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Tutoria 1 - Mecanismos de Agressão e Defesa

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Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
1 
 
TUTORIA 1 – MÓDULO 6 – 23/10/2020 
1. Anatomia e histologia dos órgãos linfáticos primários e secundários; 
2. Reconhecer os diversos tipos de agentes agressores (físicos, químicos, 
biológicos e psicossociais); 
6. Descrever os mecanismos de agressão pelos agentes químicos; 
8. Explicar os mecanismos de agressão pelos agentes físicos: temperatura, 
radiações e trauma mecânico; 
3. Descrever os tipos celulares que atuam na imunidade inata e adaptativa e 
suas respectivas funções; 
4. Conceituar os tipos de resposta imune Inata, humoral e celular; 
5. Entender o que são antígenos, epitopos, anticorpos (IgM, IgG, IgE e IgA); 
7. Conceituar os tipos de resposta de hipersensibilidade e suas principais 
diferenças; 
9. Descrever os mecanismos de agressão psicossociais com ênfase em estresse, 
doenças ocupacionais e psicossomáticas; 
10. Diferenciar inflamação aguda da crônica – impressão I 
11. Entender os mecanismos da resposta inflamatória aguda do organismo às 
agressões – impressão I 
12. Descrever as medidas de cuidado imediato às queimaduras; 
13. Explanar sobre o conhecimento popular de cuidados imediatos aos 
ferimentos. 
 
1. ANATOMIA E HISTOLOGIA DOS ÓRGÃOS LINFÁTICOS PRIMÁRIOS E 
SECUNDÁRIOS + Impressão 
o Histologia 
Além dos vasos sangulneos, o corpo humano tem um sistema de canais de 
paredes finas revestidas por endotélio que coleta o fluido dos espaços 
intersticiais e o retorna para o sangue. Este fluido é denominado linfa e, 
diferentemente do sangue, circula somente na direção do coração. Os capilares 
linfáticos originam-se como vasos finos e sem aberturas terminais (fundo de 
saco). que consistem em uma única camada de endotélio e uma lâmina basal 
incompleta (Figuras 1 l. l, 11.21 e l l.22). Capilares linfáticos são mantidos 
abertos por meio de numerosas microfibrilas elásticas, as quais também se 
ancoram firmemente ao tecido conjuntivo que os envolve (Figura l l.21). Os 
finos vasos linfáticos convergem gradualmente e finalmente terminam em dois 
grandes troncos - o dueto torácico e o dueto linfático direito, que desembocam 
na junção das veias jugular interna esquerda com a veia subclávia esquerda na 
confluência da veia subclávia direita e a veia jugular direita interna. Ao longo 
de seu trajeto, os vasos linfáticos atravessam os li11fonodos, cujas 
características morfológicas e funções são discutidas no Capítulo 14. Vasos 
linfáticos são encontrados na maioria dos órgãos, com raras exceções, tais 
como o sistema nervoso central e a medula óssea. Os vasos linfáticos têm uma 
estrutura semelhante à das veias, a não ser pelas paredes mais finas e por não 
apresentarem uma separação clara entre as túnicas (íntima, média, 
adventícia). Eles também apresentam maior número de válvulas no seu 
interior (Figura 11.22). Nas porções entre as válvulas, os vasos linfáticos 
apresentam-se dilatados e exibem um aspecto nodular ou "em colar de contas''. 
Como nas veias, a circulação li11fática é ajudada pela ação de forças externas 
(p. ex., contração dos músculos esqueléticos circunjacentes) sobre as suas 
paredes. Essas forças, que agem intermitentemente, associadas à grande 
quantidade de válvulas, impulsionam a linfa em un1 fluxo unidirecional. A 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
2 
 
contração rítmica da musculatura lisa da parede das veias linfáticas maiores 
ajuda a impulsionar a linfa na direção do coração. 
Estrutura e função dos vasos linfáticos 
A estrutura dos grandes duetos linfáticos (dueto torácico e dueto linfático 
direito) é semelhante à das veias, exibindo uma camada média reforçada por 
músculo liso. Esses feixes musculares se organizam nas direções longitudinal e 
circular, com predominância de fibras longitlldinais. A adventícia é 
relativamente pouco desenvolvida. Como as artérias e as veias, os duetos 
linfáticos de grande porte também contem vasa vasorum e uma rica rede 
neural. A função do sistema linfático é retornar ao sangue o fluido dos espaços 
intersticiais. Ao entrar nos vasos capilares linfáticos, esse fluido contribui para 
a formação da parte líquida da linfa. Contribui ainda para a circulação de 
linfócitos e outros fatores imunológicos que penetram os vasos linfáticos 
quando eles atravessam os órgãos linfoides. 
o Anatomia 
É um sistema formado por vasos e órgãos linfóides e nele circula a linfa; é 
basicamente um sistema auxiliar de drenagem, ou seja, auxiliar do sistema 
venoso. Nem todas as moléculas do líquido tecidual passam para os capilares 
sangüíneos. É o caso de moléculas de grande tamanho, que são recolhidas em 
capilares especiais - os capilares linfáticos, de onde a linfa segue para vasos 
linfáticos, e destes para troncos linfáticos, os mais volumosos, que por sua vez 
lançam a linfa em veias de médio ou grande calibre. Os capilares linfáticos são 
mais calibrosos e mais irregulares que os sangüíneos, e terminam em fundo 
cego; geralmente são encontrados na maioria das áreas onde estão situados os 
capilares sangüíneos. São extremamente abundantes junto aos grandes vasos 
do tórax, do abdome e da pelve, e ao longo dos ramos de artérias que irrigam 
órgãos viscerais. Os vasos linfáticos possuem válvulas em forma de bolso, como 
as das veias, e elas asseguram o fluxo da linfa numa só direção, ou seja, para o 
coração. Como o calibre do vaso é menor ao nível da localização das válvulas, 
ele apresenta-se irregular e lembra as contas de um rosário. O maior tronco 
linfático recebe o nome de dueto torácico, e geralmente desemboca na junção 
da v. jugular interna com a v. subclávia, do lado esquerdo. O dueto torácico 
drena a linfa de quase todo o corpo, enquanto um outro dueto importante, o 
dueto linfático direito, drena a linfa da metade direita da cabeça, do pescoço e 
do tórax, do pulmão direito, do lado direito do coração, da face diafragmática 
do fígado e do membro superior direito, desembocando na origem da veia 
braquiocefálica direita. Os vasos linfáticos estão ausentes no sistema nervoso 
central (SNC), na medula óssea, nos músculos esqueléticos (mas não no tecido 
conjuntivo que os reveste) e em estruturas avasculares. 
O sistema linfático assemelha-se ao sistema sanguífero em muitos aspectos, 
mas dele difere em outros. Assim, o sistema linfático está constituído de 
capilares onde ocorre a absorção do líquido tecidual, mas estes capilares são 
tubos de fundo cego. Por outro lado, o sistema linfático não possui um órgão 
central bombeador, apenas conduz a linfa para vasos mais calibrosos que 
desembocam principalmente em veias do pescoço. Uma outra importante 
diferença é que aos vasos linfáticos associam-se a estruturas denominadas 
linfonodos. 
 
 
- Linfonodos 
Estão interpostos no trajeto dos vasos linfáticos e agem como uma barreira ou 
filtro contra a penetração na corrente circulatória de microorganismos, toxinas 
ou substâncias estranhas ao organismo. Os linfonodos são, portanto, elementos 
de defesa para o organismo e, para tanto, produzem glóbulos brancos, 
principalmente linfócitos, a partir de um centro germinativo existente em cada 
linfonodo, além de produzirem anticorpos por intermédio de suas células 
reticulares. Os linfonodos variam muito em forma, tamanho e coloração; 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
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ocorrem geralmente em gruposembora possam apresentarse isolados. Um 
linfonodo típico é ovóide, comparável a um grão de feijão. Através de sua 
margem côncava, penetra uma artéria e saem veias e um dueto linfático 
eferente, numa área conhecida como hilo. Pela margem convexa penetram 
muitos duetos linfáticos aferentes. O linfonodo é revestido por uma cápsula 
fibrosa que falta somente no hilo e da qual partem trabéculas que septam o 
linfonodo. Freqüentemente, os linfonodos estão localizados ao longo do trajeto 
de vasos sangüíneos, como ocorre no pescoço e nas cavidades torácica, 
abdominal e pélvica. Na axila e na região inguinal são abundantes, e são em 
geral palpáveis nesta última. Como reação a uma inflamação, o linfo nodo pode 
intumescer-se e tornar-se doloroso, fen6meno conhecido com o nome vulgar 
de íngua. 
- Fluxo da linfa 
O fluxo da linfa é relativamente lento durante os períodos de inatividade de 
uma área ou de um órgão. A atividade muscular provoca o aparecimento de 
fluxo mais rápido e regular. A circulação da linfa aumenta durante o 
peristaltismo (movimento das vísceras do tubo digestório) e também com o 
aumento dos movimentos respiratórios e contração da musculatura lisa da 
parede dos troncos linfáticos. É também influenciada pela pulsação arterial nos 
casos em que os troncos e os duetos linfáticos apresentam íntima relação com 
artérias. 
- Baço 
É um órgão linfóide, situado no lado esquerdo da cavidade abdominal, junto ao 
diafragma, ao nível das 9 ª , 1 ܪ e 11 ª costelas. Apresenta duas faces distintas, 
uma relacionada com o diafragma, a face diafragmática, e outra voltada para as 
vísceras abdominais, a face visceral. Nesta verifica-se a presença de uma fenda, 
o hilo do baço, onde penetram vasos e nervos. O baço é drenado pela veia 
esplênica, tributária da veia porta. 
- Timo 
Órgão linfóide, formado por massa irregular, situado em parte no tórax e em 
parte na porção inferior do pescoço. A porção torácica fica atrás do esterno e a 
porção cervical, anteriormente e dos lados da traquéia. O timo cresce após o 
nascimento até atingir seu maior tamanho na puberdade. A seguir, começa a 
regredir, e grande parte de sua substância é substituída por tecido adiposo e 
fibroso; entretanto, não desaparece rodo o tecido tímico. 
O Sistema Linfático é parte do sistema de defesa, sendo responsável pela 
drenagem do líquido intersticial e de possíveis invasores encontrados na linfa 
e por sua consequente “filtragem” por meio da apresentação destes antígenos 
a Linfócitos presentes nos Linfonodos. A estrutura do linfonodo é formada por 
um Ducto Linfático Aferente, que traz a linfa até o Linfonodo, um Ducto 
Linfático Eferente, que leva a linfa até a próxima estrutura; e por uma Cápsula 
que reveste e estrutura o órgão, com a emissão de Trabéculas, responsáveis 
pela divisão dos Folículos, regiões onde as células de defesa se encontram. 
Quanto aos Ductos Linfáticos, pode-se observar a presença de válvulas, assim 
como nas veias, para evitar refluxo de linfa. Além disso, há presença de poros 
na parede dos vasos para entrada de líquido intersticial. 
Os Linfonodos e Ductos Linfonodais se direcionam, ao final de seu percurso, 
para duas estruturas linfáticas: Ducto Linfático Direito e Ducto Torácico. O 
Ducto Linfático Direito é responsável pela drenagem do lado direito da Cabeça, 
Pescoço, Tórax e Membro Superior direito, sendo composto pelos Troncos 
Jugular, Subclávio e Broncomediastinal Direitos. Tal ducto drena para o Ângulo 
Venoso Direito, formado pela junção das Veias Jugular Interna e Subclávia. 
SAIBA MAIS! As características morfológicas dos Linfonodos podem ajudar a 
distinguir a etiologia de um aumento linfonodal. Tipicamente, se consideram 
duas condições básicas etiológicas: Neoplasia Maligna, em processo de 
metástase linfogênica e Inflamação. Devem ser analisadas as características 
como número, sensibilidade, volume, consistência, mobilidade, alterações 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
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locais de pele e localização do linfonodo acometido. Os linfonodos reacionais, 
oriundos de uma inflamação, têm sensibilidade aumentada (dor), volume 
levemente aumentado (< 2cm), consistência fibroelástica, mobilidade 
preservada e alterações de pele típicas de uma inflamação, como rubor e calor. 
Enquanto linfonodos malignos geralmente têm sensibilidade reduzida, volume 
muito aumentado (> 2cm), consistência endurecida, mobilidade reduzida e 
normalmente não estão associados à alterações locais de pele. 
O Ducto Torácico é responsável pela drenagem linfática de todo o resto do 
corpo: lado esquerdo da Cabeça, Pescoço, Tórax, Membro Superior esquerdo, 
Membros Inferiores, Abdome e Pelve. Este é formado pela Cisterna do Quilo e 
seus componentes que incluem Tronco Intestinal, Tronco Lombar e Tronco 
Torácico Descendente. A Cisterna do Quilo se prolonga como Ducto Torácico, 
ascendendo em direção a região torácica para receber linfa dos Tronco Jugular, 
Tronco Subclávio e Tronco Broncomediastinal Esquerdos. Tal Ducto drena 
para o Ângulo Venoso Esquerdo, formado pela junção das Veias Jugular Interna 
e Subclávia. 
1. CABEÇA E PESCOÇO 
A drenagem linfonodal da região da cabeça e pescoço conflui, direta ou 
indiretamente, para os Linfonodos Cervicais Profundos, tendo como 
contribuintes os Linfonodos Faciais; Mandibulares; Júgulo-digástricos ou 
Cervicais Profundos Superiores, que drenam a Raiz da Língua e o Palato mole; 
Linfonodos Omo-hioideos ou Cervicais Profundos Inferiores, relacionados a 
drenagem do Músculo Omo-hioideo e estruturas subjacentes; Linfonodos 
Submentuais, que drenam linfa do Mento, parte central do Lábio Inferior e 
ápice da Língua; Linfonodos Submandibulares, responsáveis pela drenagem do 
Lábio Superior, partes laterais do Lábio Inferior e margem lateral da Língua; 
Linfonodos Parotídeos, que drenam linfa da parte lateral da Face e Couro 
Cabeludo; Linfonodos Mastoideos, que drenam linfa da Orelha e da porção 
superior da Região Temporoparietal; e Linfonodos Occipitais, responsáveis 
pela drenagem do Couro Cabeludo da região Occipital. Os Linfonodos Cervicais 
Superficiais, que se localizam superficialmente ao Músculo 
Esternocleidomastóideo, situados ao longo da Veia Jugular Externa, drenam 
para Linfonodos Cervicais Profundos Inferiores (Linfonodos Omo-hioideos), 
que têm seus vasos eferentes direcionados para os Linfonodos Cervicais 
Profundos. Os Linfonodos Cervicais Profundos, que se situam profundamente 
ao Músculo Esternocleidomastóideo, localizados ao longo da Veia Jugular 
Interna, formam os Troncos Linfáticos Jugulares. 
2. TÓRAX E MEMBROS SUPERIORES 
A drenagem linfática da região do Tórax é realizada por Linfonodos Parietais e 
Viscerais. Os Linfonodos Parietais, divididos entre os grupos Paraesternais, 
Intercostais e Diafragmáticos Anteriores, Médios e Posteriores, drenam 
diretamente para o Ducto Torácico ou Ducto Linfático Direito. Enquanto os 
Linfonodos Viscerais são divididos em dois grupos: Mediastinais, compostos 
pelos subgrupos Mediastinais Anteriores e Posteriores; e Traqueobronquiais, 
compostos pelos subgrupos Traqueais, Bronquiais, Broncopulmonares e 
Pulmonares. O grupo Mediastinal drena para o grupo Traqueobronquial, que 
desembocam no Tronco Broncomediastinal. 
Os Linfonodos Axilares são responsáveis pela drenagem da linfa dos Membros 
Superiores e Porção Superior do Tórax. Dentre tais linfonodos estão os 
Supraescapulares, Peitorais, Umerais, Centrais e Apicais. Os Linfonodos 
Supraescapulares, localizados ao longo da Prega Axilar Posterior e Vasos 
Supraescapulares, recebem linfa da face posterior da parte superior do Tórax 
e Região Escapular. Os Linfonodos Peitorais, localizados na parede medial da 
axila, ao redor da VeiaTorácica Lateral e da margem inferior do Músculo 
Peitoral Menor, recebem linfa da parede torácica anterior, incluindo Mamas. 
Os Linfonodos Umerais, localizados ao longo da parede lateral da Axila, mediais 
e posteriores à Veia Axilar, são responsáveis pela drenagem linfática de quase 
todo Membro Superior, por receber os Linfonodos Cubitais e Plexos Linfáticos 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
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Profundos do Membro Superior. Os Linfonodos Centrais, localizados 
profundamente ao Músculo Peitoral Menor, próximos a segunda parte da 
Artéria Axilar, recebem vasos linfáticos que acompanham a Veia Cefálica. Os 
Linfonodos Apicais são o destino de drenagem de todos os grupos de 
linfonodos, e seus vasos eferentes atravessam o Canal Cervicoaxilar para 
formar o Tronco Linfático Subclávio. 
3. MEMBROS INFERIORES E PELVE 
A drenagem linfática dos Membros Inferiores é feita por meio dos Linfonodos 
Profundos denominados Linfonodos Poplíteos, responsáveis pela drenagem de 
estruturas profundas, que drenam para os Linfonodos Inguinais Profundos; e 
por meio de um Plexo Linfonodal Superficial que drena para os Linfonodos 
Inguinais Superficiais, após receber linfa de estruturas superficiais do Membro 
Inferior. 
Os Linfonodos Inguinais são divididos em grupo Profundo e grupo Superficial, 
que ainda é subdividido em grupo Vertical e grupo Horizontal. Os Linfonodos 
Superficiais estão localizados superiormente à Fáscia Lata e recebem linfa 
oriunda da região do Pênis, Escroto ou Vagina e Vúlva, além de receber 
drenagem linfática de Vasos Linfáticos Superficiais do Membro Inferior. Os 
Linfonodos Inguinais Superficiais drenam para Linfonodos Inguinais 
Profundos. Os Linfonodos Inguinais Profundos, que se localizam 
profundamente à Fáscia Lata e medialmente à Veia Femoral no Canal Femoral 
da Bainha Femoral, recebem linfa da Veia Poplítea, oriunda do Membro Inferior 
e Períneo, Glúteos e Parede Abdominal inferior, e drenam para Linfonodos 
Ilíacos Externos. 
Os Linfonodos Ilíacos Internos, localizados ao longo da Artéria Ilíaca Interna, 
recebem linfa das Vísceras Pélvicas Inferiores, do Períneo Profundo e da Região 
Glútea. Enquanto os Linfonodos Ilíacos Externos, localizados ao longo dos 
Vasos Ilíacos Externos, recebem linfa dos Linfonodos Inguinais e das partes 
superiores de Órgãos Pélvicos Médios e Anteriores. Tais Linfonodos drenam 
para os Linfonodos Ilíacos Comuns, localizados próximos a Artéria Ilíaca 
Comum, que enviam linfa para os Linfonodos Lombares. 
Os Linfonodos Lombares recebem linfa da parede posterior do Abdome, Rins, 
Ureteres, Testículos ou Ovários, Útero e Tubas Uterinas. Tal grupo linfonodal 
ainda recebe a linfa oriunda dos Linfonodos Ilíacos Comuns e Mesentéricos 
Inferiores, que drenam Colo Descendente, parte da Pelve e Membros Inferiores. 
Os vasos eferentes deste grupo formam o Tronco Linfático Lombar, 
constituinte da Cisterna do Quilo. Os Linfonodos Retroperitoneais drenam a 
linfa da região do Fígado, Baço e Pâncreas, além do Sistema Digestório. Os vasos 
eferentes de tal sistema formam o Tronco Linfático Intestinal, constituinte da 
Cisterna do Quilo. 
Assim, o sistema linfático constitui um tipo de sistema de “hiperfluxo” que 
permite a drenagem do excesso de líquido tecidual e das proteínas plasmáticas 
que extravasam para a corrente sanguínea, e também a remoção de resíduos 
resultantes da decomposição celular e infecção. Os componentes importantes 
do sistema linfático são (Figura I.27): Plexos linfáticos, redes de capilares 
linfáticos cegos que se originam nos espaços extracelulares (intercelulares) da 
maioria dos tecidos. Como são formados por um endotélio muito fino, que não 
tem membrana basal, proteínas plasmáticas, bactérias, resíduos celulares, e até 
mesmo células inteiras (principalmente linfócitos), entram neles com 
facilidade junto com o excesso de líquido tecidual Vasos linfáticos (linfáticos), 
uma rede presente em quase todo o corpo, com vasos de paredes finas que têm 
muitas válvulas linfáticas. Em indivíduos vivos, há saliências nos locais de cada 
uma das válvulas, que estão bem próximas, o que deixa os vasos linfáticos com 
a aparência de um colar de contas. Os capilares e os vasos linfáticos estão 
presentes em quase todos os lugares onde há capilares sanguíneos, com 
exceção, por exemplo, dos dentes, ossos, medula óssea e todo o sistema 
nervoso central (o excesso de líquido tecidual drena para o líquido 
cerebrospinal) Linfa, o líquido tecidual que entra nos capilares linfáticos e é 
conduzido por vasos linfáticos. Geralmente, a linfa transparente, aquosa e 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
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ligeiramente amarela tem composição semelhante à do plasma sanguíneo 
Linfonodos, pequenas massas de tecido linfático, encontradas ao longo do 
trajeto dos vasos linfáticos, que filtram a linfa em seu trajeto até o sistema 
venoso (Figura I.27B) Linfócitos, células circulantes do sistema imune que 
reagem contra materiais estranhos Órgãos linfoides, partes do corpo que 
produzem linfócitos, como timo, medula óssea vermelha, baço, tonsilas e os 
nódulos linfáticos solitários e agregados nas paredes do sistema digestório e 
no apêndice vermiforme. Os vasos linfáticos superficiais, mais numerosos que 
as veias no tecido subcutâneo e que se anastomosam livremente, acompanham 
a drenagem venosa e convergem para ela. Esses vasos finalmente drenam nos 
vasos linfáticos profundos que acompanham as artérias e também recebem a 
drenagem de órgãos internos. É provável que os vasos linfáticos profundos 
também sejam comprimidos pelas artérias que acompanham, o que leva ao 
ordenhamento da linfa ao longo desses vasos que têm válvulas, da mesma 
forma descrita antes sobre as veias acompanhantes. Os vasos linfáticos 
superficiais e profundos atravessam os linfonodos (geralmente vários 
conjuntos) em seu trajeto no sentido proximal, tornando-se maiores à medida 
que se fundem com vasos que drenam regiões adjacentes. Os grandes vasos 
linfáticos entram em grandes vasos coletores, denominados troncos linfáticos, 
que se unem para formar o ducto linfático direito ou ducto torácico (Figura 
I.27A): O ducto linfático direito drena linfa do quadrante superior direito do 
corpo (lado direito da cabeça, pescoço e tórax, além do membro superior 
direito). Na raiz do pescoço, entra na junção das veias jugular interna direita e 
subclávia direita, o ângulo venoso direito O ducto torácico drena linfa do 
restante do corpo. Os troncos linfáticos que drenam a metade inferior do corpo 
unem-se no abdome, algumas vezes formando um saco coletor dilatado, a 
cisterna do quilo. A partir desse saco (se presente), ou da união dos troncos, o 
ducto torácico ascende, entrando no tórax e atravessando-o para chegar ao 
ângulo venoso esquerdo (junção das veias jugular interna esquerda e subclávia 
esquerda). Embora esse seja o padrão de drenagem típico da maior parte da 
linfa, os vasos linfáticos comunicam-se livremente com as veias em muitas 
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partes do corpo. Sendo assim, a ligadura de um tronco simpático ou mesmo do 
próprio ducto torácico pode ter apenas um efeito transitório enquanto se 
estabelece um novo padrão de drenagem por intermédio das anastomoses 
linfaticovenosas — e posteriormente interlinfáticas — periféricas. 
Outrasfunções do sistema linfático incluem: Absorção e transporte da gordura 
dos alimentos. Capilares linfáticos especiais, denominados lácteos, recebem 
todos os lipídios e vitaminas lipossolúveis absorvidos pelo intestino. Em 
seguida, o líquido leitoso, quilo, é conduzido pelos vasos linfáticos viscerais 
para o ducto torácico, e daí para o sistema venoso Formação de um mecanismo 
de defesa do corpo. Quando há drenagem de proteína estranha de uma área 
infectada, anticorpos específicos contra a proteína são produzidos por células 
imunologicamente competentes e/ou linfócitos e enviados para a área 
infectada. 
3. DESCREVER OS TIPOS CELULARES QUE ATUAM NA IMUNIDADE INATA 
E ADAPTATIVA E SUAS RESPECTIVAS FUNÇÕES; 
- Inata 
COMPONENTES DA IMUNIDADE INATA 
 
BARREIRAS 
 Camadas epiteliais: impedem a entrada de microrganismos, atuando 
como barreira para entrada de componentes estranhos para o 
organismo. 
 Defensinas: enzimas com função microbicida (morte microbiana). 
 Linfócitos intra-epiteliais: linfócitos presentes no epitélio (que não 
têm características de resposta adquirida) que causam a morte 
microbiana. 
 
CÉLULAS EFETORAS CIRCULANTES 
 Neutrófilos: fagocitose inicial e morte de microrganismos. 
 Macrófagos: fagocitose eficiente de microrganismos, secreção de 
citocinas que estimulam a inflamação. Caso seja necessário, ele serve 
como um apresentador de antígeno, solicitando um outro tipo de 
resposta imune. 
 Células NK: responsável pela lise de células infectadas e ativação de 
macrófagos. É um tipo de linfócito que, como exceção, não participa 
da reposta imune adquirida por não possuir TCR ou BCR (receptores 
de alta especificidade). 
 
PROTEÍNAS EFETORAS CIRCULANTES 
 Complemento: causam a morte de microrganismos, opsonização 
(facilitação da fagocitose) e ativação de leucócitos. Quando as 
células do complemento são ativadas, geram uma cascata de 
ativações que terminam na formação de um complexo de ataque à 
membrana, que se liga ao microrganismo, na tentativa de causar lise 
no mesmo. 
 Lectina de ligação à manose (colectina): opsonização de 
microrganismos, ativação do complemento (via da lectina). 
 Proteína C-reativa (pentraxina): opsonização de microrganismos e 
ativação do complemento. A presença da bactéria ativa a PCR, 
servindo como um fator facilitador da fagocitose, se ligando a 
bactéria e eliminando cargas que repelem a bactéria e o macrófago. 
A PCR é mensurada em processos de inflamação aguda. 
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8 
 
 Fatores da coagulação: bloqueio dos tecidos infectados. 
CITOCINAS 
 TNF, IL-1, quimiocinas: inflamação; 
 IFN-α, IFN-β: resistência à infecção viral; 
 IFN-γ: ativação de macrófagos; 
 IL-12: produção de IFN-γ pelas células NK e pelas células T; 
 IL-15: proliferação de células NK; 
 IL-10, TGF-β: controle da inflamação. 
RESISTÊNCIA NATURAL EXTERNA 
PELE 
A pele é a principal barreira externa do sistema imune inato. A sua superfície 
lipofílica é constituída de células 
mortas ricas em queratina, uma proteína fibrilar, que impede a entrada de 
micro-organismos. As secreções ligeiramente ácidas e lípidicas das glândulas 
sebácea e sudorípara criam um microambiente cutâneo hostil ao crescimento 
excessivo de bactérias. Podemos destacar alguns componentes da mesma, 
como: 
 Queratinócitos: células que formam uma placa protetora impedindo 
a entrada de agentes estranhos no organismo por meio da pele. 
 Pelo: função de controlar e limitar a entrada e contato de 
microrganismos com a superfície epitelial. 
 Glandulas sebácias e sebo 
 Enzimas como defensinas, catalecidinas e lisosimas. 
 Microbiota da pele 
EPITÉLIO RESPIRATÓRIO 
Está em contato com o meio externo por meio da boca e nariz. Tem 
como mecanismos de resistencias naurais: 
 Microbiota 
 Cílios 
 Muco 
 Enzimas (amilase, lisozima) 
 
EPITÉLIO GASTRO-INTESTINAL 
 Microbiota 
 Peristaltismo 
 Ác. Clorídrico 
 Saliva/ Enzimas (amilase, lisozima) 
 
SISTEMA UROGENITAL 
 Microbiota 
 Urina (pH e fluidez) 
 Muco (canal endocervical) 
 Enzimas (esperminas e espermidinas) 
 
 
RESISTÊNCIA NATURAL INTERNA – CÉLULAS DO SISTEMA IMUNE 
INATO
 
A resistência natural interna do sistema imune inato reúne 
aquelas células que, sem uma avidez específica por antígenos, têm 
capacidade de fagocitá-los, produzir citocinas (e outros mediadores), além 
de apresentar esses antígenos, ativando o sistema imune adaptativo. 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
9 
 
 
MACRÓFAGOS (MØ) 
São células de grandes dimensões 
do tecido conjuntivo, ricos em lisossomos, 
que fagocitam elementos estranhos ao 
corpo. Os macrófagos derivam dos 
monócitos do sangue (que se direcionam 
aos tecidos e se denominam como 
macrófagos) e de células conjuntivas ou 
endoteliais. Intervêm na defesa do 
organismo contra infecções. Possuem duas 
grandes funções na resposta imunitária: 
fagocitose e destruição do microrganismo; 
e apresentação de antigénios a linfócitos T. 
Suas funções mais relevantes são: 
 Fagocitose 
 APC (apresentação de antígenos para os linfócitos) 
 Secreção de citocinas e mediadores 
 
NEUTRÓFILOS 
Os neutrófilos são uma classe de células 
sanguíneas leucocitárias, que fazem parte do 
sistema imunitário do corpo humano. São 
leucócitos polimorfonucleados, têm um tempo de 
vida médio de 6h no sangue e 1-2 dias nos tecidos 
e são os primeiros a chegar às áreas de inflamação, 
tendo uma grande capacidade de fagocitose. Estão 
envolvidos na defesa contra bactérias e fungos. Os 
neutrófilos possuem receptores na sua superfície 
como os receptores de proteínas do complemento, 
receptores do fragmento Fc das imunoglobulinas e 
moléculas de adesão. Tem como funções: 
 Fagocitose: Ao fagocitar forma-se o fagossomo onde os 
microrganismos serão mortos pela liberação de enzimas 
hidrolíticas e de espécie reativa de oxigénio. O consumo de 
oxigênio durante a reação de espécies de oxigênio é chamado de 
queima respiratória que nada tem a ver com respiração celular ou 
produção de energia; 
 Secreção de Citocinas e Mediadores; 
 Degranulação: liberam grânulos específicos ou "secundários" 
(Lactoferrina e Catelicidina); Grânulos azurófilos ou "primários" 
(Mieloperoxidase, Proteína de aumento da permeabilidade 
/bactericida (BPI), Defensina e Serino protease neutrófilo 
elastase e Catepsina G); Grânulos terciários (Catepsina, 
Gelatinase). 
 
CÉLULAS NK 
As células exterminadoras naturais ou células NK (do inglês 
Natural Killer Cell) são um tipo de linfócito (glóbulos brancos do sangue) 
e naturais do sistema imunológico de defesa. Elas são activadas em 
resposta a vários diferentes estímulos, nomeadamente por citocina 
produzidos por outros elementos do sistema imunitário, por estimulação 
dos receptores FcR, presentes na sua membrana celular, que reconhecem 
a porção Fc das imunoglobulinas e pelos receptores de ativação ou 
inibição, específicos das células NK. 
As células NK são citotóxicas (tóxicas para a célula) e identificam 
as células que estão com vírus (consequentemente comprometidas) e as 
destroem. 
As células NK são componentes importantes na defesa imunitária 
não especifica. Partilham um progenitor comum com os linfócitos T. São 
originárias da medula óssea e são descritos como grandes e granulares. 
Estas células não destroem os micro-organismos patogênicos 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II)UCV – Funções biológicas 
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diretamente, tendo uma função mais relacionada com a destruição de 
células infectadas ou que possam ser cancerígenas. Não são células 
fagocíticas. Destroem as outras células através do enfraquecimento da 
membrana plasmática, causando difusão de água e íons para o interior da 
célula e aumentando o seu volume interno até um ponto de ruptura no 
qual ocorre a lise. São quimicamente caracterizadas pela presença de 
CD56 e ausência de CD3. 
Podemos destacar as seguintes funções: 
 Vigilância 
 Apoptose 
 
OBS1: PAMPs e PRRs. 
Os patógenos possuem moléculas altamente conservadas 
presentes em suas células. Essas moléculas são chamadas de PAMPs 
(padrões moleculares associados aos patógenos). O 
S.I. Inato reconhece esses PAMPs por meio dos PRRs (receptores de 
reconhecimento de padrões; Ex: receptores Toll-like ou TLRs). 
 Receptor Toll-like LPS, RAS, bactérias GRAM negativas; 
 Receptor Manose manose presente nos 
microrganismos. 
 Receptor Transmembrana 7 α-hélice 
 peptídeos N-formil metionil. 
 
OBS²: Função microbicida dos fagócitos - Fagocitose 
1. Reconhecimento: reconhecimento dos padrões (PAMPs) pelos 
PRRs. 
2. Emissão dos pseudópodes para que ocorra o envolvimento dos 
microrganismos 
3. Formação da vesícula endocítica (fagossoma) ou engolfamento. 
4. Fusão do lisossomo com o fagossoma, formando o fagolisossomo, 
no qual ocorre a liberação de enzimas lisossômicas. 
5. Morte dos micro-organismos: os mecanismos de morte 
interacelular, induzidos nos neutrofilos e nos macrófagos, podem 
ser de dois tipos: 
 Mecanismo de morte intracelular independente de 
oxigênio: o microrganismo morre devido ao acúmulo de 
ácido láctico produzido pela própria célula hospedeira, 
proveniente do metabolismo anaeróbio da glicose. O 
acumulo desse acido causa diminuição do pH 
intracelular, criando um abiente bactericida ou 
bacteriostático, dependendo da bactéria em questão. 
 Mecanismos de morte intracelular dependente de 
oxigênio: a endocitose de microrganismos aumenta o 
consumo de oxigenio nas células fagocíticas, o que 
desencadeia o chamado desvio da hexose monofosfato 
(“explosão respiratória”) e a formação de intermediários 
reativos de oxigênio (ROI, reactive oxygen intermediates). 
A ativação desses mecanismos envolve a participação de 
duas enzimas principais: 
o A NADPH oxidase (fagócito oxidase), que 
remove um hidrogenio do NADPH para formar 
NADP+, convertendo simultaneamente o O2 e, 
radical superóxido. O radical superóxido, pela 
presença de um elétron não partilhado, torna-
se extremamente reativo e é toxico para várias 
espécies bacterianas. 
o A superóxido dismutase (SOD), que catalisa a 
reação na qual radicais de superóxidos são 
convertidos em peróxido de hidrogênio (H2O2) 
e O2. O H2O2, produzido pela ação superóxido 
dismutase, é degradado pela mieloperoxidase, 
na presença de íons cloro e iodo para produzir 
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 UCV – Funções biológicas 
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hipoclorito ou hipoiodeto, também tóxicos para 
espécies bacterianas. Esses produtos gerados 
pela ação da mieloperoxidase são tóxicos para 
uma série de microrganismos incluindo 
bactérias, vírus, fungos, Mycoplasma, 
Chlamydia, Leishmania donovani e Schistossoma 
mansoni. 
 
• Mecanismo de morte intracelular dependente de nitrogênio (RNI): 
uma via de morte intracelular dependente de oxigenio leva a produção de 
intermediários reativos de nitrogênio. A principal molécula produzida por esta 
via é o oxido nítrico (NO), uma molécula diatomica sintetizada e a partir do 
aminoácido L- arginina, tóxica para bactérias, protozoários e células tumorais. 
A produção de NO por macrófagos depende da expressão da enzima iNOS 
(sintase induzida de óxido nítrico), cuja a produção é estimulada por moléculas 
como o LPS (em bactérias gram-negativas). O iNOS catalisa a reação que 
remove de forma oxidativa o átomo de nitrogenio guanidino terminal da L-
arginina para formar o NO e L- citrulina. O NO, em meio líquido, é altamente 
reativo e instável. Essa alta instabilidade faz essas moléculas reagirem entre si, 
com água e oxigenio, gerando outro radial, o dióxido de nitrogenio (NO2), 
nitrito e nitrato. 
OBS³: Função das células NK 
As NK cells são responsáveis por eliminar células infectadas com vírus e células 
tumorais. O macrófago infectado produz citocinas (como a IL-12) que servem 
como mediadores para as células NK (que possuem receptores para a IL-12), 
que, quando estimuladas por esta interleucina, passam a produzir o IFN-γ, que 
tem a função de estimular a lise do macrófago. De forma mais detalhada, há 
duas formas de as células NK reconhecerem macrófagos infectados e 
macrófagos normais: 
 Os macrófagos normais expressam um MHC de receptor de células 
próprias. A célula NK apresenta dois receptores: um receptor que ativa e outro 
que inativa a sua ação. Quando ocorre a ligação NK-macrófago, o receptor 
ativante se liga com o MHC específico do macrófago e o receptor inativante se 
liga com o MHC da classe I próprio (presente em organelas próprias do 
organismo). Agindo simultaneamente, o receptor inibitório predomina, 
realizando a remoção de fosfatos da NK, induzindo a sua inibição. 
 Macrófagos infectados apresentam o seu MHC da classe I inativado, o 
que impede o reconhecimento inibitório pela NK, ativando a ação citotóxica da 
NK. 
- Adaptativa humoral 
É importante lembrar também que a resposta imune adquirida é divida em 
fases: fase de reconhecimento, fase de ativação (proliferação dos linfócitos), 
fase efetora (diferenciação dos linfócitos B e produção de anticorpos pelos 
mesmos; auxílio dos linfócitos T com a produção de citocinas) e o fim da 
resposta (declínio ou homeostase), na qual resta apenas células de memória 
Na fase efetora da imunidade adquirida divide-se, como já visto, as repostas 
imune humoral e celular. A imunidade humoral acontece, portanto, quando o 
microrganismo apresenta uma natureza de ação extracelular (microrganismos 
extracelulares), sendo esta resposta mediada pelos linfócitos B. Já a resposta 
imune celular, a qual apresenta uma participação muito intensa dos linfócitos 
T com a secreção de citocinas, está relacionada com a defesa do corpo contra 
microrganismos intracelulares (vírus e bactérias) 
A função, portanto, da resposta imune humoral é a mesma função 
desempenhada pelos anticorpos: neutralização dos antígenos (ligação íntima 
do anticorpo com o antígeno fazendo com que este perca sua constituição 
espacial elementar, eliminando a sua antiga afinidade por um receptor alvo), 
opsonização (facilitação da fagocitose), citotoxicidade dependente de 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
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anticorpo e ativação do sistema complemento (responsável por realizar a lise 
de microrganismos, fagocitose de microrganismos opsonizados com 
fragmentos do complemento e inflamação), sendo este ativado mediante o 
anticorpo ou não. 
- Adaptativa celular 
A imunidade mediada por células (IMC) é a função efetora dos linfócitos T e 
atua como um mecanismo de defesa contra os microrganismos que 
sobrevivem dentro dos macrófagos ou que infectam células não-fagocíticas. 
Assim como a resposta humoral, a resposta celular é um tipo de imunidade 
específica (imunidade adquirida ou adaptativa). Porém, esses dois tipos de 
respostas apresentam diferenças peculiares: 
A resposta imune adquirida contra microrganismos residindo dentro dos 
fagossomas dos fagócitos é mediada pelos linfócitos T, que reconhecem os 
antígenos microbianos e produzemcitocinas que ativam os fagócitos e 
estimulam a inflamação. As células T responsáveis pela ativação dos 
macrófagos são as células T CD4+ auxiliares (LTa) diferenciados, bem como os 
linfócitos T CD8+, cuja característica compartilhada seria a capacidade de 
secretar a citocina interferon- gama (IFN-γ) que é ativadora de macrófagos. 
O linfócito T auxiliar é a principal célula da resposta imune celular. Ele 
apresenta como principais proteínas de membrana: TCR (receptor de linfócito 
T), CD4+ (marcador fenotípico exclusivo de linfócito T auxiliar), CD3+ 
(marcador de linfócito T em geral) e moléculas co-estimuladoras (CD28 e 
CD40-Ligante). 
O TCR é o receptor de linfócito T que caracteriza a resposta imune adquirida, 
uma vez que ele apresenta ampla especificidade, encaixando-se perfeitamente 
com o epítopo apresentado pelo MHC da célula apresentadora de antígeno 
(APC). A apresentação básica TCR-PEPTÍDEO-MHC é o sinal 1, que ocorre 
depois que a APC fagocita o antígeno. Porém, apenas estes participantes não 
são capazes de desencadear a resposta imune. Para isso, entra em ação dos co-
estimuladores: o CD40L (L=ligante) se liga ao CD40 da APC e o CD28 ao B7. 
Após a fagocitose, o macrófago (representando a APC) pode apresentar o 
epítopo oriundo do antígeno para os dois tipos de linfócitos T: tanto para o 
linfócito T CD4+ quanto para o linfócito T CD8+. Ambas se proliferam, 
produzem citocinas e desempenham as suas funções. A imunidade adquirida 
celular entra em cena quando este macrófago, oriundo de respostas inatas não-
específicas, não consegue destruir por si só o antígeno. Será necessário então a 
intervenção citotóxica celular dos linfócitos, por meio da apresentação 
antigênica. O linfócito T auxiliar, ao ser ativado, produz citocinas como o IFN-
γ, responsável por fazer do macrófago que apresentou o epítopo capaz de 
destruir este antígeno por si só. Portanto, o linfócito T auxiliar não é o 
responsável direto por dar fim ao antígeno (função esta desempenhada pela 
própria APC), mas a célula que realiza esta função só será capaz de sofrer 
influência deste leucócito. Se o macrófago apresentar o epítopo ao linfócito T 
citotóxico (o que normalmente acontece com infecções virais ou células 
tumorais), este se responsabilizará por secretar citocinas que lisam a APC 
(apoptose) para gerar a morte do antígeno e eliminar os reservatórios de 
infecção. 
4. CONCEITUAR OS TIPOS DE RESPOSTA IMUNE INATA, HUMORAL E 
CELULAR; 
IMUNIDADE INATA 
 
O sistema imune inato é a forma de imunidade que nasce com a pessoa, 
sem precisar de substâncias ou estruturas exteriores, ou seja, é a primeira 
resposta de defesa do organismo. 
É a imunidade fornecida pelos macrófagos (células fagocitárias); pela pele, 
que é uma barreira de proteção contra micro-organismos invasores; por 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
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substâncias químicas presentes no corpo (na pele principalmente); pelo 
sistema complemento (um complexo de proteínas que atuam na 
imunidade). Portanto, é uma imunidade nativa, natural e inespecífica, ou 
seja, não tem preferência de qual micro-organismo invasor esse tipo de 
sistema atua. Ele apenas defende o organismo de forma rápida, inespecífica 
e aguda. 
Apesar de ser inespecífica e rápida (respostas agudas), a resposta imune 
inata ativa a imunidade adaptativa. 
Podemos indentificar, portanto, algumas diferenças entre esses dois tipos de 
resposta imune: 
 Especificidade: Os micro-organismos apresentam estruturas 
comuns entre eles denominadas de padrões moleculares 
associados a patógenos (PAMPs), de modo que é por meio desses 
padrões que as células da resposta imune inata os reconhece. É 
por isso que não há diferença de especificidade pelo sistema 
imune inato, uma vez que os PAMPs são estruturas em comum a 
todos os micro-organismos. Diferentemente da imunidade 
adaptativa, que reconhece peptídios específicos dos micro-
organismos, que serão degradados e apresentados, para serem 
reconhecidos especificamente por receptores dos linfócitos (TCR 
e BCR). 
 Receptores: os receptores das células dos dois tipos de 
respostas são codificados de maneira diferente. Os receptores da 
imunidade inata são representados por receptores da linhagem 
germinativa (lipopolissacarídeos, resíduos de N-formil 
metionina, receptores de manose e de scavenger), com uma 
diversidade limitada. Já a produção dos receptores da resposta 
imune adaptativa acontece por recombinação somática de genes 
para que haja uma alta especificidade de receptores. 
 Distribuição dos receptores: células do sistema imune inato 
apresentam receptores não-clonais (receptores idênticos em 
todas as células de uma mesma linhagem). Já as células do 
sistema imune adaptativo são da série clonal (clones de linfócitos 
com especificidades distintas expressam receptores diferentes). 
 Discriminação entre peptídeos próprios e não-próprios: a 
imunidade inata é capaz de diferenciar as células do hospedeiro 
das do agente invasor, de modo que as células do primeiro não 
são reconhecidas. Bem como ocorre no sistema imune 
adaptativo, sendo que nesta, a diferenciação é baseada na seleção 
contra-linfócitos auto-reativos (que quando falha, dá origem a 
autoimunidade). 
IMUNE ADAPTATIVA 
Existem dois tipos de respostas imunes adaptativas, denominadas imunidade 
humoral e imunidade mediada por célula, que são mediadas por diferentes 
componentes do sistema imune e atuam para eliminar diferentes tipos de 
microrganismos. 
A imunidade humoral é mediada por moléculas no sangue e secreções 
mucosas, denominadas anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B 
(também chamados de células B). Os anticorpos reconhecem os antígenos 
microbianos, neutralizam a infectividade dos microrganismos e focam nos 
microrganismos para sua eliminação por vários mecanismos efetores. A 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
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imunidade humoral é o principal mecanismo de defesa contra 
microrganismos extracelulares e suas toxinas, porque os anticorpos 
secretados podem se ligar a esses microrganismos e toxinas e auxiliar na sua 
eliminação. Os próprios anticorpos são especializados e podem ativar 
diferentes mecanismos para combater os microrganismos (mecanismos 
efetores). Por exemplo, diferentes tipos de anticorpos promovem a ingestão 
de microrganismos pelas células do hospedeiro (fagocitose), ligação e 
ativação da liberação de mediadores inflamatórios das células e são 
ativamente transportados para os lumens de órgãos mucosos e através da 
placenta para fornecer defesa contra microrganismos ingeridos e inalados e 
contra infecções do recém-nascido, respectivamente. 
 
A imunidade mediada por célula, também denominada imunidade celular, 
é mediada pelos linfócitos T (também chamados de células T). Os 
microrganismos intracelulares, tais como vírus e algumas bactérias, 
sobrevivem e proliferam dentro dos fagócitos e outras células do hospedeiro. 
A defesa contra essas infecções é uma função da imunidade mediada por 
células, que promove a destruição de microrganismos que residem nos 
fagócitos ou a morte das células infectadas para eliminar reservatórios de 
infecção. Alguns linfócitos T também contribuem para a erradicação de 
microrganismos extracelulares por meio do recrutamento de leucócitos que 
destroem esses patógenos e auxiliando as células B na produção efetiva de 
anticorpos. 
A imunidade protetora contra um microrganismo normalmente é induzida 
pela resposta do hospedeiro ao microrganismo. A forma de imunidadeque é 
induzida pela exposição a um antígeno estranho é chamada de imunidade 
ativa, porque o indivíduo imunizado tem papel ativo na resposta ao antígeno. 
Indivíduos e linfócitos que não encontraram um antígeno particular são ditos 
como sendo inativos (imaturos ou naïve), implicando que eles são 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
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imunologicamente inexperientes. Indivíduos que responderam a um antígeno 
microbiano e são protegidos de exposições subsequentes àquele 
microrganismo são tidos como imunes. 
 
FIGURA 1-3 Imunidade ativa e passiva. A imunidade ativa é conferida pela 
resposta do hospedeiro a um microrganismo ou antígeno microbiano, ao passo 
que a imunidade passiva é conferida pela transferência adaptativa de 
anticorpos ou linfócitos T específicos para o microrganismo. Ambas as formas 
de imunidade fornecem resistência à infecção e são específicas para antígenos 
microbianos, mas somente as respostas imunes ativas geram memória 
imunológica. A transferência terapêutica passiva de anticorpos, mas não 
linfócitos, é feita rotineiramente e também ocorre durante a gravidez (da mãe 
para o feto). 
A imunidade também pode ser conferida a um indivíduo pela transferência de 
soro ou linfócitos de um indivíduo especificamente imunizado em situações 
experimentais, um processo conhecido como transferência adaptativa. O 
recebedor de tal transferência se torna imune a um antígeno particular sem 
nunca ter sido exposto ou ter respondido àquele antígeno. Portanto, esta 
forma de imunização é chamada de imunidade passiva. A imunidade 
passiva é um método útil para conferir rapidamente resistência, sem ter 
que esperar pelo desenvolvimento de uma resposta imune. 
Um exemplo fisiologicamente importante de imunidade passiva é a 
transferência de anticorpos maternos através da placenta para o feto, o que 
permite aos recém-nascidos o combate a infecções antes de eles próprios 
desenvolverem a habilidade de produzir anticorpos. A imunização passiva 
contra toxinas pela administração de anticorpos de animais imunizados é 
um tratamento salvador para infecções letais, tais como raiva e picadas de 
cobras. A técnica de transferência adaptativa tornou possível definir as 
várias células e moléculas que são responsáveis por mediar a imunidade 
específica. De fato, a imunidade humoral foi originalmente definida como o 
tipo de imunidade que pode ser transferida para indivíduos não 
imunizados, ou imaturos, com porções livres de células contendo o anticorpo 
do plasma (i.e., plasma ou soro) obtido de indivíduos previamente imunizados. 
Similarmente, a imunidade mediada por célula foi definida como o tipo de 
imunidade que pode ser transferida a animais imaturos, mas não com plasma 
ou soro. 
Características principais das respostas imunes adaptativas 
 Todas as respostas imunes humoral e mediada por célula a antígenos 
estranhos têm uma quantidade de propriedades fundamentais que refletem as 
propriedades dos linfócitos que medeiam essas respostas. 
• Especificidade e diversidade. Respostas imunes são específicas para 
antígenos distintos e, de fato, para diferentes porções de um único complexo 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
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de proteína, polissacarídio ou outras macromoléculas. As partes de tais 
antígenos que são especificamente reconhecidas por linfócitos individuais são 
denominadas determinantes ou epítopos. Esta fina especificidade existe 
porque os linfócitos individuais expressam receptores de membrana que 
podem distinguir sutis diferenças na estrutura entre epítopos distintos. Clones 
de linfócitos com diferentes especificidades estão presentes em indivíduos não 
imunizados e são capazes de reconhecer e responder aos antígenos estranhos.. 
O número total de especificidade antigênica dos linfócitos em um indivíduo, 
chamado de repertório dos linfócitos, é extremamente grande. É estimado que 
o sistema imune de um indivíduo possa discriminar 107 a 109 determinantes 
antigênicos distintos. Esta habilidade do repertório de linfócitos em 
reconhecer um grande número de antígenos é o resultado da variabilidade nas 
estruturas dos locais de ligação do antígeno de receptores de linfócitos para 
antígenos, que se chama diversidade. Em outras palavras, existem muitos 
clones de linfócitos que diferem nas estruturas de seus receptores de antígenos 
e, assim, nas suas especificidades para antígenos, contribuindo para o 
repertório total que é extremamente diverso. A expressão de diferentes 
receptores para antígenos em distintos clones de células T e B é a razão pela 
qual esses receptores são considerados clonalmente distribuídos. Os 
mecanismos moleculares que produzem tal diversidade de receptores de 
antígenos são discutidos no Capítulo 8. 
• Memória. Exposição do sistema imune a um antígeno estranho aumenta sua 
habilidade em responder novamente àquele antígeno. Respostas a uma 
segunda exposição ou exposições subsequentes ao mesmo antígeno, 
denominadas respostas imunes secundárias, normalmente são mais rápidas, 
maiores e, com frequência, quantitativamente diferentes da primeira resposta 
imune, ou primária, àquele antígeno. A memória imunológica ocorre porque 
cada exposição a um antígeno gera células de memória de vida longa e 
específicas para aquele antígeno, e são mais numerosas do que os linfócitos 
imaturos específicos para o antígeno que existia antes da exposição ao 
antígeno. Além disso, as células de memória têm características especiais que 
as tornam mais eficientes em responder e eliminar um antígeno do que os 
linfócitos imaturos que não foram previamente expostos ao antígeno. Por 
exemplo, os linfócitos B de memória produzem anticorpos que se ligam aos 
antígenos com maiores afinidades do que os anticorpos produzidos nas 
respostas imunes primárias, e as células T de memória reagem muito mais 
rápido e vigorosamente ao desafio do antígeno do que as células T imaturas. 
• Expansão clonal. Linfócitos específicos para um antígeno se submetem a 
considerável proliferação após a exposição a um antígeno. O termo expansão 
clonal se refere a um aumento no número de células que expressam receptores 
idênticos para o antígeno e, assim, pertencem a um clone. Este aumento nas 
células específicas para um antígeno permite a adaptação da resposta imune 
em manter o ritmo com os patógenos infecciosos em rápida divisão. 
Pâmela Brandão da Silva – Medicina UniFG 2020.2 (Semestre II) 
 UCV – Funções biológicas 
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• Especialização. Como já observamos, o sistema imune responde de maneiras 
diferentes a diferentes microrganismos, maximizando a efetividade dos 
mecanismos de defesa antimicrobianos. Assim, a imunidade humoral e a 
imunidade mediada por célula são elicitadas por diferentes classes de 
microrganismos ou pelo mesmo microrganismo em diferentes estágios de 
infecção (extracelular ou intracelular) e cada tipo de resposta imune protege o 
hospedeiro contra a classe de microrganismo. Mesmo entre as respostas 
imunes humoral e mediada por célula, a natureza dos anticorpos ou linfócitos 
T que são gerados pode variar de uma classe de microrganismos para outra. 
Retornaremos aos mecanismos e significância funcional de tal especialização 
em capítulos posteriores. 
• Contração e homeostasia. Todas as respostas imunes normais diminuem 
com o tempo após a estimulação pelo antígeno, retornando, assim, ao seu 
estadode repouso basal, o estado chamado de homeostasia. Esta contração das 
respostas imunes ocorre grandemente porque as respostas que são disparadas 
por antígenos funcionam, para eliminar os antígenos, eliminando um estímulo 
essencial para a sobrevivência e ativação dos linfócitos. Os linfócitos (exceto as 
células de memória) que são privados destes estímulos morrem por apoptose. 
• Não reatividade ao próprio. Uma das propriedades mais marcantes do 
sistema imune de todos os indivíduos normais é sua habilidade em reconhecer, 
responder e eliminar muitos antígenos estranhos (não próprios) enquanto não 
reagem negativamente às suas próprias substâncias antigênicas. A 
irresponsividade imunológica também é chamada de tolerância. A tolerância 
aos próprios antígenos, ou autotolerância, é mantida por vários mecanismos. 
Estes incluem a eliminação de linfócitos que expressam receptores específicos 
para alguns autoantígenos, inativando os linfócitos autorreativos ou 
suprimindo essas células pela ação de outras células (regulatórias). 
Anormalidades na indução ou manutenção da autotolerância levam a respostas 
imunes contra os próprios antígenos (autólogos), o que pode resultar em 
distúrbios denominados doenças autoimunes. A autotolerância é vital para a 
prevenção de reações prejudiciais contra as próprias células e tecidos e 
manutenção de um repertório diverso de linfócitos específicos para antígenos 
estranhos. As respostas imunes são reguladas por um sistema de alças de 
retroalimentação positivas que amplificam a reação e por mecanismos de 
controle que previnem reações inapropriadas ou patológicas. Quando os 
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linfócitos são ativados, eles disparam mecanismos que aumentam a magnitude 
da resposta. Esta retroalimentação positiva é importante para permitir que um 
pequeno número de linfócitos que são específicos para qualquer 
microrganismo produza a resposta necessária para erradicar aquela infecção. 
Muitos mecanismos de controle se tornam ativos nas respostas imunes para 
prevenir a ativação excessiva dos linfócitos, o que pode causar dano colateral 
aos tecidos normais, e para evitar respostas contra os autoantígenos. De fato, 
um balanço entre sinais ativadores e inibidores é uma característica de todas 
as respostas imunes. Mencionaremos exemplos específicos dessas 
características fundamentais do sistema imune ao longo deste livro. 
 
5. ENTENDER O QUE SÃO ANTÍGENOS, EPITOPOS, ANTICORPOS (IGM, IGG, 
IGE E IGA); 
OBS1: Antígeno é toda partícula ou molécula capaz de iniciar uma resposta 
imune, a qual começa pelo reconhecimento pelos linfócitos e cumula com a 
produção de um anticorpo específico. Anticorpo (imunoglobulinas) são 
glicoproteínas sintetizadas e excretadas por células plasmáticas derivadas dos 
linfócitos B, os plasmócitos, presentes no plasma ,tecidos e secreções que 
atacam proteínas estranhas ao corpo(antígenos), realizando assim a defesa do 
organismo(imunidade humoral). Depois que o sistema imunológico entra em 
contato com um antígeno (proveniente de bactérias, fungos, etc.), são 
produzidos anticorpos específicos contra ele. 
OBS²:Epítopo(determinante antigênico) são sequências de aminoácidos 
presentes na estrutura proteica do antígeno que é reconhecida por receptores 
específicos nos anticorpos. 
 
 
ANTÍGENO 
Antígenos (Ag) são substâcias particuladas (células, bactérias, esporos de 
fungos e vírus, entre outras) ou moléculas solúveis (proteínas, glicoproteínas, 
lipoproteínas, polissacarídios) que apresentam duas características principais: 
imunogenicidade (capacidade de ativar linfócitos T e/ou B) e antigenicidade 
(capacidade de reagir com os produtos específicos dessas celulas, no caso os 
anticorpos (Acs) produzidos por linfócitos B ou receptores de LT) 
CARACTERÍSTICAS DA IMUNOGENICIDADE 
 O elemento deve ser estranho; 
 Peso molecular acima de 10 mil daltons; 
 Ter configuração espacial que propicie a resposta imune; 
 Ter determinantes antigênicos acessíveis; 
 Ser administrados em doses adequadas; 
 Ter um bom estado nutricional; 
 Idade funcional do sistema imune 
 
Pelas suas caracterísitcas fisico-quimicas, as proteinas e alguns 
polissacarídios complexos são as principais moléculas que apresentam 
essas duas propriedades (imunogenicidade e antigenicidade). Essa 
definição é utilizada porque há moléculas que, apesar de terem 
antigenicidade, não são imunogênicas; essas moléculas são denominadas 
de haptenos. Haptenos são, portanto, moléculas de baixo peso molecular 
que não tem poder imunogênico, apesar de ter antigenicidade. As 
características físico-químicas de lipídios, carboidratos simples e ácidos 
nucleicos propiciam que estas moléculas atuem como haptenos. 
 
OBS: Os haptenos (como a insulina, penicilina, anilina) podem até serem 
fagocitados por macrófagos e apresentados aos linfócitos, mas por já 
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serem pequenos e ainda degradados (ficarem menor ainda), não são 
capazes de apresentar imunogenicidade. Já quando um hapteno se liga a 
uma proteína carreadora, ao ser fagocitado, degradado e apresentado, 
pode sim, de maneira sucinta, desencadear uma resposta imune. 
 
DETERMINANTE ANTIGÊNICO 
Determinantes antigênicos (epítopos) são sequências específicas de 
aminoácidos capazes de desencadear uma resposta imune. Quando ocorre 
a degradação de microrganismos pela APC, esta apresenta apenas essa 
sequência específica chamada de epítopo ao linfócito, que inicia, por sua 
vez, a resposta imune. 
Um anticorpo não apenas reconhece a sequência dos aminoácidos 
(estrutura primária) como também a sua conformação espacial (estruturas 
secundária e terciária). Cada estrutura pode formar diferentes 
determinantes antigênicos, as estruturas reconhecidas pelos anticorpos. 
Existem proteínas que, por exemplo, precisam ser desnaturadas ou 
clivadas para desvendarem seu 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
determinante antigênico, uma vez que este estava inacessível. Outro caso 
importante são aquelas proteínas que apresentam um epítopo específico e 
quando elas são desnaturadas, perdem essa afinidade com o anticorpo. 
 
OBS1: Determinantes neoantigênicos são aquelas proteínas que 
apresentam sequencias típicas que poderiam desencadear uma resposta 
imune, mas estão inacessíveis na molécula peptídica. Daí, ao entrar em 
ação uma protease, o peptídeo é clivado dando origem a um novo 
determinante. 
REAÇÃO CRUZADA 
O reconhecimento dos determinantes antigênicos por anticorpos, 
apesar de específico, não é tão rigoroso, podendo ocorrer reações de maior 
ou menor avidez com diferentes antígenos. Quando o anticorpo reage com 
outros antígenos, alem daquele que induziu a resposta imune, ocorre o que 
chamamos de reação cruzada. A reação cruzada, no entanto, só ocorre 
quando os determinantes antigênicos são similares àqueles que induziram 
à produção do anticorpo. 
Por exemplo, uma gripe pode ser causada por um vírus “A” e a 
partir dele, são produzidos anticorpos contra ele. No entanto, ao entrar em 
contato com um vírus B, com determinantes antigênicos similares aos dos 
vírus A, propicia-se que os anticorpos contra o vírus A associem-se ao vírus 
B. Isso é uma das explicações de que as gripes serem tão comuns. 
 
INTERAÇÃO ANTÍGENO x ANTICORPO 
Todas as ligações entre o antígeno e o anticorpo são do tipo não- covalentes 
(pontes de hidrogênio, eletrostática, força de Van der Waals, interações 
hidrofóbicas), ou seja, a interação intermolecular Antíngeno-Anticorpo se dá 
por uma atração de forma fraca 
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ANTICORPOS 
Anticorpos (Ac), ou imunoglobulinas (Ig), são glicoproteínas sintetizadas e 
excretadas por células plasmáticas derivadas dos linfócitos B, os plasmócitos, 
presentes no plasma, tecidos e secreções que atacam proteínas estranhas ao 
corpo, chamadas de antígenos, realizando assim a defesa do organismo 
(imunidade humoral). Depois que o sistema imunológico entra em contato com 
um antígeno (proveniente de bactérias, fungos, etc.), são produzidos 
anticorpos específicos contra ele. 
Apresentam como características: 
 Maior variedade de estruturas antigênicas; 
 Maior habilidade de discriminação; 
 Maior força de ligação com o antígeno 
OBS2: A descoberta da presença de imunoglobulinas no sangue se deu a partir 
da injeção de antígenos no soro de camundongos fazendo, logo depois, 
eletroforese do mesmo. Observou-se que, além do pico eminente de albumina, 
picos na fração γ de proteínas. Concluiu-se que γ-proteínas (γ-globulinas) 
corriam no plasma sanguíneo e aumentavam de concentração diante de 
respostas imunes. 
A maioria das imunoglobulinas séricas apresenta migração do tipo gama (na 
eletroforese) e por isso são consideradas imunoglobulinas. O termo anticorpo 
é utilizado quando estamos nos referindo a moléculas da família das Igs que 
têm capacidade de reagir especificamente com um determinado antígeno. 
LOCALIZAÇÃO DAS IMUNOGLOBULINAS 
As imunoglobulinas podem ser de dois tipos: membranar (presentes na 
membrana do LB) ou secretoras (livres no plasma). As Ig membranares são o 
próprio BCR, complexo receptor presente na mebrana do LB. Os anticorpos 
presentes no fluido sanguíneo são aqueles sintetizados pelos plasmócitos (uma 
verdadeira industria de anticorpos), que é a diferenciação do LB. 
Os anticorpos membranares se diferenciam dos secretores por possuir uma 
cauda bem maior em sua estrutura, responsável por fixá-lo firmemente à 
membrana do LB. 
Quando ocorre a ligação antígenoXanticorpo, pode-se diferenciar duas fases: 
• Fase inicial (reconhecimento): realizado pelos Ig membranares (que 
apresenta AA hidrofóbicos). 
• Fase efetora: função dos Ig secretores presentes no plasma (com AA 
hidrofílicos). 
 
 
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MECANISMO DE AÇÃO (DE MORTE) 
O anticorpo, ao reconhecer o antígeno, passado a fase incial, tem início a fase 
efetora, passando, então, pelos seguintes passos: 
 Ativação do sistema complemento através da interação 
antígenoXanticorpo. Esse sistema é responsável por lisar o microrganismo por 
meio do MAC. 
 Opsonização: o anticorpo se liga ao antígeno para facilitar a fagocitose. 
 Neutralização espacial: o anticorpo se liga ao antígeno, fazendo com 
que aquele, ao ser modificado estruturalmente, perca sua função patogênica. 
 Citotoxicidade dependente de anticorpo (ADCC): liberação de 
citocinas (principalmente pelas células NK) se houver interação anticorpo-
antígeno. 
ESTRUTURA DAS IMUNOGLOBULINAS 
A estrutura das Igs só foi estudada na década de 1970, com o uso das enzimas 
proteolíticas pepsina e papaína. Esses experimentos levaram à conclusão de 
que as Igs são formadas por quatro cadeias polipeptídicas de diferentes pesos 
moléculares. 
Duas dessas cadeias possuem PM mais alto, sendo compostas de 450 AA e 
denominadas cadeias pesadas (H). As outras duas cadeias, as leves (L), 
apresentam PM menor e 212 resíduos de aminoácidos. Estas cadeias estão 
associadas entre si por pontes de dissulfeto (ligação forte, de natureza 
covalente) que ocorrem quando existem duas cisteínas próximas, formando 
um tipo de 
 
estrutura globular característico das Igs. Essa estrutura tem forma globular 
porque cada ligação dissulfeto intracadeia forma uma alça peptídica de 60 a 70 
AA. 
As pontes dissulfeto intracadeia dividem as regiões variáveis e constantes 
pertencenteas às cadeias pesadas e leves em domínios específicos a cada tipo 
de Ig. No ápice de das cadeias leve e pesada (na região N-terminal), tem-se a 
região variável (V) que determina a alta especificidade de cada tipo de Ig. Em 
outras palavras, as regiões contantes apresentam função meramente 
estrutural, enquanto as regiões variáveis são as responsáveis pelas 
características específicas de cada Ig, sendo seus genes produtores muito mais 
aleatórios que as outras regiões. 
Nos ensaios utilizando a papaína ocorre clivagem da molécula de Ig em regiões 
acima da ponte de dissulfeto que associa as duas cadeias pesadas originando 
três fragmentos: dois que se unem ao antígeno e são denominados de 
fragmentos Fab (estão sempre associados) e um que se cristaliza quando 
quebram, o Fc. São as Fab que entram em contato com os antígenos (e em sua 
extremidade variável está a associação específica do antígeno com os 
anticorpos) e a Fc, completamente composta de região constante, é 
responsável pela fixação da Ig. 
 
OBS3: Em relação à região variável das Igs, há sequencias de aminoácidos 
hipervariáveis complementares à sequencia de aminoácidos dos 
determinantes atigênicos presentes nos antigenos. As regiões hipervariáveis 
da cadeia pesada estão presentes entre resíduos de 30-35, 50-62 e 94-102 
aminoácidos, formando o que se chama de CDR1 (complementarity 
determining regions 1 = região determinante de complementariedade), CDR2 
e CDR3, respectivamente. Os domínios das imunoglobulinas são duas camadas 
β-laminadas pregueadas distribuídas em 3 a 5 camadas de cadeias 
polipeptídicas antiparalelas. Essas regiões conferem ao anticorpo: 
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 Superfície específica de ligação com o antígeno; 
 Múltiplos contatos com o antígeno; 
 Superfície complementar a estrutura tridimensional do antígeno 
 
TIPOS DE IMUNOGLOBULINAS (ISOTIPOS) 
Os anticorpos podem existir em diferentes formas conhecidas como isotipos 
ou classes. Nos mamíferos existem cinco isotipos diferentes de anticorpos, 
conhecidos como IgA, IgD, IgE, IgG e IgM. Eles possuem o prefixo "Ig" que 
significa imunoglobulina, um outro nome utilizado para anticorpo. Os variados 
tipos se diferenciam pelas suas propriedades biológicas, localizações 
funcionais e habilidade para lidar com diferentes antígenos, como mostrado na 
tabela ao lado. 
O fragmento Fab (mais especificamente, a sua região variável) das Igs confere 
a essas moléculas o reconhecimento específico dos determinantes antigênicos 
enquanto o fragmento Fc, que distingue as classes de Igs, confere funções 
efetoras distintas, de acordo com a capacidade dessas regiões em se associar a 
diferentes receptores ou outras moléculas do sistema imune. 
• IgA (IgA1, IgA2): imunoglobulina dimérica (mais comum, podendo ser 
monomérica e trimérica) encontrado em grandes concentrações nas mucosas 
e em secreções externas (saliva, colostro, lágrimas, secreções urogenitais). Sua 
meia vida é em torno de 6 dias. Tem como função a imunidade das mucosas; 
ativa o sistema complemento pela via alternativa. 
• IgD: é encontrada apenas na BCR, não estando presente nos líquidos 
sanguíneos. Responsável apenas por servir como receptor de antígenos das 
células B. Tem meia vida de 3 dias. 
• IgE: imunoglobulina presente nos liquidos internos do corpo em 
concentrações inferiores a 1%. Tem meia vida de 2 dias.Esta relacionado com 
as reações de hipersensibilidade; combate a helmintos; estimula a secreção de 
histamina pelos basófilos e monócitos. 
• IgG (IgG1, IgG2, IgG3, IgG4): imunoglobulina monomérica (uma única 
unidade básica) presente nos liquidos internos do corpo, correspondendo a 70-
75% do total das Igs séricas. Sua meia vida é longa: 23 dias. As moléculas das 
subclasses da IgGs apresentam capacidade de interagir com antígenos de 
diversos tipos de estruturas quimicas e ativam diferentes mecanismos de 
eliminação antigênica. Tem como funções: opsonização, ativação do 
complemento, citotoxicidade celular dependente de anticorpo, imunidade 
neonatal, inibição por feedback das células B (tem capacidade de atravessas a 
barreira placentária). 
• IgM: imunoglobulina pentamérica (cinco unidades básicas) presente 
nos liquidos internos do corpo e nas secreções externas. Suas cadeias (como 
em todos os Ig poliméricos) são ligados pela cadeia J. Tem media vida de 5 dias. 
Tem como funções: receptor de antígenos das células B inativas, ativação do 
complemento pela via clássica. 
OBS4: A IgG faz parte de respostas secundárias (respostas de memória muito 
mais rápida e eficiente), já a IgM está relacionada a respostas primárias (fase 
aguda). Caso a criança tenha IgG sem nunca ter contato com uma infecção, por 
exemplo, a explicação é o fato da IgG da mãe ter atravessado a barreira 
placentária e imunizado a criança. Mas se for identificado IgM na criança, 
significa que a mesma está desenvolvento imunidade para uma doença que 
está se iniciando ainda. 
OBS5: O que classifica a imunoglobulina ser IgA, IgD, IgE, IgG ou IgM é o gene 
que codificou a cadeia Fc de cada uma: α, δ, ε, γ, μ. Com isso, a Fc das Ig não só 
tem carater estrutural, mas classificatório. 
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7. CONCEITUAR OS TIPOS DE RESPOSTA DE HIPERSENSIBILIDADE E SUAS 
PRINCIPAIS DIFERENÇAS; 
As respostas imunológicas que normalmente são protetoras são também 
capazes de causar lesões teciduais. As reações imunológicas prejudiciais estão 
agrupadas como hipersensibilidade, e as doenças resultantes são chamadas de 
doenças de hipersensibilidade. Esse termo tem origem na ideia de que 
indivíduos que desenvolvem respostas imunológicas contra um antígeno são 
chamados de “sensibilizados” para aquele antígeno e, portanto, reações 
patológicas ou excessivas são manifestações de “hipersensibilidade”. 
Normalmente, um sistema apurado de verificações e equilíbrios otimiza a 
erradicação de organismos infecciosos sem causar lesão grave aos tecidos do 
hospedeiro. Entretanto, as respostas imunológicas podem ter um controle 
inadequado ou ser mal direcionadas contra tecidos do hospedeiro e, nessas 
situações, a resposta normalmente benéfica é a causa da doença. 
Causas das Reações de Hipersensibilidade 
Respostas imunológicas patológicas podem ser direcionadas contra diversos 
tipos de antígenos, podendo ser causadas pelas anormalidades listadas a 
seguir. 
• Autoimunidade: reações contra antígenos próprios. Normalmente, o 
sistema imunológico não reage contra os antígenos do próprio indivíduo. Esse 
fenômeno é chamado de autotolerância, significando que todos nós 
“toleramos” nossos próprios antígenos. Algumas vezes, a autotolerância falha, 
resultando em reações contra células e tecidos do próprio indivíduo, reações 
que coletivamente constituem uma autoimunidade. As doenças causadas pela 
autoimunidade são chamadas de doenças autoimunes. 
• Reações contra os microrganismos. Diversos tipos de reação contra os 
antígenos microbianos podem causar doença. Em alguns casos, a reação parece 
ser excessiva ou o antígeno microbiano é atipicamente persistente. Se forem 
produzidos anticorpos contra tais antígenos, eles podem se ligar aos antígenos 
microbianos, produzindo complexos imunes que se depositam nos tecidos e 
desencadeiam inflamação; esse é o mecanismo por trás da glomerulonefrite 
pós-estreptocócica. As respostas das células T contra patógenos persistentes 
podem originar inflamação grave, algumas vezes com formação de 
granulomas; essa é a causa da lesão tecidual na tuberculose e outras infecções. 
Raramente os anticorpos ou as células T reativas a um microrganismo 
apresentam reação cruzada com um tecido do hospedeiro; acredita-se que essa 
seja a base da doença cardíaca reumática. Algumas vezes, a resposta 
imunológica capaz de causar doença pode ser completamente normal, mas no 
processo de erradicar a infecção os tecidos do hospedeiro são danificados. Nas 
hepatites virais, o vírus que infecta as células do fígado não é citopático, mas é 
reconhecido como estranho pelo sistema imunológico. As células T citotóxicas 
tentam eliminar as células infectadas, e essa resposta imunológica normal 
danifica as células hepáticas. 
• Reações contra antígenos ambientais. A maioria dos indivíduos saudáveis 
não apresenta reação forte contra substâncias normais existentes no meio 
ambiente (p. ex., pólen, pelo de animais ou ácaros de poeira), mas quase 20% 
da população é “alérgica” a essas substâncias. Esses indivíduos são 
geneticamente predispostos a realizar uma resposta imunológica não usual a 
vários antígenos não infecciosos, por outro lado inofensivos, aos quais todas as 
pessoas são expostas mas apenas algumas reagem contra. Em todas essas 
condições, a lesão tecidual é causada pelos mesmos mecanismos que 
normalmente eliminam patógenos infecciosos, ou seja, anticorpos, linfócitos T 
efetores e outras células efetoras. O problema nessas doenças é que a resposta 
é desencadeada e mantida impropriamente. Como os estímulos para essas 
respostas imunológicas anormais são difíceis ou impossíveis de ser eliminados 
(p. ex., autoantígenos, patógenos persistentes ou antígenos ambientais) e o 
sistema imunológico tem muitas vias intrínsecas de feedback positivo 
(mecanismos de amplificação), uma vez que a resposta imunológica patológica 
se inicia é difícil controlá-la ou finalizá-la. Consequentemente, essas doenças 
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de hipersensibilidade tendem a ser crônicas, quase sempre debilitantes, 
representando um desafio terapêutico. Já que a inflamação, tipicamente a 
inflamação crônica, é o principal componente da patologia dessas desordens, 
às vezes elas são agrupadas sob a nomenclatura doenças inflamatórias 
mediadas pelo sistema imunológico. 
Tipos de Reações de Hipersensibilidade 
As reações de hipersensibilidade são tradicionalmente 
subdivididas em quatro tipos baseados no principal 
mecanismo imunológico para danos; três são variações da 
lesão mediada por anticorpos, enquanto a quarta é 
mediada por células T. A razão para essa classificação é 
que o mecanismo de lesão imunológica é frequentemente 
uma ótima maneira de prever as manifestações clínicas e 
pode até mesmo ajudar a guiar o tratamento. Entretanto, 
essa classificação das doenças imunológicas não é perfeita, 
pois diversas reações imunológicas podem coexistir em 
uma doença. 
• A hipersensibilidade imediata (tipo I), 
frequentemente chamada de alergia, resulta da ativação 
do subtipo TH2 de linfócitos T auxiliares CD4+ pelos 
antígenos ambientais, levando à produção de anticorpos 
IgE, que se ligam aos mastócitos. Quando essas moléculas 
de IgE se ligam ao antígeno (alérgeno), os mastócitos são estimulados a liberar 
mediadores que afetam, por algum tempo, a permeabilidade vascular e 
induzem a contração dos músculos lisos em diversos órgãos e podem estimular 
uma inflamação mais prolongada