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19
FRANCIELI AVELINO 
Anemia infecciosa Equina
Campinas
2020
FRANCIELI AVELINO
Anemia infecciosa Equina
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional de Campinas Unidade 3, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Medicina Veterinária. 
Orientadora: Cintia Camilo
Campinas
2020
FRANCIELI AVELINO 
Anemia infecciosa Equina
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado à Faculdade Anhanguera Educacional de Campinas Unidade 3, como requisito parcial para a obtenção do título de graduado em Medicina Veterinária. 
BANCA EXAMINADORA
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Prof(a). Titulação Nome do Professor(a)
Campinas, 04 de junho de 2020.
Dedico este trabalho a Deus por ter me fortalecido ao ponto de superar as dificuldades e que permitiu alcançar esta etapa tão importante da minha vida.
AGRADECIMENTOS 
Agradeço a Deus por ter me fortalecido ao ponto de superar as dificuldades e também por toda saúde que me deu e que permitiu alcançar esta etapa tão importante da minha vida e por tornar possível a realização de um sonho e que agora posso celebrar a realização do término da Graduação em Medicina Veterinária.
Quero agradecer a toda minha família que em todos os momentos estiveram me apoiando nessa jornada da minha vida, que em momentos felizes comemoraram comigo e em tristes me deram todo o apoio para que eu pudesse seguir.
Aos amigos e colegas da faculdade que deixaram esses anos mais descontraídos, que fizeram os estudos ficarem mais divertido e pelas amizades sinceras. Aos mestres que durante anos compartilharam seus conhecimentos comigo, que ao longo de todo meu percurso eu tive o privilégio de trabalhar de perto com os melhores professores, educadores, orientadores. Que nos fazem pessoas melhores para cuidar dos animais, seja a área escolhida pelo profissional.
“Poeta, não é somente o que escreve. É aquele que sente a poesia, se extasia sensível ao achado de uma rima à autenticidade de um verso”.
(Cora Coralina) 
AVELINO, Francieli. Anemia Infecciosa Equina. 2020. 32 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Faculdade Anhanguera Educacional – Unidade Taquaral, Campinas, 2020.
RESUMO
A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é uma doença infecciosa, provocada por vírus que acomete os equinos, asininos e muares e é transmitido por meio do sangue de um animal infectado, através da picada de insetos hematófagos, por agulhas, leite, arreios, transmissão congênita, sêmen no acasalamento ou pelo soro imune. Pelo fato de ser uma doença incurável e sem tratamento, há um comprometimento no rendimento do animal, sendo assim o método de controle é a eutanásia. Os sinais clínicos na maioria dos casos apresentado é a febre, anemia hemolítica, anorexia, icterícia, fraqueza, edema e perda de peso. O equino quando infectado se torna portador crônico da doença, passando por fases agudas, subagudas passando ser assintomático, tornando-se fonte de infecção para outros equinos, porém a anemia não tem cura. A transmissão é bem mais comum em épocas mais quentes do ano, em regiões úmidas e pantanosas, porém as medidas de controle para limitar a disseminação do vírus são baseadas principalmente em testes sorológicos de rotina e na remoção dos animais reagentes do plantel. O objetivo desse trabalho fazer uma revisão de literatura sobre a AIE, o quanto é importante o controle da doença, quais os sinais clínicos apresentados e formas de diagnósticos.
Palavras-chave: Anemia Infecciosa Equina; Equinos; Infecção; Transmissão; Vírus.
AVELINO, Francieli. Equine Infectious Anemia. 2020. 32 folhas. Trabalho de Conclusão de Curso (Medicina Veterinária) – Faculdade Anhanguera Educacional – Unidade Taquaral, Campinas, 2020.
ABSTRACT
Equine Infectious Anemia (IEA) is an infectious disease, caused by a virus that affects horses, donkeys and mules and is transmitted through the blood of an infected animal, through the bite of blood-sucking insects, through needles, milk, harness, transmission congenital, semen in mating or by immune serum. Because it is an incurable and untreated disease, there is a compromise in the animal's performance, so the method of control is euthanasia. The clinical signs in most cases presented are fever, hemolytic anemia, anorexia, jaundice, weakness, edema and weight loss. The horse when infected becomes a chronic carrier of the disease, passing through acute, subacute stages becoming asymptomatic, becoming a source of infection for other horses, but anemia has no cure. Transmission is much more common in warmer times of the year, in humid and swampy regions, but control measures to limit the spread of the virus are based mainly on routine serological tests and the removal of reagent animals from the herd. The objective of this work is to review the literature on EIA, how important it is to control the disease, what clinical signs are presented and the forms of diagnosis.
Key-words: Equine Infectious Anemia; Horses; Infection; Streaming; Virus.
LISTA DE ILUSTRAÇÕES 
Figura 1 – Vírus da Anemia Infecciosa Equina	14
Figura 2 – Replicação do vírus AIE	17
Figura 3 – Palidez de mucosas e hemorragias petequiais na fase aguda da AIE	18
Figura 4 – Cavalo com perca de peso e edema pela AIE.........................................20
Figura 5 – Realização do teste ELISA.......................................................................22
Figura 6 – Teste de IDGA..........................................................................................22
Figura 7 – Insetos hematófagos responsáveis pela transmissão da AIE..................24
Figura 8 – Utensílios responsável pela disseminação do vírus AIE..........................25
Figura 9 – Transmissão da AIE do tipo vertical ou horizontal...................................26
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS 
AIE Anemia Infecciosa Equina
GTA Guia de Trânsito Animal
IDGA Imunodifusão Em Gel De Ágar
MAPA Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento
Nm Nanómetro
OIE Organização Mundial de Saúde Animal
PNSE Programa Nacional de Sanidade Equídea
RNA Ácido Nucleico
UV Ultravioleta
VAIE Vírus da Anemia Infecciosa Equina 
 
15
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO...................................................................................................12
2. ANEMIA INFECCIOSA EQUINA.......................................................................13
2.1 ETIOLOGIA........................................................................................................13
2.2 EPIDEMIOLOGIA...............................................................................................15
2.3 PATOGENIA...............................................................,.......................................16
3. SINAIS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICO.................................................................18
3.1 DIAGNÓSTICO...................................................................................................21
4. TRANSMISSÃO..................................................................................................24
4.1 PREVENÇÃO E CONTROLE.............................................................................26
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...............................................................................29
REFERÊNCIAS.........................................................................................................30
19
	
1. INTRODUÇÃO
A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é uma infecção potencialmente fatal que afeta os equinos é causada por um retrovírus pertencente à subfamília dos lentivírus e seu agente etiológico é um vírus retroviridae que causa anemia hemolítica do tipo imune. Os susceptíveis são equinos, muares e asininosde qualquer raça, idade, sexo e a transmissão pode ser intrauterina ou por meio de utensílios contaminados como agulhas, freios, esporas, leite materno, sêmen ou insetos hematófagos (MARTINS, 2017).
Atualmente a AIE é um grande obstáculo para o desenvolvimento da equideocultura por ser uma doença transmissível e incurável, acarretando prejuízos aos proprietários que necessitam do trabalho desses animais e aos criadores interessados na melhoria das raças. Porém, a legislação brasileira de saúde animal considera a AIE como notificação obrigatória, devendo o médico veterinário comunicar aos órgãos de defesa, pois o animal infectado é o principal elemento na disseminação e sua identificação no teste de coggins é o ponto de partida para qualquer ação preventiva (JUNIOR; ARAUJO, 2017).
No Brasil, os animais positivos devem ser sacrificados conforme estabelecido pelo Programa Nacional de Sanidade dos Equídeos do Ministério da Agricultura, sendo assim os proprietários devem estarem conscientes da importância desta enfermidade, devido poder acarretar grandes perdas econômicas, além das perdas afetivas. Desta forma, quais as medidas de prevenção mais importantes desta afecção? 
Este trabalho tem como objetivo geral contextualizar a Anemia Infecciosa Equina e como objetivo específicos abordar a etiologia e epidemiologia da doença, relatar sobre a patogenia, sinais clínicos e métodos de diagnóstico, discorrer sobre a transmissão, além dos métodos de prevenção e controle.
Este trabalho se trata de uma revisão de literatura com fundamentação teórica embasada em livros do acervo da biblioteca da universidade e artigos pesquisados nas bases de dados como Google acadêmico, Pubmed. Foram utilizados trabalhos publicados nos últimos 10 anos, a pesquisa foi feita entre o mês de fevereiro e junho de 2020 e os descritores utilizados na busca foram Anemia Infecciosa Equina, transmissão e controle da doença.
2. ANEMIA INFECCIOSA EQUINA
A Anemia Infecciosa Equina (AIE) é uma doença infecciosa que acomete leucócitos e o sistema hematopoiético dos equinos, enfermidade essa classificada pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) como grave por ser causadora de enormes prejuízos e ser alvo de controle internacional. No entanto, é uma doença de notificação obrigatória integrante do Programa Nacional de Sanidade Equídea (PNSE) do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), cujo combate libera as barreiras de exportação com significativa importância econômica (SANTOS, 2017).
A classificação é baseada na sua estrutura, organização genética, atividade da transcriptase reversa e reatividade sorológica cruzada e também conhecida como Febre dos Pântanos, Malária Equina ou Aids Equina, é causada por um vírus do gênero Lentivírus da família Retroviridae. Encontrado em quase todos os países do mundo, exceto na Antártica e no Brasil o problema tem atingindo proporções preocupantes no Pantanal do Mato Grosso e na Ilha de Marajó, devido às características geoclimáticas dessas regiões sua frequência tem aumentado a cada dia (VASCONCELOS; PINHEIRO; MORAES, 2018).
O Brasil possui hoje o terceiro maior rebanho de equinos do mundo, sendo que a região nordeste se destaca como a segunda maior população de equinos do país, concentrando em muares e asininos, os animais são utilizados em diversas áreas como lazer, terapia, na utilização do trabalho diário das atividades agropecuárias, entre outros. A equideocultura envolve mais de 30 segmentos, distribuídos entre insumos, criação até a destinação final e a AIE destaca-se como obstáculo ao desenvolvimento da equideocultura sob o ponto de vista sanitário e econômico por ser uma doença transmissível, incurável, uma vez que de acordo com a legislação vigente animais soropositivos devem ser eutanasiados (JUNIOR; ARAUJO, 2017).
2.1 ETIOLOGIA
O agente etiológico da AIE é o Vírus da Anemia Infecciosa Equina (VAIE), classificado na subfamília Lentivirinae, da família Retroviridae, gênero Lentivirus e o nome da família se deve à presença da enzima transcriptase reversa no vírion, que está codificada no genoma viral em que esta enzima transcreve em DNA o RNA viral, dando origem a sequência genética diploide circular o DNA proviral, que se integra ao DNA cromossômico da célula infectada. Baseado em sua estrutura, organização genética, atividade de transcriptase reversa e reatividade sorológica cruzada, é um vírus do tipo RNA, envelopado, contendo um núcleo de forma cônica e densa (MARTINS, 2017).
Conhecido por causar doenças de progressão lenta, debilitantes, degenerativas e algumas vezes fatais em decorrência do quadro imunodepressivo, o VAIE é constituído por dupla fita de RNA, de aproximadamente 8,2 kb, com genes codificadores de proteínas estruturais e enzimas, necessárias à replicação viral no hospedeiro (FELIX; ROSA; ALONSO, 2018). 
São vírus (Figura 1) envelopados de 80 -100 nanómetro (nm) de diâmetro, com estrutura única de tripla camada, a mais interna é o complexo de nucleoproteínas genômicas, que inclui por volta de 30 moléculas de transcriptase reversa com simetria helicoidal esta é envolvida por um capsídeo icosaédrico de aproximadamente 60 nm de diâmetro que por sua vez é recoberto por envelope derivado da membrana celular hospedeira, no qual se projetam peplômeros glicoproteicos (NASCIMENTO; PINZON; ROCHA, 2018).
Figura 1 – Vírus da Anemia Infecciosa Equina.
Fonte: Santos (2017).
As lentiviroses induzem infecções persistentes em seus hospedeiros naturais, lançando substanciais desafios para o desenvolvimento do imunógeno, pois o vírus sofre mutação antigênica logo após sua entrada no organismo do animal, provocando a formação de novas variantes e impossibilitando qualquer tratamento ou vacinação, como ocorre na síndrome da imunodeficiência adquirida (FELIX; ROSA; ALONSO, 2018).
 Os retrovírus são inativados por solventes lipídicos, detergentes e pelo aquecimento a 56 ºC por 30 minutos, porém, são mais resistentes à radiação UV do que outros vírus, provavelmente devido ao seu genoma diploide, persistindo por vários meses ficando em temperatura ambiente na urina, fezes, sangue seco e soro (VASCONCELOS; PINHEIRO; MORAES, 2018).
O RNA sofre constante mutação genética e os sorotipos resultantes não apresentam imunidade cruzada e o número final de sorotipos não é determinado, o período de incubação depende da dose infectante com que o animal se infectou, podendo ser de três a 70 dias, porém a média é de 15 a 20 dias. No entanto, uma vez infectado, o animal torna-se um portador permanente da A.I.E (CARVALHO; SILVEIRA, 2012).
2.2 EPIDEMIOLOGIA
A distribuição da AIE é mundial em áreas endêmicas a prevalência pode atingir 70% dos animais adultos em geral, os níveis de prevalência são moderados a altos em regiões com populações numerosas e permanentes dos insetos vetores. No Brasil, estudos sorológicos em vários Estados brasileiros como o Pará, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Goiás e Rio Grande do Sul, demonstraram a presença do vírus da AIE na população equina nacional, onde o agente é transmitido primariamente por picadas de tabanídeos Tabanus sp. e moscas dos estábulos Stomoxys calcitrans, estes atuam apenas como vetores mecânicos uma vez que o vírus não se replica nos insetos (OLIVEIRA; TORRES; ROSA, 2013).
De fato, a infecção iatrogênica pode ocorrer pelo uso de agulhas ou instrumentos cirúrgicos contaminados, transfusões sanguíneas ou ainda por equipamentos impropriamente esterilizados e a doença também pode ser passada da égua para seu potro durante a gestação. Embora possua papel epidemiológico secundário, a transmissão pela ingestão de leite ou pela inseminação artificial com sêmen contaminado também pode ocorrer e o período de incubação pode chegar a três semanas (CRUZ; FREITAS, 2013).
2.3 PATOGENIA 
A infecção celular pelo vírus é iniciada pela ligação da glicoproteína gp90 ao receptor da célula do hospedeiro, a ligação desencadeia a fusão da membrana viral à membrana plasmática e a internalização do vírus e liberação subsequente da partícula do núcleo viral,concomitantemente inicia-se o estímulo à resposta imune específica. Após endocitose ocorre a síntese e processamento de RNA e proteínas virais, a partir dos ribossomos celulares ao mesmo tempo o vírus é desnudo e o RNA viral é transcrito em DNA proviral que integrado ao genoma celular, favorece a manutenção e replicação viral dentro da célula (MARTINS, 2017). 
Após a infecção, as células alvo para o vírus da AIE são os macrófagos e monócitos dos equinos, onde os órgãos que notavelmente são acometidos, por terem abundância de macrófagos são fígado, baço, linfonodos, pulmões e rins. Os locais de integração do DNA proviral ao genoma da célula hospedeira determinam a extensão e a natureza das alterações celulares e as lesões desenvolvidas nos tecidos são resultado de processos mediados imunologicamente (SANTOS, 2017).
Os títulos virais no soro dos animais infectados variam amplamente durante o curso da doença, apresentando-se altos durante o episódio febril inicial e decaem ao longo das crises febris subsequentes, embora a rápida variação antigênica das proteínas de superfície do vírus lhe permita o escape das respostas imunológicas do hospedeiro e a infecção é considerada vitalícia (GONÇALVES; CORREZOLA, 2010). 
A replicação do vírus nos tecidos pode causar de maneira geral lesões em diversos órgãos como coração, fígado, baço, linfonodos, rins e medula óssea. Ocorre principalmente os episódios febris quando provocados pela viremia que também vem acompanhada de anemia normocítica normocrômica, decorrente da hemólise, eritrofagocitose e redução na produção de eritrócitos (FREIRE; MORO, 2019).
A replicação do vírus AIE (Figura 2) ocorre principalmente em células da linhagem monocítico-fagocitária em que é ativada a partir da diferenciação de monócitos infectados em macrófagos no baço, fígado, linfonodos, pulmões, rins e na glândula adrenal. (CASTANHEIRA; SOUZA, 2015).
Figura 2 – Replicação do vírus AIE.
Fonte: Martins (2017).
Os principais achados necroscópicos são edema subcutâneo, icterícia, tumefação de órgãos parenquimatosos, hemorragias petequiais ou equimoses das membranas serosas, hipertrofia ventricular, palidez e flacidez do miocárdio. O surgimento de novas linhagens antigênicas a partir da replicação e frequentes mutações que o agente etiológico pode sofrer em sua superfície, fenômeno conhecido como antigenic drift, é o principal responsável pelas reações febris (NASCIMENTO; PINZON; ROCHA, 2018).
Os vírus são liberados à circulação sanguínea por brotamento por meio da membrana da célula infectada, podem ser adsorvidos pelos eritrócitos dos equinos e quando IgG ou IgM reagem com este complexo, o Sistema Complemento é ativado induzindo hemólise, tanto intra quanto extravascular, resultando em anemia (CARVALHO; SILVEIRA, 2012).
3 SINAIS CLÍNICOS E DIAGNÓSTICO
Os sinais clínicos podem ser classicamente divididos em três fases, sendo aguda, crônica e inaparente, em que cavalos que estejam infectados, seja naturalmente ou experimentalmente, podem manifestar um ou mais sinais clínicos da AIE dependendo da virulência da estirpe infectante e da quantidade de vírus que é transmitida. A fase inicial ou aguda da AIE, vem a ocorrer entre cinco e 30 dias, após a infecção, é caracterizada por uma viremia e trombocitopenia, onde estes sinais podem ser brandos ou completamente ausentes, podendo ser acompanhados de febre, letargia e inapetência (OLIVEIRA; TORRES; ROSA, 2013). 
Pode-se notar palidez de mucosas e hemorragias petequiais (Figura 3), ou ainda icterícia e edemas nas partes baixas do corpo, porém nos casos crônicos ativos, o equino apresenta período de febre de um a sete dias, podendo voltar à normalidade por algumas semanas para posteriormente, principalmente sob condições de estresse ou de má nutrição manifestar novamente os sintomas (NASCIMENTO; PINZON; ROCHA, 2018). 
Figura 3 – Palidez de mucosas e hemorragias petequiais na fase aguda da AIE.
Fonte: Santos (2017).
Os sintomas gerais nos casos agudos e subagudos são de febre intermitente oscilando entre 39 e 41°C, anorexia, fraqueza, anemia e a morte poderá ocorrer entre 10 e 30 dias após o início dos sintomas e ainda na forma aguda da doença, os animais jovens podem apresentar forte depressão nervosa e andar cambaleante (MEIRELLES; KLOSTER; SOUSA, 2014).
Os sinais clínicos da AIE na fase aguda e crônica, o vírus pode estar presente no sangue do animal sem produzir qualquer sintoma, pois na forma aguda é caracterizada por febre que chega a 40,6°C, respiração rápida, abatimento e cabeça baixa, debilidade nas patas, de modo que o peso do corpo é passado de um pé para outro, deslocamento dos pés posteriores para diante, inapetência e perda de peso (FELIX; ROSA; ALONSO, 2018).
Em casos mais graves, podem surgir petéquias e anemia hemolítica, porém após a fase aguda da doença, o animal infectado normalmente entra na fase crônica com ciclos recorrentes de viremia, anemia, perda de peso, edema, trombocitopenia e ocasionalmente sinais clínicos neurológicos. Se o animal sobreviver aos episódios, progressivamente diminuem a frequência e intensidade em torno de um ano, após esse período, o animal evolui para o estágio de portador inaparente, onde os sinais clínicos estão ausentes e a viremia é usualmente indetectável (VASCONCELOS; PINHEIRO; MORAES, 2018).
Em poucos cavalos a enfermidade progride à forma debilitante crônica, com sinais clínicos clássicos de perda de peso, anemia, edema e eventualmente a morte, há inúmeros casos crônicos assintomáticos em que os animais após o período da doença ativa, passam a ser portadores inaparentes sem nenhum sinal que lembre a AIE e podem passar anos sem apresentar nenhum sinal (RIBAS; CERQUEIRA; CUTOLO, 2014). 
Em cavalos ativamente doentes, o hematócrito e a contagem de plaquetas estão diminuídos e a contagem de monócitos aumentada e em infecções crônicas, o sangue pode conter leucócitos com ferro corável e possuir um nível elevado de gamaglobulinas. Assim, sob condições de intenso estresse, o quadro pode voltar à forma aguda e a doença provocar a morte do animal, os sintomas aparentes são febre altíssima em torno de 40,05°C, depressão, anorexia, perda de peso e edema (Figura 4), principalmente observado no abdome, pernas e prepúcio, poderá depois retornar ao normal por um período indeterminado até o início de um outro episódio (JUNIOR; ARAUJO, 2017).
Figura 4 – Cavalo com perca de peso e edema pela AIE.
Fonte: Martins (2017).
Se o animal não morrer em três a cinco dias, a doença pode tornar-se crônica, porém um equino poderá demonstrar sinais após a infecção pelo vírus, dependendo de fatores específicos, tais como a cepa do vírus envolvida a dose do vírus recebido e a resposta individual do hospedeiro ao vírus. Assim se um cavalo for infectado com uma cepa do vírus da AIE de alta virulência, ele poderá apresentar febre de 40,5 – 41,1°C, severa trombocitopenia, anorexia, depressão e leve a moderado grau de anemia, 7-30 dias do início da infecção (CRUZ; FREITAS, 2013).
Cavalos severamente infectados podem desenvolver epistaxe e edema ventral e morrer durante a resposta primária, o animal pode recuperar-se espontaneamente da viremia inicial aparentando-se normalmente durante dias e até semanas e muitos equinos param de ter episódios clínicos de febre e viremia, tornando-se portadores inaparentes do vírus (FREIRE; MORO, 2019).
No geral os animais passam a serem reservatórios durante toda a vida e não morrem pela AIE, as manifestações clínicas nos equinos parecem ser controladas por diversos mecanismos desconhecidos, incluindo fatores virais e do hospedeiro, além da possível existência de diferentes linhagens do vírus com potenciais patogênicos variáveis (RAMOS; FRANÇA; MELLO, 2017). 
Após o animal se recuperar da fase aguda, muitos cavalos nunca mais exibem sinais clínicos adicionais, já outros passam por episódios recorrentes de febre que podem durar dias a semanas e estas reações febris estão associadas ao surgimento de novas linhagens antigênicas do vírus no animal infectado (RAMOS; FRANÇA; MELLO, 2017).A partir das frequentes mutações que o agente etiológico pode sofrer em suas glicoproteínas de superfície gp45, gp90, no entanto, o mecanismo da febre intermitente com viremia não pode ser completamente explicado só pelo aparecimento de novas variantes do vírus e sugerem uma causa recíproca entre a replicação viral e a resposta imune do hospedeiro para os ciclos febris (DIEHL; GUNNEWIEK, 2010). 
Os sinais clínicos, quando ocorrem, não são patognomônicos da enfermidade, são respostas às lesões causadas pela manutenção e replicação viral nas células e tecidos do hospedeiro. por deposição de complexos antígeno-anticorpo na superfície das hemácias, edema nas partes baixas do corpo (RIBAS; CERQUEIRA; CUTOLO, 2014). 
A frequência de episódios agudos da doença e a severidade dos sintomas normalmente diminuem com o tempo e completamente resolvidos cerca de um ano após a infecção o que caracteriza a transição da fase subaguda para a fase crônica da doença tornando-se portador inaparente (LOPES; PAULA, 2019).
3.1 DIAGNÓSTICO
A maior parte dos animais apresenta-se no estado de portador inaparente, sem passar pelas fases aguda e crônica, só sendo detectados durante um exame laboratorial de rotina, sendo que o diagnóstico laboratorial assume um papel decisivo no controle e prevenção da doença a partir da detecção de animais portadores da AIE (FELIX; ROSA; ALONSO, 2018). 
Embora a realização do teste ELISA (Figura 5) seja um ensaio sensível adequado, resultados positivos devem ser confirmados por um teste imunodifusão em gel de ágar (IDGA) mais especifico, porém os resultados também podem ser confirmados por immunoblotting, pois os anticorpos podem não serem detectados no início da doença e resultados falso-positivos podem ser encontrados em potros de até seis meses de vida devido a presença de anticorpos colostrais (JUNIOR; ARAUJO, 2017).
Figura 5 – Realização do teste ELISA.
Fonte: Santos (2017).
Inicialmente, testes sorológicos devem ser realizados em todos os equinos da propriedade, onde a coleta do sangue e o diagnóstico da AIE é realizado pelo teste de IDGA (Figura 6) devendo ser realizados por médico-veterinário credenciado pelo MAPA, sendo o único meio seguro de se diagnosticar a infecção é através do exame de sangue. No entanto, teste esse que detecta a presença de anticorpos contra uma proteína do vírus e que tem sido usado reconhecido internacionalmente como o teste sorológico gold para o diagnóstico da AIE (LIMA; JÚNIOR; PORTELA, 2014).
Figura 6 – Teste de IDGA.
Fonte: Santos (2017).
Trata-se de uma prova qualitativa, identificando se o animal portador é ou não portador da doença, sua especificidade é alta devido ao fato de que as reações inespecíficas poderão ser identificadas pela formação de linhas. É o método escolhido para certificar animais como livres da doença para exportação, transporte e eventos, em que o antígeno escolhido na prova de imunodifusão é a proteína principal do core viral p26, proteína essa que mostra ser altamente conservadora em diferentes variantes isoladas (LIMA; JÚNIOR; PORTELA, 2014).
O diagnóstico da IDGA, assim como um grande número de testes sorológicos baseia-se na detecção de anticorpos, detecção essa que ocorre através da migração do antígeno presente no soro do animal, em um meio semi-sólido (ágar-gel), com a formação de uma linha de precipitação visível a olho nu, conhecido como teste de Coggins é a prova qualitativa reconhecida como o método laboratorial mais importante no diagnóstico da AIE (LOPES; PAULA, 2019). 
Apesar da facilidade de execução, não é um teste rápido, pois a leitura é feita em 48 horas e outra limitação seria os resultados falsos negativos ou duvidosos, principalmente quando trata-se de animais que possuem baixíssimos níveis de viremia, assim a IDGA é considerada um bom teste e é o teste oficial para diagnóstico da AIE no Brasil, é aceito como sinônimo de animal infectado e infectante (DIEHL; GUNNEWIEK, 2010).
A desvantagem do diagnóstico tardio da enfermidade, é possível observar ainda que asininos e muares normalmente possuem níveis muito baixos de viremia podendo acarretar resultados falso-negativos e com isso surge a necessidade de pesquisas para idealização de teste que supram essas deficiências e que sejam capazes de identificar os animais que não foram detectados no IDGA ou até confirmar casos positivos (CORRÊA; SILVA; ROSSI, 2017).
Embora seja reconhecido como método ouro para diagnóstico de AIE, o IDGA possui limitada sensibilidade, lentidão em obter os resultados, apenas após duas etapas de 24 e 48 horas há um pequeno potencial para automação e otimização do teste, a interpretação dos resultados muitas vezes é subjetiva e dependente da experiência técnica do laboratorista (FELIX; ROSA; ALONSO, 2018).
4 TRANSMISSÃO 
O principal meio de transmissão do vírus é através da picada de insetos hematófagos (Figura 7), principalmente os tabanídeos Tabanus sp., por possuírem maior capacidade de ingestão de sangue, no entanto, os insetos funcionam apenas como vetores já que não há replicação viral nos mesmos. Outras espécies envolvidas são as moscas de estábulo Stomoxys spp., os borrachudos Simulinium vittatum, os mosquitos Psorophora columbiae, Aedes vexans, e Anopheles spp., possivelmente os Culicoides spp. e outros tabanídeos como Tabanus spp. e Hybomitra spp. (BURIM; CERQUEIRA, 2010). 
Figura 7 – Insetos hematófagos responsáveis pela transmissão da AIE.
 
Fonte: Maia (2011).
A transmissão do vírus da AIE é relacionada com a transferência de sangue de um cavalo infectado a um receptor sadio, o qual pode desenvolver sinais clínicos da doença em torno de 15 a 60 dias após a exposição, antes mesmo do animal vir a ser diagnosticado como positivo (BARBOSA; NUNES, 2017).
Outro importante meio de transmissão é o iatrogênico a partir da utilização de utensílios contaminados (Figura 8), como agulhas, freio, embocaduras e esporas em animais sadios, havendo uma alta prevalência em animais de serviço decorrente do maior contato com o homem, que é responsável pela disseminação do vírus através da utilização destes utensílios (LIMA; JÚNIOR; PORTELA, 2014). 
Figura 8 – Utensílios responsável pela disseminação do vírus AIE.
Fonte: Maia (2011).
Os animais sadios quando são expostos a utensílios previamente contaminados, sendo particularmente importante a infecção pela utilização de uma mesma agulha quando da aplicação de medicamentos em vários animais, o uso inadequado de agulhas não é a única forma de expor os cavalos a uma contaminação, pois um animal sadio pode se contaminar quando a utilização de qualquer utensílio contaminado (NUNES; ALMEIDA, 2016).
A morbidade e mortalidade da AIE são variáveis, pois as condições ecológicas e ambientais, população de insetos hematófagos e a densidade populacional de equinos são fatores determinantes na epidemiologia da enfermidade, principalmente pela proximidade de animais sadios com animais infectados, tendo os vetores o papel de destaque (VASCONCELOS; PINHEIRO; MORAES, 2018).
A transmissão pode ser do tipo vertical ou horizontal (Figura 9), sendo a vertical da mãe para o feto durante a gestação e a horizontal através de fômites, leite materno, sêmen ou insetos hematófagos, que no caso a transmissão do vírus normalmente está ligada com a transferência de sangue de um cavalo contaminado para um animal sadio (RIBAS; CERQUEIRA; CUTOLO, 2014).
Figura 9 – Transmissão da AIE do tipo vertical ou horizontal.
Fonte: Maia (2011).
No entanto, outras formas de transmissão podem ocorrer como a intrauterina e o contato direto com secreções como muco, saliva e sêmen de animais contaminados, principalmente nos estágios febris onde ocorrem os picos de replicação e viremia, entretanto estas formas de transmissão apresentam importância epidemiológica limitada (NUNES; ALMEIDA, 2016).
Equinos infectados há mais de um ano têm a capacidade de reduzir a gravidade dos sintomas, a partir da maturidade da resposta imunológica, tornando-se assintomáticos e esse fator em conjunto com a falta de exames sorológicos periódicoscontribuem ainda mais para a importância desses animais como reservatórios (VASCONCELOS; PINHEIRO; MORAES, 2018).
4.1 PREVENÇÃO E CONTROLE
A AIE é vista como doença administrável em populações bem manejadas de equinos, no território nacional desde o ano de 1981, por meio da Portaria nº 200, a AIE está incluída entre as doenças passíveis de aplicação das medidas previstas no Regulamento de Defesa Sanitária Animal, Art. 61 do Decreto 24.548, de 03 de julho de 1934, em que a legislação referente ao controle da A.I.E. é a Instrução Normativa SDA nº 45, de 15 de junho de 2004 (RIBAS; CERQUEIRA; CUTOLO, 2014).
As medidas de prevenção e controle para limitar a disseminação do vírus são de responsabilidade do serviço veterinário oficial de cada Unidade Federal, sob a coordenação do Departamento de Defesa Animal, de acordo com suas condições epidemiológicas peculiares, onde as ações de controle e profilaxia se baseiam principalmente em testes sorológicos de rotina e na remoção dos animais reagentes do plantel (BARBOSA; NUNES, 2017).
O controle se baseia na restrição ao deslocamento de animais, de teste dos novos indivíduos a serem introduzidos nas tropas, do controle da população de vetores e do não compartilhamento de seringas, agulhas e outros utensílios que possam ser veículo de células infectadas, medidas essas que visam reduzir o risco de novas infecções (NUNES; ALMEIDA, 2016).
O trânsito interestadual de equídeos, somente é permitido quando os animais estão acompanhados da Guia de Trânsito Animal (GTA), emissão para equinos com seis meses ou mais de idade, sendo obrigatória a apresentação de resultado negativo à prova de IDGA e animais destinados ao comércio, trânsito, participação em competições, feiras e exposições devem apresentar resultado negativo independentemente da necessidade da movimentação interestadual ou não (ALVES; MAIA; ANJOS, 2014). 
No Brasil, os animais positivos no teste de IDGA devem ser sacrificados, conforme estabelecido no PNSE no MAPA, uma vez que não existe tratamento ou cura e a propriedade onde se localizarem estes animais são consideradas focos da doença, nas quais o PNSE preconiza medidas de interdição da propriedade após identificação do equídeo (CORRÊA; SILVA; ROSSI, 2017).
Medidas lavrando termo de interdição notificando o proprietário da proibição de trânsito dos equídeos da propriedade e da movimentação de objetos passíveis de veiculação do vírus da AIE, onde deverá ser realizada uma investigação epidemiológica de todos os animais que reagiram ao teste de diagnóstico de AIE, incluindo histórico do trânsito (BURIM; CERQUEIRA, 2010).
A AIE é uma moléstia sem tratamento específico e como tentativa de conter a disseminação do vírus dentre a população de equinos, têm sido objetivadas medidas de controle e prevenção, onde o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra infecções por lentivírus permanece sendo uma grande prioridade na medicina humana quanto na medicina veterinária (RAMOS; FRANÇA; MELLO, 2017).
Apesar dos esforços e realização de diversos experimentos e estudos nacionais e internacionais, não há atualmente uma vacina eficaz contra a AIE, assim naturalmente e experimentalmente os animais infectados pelo vírus da AIE controlam com êxito a replicação viral e a doença dentro de poucos meses, tornando-se portadores assintomáticos (VASCONCELOS; PINHEIRO; MORAES, 2018).
Os animais clinicamente sadios devem ser isolados em instalação específica, distante no mínimo 200 metros de qualquer outra propriedade ou protegida com tela à prova de insetos, até a constatação da negatividade do mesmo mediante a realização de dois exames consecutivos para AIE com intervalo de 30 a 60 dias (JUNIOR; ARAUJO, 2017).
Como não existe cura e há a falta de vacinas eficazes, o controle da enfermidade é feito com a identificação, segregação ou sacrifício dos animais positivos e em áreas onde ocorre a segregação pode-se lançar mão do tratamento suporte, com o objetivo de tratar os sintomas da doença utilizando hepatoprotetores, vitaminas, fluidoterapia, transfusão de sangue e outros medicamentos de acordo com a necessidade (LIMA; JÚNIOR; PORTELA, 2014).
Na prevenção é importante o sacrifício dos equinos infectados para evitar a transmissão, é importante praticar um rígido controle de insetos, principais vetores da doença, fazendo-se necessário também uma atenção rigorosa ao controle de agulhas, seringas e instrumentos cirúrgicos contaminados (NASCIMENTO; PINZON; ROCHA, 2018).
O desconhecimento sobre a doença é grande e ações de conscientização educativo-sanitárias, como realização de palestras sobre o tema e distribuição de folders explicativos sobre a enfermidade e formas de evitar que ela atinja os rebanhos devendo ser intensificadas (FREIRE; MORO, 2019).
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A Anemia Infecciosa Equina é uma doença de origem viral mundialmente distribuída que acarreta perdas econômicas para a equinocultura mundial e no Brasil é uma doença de notificação obrigatória e faz parte do Programa de Sanidade Equídea. 
É importante se ter um aprimoramento das medidas de prevenção e controle desta enfermidade junto com uma atuação firme dos órgãos oficiais para que haja uma compreensão e manutenção de sua prevalência.
Devido à ausência de vacinas e de opções terapêuticas curativas, a única medida aplicável no controle da doença é realizar periodicamente a prova de Coggins e sacrificar os equinos que tenham resultado positivo e nunca adquirir ou receber em seu estabelecimento animais sem atestado negativo recente de AIE e não reutilizar materiais contaminantes.
REFERÊNCIAS
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