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Amanda Costa – 2020/2 Microbiota Comunidade de micróbios que vive dentro e sobre um indivíduo em diferentes locais que evoluíram pela simbiose com hospedeiros e pela relação competitiva com outras espécies (proteção) Caso essas baterias adentrem em locais diferentes do seu habitat normal, podem desencadear doenças. Microbioma central: conjunto de microrganismos que compõe a microbiota de uma determinada região e que são compartilhados por 95% das pessoas. Microbioma secundário: conjunto de microrganismos presentes na microbiota de um indivíduo e que se diferenciam, indicando uma individualidade. Probióticos: microrganismos vivos que quando administrados em quantidades adequadas conferem benefício à saúde do hospedeiro Prebióticos: substâncias não digeríveis que favorecem o desenvolvimento de microrganismos com ações benéficas para nosso organismo. Atuam ajudando assim a regular a microbiota. Exemplo: Kefir. Importância da microbiota: Participa no metabolismo de produtos alimentares; Fornece fatores essenciais de crescimento; Protege contra infecções de microrganismos altamente virulentos; Estimula a resposta imune; Impede a colonização por patógenos: competição por sítios e nutrientes essenciais Antagonizar outras bactérias, por meio de síntese de substâncias inibidoras ou letais contra espécies não pertencentes à microbiota normal Estimula a produção de anticorpos naturais; Ajuda o sistema imune na apresentação de antígenos torna o organismo mais tolerante a alguns determinantes imunológicos, reduzindo assim as respostas alérgicas a comida e antígenos ambientais. Ativação dos macrófagos Ativação clássica Ativação de macrófagos por meio da ação de células Th1 por sinais mediados por contato entregues por interações do CD40L-CD40 e pelo IFN gama. Os macrófagos ativados destroem os microrganismos fagocitados principalmente pelas ações de espécies reativas de oxigênio, óxido nítrico e enzimas lisossomais. Ativação alternativa Ativação de macrófagos por meio da ação de células Th2, mediada pela IL-13, que além de ativar a via alternativa, inibe a ativação clássica do Th1 Tipos de célula T Células T αβ: CD4+ e CD8+. Amanda Costa – 2020/2 Células T γδ: podem desenvolver-se em distintas vezes durante a ontogenia, conter diferentes regiões V nos seus receptores de antígenos, residir em tecidos diferentes e ter uma capacidade limitada para recircular entre estes tecidos. Suas funções permanecem mal compreendidas. Células NKT: seus TCRs reconhecem lipídios ligados a moléculas de tipo o MHC I chamadas de moléculas CD1. São capazes de produzir citocinas, como IL-4 e IFN-γ, após a ativação e podem ajudar as células da zona marginal para produzir anticorpos contra antígenos lipídicos. Células T reg: são células reguladoras que não são efetoras, compõem uma população distinta de céls. T CD4+. Apresentação cruzada Neste processo, as DCs fagocitam as células infectadas, tumorais ou proteínas antigênicas e transferem esses antígenos protéicos para o citosol, onde eles são processados para entrada na via de apresentação de antígenos por MHC de classe 1, para posterior reconhecimento das células T CD8+. Etapas: 1. A APC fagocita uma célula infectada. (Forma exógena, apresentação de MHC tipo II, que ativa células T CD4+) 2. A célula incorpora o material, junto com o antígeno. 3. Esse material pode escapar por vesículas e cai no citoplasma, ativando então, também, a via endógena, que é a de apresentação do MHC tipo I, ocorrendo a ativação de linfócitos T CD8+ além das T CD4+. Linfócito TCD8+ Papel das Th na ativação As TCD4+ auxiliares são necessárias para respostas que serão feitas pela CD8+ para combater infecções virais latentes, transplante de órgãos e tumores, que de certa forma provocam reações da imunidade inata. Essas células têm papeis importantes para que ocorra a diferenciação de células e criação de TCD8+ de memória. T auxiliares são ativadas pelos antígenos apresentados em moléculas MHC de classe II e por coestimuladores B7 expressos em células dendríticas. No cenário de uma intensa resposta imune inata frente a um micróbio, ou se as APCs tiverem sido diretamente infectadas pelo micróbio, as células T CD4+ auxiliares podem não ser essenciais. Células T auxiliares ativadas expressam o ligante CD40 (CD40L), o qual pode ligar-se à CD40 nas células dendríticas carregadas com antígenos. Esta interação ativa as APCs para torná-las mais eficientes para estimular a diferenciação de células T CD8+, em parte, induzindo a expressão dos coestimuladores. Este processo tem sido denominado licenciamento das APCs. Amanda Costa – 2020/2 Resumindo: quando a resposta é muito latente, as TCD4+ auxiliares não são o suficiente, sendo assim, ativa-se as TCD8+. Citocinas de diferenciação das TCD8 IL-2: produzida pelas próprias células T CD8+ ou pelas células T CD4+ auxiliares promove a proliferação das células T CD8+ e sua diferenciação em CTLs e células de memória. IL-12 e IFN-1: são capazes de estimular a diferenciação de células T CD8+ naives em CTLs efetores. São produzidas por diferentes populações de DCs durante a resposta imune inata a infecções virais e algumas infecções bacterianas. IL-15: importante para a sobrevivência das células T CD8 + de memória e pode ser produzida por muitos tipos celulares, incluindo as DCs. IL-21: produzida por células T CD4 + ativadas participa da indução de células T CD8 + efetoras e de memória. Etapas da citotoxicidade Reconhecimento do antígeno: Os CTLs se ligam e reagem com a célula-alvo por meio de seu receptor antigênico, do correceptor (CD8) e de moléculas de adesão. Para serem eficientemente reconhecidas pelos CTLs, as células-alvo devem expressar moléculas do MHCI exibindo um peptídeo. Ativação dos CTLs: A adesão dos CTLs aos alvos e a formação da sinapse imunológica são estabilizadas por um anel de integrinas formado especialmente por LFA-1, presente nos CTLs, e seu ligante ICAM 1 presente na célula-alvo. Essa interação resulta na iniciação de sinais bioquímicos que ativam o CTL, os quais são essencialmente os mesmos sinais envolvidos na ativação de células T auxiliares. Execução do “golpe letal” que mata as células-alvo: O principal mecanismo de killing da célula-alvo mediada por CTLs é a liberação de proteínas citotóxicas armazenadas dentro de grânulos citoplasmáticos (também chamados lisossomos secretores) sobre a célula-alvo. Os CTLs matam as cé lulas-alvo por dois mecanismos principais à 1º Complexos de perforina e granzimas são liberados do CTL por exocitose dos grânulos e entram nas células-alvo. As granzimas são liberadas no citoplasma das células-alvo por um mecanismo dependente de perforina e induzem a apoptose. 2º O FasL é expresso em CTLs ativados, liga-se ao Fas expresso na superfície das células-alvo e induz a apoptose Liberação do CTLs: Após a execução do “golpe letal”, o CTL se desacopla da sua célula-alvo, o que geralmente ocorre mesmo antes da morte da célula-alvo. Os CTLs em si não sofrem danos durante o killing da célula- alvo, provavelmente porque o processo de exocitose dirigida dos grânulos durante o killing mediado por CTLs, preferencialmente, distribui os conteúdos dos grânulos sobre a célula-alvo, mas distante do CTL. Citocinas produzidas por TCD8+ IFN-γ: ativadora de macrófagos. Em alguns casos, secretam Amanda Costa – 2020/2 IL-17: apenas em alguns casos e contribuem para a ativação dos macrófagos e inflamação na defesa do hospedeiro, e em reações de hipersensibilidade. Obs.: As células T CD8+produtoras de IL-17 são abundantes em algumas doenças inflamatórias cutâneas, como a psoríase. Funções da TCD8: CTLs CD8+ eliminam microrganismos intracelulares principalmente pelo killing de células infectadas. Além da morte celular direta, as células T CD8+ secretam IFN-γ e, em alguns casos, IL- 17, e assim contribuem para a ativação clássica dos macrófagos e inflamação na defesa do hospedeiro, e em reações de hipersensibilidade. Os CTLs são importantes mediadores da imunidade contra tumores. Também contribuem para a destruição tecidual em algumas doenças autoimunes e para a rejeição de enxertos teciduais. Exaustão de células T Em algumas infecções virais crônicas, respostas de células T CD8 + são geradas, porém gradualmente extintas, um fenômeno chamado exaustão. O termo exaustão tem sido utilizado para indicar que a resposta efetora se inicia, mas é finalizada (ao contrário da tolerância, quando os linfócitos falham em se tornar células efetoras). A exaustão de células T se desenvolve como resultado da exposição persistente ao antígeno Ativação NKs A, os receptores ativadores das células NK reconhecem ligantes nas células-alvo e ativam as proteínas tirosinoquinases (PTKs), cujas atividades são inibidas pelos receptores inibitórios que reconhecem as moléculas de MHC I e ativam as proteínas tirosinofosfatases (PTP). As células NK não matam eficientemente as células saudáveis que expressam MHC de classe I. B, se uma infecção por vírus ou outro estresse inibe a expressão do MHC de classe I nas células infectadas e induz a expressão de ligantes ativadores adicionais, o receptor inibidor da célula NK não é ocupado e o receptor ativador age sem oposição para desencadear respostas das células NK, tais como morte das células-alvo e secreção de citocinas. Além disso, as células estressadas pela infecção ou transformação neoplásica podem expressar quantidades aumentadas de ligantes ativadores, que se ligam nos receptores ativadores da célula NK e induzem mais fosforilação de tirosina do que pode ser removido pelas fosfatases associadas ao receptor inibitório, resultando na morte das células estressadas (não mostrado). Amanda Costa – 2020/2 Ativação célula B Ligação do antígeno ao receptor envia sinais bioquímicos para as células B que iniciam o processo de ativação. A sinalização é mais robusta com antígenos T- independentes multivalentes do que com antígenos proteicos T-dependentes. Sinais bioquímicos antígeno-induzidos são iniciados pela fosforilação das tirosinas ITAM de Igα e Igβ mediada pelas quinases da família Src, seguida do recrutamento e ativação de Syk. Para respostas completas, outros estímulos cooperam com o engajamento do BCR, incluindo proteínas do complemento, receptores de reconhecimento de padrão e, no caso dos antígenos proteicos, células T auxiliares A ativação das células B é intensificada pelo correceptor CR2/CR1 presente nessas células, o qual reconhece fragmentos de complemento (C3d) ligados de forma covalente ao antígeno ou que sejam parte de imunocomplexos contendo o antígeno. As células B foliculares e as células B da zona marginal expressam o receptor de complemento CR2 (também chamado CD21), que são maiores nas células B da zona marginal. Alguns polissacarídeos não microbianos também ativam o complemento pela via alternativa ou pela via da lectina, e isso é um dos motivos pelos quais esses antígenos conseguem induzir respostas de anticorpo sem ajuda da célula T. Produtos microbianos engajam receptores do tipo Toll presentes nas células B, e isso também intensifica a ativação da célula B receptor internaliza o antígeno ligado para dentro de vesículas endossomais e esse antígeno, se for proteico, é processado em peptídeos que podem ser apresentados na superfície da célula B para serem reconhecidos pelas células T auxiliares. As células B virgens são ativadas nos folículos pelo antígeno (em sua conformação nativa) que foi transportado para lá. As células T auxiliares e as células B ativadas migram em direção uma à outra e interagem nas bordas dos folículos, onde a resposta inicial de anticorpo se desenvolve. Resposta primária x secundária Respostas primárias: resultam da ativação de células B naive não previamente estimuladas. Respostas secundárias: devidas à estimulação de clones expandidos de células B de memória; portanto, a resposta secundária se desenvolve mais rápido do que a resposta primária, e quantidades maiores de anticorpos são produzidas na resposta secundária. Além disso, como as células de memória já passaram pela troca de isotipo e pela maturação de afinidade, há mais IgG e outros isotipos do que IgM, sendo que a afinidade do anticorpo é maior nas respostas secundárias. Amanda Costa – 2020/2 Células B vs. Antígenos proteicos Primeiramente, as células T CD4+ imaturas são ativadas pelo antígeno (sob a forma de peptídeos processados) por meio da apresentação por células dendríticas e, então, diferenciam-se em células T auxiliares, enquanto que as células B imaturas são ativadas nos folículos pelo antígeno (em sua conformação nativa) que foi transportado para lá. Depois dessas células serem estimuladas, elas migram uma em direção a outra devido à ação de quimiocinas. Posteriormente, antígenos protéicos que são reconhecidos por receptores antigênicos específicos da célula B são endocitados, e em seguida processados para gerar peptídeos que se ligam a moléculas de MHC de classe II. Em seguida, as células T auxiliares reconhecem os complexos MHC-peptídeo na superfície das células B e, então, estimulam as respostas da célula B. O encontro da célula B com a célula T pode acontecer nos cordões medulares dos linfonodos, nas regiões de encontro entre as células T e B no baço, e podem acontecer também nos folículos secundários, nesse caso, com a formação dos centros germinativos. Troca de isotipo A troca de isotipo é um processo chamado de recombinação de troca, no qual o DNA da cadeia pesada de Ig em células B é cortado e recombinado de modo que um éxon VDJ previamente formado, que codifica o domínio V, é posto em uma posição adjacente a uma região C subsequente e o DNA intercalado entre essas regiões é excluído. Amanda Costa – 2020/2 Anticorpos Classes AC Meia-Vida Plasmática Funções IgA 6 dias Imunidade da mucosa. IgD 3 dias Receptor de antígeno na célula B imatura. IgE 2 dias Defesa contra parasitas helmínticos, hipersensibilidade imediata. Estrutura do anticorpo: Neutralização Os anticorpos contra microrganismos e toxinas microbianas bloqueiam a ligação desses agentes e suas toxinas aos receptores celulares. Dessa maneira, os anticorpos inibem, ou neutralizam, a infectividade de microrganismos, bem como os potenciais efeitos lesivos das toxinas microbianas. Ex1: os vírus da influenza usam a hemaglutinina de seu envelope para infectar as células epiteliais respiratórias. Logo, os anticorpos se ligam ao microrganismo e induzem alterações conformacionais em seu envelope que impedem a interação do agente com receptores celulares. Esse é um efeito alostérico dos anticorpos. Ex2: toxinas são liberadas pelos vírus. Os anticorpos, então, ligam-se às toxinas, inibindo sua interação com os receptores celulares, por meio do bloqueio estereoquímico. Obs: a neutralização mediada por anticorpos requer apenas a participação das regiões de ligação ao antígeno. Portanto, ela pode ser mediada por anticorpos de qualquer isotipo presente na circulação (ex: IgG) e nas mucosas (ex: IgA). Maturação de afinidade É o processo que leva a uma afinidade aumentada de anticorpos por um antígenoparticular, à medida que uma resposta humoral T-dependente progride, e é o resultado da mutação somática de genes de Ig seguida da sobrevivência seletiva das células B produtoras dos anticorpos com as maiores afinidades. Gera anticorpos com capacidade crescente de se ligar a antígenos e, assim, de neutralizar mais eficientemente e eliminar microrganismos e suas toxinas. Amanda Costa – 2020/2 Significado sorológico IgM e IgG IgM + Infecção aguda; é o primeiro a ser produzido IgG + Infecção que já passou, seu organismo já respondeu e gerou memória (T dependente) IgM + e IgG + Infecção aguda que já gerou memória Ambos negativos Não houve contato com a doença Função anticorpos Anatomia funcional do sistema imune no TGI As respostas imunes adaptativas no intestino são iniciadas em coleções discretamente organizadas de linfócitos e células apresentadoras de antígeno em estreita associação com o revestimento epitelial de mucosa do intestino e nos linfonodos mesentéricos. GALT: tecidos linfoides associados ao intestino adjacentes ao epitélio de mucosa estruturas mais proeminentes do GALT são as placas de Peyer, encontradas sobretudo no íleo distal, porém existem muitos agregados menores de folículos linfoides ou folículos isolados no apêndice e no cólon. Placas de peyer: têm a estrutura de folículos linfoides, com centros germinativos contendo linfócitos B, células T auxiliares foliculares, células dendríticas foliculares e macrófagos. Cúpula (dome): está localizada entre os folículos (da placa de peyer) e o epitélio sobrejacente, e contém linfócitos B e T, DCs e macrófagos. Células de micropregas (M): estão localizadas em regiões do epitélio intestinal chamadas epitélio folículo-associado (ou cúpula), que se sobrepõem às cúpulas das placas de Peyer e outras estruturas do GALT. As células M são distinguíveis por um glicocálice delgado, microvilos irregulares relativamente curtos (referidos como micropregas), e amplas fenestrações em suas membranas — todas características que aumentam a captação de antígenos a partir do lúmen intestinal. A principal função das células M é o transporte transcelular de várias substâncias desde o lúmen intestinal, através da barreira epitelial e para as APCs subjacentes. As células M captam os conteúdos luminais de modo eficiente e diversificado, realizando fagocitose de modo semelhante ao realizado pelos macrófagos, além de endocitose de vesículas cobertas com clatrina ou endocitose de fase fluída. Células de Paneth: secretam defensina Amanda Costa – 2020/2 Linfonodos mesentéricos: coletam antígenos originados na linfa a partir dos intestinos delgado e grosso e são sítios de diferenciação de linfócitos efetores e reguladores que retornam para residir na lâmina própria. Os linfonodos mesentéricos exercem algumas das funções do GALT, incluindo a diferenciação de células B em plasmócitos secretores de IgA e o desenvolvimento de células T efetoras, bem como de células T reguladoras. Tonsilas lingual e palatina: estruturas linfoides não encapsuladas localizadas embaixo da mucosa epitelial escamosa estratificada, na base da língua e orofaringe, respectivamente, e são sítios de respostas imunes aos microrganismos na cavidade oral. A massa de tecido tonsilar é composta por folículos linfoides, geralmente com centros germinativos proeminentes. As tonsilas lingual e palatina estão separadas da cavidade oral rica em microrganismos por múltiplas camadas de células epiteliais escamosas, em vez de uma única camada celular epitelial separando o lúmen intestinal dos demais tecidos de GALT. Anel de Waldeyer: tonsilas palatina e lingual junto com as tonsilas nasofaríngeas (adenoides) formam um anel de tecidos linfoides. Lâmina própria: contém linfócitos efetores, DCs e macrófagos difusamente distribuídos, além de ser o sítio da fase efetora das respostas imunes adaptativas gastrintestinais. Imunidade inata no TGI A imunidade inata protetora no intestino é mediada, em parte, por Barreiras físicas e químicas fornecidas por células epiteliais mucosas e suas secreções de muco. Células epiteliais intestinais que revestem os intestinos delgado e grosso e que bloqueiam o movimento de microrganismos pelos espaços intercelulares até́ a lâmina própria As células M que fazem a amostragem de antígeno, encontradas nas estruturas em forma de cúpula especializadas que recobrem os tecidos linfoides. As células epiteliais intestinais adjacentes são unidas, o que bloqueiam o movimento de microrganismos pelos espaços intercelulares até́ a lâmina própria. Além disso, as células epiteliais mucosas produzem substâncias antimicrobianas, incluindo as Amanda Costa – 2020/2 Defensinas produzidas pelas células epiteliais mucosas, que fornecem proteção imune inata contra bactérias luminais, e os defeitos na sua produção estão associados à invasão bacteriana e doença inflamatória intestinal. As células de Paneth e outras células epiteliais do intestino também secretam uma lectina do tipo C chamada proteińa γ, que bloqueia a colonização bacteriana na superfićie epitelial, uma vez que se ligam à peptidoglicano de bactérias Gram-positivas. TLRs e NLRs citoplasmáticos expressos por células epiteliais intestinais promovem respostas imunes a patógenos invasores, mas também limitam respostas inflamatórias a bactérias comensais. ILCs que produzem IL-17 e IL-22 são encontradas principalmente na mucosa intestinal e contribuem para a defesa imune contra algumas bactérias, bem como para a função da barreira epitelial mucosa. Resposta mediada por céls. no TGI As respostas imunes celulares protetoras contra microrganismos no intestino são mediadas por células T auxiliares. As células Th17 constituem a subpopulação de células T efetoras mais numerosa na mucosa intestinal, porém as células Th1 e Th2 também estão presentes. Um dos principais mecanismos para controlar as reações inflamatórias no intestino é a ativação das células T reguladoras (Tregs). Em nenhum outro lugar no corpo há um comprometimento tão extensivo do sistema imune com a manutenção da tolerância a antígenos estranhos, incluindo os antígenos alimentares e os antígenos microbianos comensais. As subpopulações de Treg produtoras de IL-10 são mais abundantes no MALT do que nos demais órgãos linfoides. Imunidade humoral A principal função da imunidade humoral no trato gastrintestinal é neutralizar os microrganismos luminais, e essa função é mediada principalmente pela IgA produzida no GALT e transportada através do epitélio mucoso para o lúmen. Quantidades pequenas, mas significativas de IgG e IgM também são secretadas para o lúmen intestinal. Dentro do lúmen, anticorpos IgA, IgG e IgM se ligam a microrganismos e toxinas e os neutralizam, prevenindo sua ligação a receptores em células do hospedeiro. Essa forma de imunidade humoral é algumas vezes denominada imunidade secretória e é particularmente desenvolvida de forma proeminente em mamíferos. Outra forma de imunidade adaptativa no intestino é a imunidade humoral direcionada aos microrganismos no lúmen, que evita que organismos comensais e patógenos colonizem e invadam a barreira epitelial mucosa. Esta função é mediada pelos anticorpos IgA diméricos que são secretados para o lúmen do intestino ou, no caso de lactentes, a IgA que é secretada no colostro e no leite materno e ingerida pelo bebê. Quantidades significativas de anticorpos IgG e IgM também estão presentes no lúmen intestinal e contribuem para a imunidade humoral nesse local. AmandaCosta – 2020/2 Staphylococus aureus Bactéria esférica, do grupo dos cocos gram- positivos, geralmente encontrada na pele e nas fossas nasais de pessoas saudáveis. Única espécie encontrada em seres humanos que produz a enzima coagulase. Quando uma colônia de S. aureus é suspensa em plasma, a coagulase se liga a um fator sérico e este complexo converte o fibrinogênio a fibrina, resultando na formação de um coágulo. Fatores de virulência Miíase Termo aplicado à doença produzida por larvas que vivem de forma parasitária em tecidos humanos. Clinicamente, as miíases podem ser classificadas de acordo com a parte do corpo envolvida (p. ex., miíase nasal, intestinal ou urinária). A miíase é uma infestação da pele ocasionada pelo desenvolvimento de larvas de uma grande variedade de espécies de moscas pertencentes à ordem Diptera, classe Insecta. Dentre as moscas mais comumente identificadas como relacionadas à miíase, a Dermatobia hominis é endêmica no México tropical, América do Sul e América Central, enquanto a Cordylobia anthropophaga é endêmica na África subsaariana. Classificação clínica: Miíase cutânea: a larva pode produzir um processo semelhante a um furúnculo, invadir a derme ou feridas pré-existentes, causando respectivamente a miíase dérmica ou a miíase de feridas. Miíase cavitária: aquelas nas quais as larvas desenvolvem-se em cavidades naturais do corpo humano como a boca, o nariz, os ouvidos, os olhos, a vagina ou o ânus. Miíase intestinal: ocasionada pela ingestão acidental de larvas ou ovos de moscas. Classificação parasitológica: Obrigatórias: as larvas, invadem a pele e as cavidades naturais, desenvolvem-se exclusivamente em tecido vivo e dispõem de mecanismos sofisticados que impedem as reações imunológicas do hospedeiro. Facultativas: as larvas usualmente se desenvolvem em cadáveres, mas podem também invadir feridas. Amanda Costa – 2020/2 Acidentais: Quando ovo e/ou larvas são acidentalmente ingeridos. Ancylostoma duodenale MORFOLOGIA: Adultos machos e fêmeas cilindriformes, com a extremidade anterior curvada dorsalmente; cápsula bucal profunda, com dois pares de dentes ventrais na margem interna da boca, e um par de lancetas ou dentes triangulares subventrais no fundo da cápsula bucal. Em ambos os sexos, a cor é róseo-avermelhada, quando a fresco, e esbranquiçada, após mortos por soluções fixadoras. O dimorfismo sexual é bem acentuado, tanto pelas maiores dimensões das fêmeas, como, principalmente, pela morfologia da extremidade posterior. CICLO: Intestino delgado cópula fêmeas depositam ovos ovos eliminados nas fezes embrionia: formação da larva do primeiro estágio (L1) do tipo rabdtóide eclosão do ovo L1 recém eclodida, apresenta movimentos serpentiformes e se alimenta de matéria orgânica e microrganismos (por via oral) L1 perde a cutícula externa larva ganha uma nova cutícula, transformando-se em L2 (rabdtóide também) L2 também tem movimentos serpentiformes e se alimenta de matéria orgânica e microrganismos L2 começa a produzir uma nova cutícula, internamente, que passa a ser coberta pela cutícula velha (agora cutícula externa) passando então a se transformar em larva de terceiro estágio (L3) L3 é do tipo filarióide (larva infectante) que por apresentar uma cutícula externa que oblitera a cavidade bucal, não se alimenta, mas tem movimentos serpentiformes que facilitam a sua locomoção L3 ao contatar o hospedeiro é estimulada por efeitos térmicos e químicos a iniciar o processo de penetração L3 escapa da cutícula externa durante a penetração ajudadas pelos seus movimentos serpentiformes, de extensão e contração, começam a produzir enzimas, semelhantes a colagenase, que facilitam o seu acesso através dos tecidos do hospedeiro larvas caem na circulação sanguínea e/ou linfática coração artérias pulmonares pulmão alvéolos pulmonares bronquíolos durante a passagem pelo pulmão a larva perde a cutícula e se transforma em L4 traquéia faringe laringe larvas são ingeridas e alcançam o intestino delgado L4 começa a exercer o parasitismo hematófago, fixando a cápsula bucal na mucosa do duodeno L4 se transforma em L5 exercendo o hematofagismo, as larvas iniciam a cópula postura dos ovos no intestino delgado. L3: forma infectante da larva Mecanismos de patogenicidade: Lesões traumáticas seguidas de fenômenos vasculares no local de penetração das larvas no início do ciclo; Em relação às alterações pulmonares, pode ocorrer tosse de longa ou curta duração e febrícula. Amanda Costa – 2020/2 Sinais e sintomas abdominais podem ser evidentes após a chegada dos parasitos ao intestino. Há registro de dor epigástrica, diminuição de apetite, indigestão, cólica, indisposição, náuseas, vômitos, flatulências, às vezes, podendo ocorrer diarréia sanguinolenta ou não e, menos freqüente, constipação, que é mais comum durante a eliminação dos ovos. A anemia causada pelo intenso hematofagismo exercido pelos vermes adultos, é o principal sinal de ancilostomose. Ciclo pulmonar larvas caem na circulação sanguínea e/ou linfática coração artérias pulmonares pulmão alvéolos pulmonares bronquíolos traquéia faringe laringe larvas são ingeridas. Durante a migração pelos pulmões, que dura de dois a sete dias, a larva perde a cutícula e adquire uma nova, transformando-se em larva do quarto estágio (L4). Ao chegar no intestino delgado, após oito dias da infecção, a larva começa a exercer o parasitismo hematófago, fixando a cápsula bucal na mucosa do duodeno. Obs.: Atingindo os alvéolos, as larvas migram para os bronquíolos, com auxílio de seus movimentos, secreções e cílios da árvore brônquica SINTOMAS ASSOCIADOS AO CICLO PULMONAR: As larvas rompem os capilares pulmonares dos alvéolos, provocando hemorragia e infiltração pulmonar. O decurso pode ser agudo e autolimitado ou, repetindo-se o ciclo enteropulmonar, tornar-se crônico. O quadro clínico típico é a síndrome de Löffler, caracterizada por tosse seca, dispnéia, sibilos, desconforto retroesternal e febre baixa. Anemia A medida que o sangue é perdido pela alimentação dos vermes, desenvolve‑ se uma anemia microcítica (perda sanguínea) hipocrômica (sequestro de ferro). Malária Os parasitos causadores de malária pertencem ao filo Apicomplexa, família Plasmodiidae e ao gênero Plasmodium. Atualmente são conhecidas cerca de 150 espécies causadoras de malária em diferentes hospedeiros vertebrados. Espécies que parasitam humanos: P. falciparum: Malária terçã maligna. A periodicidade dos ataques se torna terçã (36 a 48 horas), desenvolvendo uma doença fulminante. P. vivax: Malária terçã benigna e se refere ao ciclo de paroxismos a cada 48 horas. P. malariae: Malária quartã ou malárica se refere aos padrões de febre com periodicidade de 72 horas. P. ovale (restrito ao continente africano): malária terçã benigna ou ovale P. knowlesi Hospedeiros: Os plasmódios são parasitas que exigem dois hospedeiros: o mosquito (anopheles) para os estágios de reprodução sexuada, e o homem e outros animais para os estágios de reprodução assexuada. Amanda Costa – 2020/2 Ciclo: PRIMEIRA FASE: EXO-ERITROCÍTICA, PRÉ- ERITROCÍTICA OU TISSULAR: Inseto vetor inocula esporozoítos infectantes em um humano 15 a 200 esporozoítos são inoculados sob a pele do hospedeiro, permanecendo por aprox. 15 min antes de alcançar a corrente sanguínea na corrente sanguínea, os esporozoítos infectam os hepatócitos esporozoítos se diferenciam em trofozoítos pré-eritrocíticos trofozoítos pré- eritrocíticos se multiplicam por reprodução assexuada do tipo esquizogonia esquizogoniadá origem aos esquizontes teciduais esquizontes teciduais se transformam em merozoítos merozoítos invadem os eritrócitos SEGUNDA FASE: CICLO ERITROCÍTICO OU CICLO SANGUÍNEO: Merozoítos invadem os eritrócitos * merozoítos realizam esquizogonia, formando outros merozoítos, que irão invadir novos eritrócitos após algumas gerações de merozoítos sanguíneos, há diferenciação em estágios sexuados (gametócitos), que não mais se dividem, seguem o desenvolvimento no mosquito vetor Ciclo sanguíneo se repete sucessivas vezes, a cada 48 horas, nas infecções pelo P. falciparum, P. vivax e P. ovale, e a cada 72 horas, nas infecções pelo P malariae. * P. vivax invade apenas reticulócitos, P. falciparum invade hemácias de todas as idades, P. malariae invade preferencialmente hemácias maduras. CICLO SEXUADO OU ESPOROGÔNICO: Fêmea do anofelino ingere as formas sanguíneas do parasito apenas gametócitos evoluem no inseto intestino médio do mosquito processo de gametogênese (gametócitos se transformam em gametas extracelulares) gametócito feminino transforma-se em em macrogameta e gametócito masculino dá origem a oito microgametas em aprox. 20/30 min um microgameta fecunda um macrogameta formação de um ovo ou zigoto Dentro de 24 horas após a fecundação, o zigoto passa a movimentar-se por contrações do corpo, sendo denominado oocineto oocineto atravessa a matriz peritrófica atinge parede do intestino médio encista na camada epitelial do órgão, passando a ser denominado de oocisto divisão esporogônica ruptura do oocisto liberação de esporozoítos formados durante a esporogonia esporozoítos se disseminam pelo corpo pela hemolinfa chegam nas glândulas salivares esporozoítos ingressam no ducto salivar para serem injetados no hospedeiro vertebrado, Amanda Costa – 2020/2 juntamente com a saliva, durante o repasto sanguíneo infectante. Sintomas: Apenas o ciclo eritrocítico causa alterações clínicas: hipóxia (baixa oxigenação) ou anóxia (falta de oxigenação) Micoses Superficiais: limitadas às superfícies da pele e dos pelos, não são destrutivas e são apenas de importância estética. Ex: pitiríase versicolor. Cutâneas: infecções da camada queratinizadas da pele, dos pelos e das unhas. Podem provocar uma resposta do hospedeiro e se tornar sintomáticas, gerando prurido, descamação, cabelos quebradiços, manchas de formato anelar na pele, bem como unhas espessas e opacas. Ex: dermatofitoses. Subcutâneas: envolve as camadas mais profundas da pele, incluindo a córnea, os músculos e o tecido conjuntivo. Os fungos ganham acesso aos tecidos mais profundos pela inoculação traumática e ali permanecem, causando a formação de abscessos, úlceras que não cicatrizam, e fístulas que drenam. A resposta do sistema imune resulta em destruição tecidual e hiperplasia epiteliomatosa. Permanecem localizadas e raramente se disseminam sistematicamente. Endêmicas: causadas por fungos dimórficos presentes no ambiente e cujos esporos penetram nos humanos. São comumente chamadas de micoses sistêmicas, pois estes organismos são verdadeiros patógenos e podem causar infecções em indivíduos saudáveis. Oportunistas: fungos causam doenças brandas ou não manifestam doença em indivíduos sadios (são normalmente comensais), mas podem infectar e causar doença grave em imunodeficientes. Obs: pacientes com neutropenia são muito suscetíveis a fungos oportunistas. Candidíase Candidíase é a quarta causa mais comum de infecções sanguíneas (BSI) nosocomiais (adquiridas no hospital). O primeiro sítio de colonização é o trato GI, que vai da boca até o reto. Elas também podem ser comensais na vagina e na uretra, na pele e sob as unhas das mãos e dos pés. C. albicans é o agente etiológico mais comum da candidíase humana. Transmissão endógena: a microbiota normalmente comensal do hospedeiro se aproveita da “oportunidade” para causar a infecção. Para tal, deve ocorrer um enfraquecimento da barreira do hospedeiro. a transferência do microrganismo da mucosa do trato GI para a corrente sanguínea requer um crescimento exacerbado e prévio no número de leveduras no seu habitat comensal, em conjunto com uma brecha na integridade da mucosa gastrointestinal Transmissão exógena: com o uso de soluções contaminadas, nutrição parenteral, transdutores de pressão vascular, válvulas cardíacas e córneas Importância da microbiota: Ativação clássica Ativação alternativa Papel das Th na ativação Citocinas de diferenciação das TCD8 Etapas da citotoxicidade Citocinas produzidas por TCD8+ Funções da TCD8: Estrutura do anticorpo: Fatores de virulência CICLO: Mecanismos de patogenicidade: Ciclo pulmonar Anemia Espécies que parasitam humanos: Hospedeiros: Ciclo: Sintomas:
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