
conjunto com os
demais Poderes.
Executivo
•O Chefe do
Executivo enviará a
proposta ao
Legislativo,
observado o
seguinte:
•1. se a proposta
estiver fora dos
limites, sofrerá
ajuste;
•2. se estiver fora de
prazo, será
considerada a
proposta anterior, a
que deu origem à
lei vigente.
Legislativo
• O Legislativo
aprova, com ou sem
emendas,
observadas as
limitações
constitucionais, e
encaminha de volta
ao Executivo para
sanção.
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precatórios autuados após essa data serão atualizados em 1º de julho do ano seguinte e inscritos 
na proposta orçamentária subsequente. 
A Fazenda Pública deve, até o dia 31 de dezembro do ano para o qual o precatório foi orçado, 
promover o depósito, junto ao Tribunal, dos valores necessários para pagamento. 
Perceba: os prazos estipulados pela Constituição Federal para definição da data limite em 
que a Fazenda Pública irá saldar a sua dívida (até 1º de julho ou após 1º de julho) estão 
diretamente relacionados às elaborações orçamentárias. 
Uma vez tendo os numerários sido liberados, o Tribunal promoverá o pagamento, respeitada a 
ordem cronológica e as preferências de pagamento estipuladas pela Constituição Federal. Uma 
conta de depósito judicial deverá ser aberta para cada precatório. Nessa conta, será creditado o 
pagamento. 
O Juízo da execução, após ter sido informado da disponibilização da verba, determinará a 
expedição do respectivo alvará de levantamento, permitindo o saque do valor pelos beneficiários. 
Após a transferência da verba, os autos do Precatório são arquivados no Tribunal. 
 
 
 
 
 
Atenção! 
Há na doutrina divergência a respeito da natureza da atividade do 
Presidente do Tribunal. Seria meramente administrativa ou 
jurisdicional? 
Na jurisprudência, o STJ e o STF (ADI 1.098/SP) entendem tratar-se 
de atividade de natureza administrativa. O STJ, inclusive, chegou a 
sumular a matéria: "Os atos do Presidente do Tribunal que disponham 
sobre o processamento e pagamento de precatório não têm caráter 
jurisdicional" (Súmula 311). 
Com efeito, em razão de ser administrativa a atividade do Presidente 
do Tribunal, "não cabe recurso extraordinário contra decisão proferida 
A Fazenda Pública é 
condenada.
O Juiz da execução 
encaminha a carta de 
sentença ao Presidente 
do Tribunal (ofício 
requisitório).
O Presidente do 
Tribunal formaliza a 
requisição de 
pagamento. O 
Precatório é expedido.
A Fazenda Pública 
deposita, dentro do prazo, 
os valores dos 
precatórios.
O Tribunal credita o 
pagamento na conta de 
depósito judicial.
O Juiz da execução 
determina a expedição 
do alvará de 
levantamento.
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no processamento de precatórios (STF. Súmula 733). 
Na mesma linha, questões incidentais que surgirem após a expedição 
do precatório, como por exemplo, a impugnação de acréscimos 
indevidos ou o requerimento de atualização monetária devem ser 
resolvidos na primeira instância. 
 
 
1 – REGIME DOS PRECATÓRIOS 
Nos termos do artigo 100 da Constituição Federal, os pagamentos devidos pelas Fazendas 
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão por 
precatórios e à conta dos créditos respectivos, proibida a designação de casos ou de pessoas nas 
dotações orçamentárias e nos créditos adicionais abertos para este fim. 
O regime de precatórios não se aplica aos pagamentos de obrigações definidas em leis como de 
pequeno valor. Cabe à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios, por leis 
próprias, segundo suas diferentes capacidades econômicas, fixar o que é considerado 
pequeno valor, observado o mínimo estipulado pela Constituição Federal: o valor do maior 
benefício do regime geral de previdência social (§ 4º do artigo 100 da CF). 
Nos termos do artigo 87 do Ato das Disposições Constitucionais Transitórias, serão considerados 
de pequeno valor, até que se dê a publicação oficial das respectivas leis definidoras pelos entes 
da Federação, os débitos ou obrigações consignadosem precatório judiciário, que tenham valor 
igual ou inferior a: 1) 40 salários-mínimos, perante a Fazenda dos Estados e do Distrito 
Federal; 30 salários-mínimos, perante a Fazenda dos Municípios. 
Exemplificando: no âmbito da União, o pequeno valor é o de 60 salários-mínimos (Lei 
10.259/2001); no DF, 10 salários mínimos (Lei Distrital 3.624/2005); na Bahia, 20 salários-
mínimos (Lei Estadual 9.446/2005). 
Note: 
1. O regime de precatórios só será afastado se a requisição for de pequeno valor. Nas demais 
hipóteses, sempre que a Fazenda Pública for condenada a pagar a alguém quantia certa deverá 
ser emitido o precatório. 
2. Cabe a cada ente federativo, segundo leis próprias, fixar o quantum das requisições de 
pequeno valor, respeitado o mínimo estipulado pela Constituição Federal, qual seja: o maior 
benefício do regime geral de previdência social. 
3. Se o ente federativo não legislar, os pequenos valores serão 40 e 30 salários mínimos, 
respectivamente, para os Estados e os Municípios. 
A finalidade do regime constitucional de precatórios reside em dois objetivos essenciais: a) 
possibilitar aos entes federados o adequado planejamento orçamentário para a quitação de seus 
débitos e b) a submissão do poder público ao dever de respeitar a preferência jurídica de quem 
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dispuser de precedência cronológica. Nesses termos, segundo entende o STF (RE 889.173), 
crédito derivado de sentença concessiva de mandado de segurança também se submete 
ao rito dos precatórios. 
Por outro lado, o sistema de precatórios não se aplica à execução provisória de obrigação 
de fazer contra a Fazenda Pública, como no caso de uma implementação de pensão instituída 
por militar (RE 573.872). Vale acrescentar que não se afigura possível, a partir da Emenda 
Constitucional nº 30/2000, a execução provisória contra Fazenda Pública da prestação de pagar 
quantia certa (exige-se trânsito em julgado). 
O regime de precatórios também não se aplica aos Conselhos de Fiscalização Profissional, 
porque estes não têm orçamento público e não recebem verbas dos entes federativos (RE 
938.837/SP). 
A respeito das empresas públicas e das sociedades de economia mista, é preciso ficar 
atento. O regime de precatórios é aplicável às empresas públicas e sociedades de economia 
mista que prestem serviços públicos essenciais e próprios do Estado, em condições não 
concorrenciais (RE 220.906). Por outro lado, caso desenvolvam atividades econômica em sentido 
estrito, em condições concorrenciais, isto é, competindo com as empresas do setor privado, as 
empresas públicas e as sociedades de economia mista não se beneficiarão do regime de 
precatórios (RE 599.628). 
Com efeito, o STF garantiu à Casa da Moeda do Brasil, por ser empresa pública que presta 
serviço público em regime de monopólio, o regime de precatórios (RE 1.009.828 AgR). 
 
1 – DATA E ORDEM DE PAGAMENTO 
Nos termos do § 5º do artigo 100 da Constituição Federal, quando a Fazenda Pública é 
condenada a pagar a alguém valor não considerado por lei pequeno, deve ser emitido 
necessariamente o precatório judiciário. 
É obrigatória a inclusão, no orçamento das entidades de direito público, de verba necessária ao 
pagamento de seus débitos, oriundos de sentenças transitadas em julgado, constantes de 
precatórios apresentados até 1º de julho, fazendo-se o pagamento até o final do exercício 
seguinte, quando terão seus valores atualizados monetariamente. 
 
O sistema de pagamento por meio de precatórios dá à Fazenda Pública a oportunidade de 
planejar o pagamento de seus débitos a partir da previsão orçamentária. Daí o prazo de 1º de 
julho, já que nos termos do artigo 35, III, do ADCT, o projeto de lei orçamentária deve ser 
encaminhado ao Legislativo até quatro meses antes de encerrar o exercício financeiro e devolvido 
para sanção até o encerramento da sessão legislativa. 
Apresentados 
até 1º de julho 
de 2020
Pagamento até 
31/12/2021
Valores 
atualizados
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O § 5º do artigo 100 da Constituição Federal impõe que os valores inscritos em precatórios 
judiciais serão atualizados monetariamente. O parágrafo 12 dispôs que a atualização de 
valores requisitórios, após sua expedição, até o efetivo pagamento, independentemente de sua 
natureza, será feita pelo índice oficial de remuneração básica da caderneta de poupança. 
Entretanto, o Supremo Tribunal Federal declarou a inconstitucionalidade do dispositivo 
quanto à aplicação do índice oficial de remuneração da caderneta de poupança, por haver 
violação ao direito de propriedade, uma vez que o índice não é capaz de preservar o valor 
real do crédito. 
Com efeito, qual índice deve ser adotado para correção monetária? O STF, no RE 870.947, 
definiu que o índice a ser adotado é o IPCA-A (Índice de Preços ao Consumidor Amplo Especial), 
tanto para o período da dívida anterior à expedição do precatório quanto para o período posterior 
à emissão do precatório. 
A respeito da incidência de juros de mora, é preciso ter muito cuidado, porque o STF modificou o 
seu entendimento. Num primeiro momento, o Tribunal considerou não incidir juros de mora 
quando o pagamento do precatório ocorria dentro do prazo constitucional (até o final do exercício 
seguinte). Só haveria incidência de juros se houvesse mora, isto é, se o pagamento fosse feito 
fora do prazo. Esse entendimento chegou a ser sumulado ("Durante o período previsto no § 1º do 
art. 100 da Constituição, não incidem juros de mora sobre os precatórios que nele sejam pagos." 
Súmula Vinculante 17.) 
Após a publicação da Emenda à Constituição 62/2009, que passou a prever expressamente a 
incidência de juros (§ 12), o STF superou o posicionamento sumulado e formulou a seguinte 
tese de repercussão geral: 
“Incidem juros de mora no período compreendido entre a data de realização 
dos cálculos e da requisição ou do precatório.” (RE 579.431). 
Para o Tribunal Constitucional (RE 870.947), em relação aos juros de mora, para os débitos em 
geral, de natureza não tributária, o índice a ser adotado deve ser o de remuneração da poupança. 
Já para os débitos de natureza tributária, deve ser utilizado o mesmo índice adotado pelo Fisco 
para corrigir os débitos dos contribuintes (no momento, a Selic). 
Assim, temos: 
1. Os débitos inscritos em precatórios devem ter os seus valores atualizados monetariamente, 
acrescidos de juros de mora. 
2. Os juros de mora incidem no período compreendido entre a data de realização dos cálculos e a 
data da requisição ou do precatório. 
3. Após a expedição do precatório, não se contabilizam juros de mora até o fim do ano em que o 
precatório está orçado para pagamento. Esse período é denominado graça constitucional. Se o 
ente devedor não efetuar o pagamento do precatório dentro do prazo, começam a correr 
novamente os juros de mora até a liquidação do débito. 
4. Os índices fixados são: 
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Correção monetária Juros de mora para débitos 
não tributários 
Juros de mora para débitos 
tributários 
IPCA-E Remuneração da poupança O mesmo adotado pelo Fisco 
para corrigir os débitos dos 
contribuintes. 
O artigo 100 da Constituição Federal estabelece que os pagamentos devidos pelas Fazendas 
Públicas Federal, Estaduais, Distrital e Municipais, em virtude de sentença judiciária, far-se-ão 
exclusivamente na ordem cronológica de apresentação dos precatórios. 
Não obstante o dispositivo utilize a expressão “exclusivamente” na ordem cronológica de 
apresentação, os parágrafos 1º e 2º do mesmo artigo criam algumas preferências de pagamento.

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