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Assistência ao RN em sala de parto

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1 Clarisse Nunes | Pediatria |6º período 
ASSISTÊNCIA AO RN EM SALA DE PARTO 
ASSISTÊNCIA IMEDIATA AO RN 
É aquela prestada ao RN logo após o nascimento, ou seja, 
nas duas primeiras horas de vida. Segundo a OMS, os 
cuidados prestados ao RN devem ser desenvolvidos 
conforme a ética profissional, a filosofia da instituição e os 
princípios de humanização do nascimento. 
Ao nascimento a maioria dos RN apresenta boa vitalidade e 
não necessita de manobras de reanimação neonatal. 
҉ Ventilação com pressão positiva: 1 a cada 10 RN 
҉ Intubação e/ou massagem cardíaca: 1 a cada 100 
RN 
҉ Intubação, massagem cardíaca e/ou medicações: 1 
a cada 1000 RN 
O conhecimento e a habilidade profissional para o 
atendimento imediato ao RN são necessários a todos os 
profissionais que atuam em salas de parto. 
O preparo da assistência para o atendimento do RN deve 
incluir a anamnese materna, infraestrutura local, recursos 
materiais e equipamentos e equipe treinada para 
reanimação neonatal. 
ANAMNESE MATERNA 
É de grande importância que ao se atender o RN em sala de 
parto já se tenha obtido uma história obstétrica adequada e 
detalhada através de uma anamnese com dados maternos e 
gestacionais tais como: 
҉ Idade da mãe 
҉ Número de gestações 
҉ Tipos de parto 
҉ Pré-natal com sorologias (HIV, hepatite B, 
toxoplasmose, sífilis) 
҉ Doenças pregressas e gestacionais 
҉ Uso de medicações 
҉ Consumo de drogas ilícitas, fumo e álcool 
҉ Grupo sanguíneo e Rh 
҉ Rotura prematura de membrana 
҉ Descolamento de placenta 
҉ Macrossomia fetal 
҉ Polihidrâmnio ou oligodrâmnio 
҉ Prematuridade 
Conversar com a mãe e com o obstetra! 
DM materno Macrossomia, hipoglicemia 
Fumo RCIU, prematuridade 
Drogas ilícitas Irritabilidade do SNC, SDR 
Hipertensão RCIU, sofrimento fetal 
Rh negativo Anemia, 
hiperbilirrubinemia 
Oligohidrâmnio Amniorex prematura, 
anomalias TU 
Polihidrâmnio Malformações congênitas 
Roprema Pneumonia intra uterina, 
sepse precoce 
Prematuridade SDR, hipoglicemia 
Descolamento de placenta Anemia, morte fetal 
Macrossomia fetal Tocotraumatismos, 
hipoglicemia 
INFRAESTRUTURA 
Na sala de parto a temperatura deve estar entre 24º e 27º C 
(média de 26º) 
RECURSOS MATERIAIS E EQUIPAMENTOS 
҉ Unidade de calor radiante 
҉ Campos estéreis pré-aquecidos 
҉ Material de aspiração: fonte de vácuo e sondas nº 
6, 8 e 10 
҉ Material para clampeamento umbilical: Cord clamp 
e tesoura ou lâmina bisturi 
҉ Material para identificação do neonato e mãe: 
pulseiras de identificação 
҉ Material para reanimação neonatal: ambu, 
laringoscópio, cânulas traqueais, etc 
҉ Material para cateterismo umbilical 
҉ Medicações: adrenalina, bicarbonato de sódio, 
vitamina K, naloxone, argirol, etc 
҉ Seringas de 1/5/10/20 ml com agulha 
҉ Outros: estetoscópio, oxímetro de pulso, balança 
eletrônica, fita métrica, etc 
҉ Incubadora de transporte: pronta para uso 
imediato 
PROFISSIONAIS CAPACITADOS 
O atendimento ao RN consiste na assistência por profissional 
capacitado, médico (preferencialmente pediatra ou 
neonatologista) adequadamente treinado em todos os 
passos de reanimação ou profissional de enfermagem 
(preferencialmente enfermeiro obstetra ou neonatal) 
҉ Médico: 1 para 20 binômios mãe-filho, em casos de 
prematuros ou outras patologias que levam risco à 
vida do RN 2 ou 3 pediatras deverão receber o RN 
Na mãe Rh+ e bebê Rh- deve-se administrar a 
vacina Rogan. Para ver se a mãe está apta a 
receber a vacina faz o teste Coombs indireto na 
mãe e Coombs direto no bebê, se o Coombs da 
mãe estiver – faz a vacina 
 
2 Clarisse Nunes | Pediatria |6º período 
҉ Enfermeiro obstetra com especialidade em 
neonatal com experiência em reanimação 
neonatal: 1 para 20 binômios 
҉ Técnico de enfermagem com experiência em 
Reanimação neonatal: 1 para 8 binômios 
ATENDIMENTO INICIAL AO RN EM SALA DE PARTO 
Antes do início à assistência ao RN é importante buscar 
informações sobre o local de atendimento, procurando 
saber sobre: 
҉ Condições de iluminação 
҉ Disponibilidade do material a ser utilizado 
҉ Condições de funcionamento: testar aspirador 
(vácuo), fluxômetro, unidade de calor radiante 
҉ Verificar medicamentos a serem utilizados, 
checando a data de validade 
҉ Sondas: orogástricas, nasogástricas, aspiração 
traqueal 
҉ Seringas 
O pediatra deverá estar preparado para receber o RN 
independentemente da sua condição de nascimento, com 
pessoal capacitado para reanimação e material adequado 
para esse procedimento. 
RECEBER O RN UTILIZANDO LUVAS 
Para proteção do profissional pois o RN está envolto de 
secreções corporais (líquido amniótico: sanguinolento, 
purulento) 
AVALIAÇÃO DA VITALIDADE 
A gestação é a termo? O RN está respirando ou chorando? O 
RN tem bom tônus muscular? Se sim, é o um RN baixo risco 
Índice Apgar avalia a vitalidade do RN, é realizado no 1º e no 
5º minuto de vida extra uterina 
1º minuto: Depressão neonatal 
5º minuto: Recuperação da Depressão neonatal 
 
1º minuto 
0 – 3 Depressão neonatal grave 
4 – 6 Depressão neonatal 
moderada 
7 – 10 Depressão neonatal leve 
 
5º minuto 
0 – 3 Péssima recuperação no 5º 
4 – 6 Moderada recuperação no 
5º 
7 – 10 Boa recuperação no 5º 
 
COMO RECEBER O RN DE BAIXO RISCO 
҉ Receber o neonato delicadamente em ligeiro 
cefalodeclive, em campos estéreis e pré-aquecidos 
҉ Secá-lo e desprezar campos úmidos 
҉ Envolvê-lo com campos estéreis pré-aquecidos 
secos para evitar perda de calor 
҉ Colocá-lo no pele a pele junto ao colo materno por 
pelo menos 1 hora 
SALA DE ESTABILIZAÇÃO INICIAL 
Refere-se a: 
҉ Ambiente intermediário entre a sala de parto e o 
alojamento conjunto 
҉ Realização de procedimentos rotineiros que não 
tenham sido efetuados na sala de parto 
҉ Avaliação dos sinais vitais e dados antropométricos 
– anotar 
PROCEDIMENTOS DE ROTINA 
IDENTIFICAÇÃO 
҉ Deve ser realizada desde a sala de parto 
҉ Usa-se pulseira com o nome completo da mãe, data 
e hora do nascimento 
҉ Em casos de mães com nome idêntico deverá ser 
utilizada outra pulseira com nome do pai ou de um 
familiar 
҉ Na ficha individual de cada RN deverá constar a 
identificação que é realizada através da impressão 
digital da mãe e das impressões palmodigitais e 
plantares do RN 
҉ Atualmente é impresso nas braçadeiras da mãe e da 
criança um código de barras que não deixa qualquer 
dúvida ao binômio 
 
 
 
3 Clarisse Nunes | Pediatria |6º período 
ASPIRAÇÃO 
҉ É feita nos casos em que a respiração espontânea 
não se estabelece devido a maior quantidade de 
secreções 
҉ Usar aspirador eletromecânico: pressão máxima 
não deve ser > 100 mmHg 
҉ Primeiro aspirar a boca e, em seguida as narinas 
(usar sonda 8/10/12) 
҉ Deverá ser realizada delicadamente para evitar 
espasmos de laringe e bradicardia vagal 
҉ Medir o comprimento da sonda – extremidade da 
sonda desde o lóbulo da orelha até a extremidade 
do nariz até o apêndice xifoide (distância boca-
estômago) 
҉ Impossibilidade de passar a sonda nasal pode 
indicar atresia de coanas 
҉ Passando a mesma sonda em cerca de 2 a 3 cm pela 
via retal – saída de mecônio – se ausente indica 
imperfuração anal (urgência cirúrgica) 
҉ Impossibilidade de passar a sonda na boca – atresia 
de esôfago 
CLAMPEAMENTO DE CORDÃO UMBILICAL 
҉ RN de baixo risco: clampear entre 1 e 3 minutos, 
clampeamento tardio permite um aumento de 30% 
no volume de sangue e de 50% de volume de 
hemácia rica em ferro, com aumento da ferritina (a 
maior proteína de estoque do ferro do corpo) até 
os 6 meses de idade 
҉ Clampear a uma distância de 2,5 a 3,5 cm do anel 
umbilical 
҉ Envolver em álcool a 70% ou clorexidina alcóolica a 
0,6% 
҉ Observar a presença de 2 artérias e 1 veia, a 
ausência de uma artéria umbilical está associada a 
mal formações congênitas, em especial a 
malformação renal 
PREVENÇÃO DE OFTALMIA NEONATAL – CREDÉ 
҉ No final do século XIX na Europa10% do RN em 
maternidades tinham 20% de lesão corneana e 3% 
cegueira 
҉ Em 1881, o obstetra Credé instaurou o Método de 
Credé: aplicar 1 gota de nitrato de prata a 2% após 
a limpeza dos olhos. Posteriormente a solução de 
nitrato de prata a 1%, por ser menos irritante 
҉ Decreto nº 9.713 de 19/04/1977, ementa dispondo 
sobre a instilação obrigatória da solução de nitrato 
de prata a 1% no fundo do saco lacrimal de cada 
olho dos RN em maternidades 
҉ Complicação mais comum: conjuntivite química 
҉ Alternativas: pomada oftálmica de eritromicina a 
0,5% (Clamydia tracomatis), pomada oftálmica de 
tratraciclina 1% (Clamydia tracomatis) 
APLICAÇÃO DE VITAMINA K 
҉ Objetivo: prevenir o aparecimento de doença 
hemorrágica do RN. Os fatores de coagulação II, VII, 
IX e X dependem da vitamina K 
҉ É administrada em dose única por via IM, 1 mg para 
maiores de 1 kg e 0,05 mg para menores de 1 kg em 
até 2 horas após o procedimento 
҉ Apresentação: frascos de 10 mg/ml 
҉ Doença hemorrágica do RN precoce 24 horas de 
vida, clássica 24 horas a 7 dias de vida, tardia 2 a 12 
semanas 
҉ Complicação: apresentação clinica grave – 
hemorragia intracraniana em 50% dos casos, dano 
cerebral aos sobreviventes com taxa de 
mortalidade 20% 
AVALIAÇÃO DOS SINAIS VITAIS 
TEMPERATURA 
҉ A temperatura corporal do RN deverá ser mantida 
36,5 a 37,5°C 
҉ O controle de temperatura do RN é importante: 
hipotermia, acidose metabólica e hipoglicemia, 
hipertensão pulmonar persistente no RN 
҉ Alguns RN necessitam permanecer em 
aquecimento no berçário de estabilização nas 
primeiras horas de vida 
҉ A associação canadense de pediatria lista as 
quatros principais formas de medir a temperatura 
do RN: retal, oral ouvido ou axilar. As mais 
confiáveis são a retal (36,6 a 38º C) e ouvido (35,7 a 
38º C) 
FREQUÊNCIA CARDÍACA 
҉ Como medir: contar os batimentos cardíacos por 15 
s x 4 ou utilizar um frequencímetro – oxímetro de 
pulso, é mais fidedigno 
҉ A frequência normal do RN é de 120 a 160 bpm com 
variação entre 80 a 180 bpm 
҉ Aumenta quando o RN é estimulado, está chorando 
ou apresenta Taquipneia 
҉ Diminui quando o RN está dormindo, tranquilo 
FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA 
҉ Como medir: contar os movimentos por 1 minuto 
҉ A frequência normal varia de 40 a 60 irpm 
 
4 Clarisse Nunes | Pediatria |6º período 
҉ As vezes apresenta um breve período de pausa – 5 
a 10 s é uma pausa respiratória. Se mais de 20 
segundos é apneia, bradicardia ou cianose 
ELIMINAÇÕES 
Referem-se as secreções que normalmente são descartadas 
ou devem ser removidas e em que alguns momentos 
necessitam de medidas 
҉ Secreção gástrica/vômitos 
Em volumes maiores: obstrução intestinal alta 
Ocorrência de vômitos nas primeiras horas vida: 
estenose hipertrófica de piloro (rara neste período) 
҉ Secreção de vias respiratórias superiores 
҉ Diurese 
Pode urinar logo ao nascer, 6 horas de vida, 95% 
podem urinar nas primeiras 24 horas de vida. Sem 
diurese nesse período (Oligúria) ver a hidratação 
҉ Eliminação de mecônio 
Pode-se dar do nascimento. 98% dos RN, 
independentemente do peso, eliminam mecônio 
dentro das primeiras 24 horas 
MEDIDAS ANTROPEMÉTRICAS 
As medidas de peso, estatura e perímetro cefálico são 
registrados em gráficos apropriados na caderneta da criança. 
O RN é classificado conforme a idade gestacional, peso de 
nascimento e relação IG e peso 
CLASSIFICAÇÃO DOS RN 
 
Classificação quanto a IG 
Pré-termo extremo < 28 s 
Muito pré-termo > 28 s até 31 s + 6 d 
Pré-termo moderado > 32 s até 33 s + 6 d 
Pré-termo tardio > 34 s até 36 s + 6 d 
Termo precoce 37 s até 38 s + 6 d 
Termo completo 39 s até 40 s + 6 d 
Termo tadio 41 s até 41 s + 6 d 
Pós-termo > 42 s 
 
Classificação quanto ao Peso de nascimento 
Extremo baixo peso < 1000 g 
Muito baixo peso > 1000 g e < 1500 g 
Baixo peso > 1501 g e < 2500 g 
Normal > 2500 g e < 4000 g 
Macrossômico > 4000 g 
 
Classificação quanto aos parâmetros de crescimento 
peso e IG 
Apropriado para a IG - AIG Entre os percentis 10 e 90 
Pequeno para a IG - PIG Abaixo do percentil 10 
Grande para a IG - GIG Acima do percentil 90 
 
MÉTODO DE CAPURRO 
Realizado após o nascimento da criança, o método ou escore 
de Capurro avalia o desenvolvimento de cinco fatores para 
determinar a idade gestacional do recém-nascido, são eles: 
textura da pele, pregas plantares, glândulas mamárias, 
formação do mamilo e formação da orelha. Cada um dos 
itens possui um nível de desenvolvimento de acordo com a 
IG. A pontuação (P) somada dos fatores deve ser acrescida 
de 204. O resultado desse cálculo será dividido por 7, 
obtendo assim o número de semanas da idade gestacional. 
IG = (P + 204)/7

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