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historia e teoria da educação fisica

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HISTÓRIA E TEORIA 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA
CURSOS DE GRADUAÇÃO – EAD
História e Teoria da Educação Física – Prof.ª Ms. Fernanda Moreto Impolcetto e 
Prof. Ms. Edson Renato Nardi 
Meu nome é Fernanda Moreto Impolcetto. Sou mestre em Ciências da 
Motricidade pela Unesp de Rio Claro (SP) e formada no curso de 
Licenciatura em Educação Física pela mesma instituição, na qual 
desenvolvo pesquisas, especialmente, na área da Educação Física escolar 
como membro do grupo de estudos LETPEF (Laboratório de Estudos e 
Trabalhos Pedagógicos em Educação Física), coordenado pela Profª. Drª. 
Suraya Darido. Já ministrei aulas de Educação Física para a Educação 
Infantil, para o Ensino Fundamental e para o Ensino Médio. Atualmente, 
dedico-me à formação de professores, atuando nos cursos de Licenciatura 
e de Bacharelado em Educação Física das Faculdades Integradas Claretianas de Rio Claro. 
E-mail: fe_moreto@yahoo.com.br
Saudações aos navegantes! Meu nome é Edson Renato Nardi sou 
Filósofo e Educador Físico, com mestrado (2010) e doutorando em 
Educação pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho 
- Araraquara. Atualmente, atuo na coordenação da graduação em 
Filosofia no Claretiano – Centro Universitário. Atuo, também, na rede 
pública de ensino do estado de São Paulo como professor efetivo nas 
disciplinas de Educação Física e Filosofia. Possuo uma experiência de 
aproximadamente 20 anos em escolas públicas na área de Ensino 
Fundamental e Médio. No presente momento, tenho focado meus 
estudos na área de Estética e Escola de Frankfurt bem como estudos 
antropológicos sobre os rituais de passagem presentes no universo escolar.
E-mail: coordenacao-filosofia@claretiano.edu.br
Os autores agradecem a colaboração da Prof.ª Dr.ª Ana Martha de 
Almeida Limongelli, pela organização dos temas desenvolvidos.
Fazemos parte do Claretiano - Rede de Educação
HISTÓRIA E TEORIA 
DA EDUCAÇÃO FÍSICA
Fernanda Moreto Impolcetto
Edson Renato Nardi
Batatais
Claretiano
2020
© Ação Educacional Claretiana, 2012 – Batatais (SP)
Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução, a transmissão total ou parcial por qualquer 
forma e/ou qualquer meio (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia, gravação e distribuição 
na web), ou o arquivamento em qualquer sistema de banco de dados sem a permissão por escrito 
do autor e da Ação Educacional Claretiana.
Reitor: Prof. Dr. Pe. Sérgio Ibanor Piva
Vice-Reitor: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Administrativo: Pe. Luiz Claudemir Botteon
Pró-Reitor de Extensão e Ação Comunitária: Prof. Dr. Pe. Cláudio Roberto Fontana Bastos
Pró-Reitor Acadêmico: Prof. Me. Luís Cláudio de Almeida
Coordenador Geral de EaD: Prof. Me. Evandro Luís Ribeiro
CORPO TÉCNICO EDITORIAL DO MATERIAL DIDÁTICO MEDIACIONAL
Coordenador de Material Didático Mediacional: J. Alves
Preparação: Aline de Fátima Guedes • Camila Maria Nardi Matos • Carolina de Andrade Baviera 
• Cátia Aparecida Ribeiro • Elaine Aparecida de Lima Moraes • Josiane Marchiori Martins 
• Lidiane Maria Magalini • Luciana A. Mani Adami • Luciana dos Santos Sançana de Melo • 
Patrícia Alves Veronez Montera • Simone Rodrigues de Oliveira
Revisão: Eduardo Henrique Marinheiro • Filipi Andrade de Deus Silveira • Rafael Antonio 
Morotti • Rodrigo Ferreira Daverni • Vanessa Vergani Machado
Projeto gráfico, diagramação e capa: Bruno do Carmo Bulgarelli • Joice Cristina Micai • Lúcia 
Maria de Sousa Ferrão • Luis Antônio Guimarães Toloi • Raphael Fantacini de Oliveira • Tamires 
Botta Murakami
Videoaula: André Luís Menari Pereira • Bruna Giovanaz Bulgarelli • Gustavo Fonseca • Luis 
Gustavo Millan • Marilene Baviera • Renan de Omote Cardoso
INFORMAÇÕES GERAIS
Cursos: Graduação
Título: História e Teoria da Educação Física 
Versão: fev./2020
Formato: 15x21 cm
Páginas: 222 páginas
SUMÁRIO
CADERNO DE REFERÊNCIA DE CONTEÚDO
1 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 7
2 ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO .......................................................................... 8
Unidade 1 – A HISTÓRIA DAS ATIVIDADES FÍSICAS E DA EDUCAÇÃO 
FÍSICA NO BRASIL
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 25
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 25
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 26
4 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 27
5 aTiVidade FÍSiCa na PRÉ-HiSTÓRia .............................................................. 28
6 ATIVIDADE FÍSICA NA GRÉCIA ANTIGA........................................................... 29
7 OS JOGOS OLÍMPICOS DA ANTIGUIDADE ...................................................... 36
8 A ATIVIDADE FÍSICA NA ROMA ANTIGA ......................................................... 57
9 A ATIVIDADE FÍSICA NA IDADE MÉDIA ........................................................... 59
10 A ATIVIDADE FÍSICA NO RENASCIMENTO ..................................................... 67
11 A ATIVIDADE FÍSICA NA IDADE MODERNA E CONTEMPORÂNEA ............... 69
12 A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA NO BRASIL .............................................. 77
13 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 85
14 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 86
15 e-ReFeRÊnCiaS ................................................................................................ 86
16 ReFeRÊnCiaS BiBLiOGRÁFiCaS ...................................................................... 87
Unidade 2 – COnCeiTOS e PRÁTiCaS SOCiaiS ReLaCiOnadOS À 
EDUCAÇÃO FÍSICA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 89
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 89
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 90
4 inTROdUÇÃO À Unidade ............................................................................... 90
5 TRABALHO, TEMPO LIVRE, RECREAÇÃO E LAZER .......................................... 91
6 BRINCADEIRA E JOGO ...................................................................................... 112
7 ESPORTE ............................................................................................................ 123
8 DANÇA ............................................................................................................... 137
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 140
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 141
11 e-ReFeRÊnCiaS ................................................................................................ 141
12 ReFeRÊnCiaS BiBLiOGRÁFiCaS ...................................................................... 141
Unidade 3 – A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO COMPONENTE CURRICULAR 
da edUCaÇÃO BÁSiCa, COMO PROFiSSÃO e CURSO de 
GRADUAÇÃO
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 143
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 144
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 144
4 INTRODUÇÃO ................................................................................................... 144
5 A EDUCAÇÃO FÍSICA COMO COMPONENTE CURRICULAR ........................... 145
6 EDUCAÇÃO FÍSICA COMO PROFISSÃO ........................................................... 164
7 EDUCAÇÃO FÍSICA COMO CURSO DE GRADUAÇÃO ......................................172
8 edUCaÇÃO FÍSiCa COMO ÁRea de COnHeCiMenTO .................................. 174
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 179
10 CONSIDERAÇÕES .............................................................................................. 180
11 e-ReFeRÊnCiaS ................................................................................................ 180
12 ReFeRÊnCiaS BiBLiOGRÁFiCaS ...................................................................... 180
Unidade 4 – CONCEITUAÇÃO DE EDUCAÇÃO FÍSICA
1 OBJETIVOS ........................................................................................................ 183
2 CONTEÚDOS ..................................................................................................... 184
3 ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE ............................................... 184
4 inTROdUÇÃO À Unidade ............................................................................... 185
5 REFLEXÕES CONTEMPORÂNEAS SOBRE O CONCEITO DE EDUCAÇÃO 
FÍSICA ................................................................................................................ 186
6 EDUCAÇÃO FÍSICA COMO PROFISSÃO ........................................................... 203
7 EDUCAÇÃO FÍSICA COMO CURSO DE GRADUAÇÃO ...................................... 212
8 edUCaÇÃO FÍSiCa COMO ÁRea de COnHeCiMenTO .................................. 214
9 QUESTÕES AUTOAVALIATIVAS ........................................................................ 219
10 CONSIDERAÇÕES FINAIS .................................................................................. 220
11 e-ReFeRÊnCiaS ................................................................................................ 220
12 ReFeRÊnCiaS BiBLiOGRÁFiCaS ...................................................................... 221
CRC
Caderno de 
Referência de 
Conteúdo
1. INTRODUÇÃO
O estudo de História e Teoria da Educação Física possibilitará 
que você conheça a história das atividades físicas e da Educação 
Física no mundo e no Brasil, bem como conceitos básicos da área, 
além das diversas manifestações da Educação Física no contexto 
social e no mercado de trabalho.
Na Unidade 1, aprenderemos o processo de formação e de-
-senvolvimento das atividades físicas nos diversos períodos históri-
cos da humanidade, desde a Pré-história, passando pela Antiguida-
de, Idade Média, Renascimento, Idade Moderna e Contemporânea. 
Pesquisaremos, ainda, a história da Educação Física no Brasil.
A Unidade 2 nos traz alguns conceitos básicos da área, como 
lazer e recreação, brincadeira, jogo, esporte e dança.
Já na Unidade 3, analisaremos a Educação Física como com-
-ponente curricular da Educação Básica, ou seja, na escola, como 
profissão, como curso de graduação e área de conhecimento.
© História e Teoria da Educação Física8
E, por fim, na Unidade 4, abordaremos a evolução do concei-
to de Educação Física ocorrido na contemporaneidade. As princi-
pais tendências surgidas nas últimas décadas e a regulamentação 
desta profissão no mercado de trabalho brasileiro.
Esperamos que você aproveite bem o curso! 
2. ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO
Abordagem Geral
Aqui, você entrará em contato com os assuntos principais 
deste conteúdo de forma breve e geral e terá a oportunidade de 
aprofundar essas questões no estudo de cada unidade. Desse 
modo, essa Abordagem Geral visa fornecer-lhe o conhecimento 
básico necessário a partir do qual você possa construir um refe-
rencial teórico com base sólida – científica e cultural – para que, no 
futuro exercício de sua profissão, você a exerça com competência 
cognitiva, ética e responsabilidade social.
O conteúdo desta obra trata do desenvolvimento das ativi-
dades físicas ao longo dos períodos históricos da humanidade, ou 
seja, desde a Pré-história até a Idade Contemporânea, identifican-
do as atividades físicas mais significativas praticadas em cada um 
desses períodos. Além disso, veremos a história da implementa-
ção e do desenvolvimento da Educação Física no Brasil.
Estudaremos, ainda, alguns conceitos e algumas práticas sociais 
relacionados à área da Educação Física, como, por exemplo: "recrea-
ção" e "lazer" são conceitos com o mesmo significado? "Brincadeira" 
e "jogo" podem ser definidos da mesma maneira? Além desses con-
ceitos, verificaremos as definições de "esporte" e "dança".
Analisaremos, também, a conceituação da Educação Física 
com base em suas manifestações sociais.
Começaremos pela história da Educação Física: quais foram 
as atividades físicas mais significativas praticadas pelo homem na 
Pré-história?
9
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Nessa época, os homens simplesmente dependiam do movimen-
to, ou seja, do ato físico, para sobreviver, pois, em um primeiro momen-
to, viviam como nômades, isto é, deslocavam-se de um lugar a outro 
em busca de alimentos. Nesses percursos, eles caminhavam, corriam, 
nadavam, pescavam, caçavam e lançavam objetos; enfim, dependiam 
dos movimentos corporais para conseguir alimento e sobreviver.
Em um segundo momento, quando passaram a manusear 
objetos e a desenvolver as técnicas rudimentares de cultivo da ter-
ra e a domesticação dos animais, deixaram de ser nômades para fi-
xar moradia. No entanto, esse processo não aconteceu ao mesmo 
tempo para todos os grupos humanos, o que provocou conflitos 
entre os que continuavam nômades e os já estabelecidos. Surge, 
então, nos grupos de moradia fixa, a necessidade de utilizar o tem-
po livre para treinamento contra as invasões. É a primeira vez que 
a atividade física passa da condição utilitária para uma concepção 
esportiva, relacionada, nesse caso, ao treinamento.
Além das atividades praticadas em função da sobrevivência, 
as danças e os jogos em equipe são considerados atividades físicas 
significativas para o homem na Pré-história. A dança era praticada, 
basicamente, sob um caráter ritualístico e lúdico. Os jogos, espe-
cialmente os com bola, cumpriam relevante papel social, pois, ne-
les, as crianças imitavam as atividades dos adultos.
Já no período histórico da Antiguidade, Grécia e Roma de-
sempenharam papéis fundamentais em relação à prática das ati-
vidades físicas.
Na Grécia, as atividades físicas serviam à formação integral 
dos homens, e os Jogos Olímpicos provavelmente foram o maior 
legado desse povo à humanidade.
Criados em homenagem a Zeus, os Jogos Olímpicos aconte-
ciam de quatro em quatro anos, na cidade de Olímpia, e represen-
tavam o maior encontro pacífico entre as cidades-estados gregas, 
pois, antes dos jogos, todos os conflitos eram suspensos.
© História e Teoria da Educação Física10
As modalidades de maior destaque nos Jogos Olímpicos da 
Antiguidade foram: as provas de corrida, de ataque e de defesa, 
os esportes equestres, o pentatlo e as provas juvenis e artísticas.
Só participavam dos jogos os homens considerados cidadãos 
gregos. Os escravos, os estrangeiros e as mulheres eram impedidos 
de participar das disputas. As mulheres casadas, inclusive, eram 
proibidas até de assistir aos jogos, com pena de serem atiradas de 
cima de um rochedo se isto acontecesse.
Os Jogos Olímpicos aconteceram por 12 séculos e sem inter-
rupções, mas, no ano 393, o imperador romano Teodósio aboliu, 
oficialmente, o festival que representou uma das mais extraordi-
nárias contribuições da Grécia para a história.
Ainda no período da Antiguidade, em Roma, destacavam-se, 
especialmente, os jogos públicos realizados nos grandes circos e 
anfiteatros.
O mais famoso anfiteatro foi o Coliseu, palco das lutas dos 
gladiadores, que travavam combates entre si ou contra feras, uti-
lizando vários tipos de armas. Os romanos também tinham inte-
resse por atividades de banho e de natação; muitas termas foram 
construídas em Roma, e estas eram locais sofisticados com diver-
sas instalações.
Na Idade Média, com a ascensão da Igreja Católica, que só 
encorajava asatividades que conduzissem o homem à busca pela 
vida celestial, as atividades físicas passaram por um período de 
profunda decadência, sobrevivendo, apenas, por meio da cavala-
ria, que se desenvolveu e adquiriu grande importância, especial-
mente porque contava com o apoio da Igreja.
As atividades físicas mais praticadas na Idade Média foram 
os jogos equestres, como o torneio e a giostra, além de outros. O 
torneio era uma disputa entre dois grupos de cavaleiros armados 
com lanças, que buscavam derrubar os adversários para vencer. 
11
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Já a giostra era uma competição entre apenas dois cavaleiros que 
corriam um na direção do outro empunhando uma lança, tentan-
do derrubar o oponente.
O período histórico seguinte, denominado Renascimento, 
representou uma nova concepção do mundo e do papel do ser 
humano, que retomou a posição central, antes ocupada pelo teo-
centrismo, imposto pela Igreja no período medieval. Inspirados 
na Antiguidade Clássica, os humanistas, responsáveis pelo movi-
mento renascentista, resgataram a importância do corpo, e, numa 
tentativa de reintegrar o físico e o estético às preocupações educa-
cionais, as atividades físicas tornaram-se assunto dos intelectuais.
De acordo com alguns autores, esse período representou o res-
surgimento das atividades físicas muito mais no plano teórico do que 
no prático, e os jogos com bola foram as atividades físicas mais sig-
nificativas dessa época. Praticados especialmente na Europa, muitos 
desses jogos deram origem aos principais jogos com bola praticados 
atualmente, como o futebol, o tênis e o golfe, por exemplo.
A Idade Moderna e o início da Idade Contemporânea são 
marcados pelo surgimento dos movimentos ginásticos europeus, 
relacionados, diretamente, ao nacionalismo e às questões milita-
res dos países de tal continente.
Basicamente, esses movimentos ginásticos foram criados e 
desenvolvidos como meios de preparar a população para defender 
seus países nas guerras que aconteciam na Europa por questões 
territoriais e de poder. Os modelos ginásticos mais conhecidos fo-
ram o alemão, o sueco, o nórdico e o francês, que, inclusive, foram 
implementados na Educação Física escolar brasileira. 
Oficialmente, a inclusão da Educação Física nos currículos 
escolares aconteceu em 1851, mas sua prática ficou relegada, ape-
nas, às escolas do Rio de Janeiro, capital do país naquela época. 
Nesse período, a disciplina sofreu grande influência dos médicos e, 
por isso, desenvolveu-se com um caráter higienista.
© História e Teoria da Educação Física12
A partir da década de 1920, com as reformas educacionais 
promovidas pelos estados brasileiros, a Educação Física passou a 
ser praticada em todas as escolas do país; mais conhecida com o 
nome "ginástica".
Nesse período, a Educação Física sofreu influência dos mé-
todos ginásticos europeus e suas relações com o militarismo fo-
ram estreitadas, tanto que, a partir de 1930, o Método Francês 
de ginástica foi oficialmente adotado pelas escolas brasileiras. Os 
métodos ginásticos eram concebidos com forte conotação militar 
e tinham por objetivo melhorar a aptidão física dos indivíduos no 
sentido de torná-los mais aptos e úteis à sociedade.
A partir de 1960, porém, o esporte que havia se tornado um 
fenômeno mundial desde a década de 1950 passou a adquirir es-
paço na Educação Física por meio do Método Desportivo Genera-
lizado, que tinha por finalidade integrar o conteúdo esportivo aos 
métodos da Educação Física, enfatizando o componente lúdico e 
utilizando o jogo como principal conteúdo.
Com o golpe militar de 1964, o esporte, contando com o 
apoio do governo, transformou-se em razão de Estado e passou 
a ser conteúdo praticamente hegemônico das aulas de Educação 
Física escolar. Essa situação trouxe muitos benefícios à Educação 
Física, como o aumento do número de cursos de formação de pro-
fessores da área, os investimentos, sua consolidação como discipli-
na obrigatória em todos os níveis de ensino, dentre outras coisas. 
Em contrapartida, na escola, as consequências foram drásticas, 
pois, com a responsabilidade de servir de base à seleção de novos 
talentos, as aulas de Educação Física provocavam a escolha pelos 
alunos mais aptos, a busca pela vitória e a quebra de recordes, que 
são características do esporte de rendimento.
Na década de 1980, o modelo esportivista passou a ser mui-
to criticado, e surgiram novas propostas pedagógicas na área, que 
tinham em comum a tentativa de romper com esse modelo consi-
derado tradicional. Agora, destacaremos os conceitos e as práticas 
sociais relacionados à área da Educação Física.
13
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Iniciaremos pelos conceitos de "recreação" e "lazer": o que 
é recreação? Como o lazer pode ser definido? Será que esses con-
ceitos expressam a mesma coisa?
Na verdade, a resposta a essa última pergunta é não – pelo 
menos na concepção de Jofre Dumazedier, reconhecido autor da 
sociologia do lazer. Para ele, o conceito de lazer é mais amplo do 
que o conceito de recreação, além de o incorporar. 
O conceito de recreação nasceu no final do século 19, nos 
Estados Unidos, com base no movimento de urbanização norte-a-
mericano. Com o fluxo da população do campo para as cidades, as 
áreas rurais foram transformadas em Parques Nacionais de preser-
vação da terra, da vegetação e dos recursos naturais.
Intencionando proporcionar distração aos visitantes e con-
servar a natureza, surgiu o conceito de recreação, relacionado às 
atividades que as pessoas realizavam nos parques, no sentido de 
preservar e de se divertir ao mesmo tempo.
No entanto, com o crescimento da industrialização, esse 
conceito passou a ser insuficiente para designar as necessidades 
dos trabalhadores de compensar a tensão do trabalho e de relaxa-
mento. Surge, então, o conceito de lazer, que é considerado mais 
amplo do que o de recreação por incluir a função recreativa e ir 
além, em virtude da necessidade de desenvolvimento cultural e 
de descanso.
Analisando essas práticas sociais, conheceremos, também, 
os conceitos de "brincadeira", "jogo" e "esporte". Quais são as 
principais diferenças existentes entre essas atividades? "Brincadei-
ra" e "jogo" são sinônimos? Que diferença há entre jogo e esporte?
A brincadeira e o jogo são atividades com características co-
muns, como, por exemplo, o fato de buscarem prazer e diversão e 
de serem completas em si mesmas, ou seja, de não dependerem 
do resultado de outra atividade para acontecerem e de não objeti-
varem recompensas materiais.
© História e Teoria da Educação Física14
Mas grande parte dos autores que se dedicam a estudar 
esses fenômenos concordam que a principal diferença entre a 
brincadeira e o jogo está relacionada à natureza das regras. Na 
brincadeira, existem regras que não são fixas e que podem ser mo-
dificadas a qualquer momento pelos participantes. Já no jogo, há 
uma sistematização das regras, que são fixas, diferentemente do 
que acontece na brincadeira.
Entretanto, você pode perguntar: e no esporte? As regras 
são fixas? Com toda certeza. Além disso, elas possuem o caráter 
da universalidade, como no voleibol, que é jogado com as mesmas 
regras tanto aqui no Brasil quanto no Japão, por exemplo.
Outras características do esporte são seu caráter competi-
tivo, de busca pela vitória, sua quebra de recordes e sua subordi-
nação a uma ampla organização, que extrapola os interesses dos 
participantes ativos da ação, como os atletas e torcedores, por 
exemplo, pois é regido por órgãos especializados, como as Federa-
ções e Confederações.
Todavia, existem, ainda, a secularização e a racionalização, 
que são características responsáveis por distinguir o esporte mo-
derno do esporte de outras épocas.
"Secularização" é o processo pelo qual realidades de domí-
nio religioso ou sagrado passam a pertencer ao domínio profano 
ou leigo. Os Jogos Olímpicos da Antiguidade,por exemplo, eram 
festivais sagrados criados em homenagem a Zeus. Já o esporte 
moderno nasceu na Inglaterra, após a Revolução Industrial, sem 
nenhum vínculo religioso.
A racionalização do esporte moderno desenvolveu-se por 
meio da quantificação das ações dos competidores (como o nú-
mero de passes corretos, a quantidade de arremessos convertidos 
e o número de chutes a gol), da especialização dos atletas e da 
elaboração de estratégias e táticas de jogo cada vez mais formais e 
15
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
calculistas, que sempre objetivam alcançar o melhor desempenho 
dos atletas e das equipes nas competições. 
Outra atividade a ser conceituada é a dança, considerada 
uma das formas mais antigas de manifestação da expressão corpo-
ral, que surgiu e se desenvolveu na medida em que o ser humano 
sentiu necessidade de se comunicar e de se expressar.
Em todas as épocas históricas, a dança desempenhou para 
os povos uma representação de suas manifestações e emoções e a 
comunicação de suas características culturais.
A dança pode ser basicamente considerada movimento e 
gesto com ritmo, que se desenvolvem em espaço e tempo deter-
minados. O ritmo está relacionado a um período de tempo dividi-
do em determinados intervalos e pode ser externo, como a músi-
ca, ou interno, como os batimentos cardíacos.
Nos dedicaremos, também, à analisar as mudanças contem-
porâneas que aconteceram na Educação Física partindo desde a 
tentativa de redefinição de seu objetivo de estudo, até as princi-
pais tendências que tem influenciado a Educação Física na con-
temporaneidade.
Por fim, vamos lidar com a profissionalização de nossa área 
de conhecimento e, para isso, lidaremos com a Lei nº 9.696, de 1º 
de setembro de 1998, em que nossa profissão foi regulamentada 
e que foram criados seus respectivos Conselhos Regionais e seu 
Conselho Federal. Por isso, a atuação no mercado de trabalho do 
profissional da Educação Física só pode ser exercida por pessoas 
formadas em cursos de Educação Física ou por provisionados.
Os provisionados são as pessoas que já trabalhavam na área 
desde antes da promulgação da lei de regulamentação da profis-
são e que, mesmo não possuindo formação em um curso de Gra-
duação nessa área, tiveram assegurado o seu direito de continuar 
atuando. No entanto, houve um prazo determinado para o regis-
© História e Teoria da Educação Física16
tro dos provisionados no Conselho Federal de Educação Física, 
que durou até 30 de agosto de 2003. Esse registro dependia de 
comprovação oficial de exercício da atividade por, no mínimo, três 
anos antes do dia 2 de setembro de 1998, quando a lei nº 9.696 foi 
publicada no Diário Oficial.
O exercício profissional tinha de ser comprovado por carteira 
assinada, contrato de trabalho ou documento público oficial que o 
confirmasse. Além disso, o requerente tinha de indicar, obrigatoria-
mente, uma atividade principal, com identificação explícita da moda-
lidade para seu exercício, bem como de assinar um termo de compro-
misso com as resoluções do CONFEF (Conselho Federal de Educação 
Física) e do CREFs (Conselhos Regionais de Educação Física).
Por exemplo: se determinada pessoa trabalhava com futebol 
na época da promulgação da lei, ela poderia continuar exercendo 
tal atividade desde que comprovasse que sua atuação profissional 
já acontecia há pelo menos três anos antes da lei. Por meio de ins-
crição no CREF, ela teria assegurado o direito de continuar traba-
lhando, mas somente com futebol, pois, na cédula de identificação 
profissional, essa atividade vem especificada.
Depois de registrados, os provisionados tiveram de pas-
sar por cursos de capacitação, que visavam assegurar a eles uma 
formação mínima na área, fornecendo-lhes conhecimentos so-
bre anatomia, fisiologia, psicologia e aprendizagem motora, bem 
como questões pedagógicas e ético-profissionais, com o objetivo 
de assegurar a responsabilidade no exercício profissional e a segu-
rança das pessoas que receberiam seus serviços.
Em relação à Educação Física como curso de Graduação, é 
importante compreender que a formação nessa área atualmente 
se bifurca em Licenciatura e Bacharelado, distinção essa que acon-
teceu pela necessidade de oferecer ao mercado de trabalho pro-
fissionais mais especializados.
Desse modo, o licenciado poderá atuar somente na área da 
Educação Básica, ou seja, com a Educação Infantil e os Ensinos 
17
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Fundamental e Médio, cabendo ao bacharel, portanto, atuar nas 
demais áreas do mercado de trabalho de tal área, como o treina-
mento esportivo, a preparação física, a gestão esportiva, a recrea-
ção e o lazer, dentre outras atividades, exceto na escola.
Contudo, qualquer profissional formado em qualquer uma 
dessas áreas pode fazer complementação na outra para atuar no 
mercado de trabalho plenamente.
Além disso, os cursos são regulamentados por leis diferen-
tes, que determinam que a duração da Licenciatura deva ser de 
três anos e sua carga horária mínima de 2.800 horas, enquanto o 
curso de Bacharelado deve acontecer em quatro anos, com carga 
horária mínima de 3.200 horas.
Para encerrar esta síntese, vamos verificar duas posições di-
ferentes sobre a constituição da Educação Física como área de co-
nhecimento. Será que a Educação Física pode ser considerada uma 
disciplina acadêmica que produz conhecimento?
Para grande parte dos pesquisadores da área, a resposta é 
sim, apesar de, historicamente, a Educação Física ter desenvolvido 
uma relação maior com a prática no campo da intervenção. Alguns 
autores inclusive defendem a necessidade da constituição de um 
corpo teórico de conhecimentos, no sentido de dar identidade à 
área, proporcionar autenticidade à profissão e provocar melhora 
efetiva no trabalho profissional.
No entanto, há concepções que apontam para o fato de que 
a Educação Física não pode se constituir como área de conheci-
mento, pois seu objeto de estudo – considerando, neste caso, as 
atividades corporais – também pode ser estudado por outras ciên-
cias. Além disso, o profissional da área, por trabalhar, diretamen-
te, como interventor, não produz; só emprega os conhecimentos 
adquiridos por meio da formação inicial nos cursos de Graduação.
Estes são pontos de vista bem diferentes, mas que merecem 
ser analisados, pois apresentam questões relevantes.
© História e Teoria da Educação Física18
Para finalizar, desejamos que este estudo contribua, de fato, 
para a sua formação profissional. Que a compreensão da história e 
dos conceitos importantes da área possibilitem a reflexão sobre o 
papel e a importância da Educação Física na sociedade e auxiliem 
na prática de sua futura profissão.
Um forte abraço. Bons estudos!
Glossário de Conceitos
O Glossário de Conceitos permite a você uma consulta rápi-
da e precisa das definições conceituais, possibilitando-lhe um bom 
domínio dos termos técnico-científicos utilizados na área de co-
nhecimento dos temas tratados em História e Teoria da Educação 
Física. Veja, a seguir, a definição dos principais conceitos:
1) Cultura corporal de movimento ou cultura corporal: pode 
ser entendida como as práticas ou os atos físicos fora do 
mundo do trabalho que foram codificados em diversas mo-
dalidades e formam um acervo da história da humanidade. 
Portanto, são conteúdos da cultura corporal de movimen-
to: os jogos, os esportes, as danças, as lutas, a capoeira, 
dentre outras práticas constituídas historicamente.
2) Metecos: eram os estrangeiros livres; os nascidos fora 
das cidades-estados. 
3) Olimpiônicos: os atletas vencedores eram assim chama-
dos, pois a denominação "olímpico" era somente relega-
da aos deuses.
Esquema dos Conceitos-chave
Para que você tenha uma visão geral dos conceitos mais 
importantes deste estudo, apresentamos, a seguir (Figura 1), um 
Esquema dos Conceitos-chave. O mais aconselhável é que você 
mesmo faça o seu esquema de conceitos-chave ouaté mesmo o 
seu mapa mental. Esse exercício é uma forma de você construir o 
seu conhecimento, ressignificando as informações a partir de suas 
próprias percepções. 
19
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
É importante ressaltar que o propósito desse Esquema dos 
Conceitos-chave é representar, de maneira gráfica, as relações entre 
os conceitos por meio de palavras-chave, partindo dos mais com-
plexos para os mais simples. Esse recurso pode auxiliar você na or-
denação e na sequenciação hierarquizada dos conteúdos de ensino. 
Com base na teoria de aprendizagem significativa, entende-se 
que, por meio da organização das ideias e dos princípios em esque-
mas e mapas mentais, o indivíduo pode construir o seu conhecimen-
to de maneira mais produtiva e obter, assim, ganhos pedagógicos 
significativos no seu processo de ensino e aprendizagem. 
Aplicado a diversas áreas do ensino e da aprendizagem esco-
lar (tais como planejamentos de currículo, sistemas e pesquisas em 
Educação), o Esquema dos Conceitos-chave baseia-se, ainda, na ideia 
fundamental da Psicologia Cognitiva de Ausubel, que estabelece que 
a aprendizagem ocorre pela assimilação de novos conceitos e de pro-
posições na estrutura cognitiva do aluno. Assim, novas ideias e infor-
mações são aprendidas, uma vez que existem pontos de ancoragem. 
Tem-se de destacar que "aprendizagem" não significa, ape-
nas, realizar acréscimos na estrutura cognitiva do aluno; é preci-
so, sobretudo, estabelecer modificações para que ela se configure 
como uma aprendizagem significativa. Para isso, é importante con-
siderar as entradas de conhecimento e organizar bem os materiais 
de aprendizagem. Além disso, as novas ideias e os novos concei-
tos devem ser potencialmente significativos para o aluno, uma vez 
que, ao fixar esses conceitos nas suas já existentes estruturas cog-
nitivas, outros serão também relembrados. 
Nessa perspectiva, partindo-se do pressuposto de que é você 
o principal agente da construção do próprio conhecimento, por 
meio de sua predisposição afetiva e de suas motivações internas 
e externas, o Esquema dos Conceitos-chave tem por objetivo tor-
nar significativa a sua aprendizagem, transformando o seu conhe-
cimento sistematizado em conteúdo curricular, ou seja, estabele-
cendo uma relação entre aquilo que você acabou de conhecer com 
© História e Teoria da Educação Física20
o que já fazia parte do seu conhecimento de mundo (adaptado do 
site disponível em: <http://penta2.ufrgs.br/edutools/mapascon-
ceituais/utilizamapasconceituais.html>. Acesso em: 11 mar. 2010).
23
Claretiano - Centro U
niversitário
©
 Caderno de Referência de Conteúdo
História das atividades físicas 
Renascimento 
Idade moderna e 
contemporânea 
Cavalaria e 
jogos equestres 
Surgimento dos 
jogos olímpicos 
da antiguidade 
Extinção dos 
jogos olímpicos 
da antiguidade 
Surgimento dos 
jogos olímpicos 
modernos 
Componente 
curricular 
Curso de 
graduação 
Área de 
conhecimento 
Pré-história Antiguidade Idade média 
Jogos olímpicos 
Jogos com bola 
Educação física no 
Brasil
Profissão 
Esporte moderno 
Movimentos 
ginásticos 
europeus 
 Conceitos e 
praticas sociais 
relacionados à 
área (recreação e 
lazer, brincadeira, 
jogo e esporte). 
 Atividades físicas 
para 
sobrevivência, 
dança e primeiros 
jogos 
Grécia – atividade 
física para forma-
ção integral 
(Atenas) e para a 
formação de 
guerreiros 
(Esparta)
Roma – jogos 
públicos e 
atividades de 
banho
Figura 1 Esquem
a de Conceitos-chave: Introdução à História e Teoria da Educação Física 
Figura 1 Esquema dos Conceitos-chave da História e Teoria da Educação Física. 
Como pode observar, esse Esquema oferece a você, como 
dissemos anteriormente, uma visão geral dos conceitos mais im-
portantes desse estudo. Ao segui-lo, será possível transitar entre os 
principais conceitos e descobrir o caminho para construir o seu pro-
cesso de ensino-aprendizagem. Por exemplo: para entender a im-
portância dos Jogos Olímpicos atualmente, é preciso compreender 
o seu papel na Grécia Antiga e onde eles foram criados, bem como 
verificar os motivos que os conduziram à extinção na Idade Média e, 
finalmente, as razões que levaram o Barão de Coubertain a recriar 
os jogos na Idade Moderna. Sem o domínio conceitual desse proces-
so, explicitado no Esquema, é provável que se tenha uma visão con-
fusa dos acontecimentos históricos e das suas implicações indicadas 
no Caderno de Referência de Conteúdo.
O Esquema dos Conceitos-chave é mais um dos recursos de 
aprendizagem que vem se somar àqueles disponíveis no ambiente 
virtual, por meio de suas ferramentas interativas, bem como àqueles 
relacionados às atividades didático-pedagógicas realizadas presen-
21
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
cialmente no polo. Lembre-se de que você, aluno EaD, deve valer-se 
da sua autonomia na construção de seu próprio conhecimento. 
Questões Autoavaliativas
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas sobre os conteúdos ali tratados, as quais podem ser 
de múltipla escolha, abertas objetivas ou abertas dissertativas. 
Responder, discutir e comentar essas questões, bem como 
relacioná-las com a prática do ensino da História e Teoria da Edu-
cação Física, pode ser uma forma de você avaliar o seu conheci-
mento. Assim, mediante a resolução de questões pertinentes ao 
assunto tratado, você estará se preparando para a avaliação final, 
que será dissertativa. Além disso, essa é uma maneira privilegiada 
de você testar seus conhecimentos e adquirir uma formação sólida 
para a sua prática profissional. 
 As questões de múltipla escolha são as que têm como respos-
ta apenas uma alternativa correta. Por sua vez, entendem-se por 
questões abertas objetivas as que se referem aos conteúdos 
matemáticos ou àqueles que exigem uma resposta determinada, 
inalterada. Já as questões abertas dissertativas obtêm por res-
posta uma interpretação pessoal sobre o tema tratado; por isso, 
normalmente, não há nada relacionado a elas no item Gabarito. 
Você pode comentar suas respostas com o seu tutor ou com seus 
colegas de turma.
Bibliografia Básica
É fundamental que você use a Bibliografia Básica em seus 
estudos, mas não se prenda só a ela. Consulte, também, as biblio-
grafias complementares.
Figuras (ilustrações, quadros...)
Neste material instrucional, as ilustrações fazem parte inte-
grante dos conteúdos, ou seja, elas não são meramente ilustra-
© História e Teoria da Educação Física22
tivas, pois esquematizam e resumem conteúdos explicitados no 
texto. Não deixe de observar a relação dessas figuras com os con-
teúdos, pois relacionar aquilo que está no campo visual com o con-
ceitual faz parte de uma boa formação intelectual.
Dicas (motivacionais)
Este estudo convida você a um olhar, de forma mais apura-
da, a Educação como processo de emancipação do ser humano. É 
importante que você se atente às explicações teóricas, práticas e 
científicas que estão presentes nos meios de comunicação, bem 
como partilhe suas descobertas com seus colegas, pois, ao com-
partilhar com outras pessoas aquilo que você observa, permite-se 
descobrir algo que ainda não se conhece, aprendendo a ver e no-
tar o que não havia sido percebido antes. Observar é, portanto, 
uma capacidade que nos impele à maturidade.
Você, como aluno de curso de Graduação na modalidade EaD, 
necessita de uma formação conceitual sólida e consistente. Para isso, 
você contará com a ajuda do tutor a distância, do tutor presencial e, 
sobretudo, da interação com seus colegas. Sugerimos, pois, que orga-
nize bem o seu tempo e realize as atividades nas datas estipuladas. 
É importante, ainda, que você anote suas reflexões em seu 
caderno ou no Bloco de Anotações, pois, no futuro, elas poderão 
ser utilizadas na elaboração de sua monografia ou de produções 
científicas.
Leia os livros da bibliografia indicada, para que você amplie 
seus horizontes teóricos.Coteje-os com o material didático, discuta 
a unidade com seus colegas e com o tutor e assista às videoaulas. 
No final de cada unidade, você encontrará algumas questões 
autoavaliativas, que são importantes para a sua análise sobre os 
conteúdos desenvolvidos e para saber se estesv foram significa-
tivos para sua formação. Indague, reflita, conteste e construa re-
senhas, pois esses procedimentos serão importantes para o seu 
amadurecimento intelectual.
23
Claretiano - Centro Universitário
© Caderno de Referência de Conteúdo
Lembre-se de que o segredo do sucesso em um curso na 
modalidade a distância é participar, ou seja, interagir, procurando 
sempre cooperar e colaborar com seus colegas e tutores.
Caso precise de auxílio sobre algum assunto relacionado a 
esta obra, entre em contato com seu tutor. Ele estará pronto para 
ajudar você.
Claretiano - Centro Universitário
EA
D
A História das Atividades 
Físicas e da Educação 
Física no Brasil 1
Prof.ª Ma. Fernanda Moreto Impolcetto
1. OBJETIVOS
• Estudar as atividades físicas mais significativas de cada 
período histórico da humanidade.
• Conhecer a história dos Jogos Olímpicos da Antiguidade e 
dos Jogos Olímpicos Modernos.
• Compreender o processo de inserção e desenvolvimento 
da Educação Física no Brasil.
2. CONTEÚDOS
• A atividade física na pré-história.
• A atividade física na Grécia Antiga.
• Os Jogos Olímpicos da Antiguidade.
© História e Teoria da Educação Física26
• Os Jogos Olímpicos Modernos.
• A atividade física na Roma Antiga.
• A atividade física na Idade Média.
• A atividade física no Renascimento.
• A atividade física na Idade Moderna.
• A atividade física e a Educação Física no Brasil.
3. ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DA UNIDADE
1) Utilize a linha do tempo indicada no Esquema de Con-
ceitos-chave para o estudo de todas as unidades deste 
Caderno de Referência de Conteúdo. Isto poderá facilitar 
sua aprendizagem e seu desempenho.
2) Leia os livros da bibliografia indicada para ampliar seus 
horizontes teóricos. Coteje com o material didático e 
discuta a unidade com seus colegas de curso e seu tutor.
3) Antes de iniciar os estudos desta unidade, pode ser in-
teressante conhecer um pouco sobre a história das ati-
vidades físicas nos diferentes momentos históricos da 
humanidade. Para auxiliar a compreensão das ativida-
des físicas na história grega, sugerimos o filme Tróia, 
que retrata a guerra de Tróia e apresenta, exatamente, 
os ideais de educação desse período – voltados para a 
sabedoria, que é representada por Ulisses, idealizador 
do “cavalo de Tróia” – e os ideais de ação, representados 
por Aquiles, grande guerreiro das tropas gregas que lu-
taram contra a cidade de Tróia.
4) Ao longo da leitura desta primeira unidade, você perce-
berá que algumas informações já foram vistas em Fun-
damentos Básicos da Iniciação Esportiva. No entanto, 
vale ressaltar que, pelo fato de estas serem informações 
históricas, é necessário que elas sejam retomadas. Espe-
ramos que o estudo sirva como reforço do conhecimen-
to já estudado!
27
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - A História das Atividades Físicas e da Educação Física no Brasil
5) Estudaremos, também, nesta unidade, o período da ci-
vilização grega. Para contextualizar esse período, sugeri-
mos que você assista ao trecho inicial do filme 300, no 
qual é retratada a formação dos guerreiros espartanos. 
6) Para obter informações mais detalhadas sobre os gran-
des Jogos Gregos, como a origem dos nomes e os mitos 
que os cercam, por exemplo, leia o capítulo Os deuses 
e as competições, do livro Os Jogos Olímpicos na Grécia 
Antiga (GODOY, 1996), que está indicado na bibliografia 
básica. Para conhecer algumas histórias que indicam a 
origem dos Jogos Olímpicos, leia o capítulo Olímpia: a 
cidade da paz, que consta no mesmo livro.
4. INTRODUÇÃO
Nesta primeira unidade, apresentaremos o processo de de-
senvolvimento das atividades físicas ao longo da história. 
O primeiro período a ser estudado corresponde à Pré-his-
tória, período no qual os homens dependiam basicamente do ato 
físico para sobreviver. Em seguida, estudaremos a Antiguidade, 
período no qual os impérios grego e romano merecem destaque 
pelas atividades físicas praticadas por seus respectivos povos. 
No terceiro período histórico, que corresponde a Idade Mé-
dia, verificaremos que as atividades físicas quase desapareceram, 
sobrevivendo especialmente por meio dos jogos equestres. 
O Renascimento representou um período de resgate e valo-
rização das atividades físicas, que se firmaram nas Idades Moder-
na e Contemporânea com o surgimento dos métodos ginásticos 
europeus e do esporte moderno.
No ultimo tópico desta unidade analisaremos o processo de 
desenvolvimento da Educação Física no Brasil, desde sua implemen-
tação oficial nos currículos escolares em 1851, até os dias atuais. 
© História e Teoria da Educação Física28
Esperamos que este estudo seja estimulante e desejamos 
um bom trabalho! 
5. ATIVIDADE FÍSICA NA PRÉ-HISTÓRIA
No período da Pré-história praticamente todas as atividades 
humanas dependiam do movimento, da atividade física, pois os 
homens viviam numa situação de nomadismo, ou seja, precisa-
vam se deslocar em busca de alimentos, caça e pesca. Conseqüen-
temente, dependiam de sua força, velocidade e resistência para 
sobreviver. As constantes migrações em busca de moradia faziam 
com que realizassem extensas caminhadas, ao longo das quais lu-
tavam, corriam, saltavam e nadavam. 
De acordo com Oliveira (1983) provavelmente por ser o único 
que no reino animal possuía polegar, o homem desenvolveu a preen-
são, que facilitou o aperfeiçoamento da habilidade de lançar e poste-
riormente, o desenvolvimento e domínio das técnicas rudimentares 
de agricultura e domesticação de animais, que levou ao aprimora-
mento das habilidades e gestos para a construção de ferramentas. 
O desenvolvimento destas habilidades proporcionou a de-
terminados grupos a possibilidade de fixar moradia, o que deu iní-
cio ao processo de sedentarização e conseqüentemente de luta 
pela posse de terras, pois os grupos que continuaram nômades 
passaram a invadir os espaços dos grupos que já estavam fixos 
e pelo estilo de vida dos primeiros, estes acabavam vencendo a 
maior parte dos confrontos. Deste modo, aqueles que já cultiva-
vam a terra e criavam animais, passaram a aproveitar o tempo livre 
para o treinamento com o objetivo de defender suas terras dos 
invasores. 
No entanto, convém destacar, como indica Grifi (1989), a ne-
cessidade de se distinguir o treinamento empírico praticado pelos 
homens primitivos do treinamento sistemáticos praticado pelos 
povos mais evoluídos, como os gregos. Os homens na Pré-histó-
29
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - A História das Atividades Físicas e da Educação Física no Brasil
ria praticavam exercícios físicos por causa de sua utilidade, a fim 
de fortificar o corpo para defender-se dos animais como também 
para combates e não por exigências espontâneas.
Além das atividades praticadas em função da sobrevivên-
cia, uma das atividades físicas mais significativas para o homem 
da Pré-história foi a dança, praticada com características lúdicas e 
caráter ritualístico. 
Os primeiros povos perceberam que o exercício corporal 
executado enquanto dançavam produzia uma grande excitação in-
terior, que podia levá-los a estados alterados de consciência, por 
isso acreditavam estar entrando em contato com o poder dos deu-
ses (OLIVERIA, 1983). 
As danças representavam ainda um importante papel no 
processo de educação, pois faziam parte dos rituais que prepara-
vam os jovens para a vida social.
Os homens neste período histórico praticavam ainda, ativi-
dades em forma de jogos que cumpriam um papel social relevan-
te, especialmente os praticados com bola, numa espécie de prepa-
ração para a vida adulta, as crianças, que também participavam, 
imitavam as atividades dos mais velhos. 
Oliveira (1983) indica que na medida em que o homem entranum estágio definitivo de sedentarização, seu tempo ocioso au-
menta, levando ao surgimento de uma concepção esportiva, para 
as atividades que até então, eram praticadas apenas por razões 
utilitárias, guerreiras ou ritualísticas.
6. ATIVIDADE FÍSICA NA GRÉCIA ANTIGA
No período histórico da Antiguidade já se torna possível uma 
análise mais apurada das atividades físicas, pois os povos tornam-
-se civilizados e muitas de suas atividades foram registradas por 
meio da escrita.
© História e Teoria da Educação Física30
No Oriente as atividades físicas adquirem finalidades de or-
dem guerreira, terapêutica, esportiva e educacional, relacionadas 
muitas vezes à religião. 
De acordo com Oliveira (1983) os Chineses provavelmente 
criaram o mais antigo sistema de ginástica terapêutica, denomi-
nado de Kong-Fou, que teria surgido por volta de 2.700 a.C., no 
qual se executava movimentos em diferentes posições, de acor-
do com alguns critérios de respiração, tudo em função da doença 
a ser tratada. Este método relacionava-se também com questões 
religiosas 
A Índia é reconhecida pelo grande grau de elevação espiri-
tual que conseguiu atingir. Das práticas desenvolvidas neste país 
merece destaque a yoga, conjunto de exercícios ginásticos rela-
cionados a doutrina, que objetiva a purificação do corpo e a iden-
tificação do homem com sua essência divina e a hatha-yoga, gi-
nástica de posições com a utilização de uma respiração adequada 
(OLIVEIRA, 1983).
Os egípcios destacaram-se pela formação guerreira que era 
dada a seus cidadãos. Deixaram registros nos murais dos templos 
e monumentos funerários, nos quais são encontradas muitas ima-
gens de luta, além disso, cultuavam a força e resistência física, de-
senvolveram sua formação guerreira praticando equitação, luta, 
arco e flecha, remo, natação, atletismo etc.
A civilização grega marca o início de um novo ciclo na história 
com o nascimento do mundo ocidental civilizado e de acordo com 
Oliveira (1983) o início autêntico da história da Educação Física. 
Aos gregos é delegado o mérito de considerar o homem como ser 
integral, sua filosofia pedagógica indicava a necessidade do desen-
volvimento intelectual, espiritual e físico na mesma proporção, 
apesar de ao longo de sua história as atividades físicas não terem 
tido sempre a mesma importância.
31
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - A História das Atividades Físicas e da Educação Física no Brasil
A história da civilização grega pode ser dividida em quatro 
momentos principais: o período Homérico, o período Histórico, o 
período Clássico ou Humanista e o período Helenístico.
Período Homérico
O primeiro momento da civilização grega, que aconteceu entre 
os anos de 1200 e 800 a.C. é marcado pelos poemas de Homero: Ilíada 
e Odisséia. A educação desta fase, apesar de não possuir uma estru-
tura institucionalizada, baseava-se nos ideais da sabedoria e da ação, 
representados respectivamente pelas figuras de Ulisses e Aquiles e era 
voltada para a formação guerreira, exaltando o ideal cavalheiresco. 
Além da prática de exercícios físicos, a aristocracia guerreira, 
classe social privilegiada na época, aprendia no processo de for-
mação as artes musicais e a retórica (capacidade de expressar-se 
facilmente, persuadir e comover pela palavra). 
Neste período tem origem os mais antigos dos jogos gregos, 
conhecidos como "Jogos Fúnebres", que possivelmente deram ori-
gem aos Jogos Olímpicos. Dentre eles destacam-se os que foram 
mandados celebrar por Aquiles em homenagem a seu primo Pá-
troclo, morto por Heitor durante a Guerra de Tróia.
Entre as provas praticadas nestes jogos havia corrida de car-
ros, pugilato, luta, corrida a pé, combate armado, arremesso de 
bola de ferro, arco e flecha e arremesso de lança. Podemos verifi-
car que a maior parte destas provas está relacionada a atividades 
utilizadas na preparação de soldados. O vencedor dos jogos era 
coroado com um ramo de oliveira.
Período Histórico
O segundo período da civilização grega, conhecido como his-
tórico, está relacionado à formação das cidades-estados (800 500 
a.C.). Entre elas Esparta e Atenas destacam-se como representan-
tes do antagonismo ideológico que definiria a evolução político-
-histórica da Grécia Antiga (OLIVEIRA, 1983).
© História e Teoria da Educação Física32
Esparta era a cidade grega mais desenvolvida, mas possuía 
uma política de subordinação dos cidadãos à vontade do Estado 
e seus governantes. A educação privilegiava a formação cavalhei-
resca, militar e aristocrática, como no período Homérico, mas com 
desprezo pelo aspecto cultural.
Reconhecido como um Estado guerreiro, no qual todos os 
indivíduos deviam tornar-se soldados, Esparta desenvolvia uma 
política de eugenismo, ou seja, de purificação da raça, na qual pro-
cedimentos como eliminar os recém nascidos raquíticos e disfor-
mes eram praticados pelos anciãos da cidade. 
As mulheres também possuíam uma formação diferenciada, 
eram robustas, enrijecidas moral e emocionalmente, para cumpri-
rem o papel de reproduzir filhos perfeitos para perpetuar o melho-
ramento da raça.
Já em Atenas a educação não tinha o caráter militar de Es-
parta, a prática esportiva, que também possuía um lugar de des-
taque, servia à formação do homem integral e não apenas como 
meio de preparação para a guerra. 
De acordo com Oliveira (1983) esta diferença se deve em 
grande parte à descendência destas cidades. Os atenienses eram 
descendentes dos jônios, povos voltados para a formação cultural 
que não tinham o espírito guerreiro dos dórios, antepassados dos 
espartanos. No entanto, foi o modelo ateniense que mais influen-
ciou o mundo grego, com exceção é claro de Esparta.
Os locais de prática esportiva dos atenienses serviam tam-
bém para a formação intelectual do povo. Conhecidos como giná-
sios, palestras, estádios e hipódromos, possuíam grandes acomo-
dações para o público, o que demonstra o interesse pela prática 
esportiva.
Os ginásios eram de propriedade do Estado, possuíam sa-
las para conferências, instalações esportivas, recintos para mas-
sagens, duchas e unções. Localizavam-se em lugares privilegiados 
cercados por beleza e tranqüilidade. Eram locais de disciplina rigo-
rosa que atendiam os jovens, adultos e atletas. Serviam também 
33
Claretiano - Centro Universitário
© U1 - A História das Atividades Físicas e da Educação Física no Brasil
como uma espécie de escola para a formação físico-intelectual su-
perior dos jovens e ponto de encontro de artistas e escritores, para 
a troca de experiências. 
O ginasiarca era a figura mais importante do ginásio, pois 
além de administrá-lo, comandava a educação física e intelectual 
de seus freqüentadores. Era eleito pela comunidade para dirigir 
alguns ginásios ou todos, dependendo da cidade. O pedótriba 
que corresponderia atualmente ao professor de Educação Física, 
equiparava-se em cultura e prestígio ao médico e além da forma-
ção física também era responsável pela formação do caráter dos 
jovens.
As palestras eram menores que os ginásios, geralmente pro-
priedades particulares que destinavam-se a prática de modalidades 
de ataque e defesa. Eram construídas na beira de rios e cercadas por 
árvores, constituídas por vários compartimentos arejados e espaço-
sos, como cômodos para massagens, duchas e banhos quentes.
Godoy (1996) descreve que os gregos tinham o hábito de la-
var-se antes e depois da prática dos exercícios físicos, em algumas 
salas eram besuntados com óleo para manter a pele macia mesmo 
com a longa exposição ao sol. Em outras salas, alguns polvilhavam 
o corpo com areia para fechar os poros e impedir a transpiração 
excessiva, o que mantinha a temperatura corporal estável.
Com o passar do tempo, as palestras passaram a ser usadas 
para treinamento de exercícios físicos gerais.
Os estádios eram construções destinadas às corridas pedes-
tres e no hipódromo aconteciam as corridas de carros (bigas puxa-
das por cavalos) ou de cavalos montados. Estas construções eram 
muito simples,com bastante comprimento e pouca largura e ins-
talações necessárias apenas à sua função.
O período histórico é marcado também pelo surgimento dos 
grandes Jogos Gregos, entre os quais destacaremos os Píticos, os 
Nemeus, os Ístimicos, as Panatenéias e os jogos Heranos. 
© História e Teoria da Educação Física34
A Grécia era formada por cidades que eram Estados indepen-
dentes, Oliveira (1983) destaca que somente três situações eram res-
ponsáveis por despertar um espírito nacional entre estas cidades: a 
possibilidade de um perigo externo, a religião e os jogos esportivos. 
Em decorrência dos jogos tudo parava, inclusive os conflitos 
internos, em nome da participação esportiva. 
Os Jogos Píticos realizados em homenagem a Apolo de oito 
em oito anos, após 582 a.C. passaram a ser quadrienais. Quase to-
das as cidades gregas enviavam representantes para participar de 
procissões solenes, ritos religiosos, concursos de música e poesias. 
No início do século 5° a.C. passaram a ser promovidas provas atlé-
ticas e os Jogos Píticos tornaram-se os mais populares da Grécia.
Sobre os Jogos Nemeus existem poucas informações, sabe-
-se que eram realizados a cada dois anos, na floresta sagrada da 
Neméia, em honra a Héracles, considerado o maior dos heróis da 
mitologia grega. Ainda existem colunas deste templo, nas quais es-
tão gravadas nomes dos vendedores das provas realizadas em 340 
a.C. Os arqueólogos descobriram salas de banho e uma espécie de 
hotel com restaurante para atletas e espectadores.
Os Jogos Ístmicos aconteciam a cada dois anos no istmo de Co-
rinto, ponto de ligação entre a Grécia Continental e o Peloponeso, em 
homenagem a Poseidon. Eram jogos solenes e recebiam grande nú-
mero de participantes e espectadores, pois Corinto era um dos mais 
importantes centros comerciais e de diversões daquele tempo. Dese-
nhos da época indicam que eram disputadas provas hípicas, atléticas, 
musicais, literárias e náuticas. A partir de 580 a.C. os concursos de 
poesias e músicas passaram a ser acessíveis também às mulheres.
As Pequenas (anuais) e Grandes Panatenéias (a cada quatro 
anos) eram realizadas para homenagear Atena. Nas Grandes Pa-
natenéias, além de sacrifícios e ritos religiosos, eram promovidos 
concursos de beleza para escolher o jovem mais forte e belo, even-
tos artísticos, náuticos, hípicos, atléticos e de ataque e defesa.
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Os Jogos Heranos, em homenagem a Hera esposa de Zeus, 
eram realizados no mês da virgem (junho ou julho atuais), desti-
nados apenas às mulheres. Havia apenas a disputa de uma corrida 
de 162 metros e participavam exclusivamente as jovens da cidade 
de Elis. Elas corriam descalças, com cabelo solto e uma túnica que 
exibia o ombro e o seio direito. A vencedora recebia uma coroa 
de oliveira selvagem e uma porção de carne da vaca sacrificada à 
deusa. 
Período Clássico ou Humanista
O terceiro período da história grega, conhecido como mo-
mento Clássico ou Humanista, é marcado pelo aparecimento dos 
primeiros grandes filósofos (500-338 a.C.).
Segundo Oliveira (1983) o surgimento da Filosofia propiciou 
o desenvolvimento de uma pedagogia mais racional e sistemáti-
ca, por isso neste período as atividades físicas não são valorizadas 
como na fase anterior, mas continuam a merecer lugar de desta-
que na educação grega, que nesta fase tornou-se a mais humanis-
ta de todas, pela concepção baseada na comunhão do corpo e do 
espírito. 
O filósofo Platão indica para a educação dos "heróis" a gi-
nástica para o corpo e a música para a alma. Já para Aristóteles a 
ciência da ginástica devia estudar quais exercícios eram mais signi-
ficativos ao corpo, de acordo com a constituição física de cada um.
Os exercícios físicos praticados neste período eram basica-
mente voltados para a corrida, saltos e lançamentos. Tinham um 
caráter natural, eram realizados em estado de nudez, com atenção 
para os aspectos fisiológicos e cuidados estéticos. 
Período Helenístico
O último período da antiga civilização grega é marcado por 
sua decadência, em virtude das dominações impostas pelos mace-
dônios em 338 a.C. e depois pelos romanos em 146 a.C. e conse-
© História e Teoria da Educação Física36
qüentemente pela difusão da cultura helênica por todo o mundo 
conhecido.
A partir desta época a educação passa a valorizar cada vez 
mais o intelectual em detrimento do físico e estético. A prática das 
atividades físicas vai perdendo seus ideais humanistas. Os atletas 
começam a especializar-se prematuramente, contrariando os ob-
jetivos educativos, estéticos e de saúde que foram perseguidos du-
rante séculos pelos gregos.
7. OS JOGOS OLÍMPICOS DA ANTIGUIDADE
Os Jogos Olímpicos eram promovidos a cada quatro anos, 
em homenagem a Zeus em Olímpia, local onde ele era especial-
mente venerado. Assim como Zeus era considerado o supremo rei 
do Olimpo, os jogos públicos a ele dedicados eram os mais im-
portantes de todos os confrontos esportivos realizados na Grécia 
Antiga e aconteceram por doze séculos sem interrupções. De acor-
do com Godoy (1996) a palavra "olimpíada" significa "espaço de 
tempo", ou seja, corresponde aos quatro anos entre a realização 
de duas edições de Jogos Olímpicos.
Como na história da Grécia mito e realidade se confundem, 
não é possível indicar com precisão a data e o motivo que teria 
levado à criação destes jogos, mas oficialmente são considerados 
como os primeiros Jogos Olímpicos da Antigüidade os realizados 
em 776 a.C., pois é desta data a primeira descrição histórica en-
contrada e a partir de então os nomes dos campeões passaram a 
constar nos registros públicos gregos. 
Olímpia era a sede permanente dos Jogos Olímpicos da An-
tiguidade, situava-se num vale calmo e bonito e tinha a estrutura 
necessária para o desenvolvimento das atividades religiosas, ad-
ministrativas e esportivas que ali aconteciam a cada quatro anos. 
As edificações religiosas, como os templos e altares, localizavam-
-se num bosque denominado Altis e as instalações relativas às ou-
tras atividades fora dali. 
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Olímpia exercia sobre os gregos uma atração muito grande, 
suas principais edificações eram:
1) O grande altar de Zeus: local onde ocorriam os sacrifícios 
mais importantes durante os jogos.
2) O templo de Hera: onde permaneciam as coroas desti-
nadas aos campeões.
3) O templo de Réia: local de adoração à mãe de Zeus.
4) O templo de Zeus Olímpico: construção mais importante 
e bonita de Olímpia, guardava uma estátua de Zeus es-
culpida em marfim e ouro sentado em seu trono.
5) O ginásio de Olímpia: servia de alojamento para os atle-
tas e local de treinamento das corridas e lançamentos.
6) Palestra: localizada na continuação do ginásio, era local 
de treinamento dos saltos e lutas.
7) O estádio de Olímpia: era o centro dos jogos, com exce-
ção dos esportes eqüestres.
8) Hipódromo: local de disputa das corridas de carros e 
provas eqüestres.
9) - Pórtico de Eco: local de realização da prova para arau-
tos (homens que anunciavam os atletas e as provas) e 
trombeteiros (tocadores de trombeta).
10) Teocoleu: local de residência dos teólogos, únicos habi-
tantes de Olímpia.
11) Leonideu: amplo hotel que alojava as autoridades.
12) Buleutério: local de reunião do senado olímpico para or-
ganização dos jogos.
13) Prinateu: centro político e local de encontro dos atletas, 
homens públicos, visitantes oficiais e sacerdotes.
Os Jogos Olímpicos representavam o maior encontro pacífi-
co entre os gregos. Três meses antes do início dos jogos o senado 
olímpico que possuía sede em Elis, enviava os mensageiros que 
eram encarregados de percorrer o território grego divulgando a 
proclamação da trégua para a realização dos mesmos. Deste mo-
mento em diante qualquer tipo de atividade guerreira era suspen-
sa e a menor falta era severamente punida, oque conferia grande 
reputação aos Jogos Olímpicos.
© História e Teoria da Educação Física38
Os atletas olímpicos além dos treinamentos que realizavam 
em suas cidades, sessenta dias antes dos jogos concentravam-se 
em Elis para um estágio obrigatório. Isso acontecia para que eles 
se acostumassem com o clima da região, com o regime alimentar, 
tivessem contato com os equipamentos esportivos que seriam uti-
lizados e, além disso, para que convivessem com os demais parti-
cipantes. Nesta fase os atletas passavam por provas eliminatórias 
que os classificariam para os Jogos Olímpicos.
Um mês antes dos jogos, as pessoas já começavam a se dirigir 
para Olímpia, o público era numeroso e variado. Os atletas eram 
acompanhados pelos pais, treinadores, massagistas e cavalariços. 
As delegações oficiais das cidades eram dirigidas pelas principais 
autoridades. Com o passar do tempo os jogos transformaram-se 
também em ponto de encontro para filósofos, poetas, escritores, 
oradores, pintores, escultores e políticos.
Os atletas deviam observar algumas leis, criadas para os jo-
gos para regulamentar a participação dos competidores e garantir 
o respeito à disciplina e a ordem nas competições:
1) Ser cidadão livre; nem escravo, nem estrangeiro (ou me-
teco).
2) Não ter sido punido pela justiça, nem ter moral duvidosa.
3) Dentro do prazo legal, inscrever-se para o estágio de Elis. 
Cumprir o período de concentração, passar pelas provas 
classificatórias e prestar juramento.
4) Todo retardatário estará fora da competição.
5) As mulheres casadas são proibidas de assistirem aos Jo-
gos ou subirem ao Altis sob pena de serem atiradas do 
rochedo Typeu.
6) Durante os exercícios e desenvolvimento das competi-
ções no estádio, os treinadores deverão permanecer 
num recinto a eles destinado, próximo ao local da prova.
7) É proibido matar o adversário ou provocar sua morte vo-
luntária ou involuntariamente.
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8) É proibido perseguir fora dos limites determinados, em-
purrar o adversário ou utilizar contra ele um comporta-
mento desleal.
9) É proibido amedrontar.
10) Toda corrupção de árbitro ou de participante será puni-
da com chicote.
11) Todo concorrente contra quem não se apresentar o ad-
versário, será considerado vencedor.
12) É proibido ao participante rebelar-se, publicamente, 
contra as decisões dos juízes.
13) Todo concorrente descontente com a decisão poderá re-
correr ao senado olímpico contra os árbitros. Estes, ou 
serão punidos, ou sua decisão será anulada se ela for 
considerada errada.
14) Será considerado fora do concurso qualquer um dos 
membros do colegiado de juízes (GODOY, 1996, p.68).
Estas leis demonstram as preocupações dos gregos em rela-
ção ao bom andamento dos jogos, pois prevêem, por exemplo, a 
obrigatoriedade da inscrição dos atletas e sua participação na fase 
de provas classificatórias, a necessidade da ausência dos técnicos 
no momento das provas, devido provavelmente a questão da in-
terferência na performance dos atletas. 
O item sete indica que é proibido matar o adversário ou pro-
vocar sua morte, regulamento que estava voltado especialmente 
às competições de luta, que costumavam ser muito violentas, além 
disso, o item 8 prevê a questão da disputa desleal, proibindo este 
tipo de comportamento. A questão da corrupção da arbitragem e 
do respeito às decisões dos juízes também é contemplada, o que 
indica que certamente eram problemas recorrentes nos jogos. 
Outro item que merece destaque é o que se refere à par-
ticipação feminina nos jogos, permitida somente para as moças 
solteiras que deveriam adquirir gosto pelo sexo oposto assistindo 
as competições. Já as mulheres casadas eram punidas com a mor-
te, caso fossem pegas nas dependências dos locais de competição, 
sendo atiradas de cima do monte Typeu.
© História e Teoria da Educação Física40
As violações ao regulamento eram punidas de acordo com a 
falta cometida e podiam ser políticas, econômicas, esportivas ou 
corporais.
As sanções políticas eram aplicadas aos que cometiam infra-
ções de caráter político ou bélico e resultavam em taxas, que deve-
riam ser pagas para que a participação nos jogos fosse permitida. 
As penas econômicas eram as mais comuns e ficavam grava-
das nos locais por onde as pessoas passavam, juntamente com o 
nome do infrator e de sua cidade natal. 
A punição esportiva mais comum era a desclassificação dos 
jogos aplicada aos que provocassem a morte do adversário ou ti-
vessem um comportamento desleal. 
As sanções corporais, geralmente chicotadas nos locais das 
competições, eram aplicadas para as infrações cometidas nas lu-
tas, pugilato, pancrácio e saída falsa nas corridas.
As modalidades de competição dos Jogos Olímpicos
A maior competição esportiva da Antiguidade apresentou no 
decorrer de seu desenvolvimento várias modalidades, entre elas 
destacaremos as provas de corrida, de ataque e defesa, os esporte 
eqüestres, o pentatlo, as provas juvenis e os eventos artísticos.
As corridas representam o mais antigo e popular esporte 
grego. De acordo com Godoy (1996) durante cinqüenta e dois anos 
apenas uma corrida de breve percurso era disputada, quando os 
jogos possuíam somente um dia de duração. Com o passar do tem-
po e o aumento do número de participantes as provas se diversi-
ficaram.
A pista de corrida, localizada dentro do estádio, era retangu-
lar, coberta por areia e dividida em raias no sentido do comprimen-
to, havia lajes de pedra que delimitavam seu comprimento inicial e 
final, na qual postes de madeira eram fixados. Nas corridas curtas, 
os postes serviam de ponto de chegada, era considerado campeão 
aquele que o tacasse primeiro e nas corridas mais longas, eram 
ponto de virada. As lajes eram as linhas de saída e chegada.
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As corridas mais disputadas eram o dromo, o diaulo e o dó-
lico. Mas além destas existia a corrida hípica e a corrida armada.
A corrida denominada dromo e conhecida também como 
"estádio" é considerada como a primeira prova olímpica e seu per-
curso era de 192,27 metros. Consistia, portanto, em uma prova 
de velocidade, na qual os atletas deslocavam-se nas pontas dos 
pés, com o corpo estendido, tronco levemente inclinado a fren-
te, com acentuada elevação dos joelhos, balançando os braços em 
movimentos vigorosos, elevando as mãos espalmadas acima dos 
ombros, percorriam toda a extensão do estádio.
Figura 1 Dromo.
Outro tipo de corrida, disputada a partir dos jogos de 724 
a.C. na décima quarta olimpíada, conhecida como diaulo ou duplo 
estádio, consistia num percurso de 384,50 metros, ou seja, duas 
vezes a distância do estádio. O atleta dispunha de duas raias para 
completar o percurso, uma para ir e outra para voltar ao ponto de 
partida. Para retornar ele devia contornar o poste que correspon-
dia à sua raia, no entanto, não podia apoiar-se ou utilizar o poste 
para conseguir impulso que provocasse situação de vantagem em 
relação aos adversários. Havia juízes que observavam as viradas, 
atentos para que nenhuma irregularidade fosse cometida, o que 
resultaria na desclassificação do atleta.
© História e Teoria da Educação Física42
Nos décimos quintos Jogos Olímpicos surge a prova mais 
longa de corrida, denominada de dólico. Segundo Godoy (1996) 
apesar das divergências a maior parte dos autores indica que a 
distancia desta prova correspondia a vinte e quatro vezes o percur-
so do estádio, portanto, 4.614 metros. O autor indica que a prova 
deve ter surgido por causa dos mensageiros que percorriam todo 
o território grego divulgando informações diversas. Tratava-se de 
uma corrida difícil, pois era uma prova de velocidade e resistência. 
Os praticantes desta prova mantinham a cabeça erguida, tron-
co inclinado para frente, braços junto ao corpo com as mãos fecha-
das e na altura da cintura, o péera todo apoiado no solo, do calca-
nhar para a ponta em movimentos contínuos e suaves. No entanto, 
na reta de chegada, o corredor passava a utilizar a mesma técnica 
dos velocistas, com movimentos amplos e corrida na ponta dos pés.
Figura 2 Dólico.
A Origem da Tocha Olímpica –––––––––––––––––––––––––––
No início dos Jogos Olímpicos, no altar con-
sagrado a Zeus localizado no bosque Altis, os 
sacerdotes depositavam oferendas e prepara-
vam a lenha para a fogueira do sacrifício a ele 
oferecido na abertura dos jogos.
Neste ritual de preparação um dos sacerdotes 
segurava uma tocha acesa, mas o atleta res-
ponsável por acender a fogueira era escolhido 
por meio de uma corrida de aproximadamente 
200 metros, cuja chegada acontecia diante do 
altar e de um dos sacerdotes. Figura 3 Corrida da tocha olímpica
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O vencedor recebia a tocha e a honra de acender a fogueira do sacrifício, além 
disso, a glória de ser proclamado campeão olímpico e ser considerado como um 
favorito de Zeus. O fogo era mantido aceso durante toda a realização dos jogos.
Nos Jogos Olímpicos Modernos de Amsterdã, na Holanda em 1928, essa tradi-
ção foi resgatada e as Piras Olímpicas passaram a ser construídas para todas as 
edições dos Jogos Olímpicos. São acesas na abertura da competição e apaga-
das na cerimônia de encerramento. 
Ao longo do tempo a tradição de transportar a tocha olímpica com uma estafeta 
de atletas tem sido mantida, mas em certas ocasiões é necessária a utilização 
de meios de transporte especiais, pois a tocha sempre é acesa na Grécia alguns 
meses antes do início dos jogos.
––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––––
A corrida hípica corresponderia atualmente a corrida de 800 
metros rasos e foi assim denominada porque no hipódromo ha-
via uma disputa de corrida eqüestre com esta distância. Existem 
poucas informações sobre esta prova que foi disputada em poucas 
edições dos Jogos Olímpicos. Sabe-se que o participante percorria 
quatro vezes o comprimento do estádio. 
Godoy (1996) indica que a corrida armada surgiu nos sexa-
gésimos quintos Jogos Olímpicos, em 520 a. C. Consistia num per-
curso de distancia correspondente ao diaulo, no qual os atletas 
participavam com uma roupa de linho, armadura, capacete, lan-
ça e escudo, dos quais deveriam livrar-se durante o percurso para 
atingir a linha de chegada nus. Todos os implementos utilizados 
pelos atletas nesta corrida ficavam guardados no templo de Zeus 
e só eram entregues no momento da prova, que teria sido criada 
em homenagem a um guerreiro eólio que tendo participado de 
uma vitória contra os bárbaros, correu do campo de luta a Olímpia, 
completamente armado, para comunicar a vitória.
© História e Teoria da Educação Física44
Figura 4 Corrida armada.
O pentatlo surgiu nos décimos oitavos Jogos Olímpicos em 
708 a. C. Como indica Godoy (1996), apesar de ser uma única 
prova incluía cinco modalidades diferentes: lançamento do disco, 
salto em extensão, lançamento de dardo, corrida de velocidade e 
luta. Executados provavelmente nesta ordem.
Eram exigidas dos competidores desta prova excelentes qua-
lidades físicas como velocidade, flexibilidade, musculatura rígida e 
muito treinamento, pois era considerada como uma prova difícil. So-
mente os competidores que conseguissem os melhores resultados 
nas quatro primeiras provas, participariam da luta – prova final. 
A modalidade do lançamento do disco era muito apreciada 
pelos gregos, considerada como exercício elegante, que propor-
cionava o desenvolvimento harmonioso do corpo. Já era praticada 
antes de sua inclusão nos Jogos Olímpicos. O disco utilizado nas 
provas era originalmente usado como arma de guerra, que mais 
tarde passou a ser fabricado em bronze para utilização esportiva. 
Eram peças redondas e achatadas, mais espessas no centro que 
nas bordas, o diâmetro e peso variavam de acordo com a categoria 
do participante. 
Godoy (1996) explica que cada competidor realizava três lan-
çamentos de um pequeno local onde poderia tomar impulso, mas 
quem pisasse na linha de demarcação seria desclassificado. O ar-
remesso só era válido se o disco caísse dentro de um determinado 
setor, o que indica que a prova associava força e precisão.
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Figuras 5 Lançamento de disco Figura 6 Lançamento de disco
A prova do salto em extensão era realizada pelo competidor 
segurando dois halteres de pedra ou chumbo, que variavam na 
forma e no peso de acordo com a categoria do participante. Godoy 
(1996) indica que estes halteres eram feitos de modo a adaptar-se 
às exigências pessoais dos competidores e garantir melhores re-
sultados, por isso, possuíam formatos diversos. Além disso, não é 
possível precisar se a prova acontecia com corrida e impulso ou se 
o atleta permanecia parado e utilizava o balanceamento dos bra-
ços para auxiliar a impulsão no momento do salto. 
Originalmente atividade bélica e de caça, o lançamento do 
dardo tornou-se também modalidade olímpica, no entanto, as lan-
ças utilizadas nas competições eram mais leves e menores, forma-
das por um corpo de madeira e uma ponta de metal. No centro do 
dardo havia uma tira de couro de aproximadamente 50 centímetros 
e com uma argola na ponta, que possuía a função de imprimir ao 
dardo movimento de rotação no lançamento, pois o competidor 
passava o dedo médio pela argola e no momento do lançamento, 
puxava bruscamente a tira de couro, que estava enrolada no dardo.
© História e Teoria da Educação Física46
Assim como na prova do disco, o dardo deveria ser lançado o 
mais longe possível, mas dentro de um campo delimitado. O atleta 
possuía um espaço para correr e tomar impulso, mas não podia ul-
trapassar a linha demarcatória no momento do lançamento, além 
disso, a sincronização e elegância dos movimentos e a beleza do 
lançamento eram considerados pelos juízes.
Na corrida era disputado o dromo, prova de velocidade com 
percurso de 192,27 metros. 
A luta era uma modalidade de disputa vertical, com golpes acro-
báticos refinados e graciosos, nos quais a agilidade sobrepunha-se à 
força bruta, pois o importante era escapar do oponente. De acordo 
com Godoy (1996) a corrente mais aceita assegura que era necessá-
rio derrubar o adversário por três vezes para ser declarado campeão, 
no entanto, alguns autores indicam que a disputa acabava assim que 
qualquer parte do corpo, com exceção dos pés, tocasse o solo.
Era praticada num espaço circular coberto por areia. Os com-
petidores participavam do combate despidos e com o corpo unta-
do com óleo, sem implementos nas mãos, apenas uma touca de 
pele de cachorro para proteger os cabelos do contato com a areia.
Figura 7 A prova de luta do pentatlo
As provas de ataque e defesa incluíam a luta, o pugilato e o 
pancrácio.
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A luta horizontal era a mais divulgada nos Jogos olímpicos. 
Os oponentes começavam em pé e quando um deles perdia o 
equilíbrio, a disputa continuava no solo. Eram utilizadas chaves de 
braço, pescoço, tronco e projeções, no entanto, golpes baixos e 
chaves de perna não eram permitidos. Para vencer a luta era ne-
cessário manter o ombro e as costas do adversário no solo por três 
vezes ou pela desistência do oponente. 
Os adversários eram definidos por meio de sorteio e as dis-
putas ocorriam por meio de eliminatórias simples até a final. A luta 
horizontal deu origem à luta greco-romana, praticada atualmente 
(GODOY, 1996).
O pugilato, considerado como 
o precursor do boxe, inicialmente era 
praticado sem implementos nas mãos, 
com o tempo passaram a ser utiliza-
das bandagens, depois tiras de couro 
que envolviam os pulsos, polegares e 
dedos das mãos. A seguir passaram 
a ser colocados nestas tiras peças de 
chumbo e ponteiras

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