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Malária *Vetor: não é comum ou adaptado na nossa região, e por isso a doença não se propaga aqui, não é endêmica para a região sudeste. Há casos de pessoas que foram para áreas endêmicas e voltaram de viagem, mas não há a propagação justamente por causa da ausência de vetor nessa região. · Doença febril aguda (rápida evolução, pode matar!) · Causada por protozoários transmitidos por vetores · Incidência elevada na região amazônica – NORTE e parte do MT (área endêmica) · Magnitude relacionada a alta incidência na região amazônica e pelo seu potencial de gravidade. · Causa grandes perdas sociais e econômicas. · Acomete predominantemente países mais pobres · Tratamento e prevenção estão ‘’estacionados no tempo’’ e poucas pesquisas existem para a melhoria disso. · Os tratamentos existem e são eficazes, o que poderia ser melhorado é as pesquisas sobre a prevenção. AGENTE ETIOLÓGICO · 5 espécies do protozoário do gênero plasmodium: · P. falciparum · P. vivax · P. malariae · P. ovale · P. knowlesi · Os 3 primeiros estão presentes na américa, sendo o P. vivax mais comum · O P. ovale está restrito a áfrica · No brasil, os casos são principalmente de P. vivax e P. falciparum · O P. vivax tende a causar malárias mais leves e mais tratáveis, proporcionalmente. E o P. falciparum os quadros mais graves. · P. falciparum é o mais comum na áfrica. · Os plasmódios parasitam hemácias – invasão intracelular até que elas estourem anemia hemolítica de caráter agudo · Reservatório: homem · Único jeito da doença entrar no nosso corpo é através de Vetores: fêmeas do gênero Anopheles (mosquito) – bem adaptado à região amazônica, e mal adaptado a regiões urbanas. · Este gênero tem mais de 400 espécies, sendo 60 presentes no br. · Nomes populares do mosquito: carapanã, muriçoca, sovela, mosquito-prego. *é um mosquito marromzinho, bem silvestre · Elas saem pra se alimentar principalmente no amanhecer e no entardecer, porém podem picar a qualquer hora do dia *Nesses horários, é recomendado ter uma proteção REDOBRADA · A malária não é uma doença contagiosa – não há a transmissão interpessoal, sem a participação de um vetor. · A pessoa doente é a fonte de infecção para o vetor. Portanto, essa pessoa deve ficar protegida para que os vetores não sejam infectados. · As pessoas ao redor da pessoa infectada devem ser protegidas também. · Proteção: repelente, mosquiteiros, roupas compridas, etc. *Não há nenhum tipo de profilaxia química confirmada. · Por ser um mosquito silvestre, é quase impossível de extingui-lo. Então, o certo é tentar extingui-lo de dentro das residências! Modo de transmissão · Ocorre pela picada das fêmeas do anófeles, quando estas estão infectadas pelo plasmodium spp. · O mosquito ao picar uma pessoa infectada, suga os plasmódios circulantes. · Mosquito atua como hospedeiro principal. · O plasmódio é inoculado pelo mosquito no ser humano através da picada, pois fica alojado na saliva. · O risco de transmissão varia conforme o horário da atividade do vetor. EPIDEMIOLOGIA · Reconhecida como grave problema de saúde pública · Prevalente em regiões tropicais e subtropicais · 80% dos casos do mundo se restringem a 17 países · Amazônia: 99% dos casos autóctones do brasil *autóctone = natural de · A região brasileira extra-amazônica registra casos importados!! · O brasil participa muito do cenário da malária no mundo. · Principal causa de morte evitável em doenças infecciosas entre os viajantes · Causa mais frequente de febre em pós-viagens *Se o paciente diz que está com febre e que viajou para uma área endêmica, NO MUNDO, a principal causa é a malária! *Sempre pensar em malária em primeiro caso nessas situações! · A malária é MUITO tratável, e a precocidade do diagnóstico é EXTREMAMENTE importante. · Doença de notificação compulsória · Doença de regiões quentes, presente em toda a faixa do equador. *Destaca-se: TODA a áfrica *O Brasil teve uma melhora muito grande no número de casos. · A letalidade nas regiões extra-amazônicas é 200x maior que na região amazônica, devido ao atraso no diagnóstico por não suspeição. · Período de incubação – varia de acordo com a espécie: *É o período que vai desde o período de infecção até o surgimento dos sintomas · P. falciparum: 7 a 14 dias · P. vivax: 7 a 14 dias · P. malariae: 14 a 28 dias · Período de latência: P. vivax e P. ovale tem formas chamadas de hipnozoitos, que podem permanecer em latência no fígado, se não forem tratados. São os responsáveis pelas recaídas da doença, em média de 3 a 9 semanas após o tratamento inicial da malária. Para evitar: ao tratar a malária, além de usar os medicamentos para tratar a forma ativa da malária, também deve ser usado um medicamento ‘’hipinozoiticida’’, para matar essas formas. · Suscetibilidade: todas as pessoas são susceptíveis (todo mundo pode ter malária) · Imunidade: · Imunidade com conferência de proteção não foi descrita até a atualidade · Pessoas com diversas exposições prévias desenvolvem maior número de casos oligossintomáticos (poucos sintomas), subclínico e até assintomáticos – Imunidade parcial *Não vai te impedir de ter malária, mas irá fazer com que os quadros clínicos sejam mais leves. CICLO BIOLÓGICO · Ciclo reprodutivo assexuado no homem e reprodutivo sexuado no mosquito. · Início do ciclo: inoculação de esporozoítos (forma do plasmódio) na pele através da picada do mosquito. · Esporozoítos migram pela corrente sanguínea até os hepatócitos, onde multiplicam-se e dão origem aos merozoítos(trofozoítos e esquizonte são formas intermediárias desta fase) · Nesta fase, nas espécies vivax e ovale, alguns merozoítos podem evoluir para a forma dormente no fígado, chamada de hipnozoíto · Ocorre a ruptura dos hepatócitos e liberação dos merozoítos na corrente sanguínea · Merozoítos invadem as hemácias · Fase conhecida como esquizogonia sanguínea · Após invadir as hemácias, os merozoítos multiplicam-se nelas e as rompem; as novas gerações então invadem novas hemácias; · Após algumas gerações, ocorre a diferenciação de alguns em formas sexuadas: Macrogametas (Feminino) e Microgametas (masculino); · Paciente evoluindo com: · Anemia hemolítica (por conta da lise das hemácias) · Liberação de grande quantidade de parasitas livres na corrente sanguínea · Grande ativação inflamatória – Liberação de muitas interleucinas · Sintomas: febre muito alta, tremores, calafrios.... · Os gametas permanecem sem dividir-se e são ingeridos pelos insetos vetores no momento da picada. · No interior dos mosquitos, ocorre a flagelação dos microgametas e sua migração até os macrogametas, fecundando-os. · Após a fecundação, há a formação de oocistos cheios de esporozoítos · Estes rompem e são inoculados pela saliva em uma nova picada. MANIFESTAÇÕES CLÍNICAS · Malária não complicada: · Episódios de calafrios, febre e sudorese, com duração entre 6 e 12 horas – relacionados à hemólise!!! ACESSO MALÁRICO (nome desse primeiro episódio) · Nos primeiros episódios, a febre ocorre no momento da hemólise apenas, mas depois pode ser intermitente, devido à parasitemia circulante estabilizada. · Costuma apresentar febre alta, até 40°C · Sintomas associados: cefaléia, mialgia, náuseas e vômitos. · Mesmo a malária não complicada pode ter alto potencial de gravidade. · Fatores de risco para malária grave: · Espécie de plasmódio envolvida (P. falciparum é a mais grave) · Quantidade de parasitas circulantes · Tempo da doença (diagnóstico precoce FAZ MUITA DIFERENÇA na evolução, justamente pq contém a reprodução e disseminação da doença) · Grau de imunidade adquirida (já teve antes?) · Crianças, gestantes, idosos e primo-infectados têm maior risco de gravidade. *gestantes – os tratamentos de primeira linha têm comprometimento de risco com o bebê, e a anemia faz com que a placenta sofra. · Malária grave e complicada: · Além dos sintomas previamente mencionados, a presença de outros sinais e sintomas a seguir predizem complicações e devem ser manejados de forma cuidadosa e em ambiente hospitalar. · Dor abdominal intensa, ruptura de baço, icterícia, oligoanúria,vômitos, sangramentos, falta de ar, cianose de extremidades, taquicardia, convulsão, etc.. · Anemia grave, hipoglicemia recorrente, acidose, insuficiência renal, lactato alto, parasitemia maior que 250 mil/mm³ Diagnóstico · Diagnóstico microscópico: · Encontro de parasitas no sangue · Método: microscopia da gota espessa · Punção digital com coleta de gota de sangue e análise com a coloração de walker · Permite avaliação da densidade de parasitas e portanto estimar a parasitemia · Permite a diferenciação da espécie e identificação do estágio de desenvolvimento · Tempo de execução: 60 minutos · Executador-dependente · É usado para acompanhar o tratamento · Testes rápidos: · Método imunocromatográfico – presença de fita com anticorpos monoclonais específicos contra antígenos específicos do parasita · Bom para regiões afastadas: não depende de pessoa treinada ou estrutura laboratorial · Não avaliam densidade parasitária · Mais sensível para malária falciparum · Não pode ser usado como critério de cura · Não é possível o uso para acompanhar o tratamento Controle da malária no Brasil · Programa nacional de controle da malária criado em 2003 · OBJETIVOS: Redução da incidência e gravidade da malária e manter a ausência de novos casos onde a transmissão já fora interrompida · Inclui em suas atribuições garantir a segurança contra a doença em assentamentos e projetos de reforma agrária em áreas de risco para malária · Assistência de medicamentos e ajuda, sem custos!!!!! TRATAMENTO · Garantido gratuitamente pelo sus em todo o território nacional · Diagnóstico oportuno e início imediato do tratamento são os meios mais adequados para a redução da gravidade e da letalidade pela malária · Tem como alvo atingir o plasmódio em diversas fases do seu ciclo evolutivo, através de diversas drogas: · Interrupção da esquizogonia sanguínea – responsável pela patogenia e manifestações clínicas · Destruição das formas latentes (HIPNOZOÍTOS) · Interrupção da transmissão do parasita, inibindo o desenvolvimento das formas sexuadas (Gametócitos) · Ao escolher o tratamento, considerar: · Espécie de plasmódio envolvida · Idade do paciente – risco maior de toxicidade em crianças e idosos · História de exposição prévia ou não – primoinfectados tem maior potencial de gravidade · Gravidez ou comorbidades · Presença de sinais de malária grave Controle de cura · Feito através da análise seriada de lâminas de sangue em dias subsequentes · Objetiva a observação da redução progressiva da parasitemia e da eficácia do tratamento e identificação oportuna de recaídas. OBJETIVOS DA AULA: · Conhecer a epidemiologia da malária no BR e no mundo · Conhecer as espécies existentes e qual a mais comum no brasil e a mais comum na áfrica · Conhecer o método de transmissão e o ciclo da doença · Guardar a diferença no ciclo do P. vivax com a formação dos hipnozoítos · O significado da presença dos hipnozoítos – risco de recaída · Conhecer as manifestações clínicas · Objetivos do programa de controle de malária
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