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- -1 Diagnóstico Organizacional e o planejamento estratégico corporativo Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução Você já fez alguma viagem sem, antes, planejá-la? Já imaginou construir uma casa sem fazer sua planta e sem definir previamente onde serão os cômodos e quais os recursos necessários para isso? Seria um caos sem planejamento, certo? No âmbito organizacional não é diferente, uma vez que a empresa precisa se planejar para atingir seus objetivos. Nesse sentido, o planejamento de recursos humanos é de fundamental importância para que a empresa tenha sucesso. No entanto, antes de se definir quais os profissionais mais adequados para a organização, é preciso fazer um diagnóstico e criar um planejamento estratégico corporativo. Você sabe quais informações coletar no diagnóstico organizacional? Sabe como fazer um planejamento estratégico? Vamos descobrir? Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar o negócio da organização, reconhecendo seu ambiente externo e interno e a tecnologia adotada; • conhecer a importância dos elementos do planejamento estratégico corporativo - missão, valores, visão de futuro e outros; • entender como é formulado o planejamento estratégico organizacional. A importância de se planejar em um mundo instável Para entender a relevância do planejamento na atualidade, é necessário conhecer o desenrolar dos acontecimentos ao longo das Eras, bem como a situação vigente. Tenha em mente que, durante a Era Clássica, de 1900 a 1950, a industrialização gerou mudanças no antigo modelo de produção artesanal, permitindo que as empresas aumentassem seu mercado de vendas local (CHIAVENATO, 2014b). Depois, a partir de 1950 a 1990, na Era Neoclássica, as mudanças tecnológicas e os avanços nas ciências, possibilitaram aumento na produção e consequentemente uma expansão maior nas vendas, que passou de local para regional (CHIAVENATO, 2014b). • • • - -2 Figura 1 - Planejando no mundo instável Fonte: Dusit, Shutterstock, 2019. Após 1990, na Era da Informação, fortes transformações na economia e na sociedade, devido à globalização dos mercados, impulsionaram avanços tecnológicos e rapidamente as empresas atingiram escala mundial em vendas, passando a fornecer para diferentes países. (MAXIMIANO, 2017) Veja que, na medida em que as organizações ampliam seu mercado de vendas, elas encontram não só consumidores mais exigentes, mas leis severas e novos concorrentes, tornando seu ambiente externo mais complexo e competitivo, no qual deve oferecer produtos e serviços de qualidade à baixo custo. De modo geral, o cenário atual caracteriza-se por ser altamente competitivo e mutável, devido às constantes mudanças nas necessidades dos consumidores e aos avanços tecnológicos que permitem novos produtos a todo tempo, tornando-os obsoletos rapidamente. Nesse sentido, planejar cada passo estrategicamente tornou-se imprescindível para as empresas sobreviverem nesse ambiente instável e hostil, pois é a partir dele que é possível vislumbrar o futuro e preparar-se para ele. Planejar estrategicamente consiste em analisar o ambiente interno e externo da organização, definir sua missão, FIQUE ATENTO Definir uma estratégia consiste em estipular qual será o comportamento da empresa nas relações com seu ambiente mutável, dinâmico e competitivo, de modo que suas ações e decisões permitam sua sobrevivência e, quem sabe, seu sucesso. - -3 Planejar estrategicamente consiste em analisar o ambiente interno e externo da organização, definir sua missão, seus valores e os objetivos, desdobrando-os nos diferentes níveis hierárquicos da empresa para que todos os membros tenham suas ações alinhadas com as estratégias (MAXIMIANO, 2017). Assim, por se tratar de um processo complexo e articulado, faz-se necessário conhecer cada parte para se obter uma compreensão adequada. O negócio da organização: ambiente externo e interno e tecnologia No planejamento organizacional, é fundamental conhecer o negócio da empresa, seus ambientes e a tecnologia utilizada. Para tanto, deve-se fazer um diagnóstico, que envolve conhecer tudo o que diz respeito à empresa, visando obter dados que possam contribuir para o direcionamento das ações futuras. Nesse sentido, deve-se levantar informações sobre seu ambiente interno que revelem as forças e as fraquezas organizacionais, para que seja possível criar ações que enfatizem as forças e minimizem as fraquezas. Para tanto, pode-se buscar informações sobre a estrutura hierárquica, estilo de liderança adotado, cultura organizacional, competências organizacionais e individuais presentes no quadro de pessoal, recursos disponíveis, entre outros, além da tecnologia utilizada. Figura 2 - Análise do ambiente interno e externo Fonte: Elaborado pela autora, adaptado de CHIAVENATO, 2014b. A tecnologia tem fundamental importância na formulação da estratégia, pois, de acordo com o tipo de tecnologia, ou seja, instrumentos, ferramentas, máquinas e formas de gestão adotados, a empresa terá mais ou menos condições de enfrentar os concorrentes (CHIAVENATO, 2014b). Além disso, é importante conhecer o ambiente em que a empresa está inserida, ou seja, o mercado, os SAIBA MAIS Leia o capítulo 15 (Planejamento Estratégico), do livro Teoria geral da administração: da de Maximiano (2017), para entender cada um dosrevolução urbana à revolução digital, aspectos que devem ser investigados na análise do ambiente interno e externo da organização, bem como conhecer diferentes modelos de estratégias. - -4 Além disso, é importante conhecer o ambiente em que a empresa está inserida, ou seja, o mercado, os concorrentes e as leis, analisando as oportunidades e ameaças existentes, de modo que seja possível ter uma ideia clara sobre como lidar com esses aspectos (CHIAVENATO, 2014). A missão, valores, visão de futuro e outros Todas as organizações possuem um propósito em sua essência, ou seja, foram constituídas para um determinado fim. Em outras palavras, toda empresa possui uma missão de vida. Conhecer a missão organizacional envolve saber qual é o cerne do negócio, isto é, seu objetivo essencial, e pode ser obtida por meio de três perguntas simples: Quem somos nós? O que fazemos? Por que fazemos isso? Nesse sentido, a missão é criada a partir da vontade dos fundadores da empresa em oferecer certo produto ou serviço ao mercado. Por isso, ela está sempre ligada aos valores e crenças centrais dos proprietários que norteiam a conduta ética da organização diante das necessidades do ambiente (CHIAVENATO, 2014b). A visão, por sua vez, informa aonde a empresa quer chegar, ou seja, é a imagem que ela quer ter, qual posição quer ocupar no mercado, como quer ser reconhecida no futuro. Assim, a visão é o destino que se pretende alcançar e por isso é tão importante que seja conhecida e compartilhada, pois dá às pessoas um objetivo, gerando o tão desejado comprometimento com a organização. No entanto, cabe dizer que essa visão deve ser desafiadora e ao mesmo tempo factível, para que seja realmente estimulante e motivadora (CHIAVENATO, 2014b). Missão e visão, juntas, possibilitam a definição dos objetivos estratégicos, que, de acordo com Chiavenato (2014b), podem ser: • rotineiros: que são cotidianos e funcionam como padrões de desempenho diários; • inovadores: que agregam algo novo à organização; • aperfeiçoadores: que alavancam os resultados atuais, melhorando o que já existe. Entenda que, ao definir tais objetivos globais, torna-se possível formular a estratégia organizacional, que EXEMPLO Perceba que a missão está geralmente concentrada no atendimento de demandas da sociedade, como promover mais saúde às pessoas, oferecer transporte rápido e de baixo custo, oferecer soluções em tecnologia industrial, promover momentos de lazer etc. FIQUE ATENTO Quando os membros de uma organização não conhecem o propósito da existência da empresa, dificilmente sabem aonde ela quer chegar e nem tão pouco conseguem escolher o melhor caminho a seguir. • • • - -5 Entenda que, ao definirtais objetivos globais, torna-se possível formular a estratégia organizacional, que consiste em estipular o comportamento da empresa no ambiente, isto é, quais ações irá tomar em cada uma de suas áreas (compras, vendas, recursos humanos, produção, logística etc.) para alcançar suas metas. Figura 3 - Elementos do Planejamento Estratégico Fonte: Elaborada pela autora, adaptado de CHIAVENATO, 2014b. Dessa forma, a estratégia organizacional será melhor definida a partir dos dados da análise do ambiente externo e interno da empresa. O planejamento estratégico organizacional nos diferentes níveis O planejamento estratégico da empresa é primordialmente elaborado pelos seus dirigentes, mas é aplicado por todos os membros da organização. Isso quer dizer que desde o nível mais elevado da hierarquia até o mais baixo será impactado pelo planejamento e terá algum papel no alcance dos objetivos definidos (CHIAVENATO, 2014). Assim, tenha em mente que, dependendo do nível em que o colaborador esteja, ele terá responsabilidades - -6 Assim, tenha em mente que, dependendo do nível em que o colaborador esteja, ele terá responsabilidades diferentes dos outros níveis, porém interligadas, de modo que funcione como uma engrenagem. A estrutura hierárquica de uma empresa pode ser dividida em três níveis, de acordo com o cargo de cada um. O nível estratégico é composto pelos proprietários e diretores; o nível tático, pelos gerentes e líderes de setor; e o nível operacional, pelos colaboradores sem cargos de chefia ou liderança, como os analistas, assistentes e auxiliares, entre outros. Assim, segundo Chiavenato (2014) o planejamento estratégico é desdobrado aos membros desses níveis, de forma que: • nível estratégico: define a estratégia corporativa a longo prazo, isto é, em quais negócios deve-se investir, como diversificar e distribuir os recursos e como quer ser reconhecida. Em suma, define “aonde” se quer chegar e em quanto tempo; • nível tático: elabora a estratégia funcional, definindo como irá gerar valor para o cliente à médio prazo, quais as etapas e ações cada área (compras, produção, marketing, gestão de pessoas etc.) deverá desenvolver para atingir as metas. Isto é, define “o que” fazer, “quem” fará e “quais” recursos usar; • nível operacional: define prioridades e busca atingir objetivos de curto prazo, alinhando os recursos (equipamentos, pessoal, matéria prima etc.) para o alcance de metas semanais, mensais ou até trimestrais (CHIAVENATO, 2014). Por fim, percebe-se que o planejamento estratégico corporativo é único, ou seja, todos estão indo na mesma direção. Porém, para cada nível organizacional, o planejamento possui amplitude, complexidade e prazos diferentes. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de entender que, atualmente, as organizações devem ter um planejamento estratégico para serem competitivas e sobreviverem. Além disso, viu que é necessário conhecer o negócio da empresa, analisando seu ambiente externo, interno e identificando a tecnologia empregada. Reconheceu que para fazer um planejamento estratégico, deve-se saber a missão, e os valores essenciais da empresa, pois a partir deles é possível criar a visão de futuro, traçar objetivo e elaborar a estratégia. E, por fim, conheceu os níveis organizacionais e reconheceu que cada nível é responsável por uma parte do planejamento estratégico, diferindo em complexidade, abrangência e prazo. Referências CHIAVENATO, I. Introdução à Teoria geral da Administração. 9. ed. São Paulo: Manole, 2014. CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri: Manole, 2014(b). MAXIMIANO, A. C. A. . 8. ed. SãoTeoria geral da administração: da revolução urbana à revolução digital Paulo: Atlas, 2017. • • • - -1 Capacidades e competências organizacionais Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução Conhecer todos os recursos disponíveis antes de iniciar qualquer projeto novo é essencial para o sucesso da empreitada. Um desses recursos é chamado de competência. Alguma vez você já se propôs a fazer algo sem antes saber se tinha capacidade para fazê-lo? Certamente, tomar qualquer ação ou decisão fica muito mais fácil quando conhecemos nossas competências. Você sabe que não são apenas as pessoas que têm competências? As organizações também têm. Mas você sabe a diferença entre as competências organizacionais e individuais? Será que as pessoas da sua organização possuem as competências necessárias? Quais delas podem ser consideradas essenciais? Ao final desta aula, você será capaz de: • diferenciar competências organizacionais e individuais; • identificar as competências essenciais para organização. Competências individuais e organizacionais Diante do contexto turbulento em que as organizações operam, ter um objetivo claro e formas de atingi-lo é fundamental à sobrevivência. Porém, mesmo tendo uma direção certa a seguir e os recursos apropriados, se a empresa não tiver as competências necessárias para agir e usar os recursos adequadamente, nada acontecerá. Assim, as competências devem ser identificadas, classificadas, estruturadas, armazenadas e disseminadas. Depois devem ser desenvolvidas e aplicadas conforme a estratégia da empresa (CHIAVENATO, 2014). Mas o que são e onde estão as competências? Estão nas pessoas, são elas a fonte primordial. Vários autores, de diferentes países, definem as competências sob uma perspectiva. Entretanto, todos concordam que o termo está associado à competitividade, podendo ser desmembrado em competências individuais e corporativas (HANASHIRO, 2008). As competências individuais são aquelas referentes às pessoas, ou seja, são características profissionais que denotam excelência e é composta por quatro elementos, conforme apresentado na figura a seguir. • • - -2 Figura 1 - Elementos da competência individual Fonte: Elaborada pela autora, baseado em CHIAVENATO, 2014. Entenda que esses elementos só se manifestam em forma de competência, ou seja, só trazem resultados acima da média quando estão todos presentes de forma equilibrada no comportamento do profissional e são articulados entre si de forma adequada. Competências individuais são, portanto, um conjunto de conhecimentos, habilidades e atitudes que, associados a capacidade de julgamento, permitem ao indivíduo agregar valor à organização, isto é, de oferecer resultados excepcionais. Elas podem ser classificadas em competências técnicas e comportamentais. As técnicas englobam tudo o que o colaborador precisa saber e fazer para desempenhar seu cargo com excelência, como idiomas, sistemas de informação, tecnologias, equipamentos, entre outros. Já as competências comportamentais envolvem características que são o diferencial competitivo do colaborador, e que, portanto, são as características que as organizações frequentemente buscam no perfil dos candidatos como proatividade, flexibilidade, criatividade, trabalho em equipe, relacionamento interpessoal, comunicação e tomada de decisão (CHIAVENATO, 2014). EXEMPLO Um profissional com muito conhecimento, formado nas melhores faculdades, com ampla experiência profissional, plenamente adequado nas tomadas de decisões, mas com baixa motivação e vontade para agir, não conseguirá obter resultados muito diferentes. - -3 Figura 2 - Competência individual Fonte: Olivier Le Moal, Shutterstock, 2019. As competências organizacionais, de modo geral, são aquelas que conferem certa vantagem competitiva sustentável à corporação. São o resultado da combinação estratégica de recursos, processos e habilidades, focados em atender as necessidades dos clientes. Além disso, são construídas ao longo do tempo, sendo incorporadas às rotinas e processos organizacionais de forma consistente (HANASHIRO et al., 2008). Entenda que as competências organizacionais são uma função das competências individuais, ou seja, a empresa só possui certa competência porque seu time de colaboradores possui capacidades que, alinhadas e organizadas com os demais recursos, geraram um resultado excepcional,uma vantagem competitiva. Assim, a formação de uma competência organizacional tem origem na aprendizagem individual, que lentamente vai sendo processada, descrita, disponibilizada e acessada em procedimentos escritos e manuais corporativos. Porém, a maior parte desse conhecimento fica retido na memória das pessoas e é transmitido informalmente até que se torne um aprendizado grupal e depois organizacional (HANASHIRO, et al., 2008). Essa dinâmica de construção da competência organizacional é apresentada na figura a seguir. FIQUE ATENTO A competência organizacional não é a simples união de competências individuais ou grupais. Envolve mais do que isso, pois na interação entre as pessoas ocorre a sinergia e a potencialização dos recursos e das capacidades, gerando uma competência coletiva. - -4 Figura 3 - Alinhamento estratégico de competências Fonte: Elaborada pela autora, baseado em HANASHIRO et al., 2008. Por fim, perceba que a formação das competências organizacionais é um processo dinâmico, pois uma vez que certas competências individuais geram vantagem competitiva e são mantidas, tornando-se patrimônio corporativo, isto é, competências organizacionais, elas passam a servir de guia estratégico para o desenvolvimento de competências individuais, direcionando as ações de gestão de pessoas. Portanto, devem estar alinhadas entre si. Competências essenciais para a organização Nem toda competência é relevante para a empresa. Existem as competências básicas, responsáveis por manter a empresa no mercado, isto é, são imprescindíveis, pré-requisitos para a empresa existir, mas que podem ser terceirizadas (CHIAVENATO, 2014). Por exemplo, uma empresa fabricante de barcos e canoas, pode ser muito competente em processos contábeis e isso é imprescindível para o negócio existir, porém sua contabilidade pode ser tranquilamente terceirizada, pois não está relacionado diretamente com o cerne do negócio. - -5 Além disso, existem competências essenciais ao negócio, que são aquelas que trazem vantagem competitiva, pois agregam valor. Isto é, são centrais na execução da estratégia, geram valor ao cliente, o sucesso organizacional e devem ser difíceis de serem copiadas (CHIAVENATO, 2014). Portanto, é crucial que a empresa tenha claro quais são suas competências essenciais, verificando se elas estão presentes ou se precisam ser desenvolvidas em alguma medida. É importante esclarecer que, muitas vezes, a competência essencial em si não promove o sucesso, a satisfação do cliente e nem é tão difícil de ser copiada, mas quando associada a outras competências e capacidades torna a organização única e traz o tão desejado diferencial competitivo. Isso quer dizer que o que torna a empresa singular nem sempre é a presença de uma única competência essencial, mas a articulação das várias capacidades e competências, juntamente com a alocação dos recursos, a estruturação e gestão das equipes, criando uma arquitetura específica (CHIAVENATO, 2014). De acordo com Chiavenato (2014), podemos classificar as competências essenciais por meio de quatro critérios: • capacidades valiosas: ajudam a neutralizar ameaças e/ou aproveitar oportunidades do ambiente, gerando valor aos clientes, pois permitem a elaboração e implementação da estratégia; • capacidades raras: são as que nenhum ou poucos concorrentes possuem e por isso promovem vantagem competitiva; • capacidades difíceis de imitar: são as que os concorrentes não conseguem desenvolver com rapidez ou facilidade; • capacidades insubstituíveis: são as que não possuem equivalentes estratégicas, ou seja, são únicas na promoção de valor estratégico. Identificar as competências organizacionais não é tarefa fácil, podendo levar meses de análise. Nesse processo, é fundamental que sejam formadas equipes interdisciplinares e que os dirigentes da empresa participem de forma ativa. Além disso, as definições das competências devem sempre ter como base os benefícios percebidos pelos clientes, sem ser confundida com produtos e serviços finais. Isso quer dizer que se deve analisar quais foram as atividades, os recursos, as habilidades e as tecnologias que estão relacionados aos benefícios gerados aos clientes (HANASHIRO et al., 2008). Inicialmente, é comum encontrar mais de uma dezena de competências, pois cada área irá defender a FIQUE ATENTO Ter um quadro de pessoal com formação adequada, garantir qualidade no atendimento ao cliente, oferecer produtos e serviços de qualidade e com preços compatíveis ao mercado, são consideradas competências básicas, sem as quais nenhuma empresa sobrevive. • • • • SAIBA MAIS Leia o capítulo Identificação das competências organizacionais, do livro Gestão do fator de Hanashiro et al. (2008), para entender dehumano: uma visão baseada em stakeholders, forma mais profunda como se dá esse processo e qual a importância da cultura na aprendizagem e formação das competências. - -6 Inicialmente, é comum encontrar mais de uma dezena de competências, pois cada área irá defender a importância de suas atividades. Mas é aí que os dirigentes devem atuar, questionando e trazendo clareza para que as competências se concentrem em três ou quatro, no máximo. Entenda que a não identificação das competências pode ocasionar a perda delas, pois nenhum esforço será feito para mantê-las ou desenvolvê-las. Isso quer dizer que, ao identificá-las, a empresa deve integrá-las aos processos operacionais, evitando assim que sejam terceirizadas atividades em que as competências essenciais sejam necessárias. Fechamento Neste tema, entendemos que existem competências individuais e organizacionais, e que estas últimas são formadas pela reunião das primeiras. Além disso, reconhecemos que as competências individuais são aquelas características traduzidas em conhecimentos, habilidades, atitudes e capacidade de julgamento, que juntas permitem que o profissional tenha resultados acima da média. Compreendemos, também, que é importante que as competências individuais estejam alinhadas com as organizacionais, de modo que uma irá interferir na manutenção de no desenvolvimento da outra. E que as competências organizacionais podem ser classificadas em: básicas, que são imprescindíveis para o negócio continuar existindo; essenciais, que são as que trazem diferencial competitivo e agregam valor ao negócio. Referências CHIAVENATO, I. Gestão de Pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri: Manole, 2014. HANASHIRO, D.M.M. et al.. Gestão do fator humano: uma visão baseada em stakeholders. 2. ed. São Paulo: Saraiva, 2008. - -1 Cultura organizacional Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução Você já deve ter percebido que, muitas vezes, as empresas possuem características que são peculiares ao seu ramo de atividade. Por exemplo, colaboradores de instituições financeiras, normalmente, usam vestimentas semelhantes, e que são muito diferentes das utilizadas pelos funcionários de uma fábrica de chocolates. Por que isso acontece? Já parou para pensar que isso deve ser mais do que um simples hábito, necessidade ou cópia de um modelo padrão? Já ouviu falar em cultura organizacional? Conhece sua composição e sua importância para o planejamento estratégico? Neste tema, abordaremos todas essas questões. Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • Conhecer o conceito de cultura organizacional, identificando seus elementos; • Reconhecer a importância e o papel da cultura para o planejamento de RH. Conceito e elementos da cultura organizacional Cada organização possui um ambiente, uma forma de gerir e de lidar com as situações. Da mesma forma, dentro das instituições, as pessoas possuem certo comportamento, modo de vestir, de se relacionar umas com as outras, de liderar, de festejar, de avaliar, dão valor a determinadas coisas e outras não, e assim por diante. Estes e outros aspectos dizem respeito à cultura da organização, isto é, a um conjunto de crenças, valores, atitudes e normas que são compartilhadas pelos membros e direcionam as ações e as expectativasdas pessoas. Em outras palavras, a cultura é a identidade da empresa, a impressão digital, a personalidade que a torna única (CHIAVENATO, 2014). A função da cultura é influenciar nas diretrizes, definir os critérios, moldar os comportamentos, estabelecer as regras, nortear a estratégia, moldar as relações, entre outras coisas. Ela é formada a longo prazo, tendo sua origem nas escolhas, valores e princípios dos fundadores, proprietários e líderes da organização, e, desde o seu início, compartilhada aos colaboradores (HANASHIRO, 2008). • • - -2 Figura 1 - Colaborador herói Fonte: Scott Maxwell LuMaxArt, Shutterstock, 2019. A cultura organizacional é um legado deixado pelos primeiros colaboradores e idealizadores da organização, sendo considerados como verdadeiros heróis. Porém, não é algo estático e imutável, visto que sofre mudanças, para se adaptar ao ambiente externo, por exemplo, e incorpora novas culturas, em função de líderes e gestores. - -3 Assim, a construção da cultura se dá na medida em que surgem problemas e desafios, pois a empresa buscará respostas que os solucionem, de modo que, as que dão certo servem de modelo para decisões futuras, e as que não dão certo servem de parâmetro sobre o que não se deve fazer. De acordo com Hanashiro et al. (2008), existem três níveis de manifestação da cultura: • Artefatos visíveis: referem-se a tudo o que é observável na organização, como decoração, tamanho das salas, disposição dos móveis, uniformes, cartazes e avisos, localização dos departamentos e áreas comuns, bem como os tratamentos das pessoas entre si; • Sistema de valores declarados: referem-se aos conceitos que embasam as escolhas da empresa. São valores abertos e podem ser debatidos. Por exemplo: motivo pelo qual as salas não possuem divisórias, a porta do gerente fica sempre aberta ou porque só o gestor tem a palavra nas reuniões; • As certezas tácitas compartilhadas: referem-se aos pressupostos básicos, formados e solidificados ao longo do tempo, por terem sido eficazes na resolução de problemas, sendo considerados como aspectos inquestionáveis e automáticos no comportamento das pessoas. Por exemplo: trabalhar em equipe. Figura 2 - Níveis de manifestação da cultura Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CHIAVENATO (2014). Tendo entendido os níveis em que a cultura se apresenta na organização, faz-se necessário conhecer os elementos que compõem a cultura corporativa, dentre os quais Hanashiro et al. (2008) destaca: • valores: são noções declaradas que definem o que é importante e norteiam os comportamentos, fazendo as pessoas escolherem ou rejeitarem certas soluções; • normas: são procedimentos, leis e regras da empresa sobre certo e errado; • pressupostos: são mais do que valores declarados, pois não são questionáveis; governam as ações das EXEMPLO A cultura individual dos colaboradores que possuem cargos de liderança, ou seja, seus conceitos e valores particulares sobre certo e errado, bom e mau, adequado e inadequado, entre outras coisas, influenciará aspectos da cultura organizacional, pois mudará parcialmente a sua forma de gerir as pessoas e as atividades. • • • • • • - -4 • pressupostos: são mais do que valores declarados, pois não são questionáveis; governam as ações das pessoas sem que elas tenham consciência disso; • crenças: são convicções e interpretações que se tem dos outros, do ambiente e da vida em relação ao que é verdadeiro e correto. Por exemplo: pensar/acreditar que um subordinado jamais deve questionar um chefe; • hábitos: são os costumes rotineiros, como reuniões pré e pós-trabalho; • ritos e cerimônias: ritos são atividades que expressam aspectos da cultura, visando explicitá-los, como usar uma roupa mais formal em uma comemoração de resultados. Quando vários ritos se unem em um evento, caracteriza-se uma cerimônia; • rituais: é a forma como a empresa destaca acontecimentos importantes ou como dramatiza valores e crenças relacionados a sua identidade, podendo ser de diversos tipos: - de passagem: promove a transição de um colaborador para um novo papel ou ;status - de confirmação: reforçam papéis e seu poder, gerando reconhecimento público, motivando e enfatizando o seguimento às regras; - de integração: permitem a troca de sentimentos comuns que unem as pessoas em um sistema social, como olimpíadas internas etc. - de renovação: melhoram as estruturas sociais, como programas de qualidade de vida, assistência aos colaboradores etc.; - de redução de conflitos: recuperam o equilíbrio nas relações problemáticas, reunindo periodicamente as pessoas para discutirem, avaliarem e proporem soluções para as relações organizacionais; - de degradação: dissolvem papéis sociais e seu poder. Por exemplo: afastamento de um diretor, denuncia de falhas ou demissão em função de comportamentos considerados fora do padrão etc.; - heróis: são os que representam a empresa em algum valor importante, tornando-se modelo a ser seguido em termos de comportamento, desempenho e conduta moral, visando motivar e influenciar os demais membros; - histórias e mitos: são narrativas baseadas em fatos reais, mas acrescidas de ficção e lendas, visando indicar quais os comportamentos desejáveis e limites de tolerância às transgressões das regras; - tabus: definem os limites, determinam o que é proibido nas ações organizacionais e nos comportamentos entre os membros; - comunicação: é a forma como acontece a troca de informações. Por fim, tenha em mente que os fundadores e os líderes da organização são os principais responsáveis por desenvolver, reforçar, manter e modificar a cultura organizacional, na medida em que dotam as regras, reforçam e punem, contratam pessoas com valores parecidos aos seus, comunicam as informações que julgam relevantes, entre outros aspectos que enfatizam a cultura que consideram importantes. • • • • • FIQUE ATENTO Os elementos da cultura se inter-relacionam entre si de modo que a definição de uma norma é baseada nas crenças e pressupostos, bem como na avaliação dos valores centrais e no que é considerado tabu, sendo transmitida pelo sistema de comunicação, pelas histórias, rituais, mitos e heróis. - -5 O papel da cultura no planejamento de RH A cultura organizacional está relacionada não só ao comportamento, relações e crenças das pessoas, mas também ao que pensam, a sua visão sobre a estrutura da empresa, sobre os produtos, sobre as formas de liderar, selecionar, remunerar, punir, avaliar, reconhecer etc. (HANASHIRO, et. al., 2008). Assim, a área de recursos humanos tem o importante papel de implementar, reforçar, manter e gerir a cultura da empresa. Mas qual será o papel da cultura no planejamento de RH? Uma vez entendido que a cultura organizacional diz respeito à forma com a qual a empresa lida com as situações, resolve problemas, faz escolhas, valoriza as pessoas e distribui os recursos, fica mais fácil entender qual é o seu papel no planejamento de RH. Enquanto parte integrante do planejamento organizacional, o planejamento de RH refere-se à forma com a qual o RH irá contribuir para a empresa alcançar seus objetivos, ao mesmo tempo em que permite que as pessoas também realizem seus objetivos individuais. Isso quer dizer que o planejamento de RH deve buscar atender às demandas da empresa e das pessoas (CHIAVENATO, 2014). Assim, a área de recursos humanos é a responsável por tudo o que diz respeito às pessoas. Portanto, se é por meio das pessoas que a cultura é criada e mantida, e é o RH que irá gerir essas pessoas, então a cultura organizacional será responsável por dar as coordenadas à área de RH, ditando como exercerá suas funções. Figura 3 - Cultura organizacional Fonte: bleakstar, Shutterstock, 2019. SAIBA MAIS Leia o subtópico “As implicações estratégicas da cultura organizacional”, no Capítulo 2 do livro de Hanashiro et. al (2008), paraGestão do fator humano: uma visão baseada em stakeholders, entender quando a cultura pode ser considerada um diferencial competitivo em uma organização. - -6 Dessaforma, a cultura servirá de embasamento e diretriz na elaboração do planejamento de RH, definindo (HANASHIRO, et. al, 2008): • critérios e requisitos de recrutamento e seleção, coerentes com os valores e objetivos estratégicos; • programas de treinamento e desenvolvimento que moldem o comportamento das pessoas, clareiem as regras, enfatizem a história por meio dos heróis; • eventos e comemorações que solidifiquem a imagem dos heróis, dissemine os valores e reconheça os comportamentos desejáveis; • sistemas de remuneração e recompensa adequados ao valor que a empresa dá às pessoas e ao perfil exemplar; • forma de comunicação da empresa com as pessoas, fazendo o endomarketing baseado nos elementos culturais; e das pessoas entre si, a partir das normas e costumes. • critérios de avaliação de desempenho coerentes com a filosofia, as crenças e os mitos organizacionais; • programas de carreira e promoção que reflitam os valores, pressupostos, crenças e normas. Assim, percebe-se que a cultura organizacional e o planejamento de RH possuem uma relação de dependência mútua, em que a cultura é fundamental para o planejamento de RH, servindo de suporte para sua construção, e o planejamento de RH serve como canal de disseminação, manutenção e modificação da cultura. Fechamento Neste tema, você teve a oportunidade de entender que a cultura organizacional une as partes da empresa, tornando-a coesa em suas ações. Além disso, pode reconhecer que as diferentes culturas das diferentes pessoas que compõem a empresa ajudam a formar a cultura corporativa, mas que os fundadores e os líderes possuem um papel essencial nesse processo de criação e manutenção da cultura. Por fim, percebeu que a cultura tem um papel relevante na construção e implementação do planejamento de RH, funcionando como um alicerce sob o qual o planejamento deve ser elaborado. Referências CHIAVENATO, I. : o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri:Gestão de Pessoas Manole, 2014. HANASHIRO, D. M.M. et al. : uma visão baseada em stakeholders. 2. ed. São Paulo:Gestão do fator humano • • • • • • • FIQUE ATENTO Compreender a cultura organizacional permite que os gestores de todas as áreas olhem para a organização de forma ampla, valorizando o fator humano e entendendo os comportamentos individuais e coletivos, de modo que a formulação e a implementação de estratégias de negócios sejam mais integrativas e competitivas. - -7 HANASHIRO, D. M.M. et al. : uma visão baseada em stakeholders. 2. ed. São Paulo:Gestão do fator humano Saraiva, 2008. - -1 Planejamento de RH Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução Atualmente, há a percepção de que o elemento mais importante das organizações são as pessoas, afinal são elas que atendem aos clientes, fazem os produtos e inovam, ou seja, colocam em prática os objetivos organizacionais. Nesse sentido, a área de RH tem um importante papel: atrair e envolver os colaboradores para que eles queiram se dedicar às metas da empresa. Para tanto, é preciso que a área de RH projete a composição do quadro de pessoal, ou seja, que faça um planejamento de recursos humanos. Mas você sabe como fazer um planejamento de RH? Sabe que existem diferentes formas e modelos para se elaborar um planejamento de RH? Conhece as etapas desse processo? Vamos conhecer? Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • identificar os modelos de planejamentos de RH e seus objetivos; • conhecer as etapas de elaboração do planejamento de RH e seus instrumentos. A importância do planejamento de RH em relação aos demais subsistemas de RH Primeiro, vamos elucidar dois conceitos parecidos na denominação, mas distintos no significado: o planejamento estratégico de RH e o planejamento de RH. O primeiro é o responsável por estruturar e organizar os subsistemas da área de RH (ilustrados na figura a seguir) para que a organização alcance seus objetivos estratégicos, além de estimular as pessoas para que elas alcancem seus objetivos individuais (HANASHIRO et. al, 2008). Figura 1 - Subsistemas de RH Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CHIAVENATO, 2014. O planejamento de recursos humanos, por sua vez, envolve a provisão e movimentação de pessoal necessário em termos quantitativos e qualitativos, para que a organização cumpra com suas metas. Nesse sentido, é um processo complexo e dinâmico, pois é influenciado por fatores externos e internos da organização (HANASHIRO, 2008). • • - -2 Por fim, entenda que o planejamento de RH é prioritário em relação à definição de qualquer outro programa da área, pois é a partir da definição do quadro de pessoal que será possível determinar os critérios de seleção, os treinamentos que serão oferecidos, as políticas de carreira, os sistemas de remuneração e recompensa etc. Modelos de planejamento de RH O planejamento de RH tem como uma de suas funções prever e decidir sobre a movimentação de pessoal para dentro e para fora da organização, visando colocar as pessoas mais adequadas em cada atividade. De acordo com Chiavenato (2014), são cinco os modelos de planejamento de RH, conforme a seguir. • Modelo baseado na procura estimada do produto ou serviço Consiste em planejar o quadro de colaboradores a partir da procura pelo produto ou serviço da organização, ou seja, dependendo do volume de vendas contrata-se ou demite-se pessoas. Além disso, outras variáveis podem interferir, como variações na produtividade, mudança na tecnologia utilizada, aumento da produção, disponibilidade interna e externa de recursos financeiros e oferta de profissionais. Assim, esse modelo usa previsões de dados históricos e está focado no nível operacional, não considerando imprevistos, ações dos concorrentes, mudanças no mercado, nem no fornecimento dos insumos (CHIAVENATO, 2014). • Modelo baseado em segmentos de cargos Foca no nível operacional e consiste em: a) escolher um fator estratégico que afete a necessidade de contratação, como o volume de vendas e de produção; b) definir níveis antigos e futuros para cada um dos fatores escolhidos; c) definir os níveis antigos de pessoal para cada unidade; d) projetar níveis futuros de pessoal para cada unidade, correlacionando-os com níveis passados e futuros dos fatores escolhidos (CHIAVENATO, 2014). • Modelo de substituição de posto-chave Também conhecido como organograma de carreira, consiste em representar visualmente quem poderá EXEMPLO Imagine que depois de uma análise, uma empresa define que para cumprir suas metas de vendas ela precise de 35 vendedores. No entanto, esse planejamento pode sofrer alterações caso a demanda pelo produto seja menor que o previsto, ou a produção não atenda às necessidades de vendas. • FIQUE ATENTO Se a introdução de uma nova tecnologia aumentar a produtividade, sem alterar o valor dos produtos, serão necessárias menos pessoas. Mas se a tecnologia baixar o preço do produto e isso aumentar as vendas, serão necessários mais colaboradores. • • - -3 Também conhecido como organograma de carreira, consiste em representar visualmente quem poderá substituir quem caso surja uma vaga. Para tanto, o organograma deve ter informações precisas sobre o colaborador, contendo nome, idade e possíveis substitutos, estipulando se ele está pronto para uma promoção, se requer maior experiência no cargo atual ou se já tem um substituto preparado. Além disso, deve constar informações sobre seu desempenho classificando-o em excepcional, satisfatório, regular ou fraco, como mostra a figura a seguir. Figura 2 - Modelo de substituição de postos-chave Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CHIAVENATO, 2014. Por fim, saiba que, alguns sistemas mais sofisticados permitem que se acrescente a formação escolar, experiências profissionais, cargos ocupados e objetivos pessoais (CHIAVENATO, 2014). • Modelo baseado no fluxo de pessoal Faz o mapeamento histórico da movimentação dos colaboradores na empresa, analisando entradas, saídas, promoções, visando prever, a curto prazo, a necessidade de pessoal, conforme ilustra afigura a seguir. Figura 3 - Modelo de fluxo de pessoal Fonte: Elaborado pela autora, baseado em CHIAVENATO, 2014. Assim, o modelo permite projetar consequências, caso aumente a rotatividade, hajam promoções ou encontrem • - -4 Assim, o modelo permite projetar consequências, caso aumente a rotatividade, hajam promoções ou encontrem dificuldades em contratar. Porém, perceba que é um modelo conservador, quantitativo, que funciona em empresas estáveis, que buscam apenas preencher vagas e manter o (CHIAVENATO, 2014).status quo • Modelo integrado É mais amplo que os anteriores, pois faz análise de demanda e de suprimento, ou seja, analisa questões externas e o fluxo interno de pessoas. Assim, para analisar e provisionar a necessidade de pessoal, considera quatro fatores: 1) volume de produção planejado; 2) mudanças tecnológicas que afetem a produtividade; 3) oferta e procura no mercado e no comportamento dos clientes; 4) planejamento de carreira na organização. Além disso, o modelo também considera as entradas e saídas, promoções e transferências de pessoal (CHIAVENATO, 2014). Figura 4 - Modelo integrado Fonte: Elaborada pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2014. De modo geral, o modelo integrado difere-se dos demais pelo fato de não ser baseado na quantidade de pessoas e nas horas trabalhadas, mas nas habilidades, conhecimentos, atitudes e comportamentos, como sendo diferentes e variáveis ao longo do tempo. Pessoas mudam, faltam, ficam doentes, especializam-se, tiram férias. Assim, é necessário considerar estes fatos no planejamento de RH. Por fim, note que a maioria dos modelos operacionais enfatizam apenas o fator quantitativo da força de trabalho, não considerando o qualitativo, ou seja, a competência das pessoas, as habilidades, os conhecimentos. • - -5 Etapas do planejamento de RH Até por volta de 1990, dizia-se que a primeira etapa para o planejamento de RH era definir os cargos e a quantidade de pessoas para cada um deles. Porém, atualmente, as necessidades são outras. Assim, diante do cenário instável que as organizações estão inseridas, adotar uma estrutura rígida de cargos é ficar preso ao passado e perder a competitividade. Deste modo, na busca por estruturas e cargos mais leves e flexíveis, as organizações têm se preocupado mais com as competências individuais e organizacionais necessárias (HANASHIRO, et. al, 2008). De modo geral, para a elaboração do planejamento de RH, é necessário que a empresa tenha elaborado seu planejamento estratégico corporativo, tendo analisado e estimado o mercado, estabelecido os objetivos e definido as competências organizacionais. A partir daí, o RH deve conhecer a missão, a visão, os valores, os objetivos estratégicos, as metas de produção, as competências individuais necessárias, além de ter uma visão macro sobre o ambiente externo e as mudanças que podem afetar o planejamento de RH, como leis trabalhistas e a oferta e demanda de profissionais (HANASHIRO, et. al, 2008). Deste modo, é preciso ter um panorama completo sobre as competências organizacionais e individuais desejadas, tendências do mercado em relação aos produtos e serviços oferecidos e sobre a tecnologia adotada. Além disso, deve-se analisar o mercado de RH, verificando a disponibilidade de profissionais com experiência e com as competências exigidas. Perceba que o processo de planejamento é cíclico, devendo sempre haver replanejamentos, pois a empresa deve estar constantemente avaliando as circunstâncias (mercado, tecnologia, desempenho das pessoas) para adequar seu quadro de pessoal. Instrumentos de planejamento de RH No processo de provisão de pessoal, pode-se utilizar instrumentos que auxiliam a área de gestão de pessoas a estimar a força de trabalho necessária. Nesse sentido, pode-se utilizar o diagnóstico organizacional para obter dados e informações importantes sobre a empresa e seus objetivos, a partir dos quais será possível fazer projeções e elaborar o planejamento de RH (CHIAVENATO, 2014). Atualmente, a tecnologia tem contribuído muito com os processos de recursos humanos. Assim, novas tecnologias, que permitem a seleção, a compilação e a comparação de informações, por exemplo, sobre demanda de produtos em relação ao contingente humano, possibilitam que a empresa acompanhe e verifique a necessidade de contratação ou não. FIQUE ATENTO Capacidade e competência são diferentes. Ser capaz envolve ter um potencial para um alto desempenho, e ser competente significa ter resultados e desempenho que se traduzam em sucesso. - -6 necessidade de contratação ou não. Figura 5 - Tecnologia no RH Fonte: jannoon028, Shutterstock, 2019. A gestão de desempenho também permite que a área de RH acompanhe os profissionais que tem alta probabilidade de serem promovidos ou demitidos, o que geraria mudanças no dimensionamento do quadro de pessoal, auxiliando no planejamento de RH (CHIAVENATO, 2014). Dentro da gestão do desempenho, temos a avaliação de potencial, que abrange diversas ferramentas escolhidas de acordo com as competências, e as características de um determinado cargo, visando verificar o quanto uma pessoa teria condições de assumi-lo e contribuindo para a inclusão deste indivíduo no planejamento de carreira. O planejamento de carreira também é um instrumento de planejamento de RH, pois consiste na definição da provável trajetória profissional dos indivíduos dentro da organização conforme forem se desenvolvendo. Dessa forma, permite prever a existência de futuras vagas. Paralelamente, há o planejamento de sucessão, que também auxilia no planejamento de RH, pois envolve a identificação e a definição de talentos que, quando preparados, poderão assumir outros cargos (HANASHIRO et. al, 2008). Por fim, um instrumento bastante utilizado é o ciclo PDCA ( ), cuja sigla é traduzida comoplan, do, check, act SAIBA MAIS Para aprofundar seus conhecimentos sobre gestão de desempenho, seus tipos, métodos e objetivos, leia o capítulo Gerindo o Desempenho, do livro Gestão do fator humano: uma visão de Hanashiro et al. (2008).baseada em stakeholders, - -7 Por fim, um instrumento bastante utilizado é o ciclo PDCA ( ), cuja sigla é traduzida comoplan, do, check, act planejar, executar, checar e agir. Trata-se de uma ferramenta comumente utilizada na condução de programas de qualidade total, para condução de processos de melhoria contínua, pois permite que uma tarefa seja planejada, colocada em prática, avaliada e, se necessário, ajustada ou replanejada, em um ciclo contínuo. Fechamento Neste tema, entendemos que fazer o planejamento de RH é administrar a movimentação das pessoas da empresa, seja entrando, saindo ou sendo transferidas de área. Além disso, reconhecemos que há diversos modelos de planejamento de recursos humanos, isto é, formas de se gerir a movimentação das pessoas, sendo a maioria de caráter operacional e quantitativo, isto é, que visa calcular a quantidade do setor produtivo. Compreendemos que as etapas de elaboração do planejamento de RH dependem em parte do estilo da organização, pois empresas mais tradicionais iniciam seu planejamento pela definição de cargos e posições, e as mais modernas e flexíveis iniciam conhecendo a missão, a visão, os valores, os objetivos estratégicos e as competências organizacionais. Por fim, vimos alguns instrumentos que auxiliam no planejamento de RH, que vão de um diagnóstico organizacional à utilização de softwares. Referências CHIAVENATO, I. : o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri:Gestão de Pessoas Manole, 2014. HANASHIRO, D.M.M. et al. : uma visão baseada em stakeholders. 2. ed. São Paulo:Gestão do fator humano Saraiva, 2008. - -1 O planejamento estratégico organizacional e o planejamento de RH Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução A estratégia organizacional é geralmente elaborada pelos dirigentes e envolve definir como a empresa enfrentará o mercado para sobreviver e, quem sabe, ter sucesso. Porém, são as pessoas que implementam a estratégia. Mas como fazer para a estratégia organizacionalse transformar em ações concretas e diárias dos colaboradores? Essa é uma das funções da área de RH, que por meio do seu planejamento estratégico pode conduzir a empresa ao sucesso. Você sabe como alinhar a estratégia organizacional com a estratégia de RH? Entende qual é a relação entre elas? É isso que você vai aprender neste tema. Bons estudos! Ao final desta aula, você será capaz de: • compreender a relação entre o planejamento estratégico organizacional e o de RH, e como eles se alinham. Formas de integração do planejamento estratégico corporativo como planejamento de RH O planejamento estratégico corporativo define aonde a empresa quer chegar, como vai chegar lá (caminhos e recursos) e, principalmente, quem vai conduzir a empresa até a meta traçada. Isso quer dizer que, mesmo que a empresa tenha um planejamento estratégico muito bem elaborado e todos os recursos financeiros e materiais disponíveis, sem as pessoas a organização jamais alcançará qualquer objetivo. Perceba que sem as pessoas a organização não sobrevive. No entanto, não basta um aglomerado de gente cumprindo com suas responsabilidades, é essencial que eles saibam o porquê e a importância de cada tarefa. Para tanto, o RH deve estar articulado com as estratégias da empresa, isto é, deve organizar suas políticas e práticas para alcançar os objetivos. É nesse ponto que entra o planejamento estratégico de RH. • - -2 O planejamento estratégico de RH não se limita a apenas definir o número de colaboradores necessário às atividades da empresa, mas envolve transformar os objetivos e a estratégia organizacional em ações de gestão de pessoas, estruturando todos os seus subsistemas na direção do sucesso organizacional, sem perder de vista os objetivos individuais (CHIAVENATO, 2014). O ideal, e mais apropriado para enfrentar um mercado altamente competitivo, é que o planejamento estratégico de RH seja elaborado de forma integrada ao planejamento organizacional, ou seja, de forma conjunta. Esse tipo de planejamento é chamado de planejamento integrado (CHIAVENATO, 2014). Isso significa dizer que, para os planejamentos serem integrados, o RH deve participar tanto da formulação da estratégia quanto da implementação, pois possui informações importantes sobre a realidade interna da empresa, que podem servir à construção da estratégica corporativa (PEARSON EDUCATION DO BRASIL, 2010). Porém, pode-se encontrar também empresas que fazem o planejamento estratégico de RH após o planejamento estratégico organizacional ficar pronto. Isso consiste em um planejamento adaptativo, em que o RH precisa do planejamento corporativo para elaborar suas práticas e políticas, ou seja, busca ajustar-se e contribuir para a implementação do planejamento estratégico organizacional. A desvantagem é que o planejamento estratégico fica fragmentado como se a gestão das pessoas fosse algo separado da estratégia. Além disso, existem planejamento de RH que são elaborados de forma segregada, ou seja, sem qualquer preocupação e articulação com o planejamento estratégico organizacional. É o chamado planejamento autônomo e isolado de RH que, muitas vezes, busca aplicar as melhores práticas na área de RH, sem se preocupar se elas são interessantes aos objetivos organizacionais (CHIAVENATO, 2014). FIQUE ATENTO Fazer um planejamento organizacional e um planejamento de RH não envolvem simplesmente traçar decisões futuras, mas decidir o que fazer hoje para se obter resultados futuros. FIQUE ATENTO O planejamento estratégico corporativo precisa de um planejamento estratégico de RH bem estruturado e alinhado para que os objetivos organizacionais sejam cumpridos com excelência. - -3 Quadro 1 - Formas de planejamento de RH Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2014. Perceba que tanto o planejamento adaptativo quanto o autônomo não estão completamente integrados ao plano maior da empresa e, portanto, são deficientes em gerar bons resultados corporativos. Figura 1 - Sucesso organizacional pelo planejamento estratégico Fonte: Tashatuvango, Shutterstock, 2019. Assim, um planejamento estratégico de RH para ser efetivo deve incluir a criação de uma cultura e clima - -4 Assim, um planejamento estratégico de RH para ser efetivo deve incluir a criação de uma cultura e clima organizacional que sejam favoráveis ao alcance das metas; a gestão de talentos e competências necessárias; a adoção de uma arquitetura organizacional; um estilo de gestão e modelagem de trabalho adequados; além de incentivos apropriados que motivem e engajem os colaboradores nos objetivos. Alinhando o planejamento de RH O planejamento estratégico de RH deve decidir tudo sobre os recursos humanos necessários para a empresa ter suas metas atingidas em um determinado tempo. Isso quer dizer que o planejamento estratégico de RH deve ser uma parte do planejamento estratégico organizacional e, portanto, devem ser coerentes e integrados entre si. Caracteristicamente há três filosofias que influenciam a estratégia da empresa (CHIAVENATO, 2014), que são: - planejamento estratégico conservador ou defensivo: é voltado para manter a situação existente, pois busca mais identificar e solucionar deficiências do que explorar novas oportunidades, isto é, busca bons resultados, mas sem mudanças radicais. - planejamento estratégico otimizante ou analítico: é voltado para a adaptabilidade e à inovação, busca ter os melhores resultados possíveis, minimizando os recursos ou maximizando o desempenho, ou seja, visa a melhoria contínua. - planejamento prospectivo ou ofensivo: é voltado para as situações atuais e para o futuro, buscando por meio do desenvolvimento natural ajustar-se às novas demandas do ambiente e preparar-se para as futura. Dessa forma, para cada tipo de estratégia organizacional, haverá um tipo de estratégia de RH. FIQUE ATENTO Atrair e reter talentos, desenvolver políticas de remuneração, desenvolvimento e promoção para atender às necessidades atuais e futuras da organização são tarefas da operação de gerir pessoas. A função real do RH é compreender a necessidade da empresa e ajudá-la a implementar sua estratégia por meio dos colaboradores. - -5 Figura 2 - Alinhamento entre o planejamento organizacional e de RH Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2014. O papel do RH muda à medida em que a estratégia organizacional altera seu foco e seus objetivos. Lembre-se de que parte desse foco da organização tem origem na missão, visão, nos valores e objetivos corporativos. Na figura a seguir pode-se observar melhor como algumas áreas de RH agem de maneira diferente a partir de estratégias organizacionais distintas. - -6 Figura 3 - Comparação entre estratégias de RH Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2014. Assim, na medida em que a empresa adota uma estratégia conservadora e defensiva, por exemplo, visando a melhorar processos de produção, oferecer produtos de qualidade e baixar custos, toda sua estratégia de RH deve ser coerente, recompensando a alta produtividade e a qualidade dos produtos e serviços, oferecendo promoções internas, selecionando e treinando os colaboradores para que fiquem na empresa por longos períodos (CHIAVENATO, 2014). Por outro lado, quando a organização adota uma estratégia ofensiva e prospectiva, entende que altos lucros só são possíveis a partir de projetos inovadores, que são rapidamente transformados em produtos e oferecidos ao mercado. Nesse sentido, o RH pode estruturar a empresa em pequenas divisões de produtos, autônomas e SAIBA MAIS Para entender melhor o processo de alinhamento e conhecer como fazer um planejamento de RH, em empresas que adotam gestão por competências, leia o subtópico intitulado “Planejamento organizacional versus planejamento de recursos humanos”, do Capítulo 2, do livro de Pearson Education do Brasil (2010). - -7 mercado. Nesse sentido, o RH pode estruturar a empresa em pequenas divisões de produtos, autônomas e autossuficientes, desenvolvendo constantemente equipes e disponibilizando recursos administrativose técnicos às unidades (CHAVENATO, 2014). Por fim, tenha em mente que quando a estratégia de RH está devidamente alinhada à estratégica corporativa, a probabilidade de se obter vantagem competitiva e alcançar o sucesso é muito maior. Fechamento Nesta aula, você teve a oportunidade de entender que a relação entre o planejamento estratégico de RH e o planejamento estratégico corporativo pode ocorrer de três diferentes formas: por meio de um planejamento adaptativo, integrado ou autônomo. Porém, a forma mais indicada para enfrentar o mercado é o planejamento integrado. Por fim, você conheceu os diferentes tipos de estratégias organizacionais, que podem ser mais conservadoras ou ofensivas. E compreendeu que, dependendo do tipo de estratégia da empresa, o RH deve acompanhar esse estilo, alinhando suas políticas e práticas para sustentar a estratégia corporativa e alcançar seus objetivos. Referências CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri: Manole, 2014. PEARSON EDUCATION DO BRASIL. . São Paulo: Pearson Education doAdministração de Recursos Humanos Brasil, 2010. EXEMPLO Quando a empresa tem uma estratégia de RH ofensiva, o papel do RH passa a ser de um empreendedor que identifica e desenvolve habilidades e talentos humanos essenciais para os novos negócios. - -1 Mapeamento de competências Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução É fato consumado que as organizações dependem das pessoas para atingirem seus objetivos estratégicos. Porém, definir o perfil adequado e as competências necessárias para que os profissionais certos estejam trabalhando na empresa, não é tarefa fácil. Para tanto, o RH deve ter um mapeamento completo de quais são as competências existentes e quais deveriam existir na organização. Você sabe como fazer um mapeamento de competências? Conhece as competências essenciais e mais importantes para as empresas? Quer conhecer? É isso que você vai entender neste tema. Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • definir o mapeamento de competências, conhecendo sua formulação e aplicação; • identificar as competências humanas mais valorizadas pelas organizações. Conceitos e prática do mapeamento de competências Na atualidade, diante do contexto instável no qual as organizações operam, é essencial alinhar a estratégia da empresa com as ações de RH, pois esse é um importante caminho para se atingir os objetivos e metas organizacionais. Tal alinhamento inicia-se pelo mapeamento de competências. Porém, isso não é simples, pois para se fazer um correto mapeamento é necessário que se saiba descrevê-las adequadamente. Não se trata de apenas relatar funções e atividades, trata-se de apresentar desempenhos objetivos, explícitos e específicos, que possam ser observados e mensurados (BRANDÃO, 2017). Isso quer dizer, na descrição de uma competência é necessário que se coloque o comportamento esperado, indicando exatamente o que o profissional deve ser capaz de fazer. Nesse sentido, as descrições devem sim ter um verbo de ação, que possa ser observada por qualquer pessoa que • • EXEMPLO É comum encontrar descrições abstratas como “o profissional deve ser capaz de refletir sobre seu papel na equipe”, “deve compreender as rotinas de trabalho”. Mas como medir se ele reflete sobre seu papel, ou se compreende as rotinas? Esse é o papel do mapeamento de competências. - -2 Nesse sentido, as descrições devem sim ter um verbo de ação, que possa ser observada por qualquer pessoa que se propuser a avaliar o profissional. Entretanto, dizer que o colaborador deve internalizar crenças e valores sustentáveis, não caracteriza uma competência. O correto é que se descreva assim: propor ações para promover a economia de recursos naturais (BRANDÃO, 2017). Além disso, a descrição de uma competência deve ser específica e apresentar, sempre que possível, as condições e/ou os critérios (velocidade, frequência, qualidade, quantidade, exatidão etc.). Portanto, “propor ações mensais que promovam a economia de recursos naturais em seu departamento” pode ser considerado uma competência individual bem descrita (BRANDÃO, 2017. O mapeamento de competências pode ser considerado um processo de diagnóstico, que visa a verificar a lacuna entre as competências existentes e as necessárias para a empresa atingir seus objetivos estratégicos (BRANDÃO, 2017). Figura 1 - Competências Fonte: ESB Professional, Shutterstock, 2019. Para tanto, o primeiro passo do mapeamento é definir as competências individuais e organizacionais necessárias FIQUE ATENTO Ao se descrever a competência de forma específica, incluindo condições e critérios, deve-se evitar descrições muito longas, ambíguas, com especificações óbvias, redundantes, termos técnicos e estrangeiros. - -3 Para tanto, o primeiro passo do mapeamento é definir as competências individuais e organizacionais necessárias para a empresa obter o sucesso desejado. O segundo, é levantar as competências existentes na organização. E, por fim, deve-se comparar ambos os dados identificando as diferenças, que por sua vez permitirão delinear ações de RH. Esse mapeamento das competências (existente e desejadas) pode ser feito por meio de técnicas de pesquisa social, como análise de documentos, entrevistas individuais, grupo focal, questionário e observação, que permitam identificar com certa precisão as competências relevantes para a empresa, como resume a figura a seguir. Figura 2 - Técnicas de mapeamento de competências Fonte: Elaborado pela autora, baseado em BRANDÃO, 2017. Uma técnica que merece destaque é a análise documental, que envolve estudar, analisar e interpretar documentos da organização (visão, missão, posicionamento no mercado, valores, diretrizes, relatórios, políticas etc.), para se obter indícios de competências que sejam importantes. Possui três etapas: i) a pré-análise, em que se define os objetivos do estudo, os documentos a serem analisados e os indicadores para interpretar o conteúdo; ii) a análise, que consiste na codificação e categorização das informações, criando a descrição das competências; iii) e o tratamento dos resultados, que envolve analisar a frequência com que certas competências apareceram nos documentos, conforme ilustra a figura a seguir. - -4 Figura 3 - Tratamento quantitativo de resultados da análise documental Fonte: Elaborado pela autora, baseado em BRANDÃO, 2017. Assim, quanto maior a frequência com que uma competência aparece, maior sua importância. Outra forma é fazer um estudo qualitativo, em que a importância da competência é medida pela relevância do documento em que ela aparece, ou seja, uma competência que consta na missão da empresa terá mais importância que uma outra que aparece em um relatório gerencial (BRANDÃO, 2017). Os resultados do mapeamento de competência são facilmente aplicáveis em muitas ações de RH, como (BRANDÃO, 2017): - em diagnósticos de necessidades de capacitação e planejamento educacional, de modo que as competências faltantes possam ser desenvolvidas; - no recrutamento e seleção, atraindo e selecionando aqueles que possuem as competências desejadas; - na construção de trilhas de aprendizagem, ou seja, de caminhos alternativos e flexíveis de aprimoramento pessoal e profissional, desenvolvendo competências relevantes para a empresa e para o colaborador; - nas avaliações de desempenho, usando as competências descritas como indicadores de desempenho; - nas políticas e práticas de retribuições, de modo que sejam construídas para estimular o profissional a desenvolver e aplicar as competências relevantes ao alcance dos objetivos organizacionais (BRANDÃO, 2017). Por fim, lembre-se que as etapas são: fazer o mapeamento das competências organizacionais e individuais (existentes e necessárias) de todos os cargos e funções; fazer a mensuração e a comparação dessas competências, analisando em que medida as competências desejadas estão presentes na organização, gerando, assim, informações para a área de treinamento e desenvolvimento. Competênciasessenciais mais valorizadas O processo de globalização e a crescente complexidade no mundo dos negócios, associados às exigências dos consumidores por produtos e serviços com maior valor agregado, levaram as organizações a aprimorarem seus processos e estruturas, de forma a serem mais responsivas às demandas do mercado e garantir competitividade. Isso automaticamente reflete no perfil dos profissionais que a organização precisa e deseja ter, afinal, para - -5 Isso automaticamente reflete no perfil dos profissionais que a organização precisa e deseja ter, afinal, para enfrentar um contexto diferente são necessárias pessoas diferentes. Entenda que, desde 1990, quando se deu o início da globalização e da Era da Informação, as organizações tiveram que mudar sua forma de gerir as pessoas, pois elas passaram de simples coadjuvantes a atores principais da história de sucesso da organização. Deixaram de ser figuras passivas e objetos de controle, para serem ativos, de modo que o desenvolvimento das pessoas gera o desenvolvimento da organização e vice-versa (DUTRA, 2017). Figura 4 - Fator humano é essencial no desenvolvimento da organização Fonte: Jesus Cuadrado, Shutterstock, 2019. Consequentemente, gerou a necessidade de mudança na cultura da empresa, que passou a estimular e apoiar competências relacionadas a atitudes autônomas e resolutivas, proativas e inovadoras, pois são essas que colocam a empresa na frente dos concorrentes. Dentre esses atributos, o comprometimento vem ganhando cada vez mais destaque devido à necessidade de se ter um diferencial competitivo. É também a competência mais desafiadora para a área de RH, pois garantir e sustentar o comprometimento das pessoas só é possível na medida em que elas percebem que, trabalhar para atingir os objetivos da empresa, acarretará valor e benefícios para si próprio (DUTRA, 2017). Assim, muitas são as competências valorizadas pelas empresas como, por exemplo, ter automotivação, isto é, capacidade de manter-se motivado diante de adversidades; ter habilidade de trabalho em equipe e de lidar com diferentes pessoas; possuir comunicação clara e objetiva; saber negociar especialmente em situações de conflito; ter bom relacionamento interpessoal e buscar aprimoramento e desenvolvimento contínuos de seus FIQUE ATENTO Perceba que todas as mudanças no contexto interno e externo fizeram com que as empresas deixassem de exigir um perfil obediente e disciplinado, para requererem um perfil autônomo e empreendedor. - -6 ter bom relacionamento interpessoal e buscar aprimoramento e desenvolvimento contínuos de seus conhecimentos, entre outros. Porém, cada uma dessas será mais ou será menos importante para a empresa, dependendo de fatores particulares de cada uma, e podem mudar sua relevância dependendo do setor onde o profissional atua. Por exemplo: para uma empresa de serviços contábeis, ter automotivação pode ser uma competência menos importante do que para uma empresa de treinamentos de alta performance. Por fim, pode-se dizer que as competências mais valorizadas e que independem do ramo de atividade, cultura, estilo de gestão ou outra qualquer característica da organização, são as competências que envolvem a capacidade de ser criativo, ter iniciativa, ter comprometimento e ser flexível. Fechamento Neste tema, você compreendeu que o mapeamento de competências pode ser realizado por meio de diferentes técnicas, que vão desde a análise de documentos até entrevistas individuais e questionários. Ainda, entendeu que os resultados do mapeamento podem ser aplicados tanto nos processos de seleção quanto nos programas de treinamento e desenvolvimento, na formulação dos critérios de avaliação de desempenho, entre outras coisas. Por fim, você conheceu algumas competências importantes e as mais valorizadas pelas organizações. Referências BRANDÃO, H. P. Mapeamento de competências: ferramentas, exercícios e aplicações em gestão de pessoas. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017. DUTRA, J. S. Competências: conceitos, instrumentos e experiências. 2. ed. São Paulo: Atlas, 2017. SAIBA MAIS Leia o capítulo intitulado “Conceitos básico e sua articulação nas organizações”, do livro de Dutra (2017), para conhecer de forma profunda as mudanças que foram ocorrendo no cenário e como isso interferiu nas organizações e no que elas priorizam. - -1 Fatores intervenientes do planejamento de RH Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução A área de RH tem o importante papel de fazer a gestão das pessoas, planejando a composição do quadro de pessoal. Nesse sentido, deve atrair e envolver os colaboradores mais adequados, para que eles queiram se dedicar às metas da empresa. Porém, há fatores que interferem nesse planejamento de modo que a área de RH deve acompanhá-los para fazer uma boa gestão de pessoas. Você sabe que fatores são esses que podem influenciar no planejamento de RH? Sabia que é possível usar esses fatores para gerar motivação e dar sentido ao trabalho? Quer aprender mais? Bom estudo! Ao final desta aula, você será capaz de: • reconhecer os fatores intervenientes do processo de planejamento, como o absenteísmo, a rotatividade e os custos operacionais; • como reutilizar a influência desses fatores no processo de planejamento – o significado do trabalho. Absenteísmo Fazer o planejamento de RH consiste em arquitetar e provisionar o quadro de pessoal da organização. Porém, m esmo quando a empresa projeta adequadamente seu quadro de pessoal, sabe-se que nem sempre ele está completo no dia a dia, pois existem fatores que interferem nisso. Normalmente, o quadro real de pessoas trabalhando na empresa é menor do que o quadro provisionado, pois sempre há faltas, isto é, absenteísmo. O absenteísmo corresponde a todas as ausências ocorridas dentro de um certo período, incluindo faltas, atrasos, licenças, férias e afastamentos. Pode ser calculado a partir da fórmula exposta a seguir (CHIAVENATO, 2014). • • - -2 Figura 1 - Cálculo do índice de absenteísmo Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2014. Assim, o cálculo do absenteísmo, ou do tempo de trabalho perdido, é feito pela soma da quantidade de horas que as pessoas estiveram ausentes no mês, dividido pela multiplicação do número médio de colaboradores do mês, com o número de horas ou dias trabalhos no mês (CHIAVENATO, 2014). Dessa forma, quando o índice estiver entre 3% e 5%, pode ser considerado normal, quer dizer que a empresa está contando com cerca de 95% da sua força de trabalho. Índices acima disso podem ser um sinal de que algo não tem motivado as pessoas permanecerem na empresa (CHIAVENATO, 2014). O índice de absenteísmo é fortemente afetado pela capacidade profissional e pela sua motivação para o trabalho, além de fatores interno e externos ao trabalho. Dentre as causas do absenteísmo estão as doenças, acidentes, problemas de transporte, responsabilidades familiares, bem como a falta de motivação, de incentivo, problemas com a liderança ou com os colegas, conflito entre os valores do indivíduo e da organização etc. (FRANÇA, 2014). Por fim, para se fazer um estudo aprofundado das causas do absenteísmo, é necessário investigar documentos da FIQUE ATENTO Quando for fazer o cálculo de absenteísmo, preste atenção para que a unidade de medida utilizada seja sempre a mesma, ou seja, se preferir usar “horas de trabalho” deve-se transformar todos os dados em horas. EXEMPLO Organizações modernas buscam incentivar a presença e desestimular a ausência por meio de políticas e práticas gerenciais e culturais que recompensam e desenvolvem atitudes, valores e objetivos relacionados à participação das pessoas na vida organizacional. - -3 Por fim, para se fazer um estudo aprofundado das causas do absenteísmo, é necessário investigar documentos da empresa como atestados médicos, ficha do colaborador, relatórios de avaliação de desempenho entre outros, visando a entender os reais motivos das ausências. Rotatividade A rotatividade consiste no fluxo de entrada e saída de profissionais da empresa. Fazero cálculo da rotatividade é uma atividade direcionada a um dos subsistemas de RH denominado manutenção de pessoal, pois visa a administrar e manter o quadro de colaboradores adequado ao cumprimento das necessidades da organização (CHIAVENATO, 2014). São consideradas entradas todas as contratações que a empresa faz, seja de colaboradores diretos ou terceiros. Já as saídas são todos os desligamentos, demissões ou aposentadorias, em relação à média de colaboradores existentes em um certo período. A fórmula mais utilizada está ilustrada na figura a seguir. Figura 2 - Fórmula de cálculo da rotatividade Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2014. Perceba que esta fórmula não considera o fluxo de entradas, mas o montante total de efetivos em um certo período. Os desligamentos podem ocorrer por inciativa do colaborador, quando este decide romper com o contrato de trabalho por motivos diversos, sejam pessoais ou profissionais. Normalmente, a decisão de desligar-se depende do quanto o colaborador se sente satisfeito com seu trabalho e quanto vislumbra que existam opções melhores fora da empresa (CHIAVENATO, 2014). Outra forma é o desligamento por decisão da empresa, visando a substituí-lo por um profissional mais adequado às suas necessidades, corrigir um erro de seleção, ou reduzir o quadro de pessoal. Via de regra, o fluxo de desligamentos e aposentadorias deve ser compensado pelo fluxo de admissões. Caso contrário, a empresa perde sua capacidade produtiva e uma compensação precisa ser criada, como o desenvolvimento de novas habilidades e redistribuição de responsabilidades ao pessoal efetivo. Entenda que essa rotatividade tem um custo, conforme mostra a figura a seguir. - -4 Figura 3 - Custos da rotatividade Fonte: Elaborado pelo autor, baseado em CHIAVENATO, 2014. Por fim, saiba que qualquer que seja o motivo das saídas, é sempre bom realizar a entrevista de desligamento, pois, a partir dela, a empresa poderá ter uma noção mais clara dos reais motivos do desligamento e das percepções dos colaboradores sobre suas práticas e políticas internas. Mudanças nos requisitos Após a globalização dos mercados, as palavras mudança e imprevisibilidade tornaram-se uma constante na vida das organizações. Processos de mudança, ajuste e adaptação afetam não só os negócios como as pessoas que dele fazem parte. Tudo isso por causa dos avanços tecnológicos e das transformações no ambiente externo (leis, economia, política, exigências dos consumidores, novos concorrentes etc.) que exigem das empresas novas formas de organização e configuração de sua estrutura e gestão, produtos e serviços inovadores e com mais qualidade (CHIAVENATO, 2014). Consequentemente, os requisitos da força de trabalho também vêm sofrendo alterações, pois para enfrentar um ambiente tão diferente são necessárias habilidades, conhecimentos e atitudes diferentes. Porém, muitos segmentos profissionais estão se tornando deficientes dessas novas competências exigidas, pois não estão sendo devidamente preparados pelas escolas de formação para atenderem a essa nova demanda das empresas (CHIAVENATO, 2014). - -5 Figura 4 - Profissionais precisam estar capacitados às novas exigências do mercado Fonte: Jirsak, Shutterstock, 2019. Tal situação afeta diretamente o planejamento de RH, na medida em que se torna mais difícil encontrar profissionais capacitados às tarefas propostas. Isso gera perdas para a organização, pois seus produtos e serviços acabam por ter menos qualidade, a produtividade diminui, aumentam os acidentes e as queixas dos clientes, além da perda de competitividade. A importância de alcançar pessoas em trabalhos que tenham identidade com elas – o trabalho significativo como gerador de motivação Para que a empresa tenha menos perdas, as organizações precisam rever suas práticas e políticas de gestão de pessoas, no intuito de neutralizar a influência dos fatores intervenientes do planejamento de RH. Uma das principais formas de se fazer isso é por meio da identificação da pessoa com o trabalho. Ou seja, fazer com que o trabalho tenha características que o torne significativo, articulando elementos que compõem os cargos como (CHIAVENATO, 2014): - autonomia: é o quanto se permite que o profissional tome decisões por si só, organize, priorize as tarefas e resolva problemas; - variedade: é o quão amplas ou restritas são as atividades do cargo; - identidade: é o grau em que a pessoa pode executar e completar uma unidade inteira do trabalho, podendo identificar os resultados do seu esforço. - significado: é a noção de interdependência do cargo com outros cargos e da contribuição do trabalho no departamento ou na empresa como um todo; - retroação: é o nível de retorno que o profissional tem sobre seu trabalho, ou seja, o quanto os outros dizem que seu trabalho está bom ou não, de modo que quanto mais retorno mais condição de se adequar ele tem. Assim, quanto mais autonomia, variedade, identidade, significado e retroação, mais o trabalho terá sentido e será interessante para o colaborador, eliminando, assim, o absenteísmo e a rotatividade. - -6 Outras formas de reduzir o impacto da rotatividade são: congelar admissões, cortar horas extras, reduzir a jornada provisoriamente, permitir que parte do trabalho seja feito em casa ( ) e o aprimoramentohome office contínuo das pessoas (CHIAVENATO, 2014). Além disso, pode-se também fazer entrevistas de aconselhamento, compensações, incentivos para desenvolver autodisciplina, horários variáveis, políticas de promoção, instalação de creches, entre outros serviços sociais (FRANÇA, 2014). No que diz respeito aos impactos das mudanças nos requisitos das pessoas, a organização pode aproveitar a baixa qualificação para contratar profissionais a um custo baixo e propor seu desenvolvimento dentro da empresa, oferecendo, assim, o aprendizado que as escolas convencionais não oferecem. Em contrapartida, a organização exige que o profissional permaneça na empresa por um tempo igual à duração do curso realizado, por exemplo, se a empresa pagou uma especialização de dois anos, o colaborador deve permanecer por mais dois anos na empresa após o término do curso. Isso gerará forte compromisso nas pessoas, pois sabem e sentem que a empresa está acreditando e investindo nelas e, por isso, se sentirão impelidas a retribuir com seu esforço e dedicação. Fechamento Neste tema, você entendeu que o absenteísmo engloba todas as ausências no trabalho, que a rotatividade é o fluxo da contratação e do desligamento, e que estes, junto com as mudanças nos requisitos dos profissionais, tornam-se fatores que interferem no planejamento de RH, pois causam perdas quantitativas e qualitativas na força de trabalho. Além disso, compreendeu que para neutralizar esses intervenientes, a organização deve buscar formas de tornar o trabalho mais significativo e interessante aos colaboradores, mexendo nos elementos do cargo, investindo em treinamentos, flexibilizando horários, dando incentivos, entre outras coisas. FIQUE ATENTO Entenda que melhorar a condição de trabalho e resgatar a motivação do colaborador é, geralmente, melhor do que o desligamento, pois os efeitos deste não impactam só no profissional desligado, afetam sua equipe e a organização como um todo, gerando angústias, inseguranças, insatisfações etc. SAIBA MAIS Leia no capítulo 7, do livro de Robbins (2009), o tópico intitulado “programas de envolvimento dos funcionários”, no qual o autor traz explicações sobre o conceito deste programa, além de exemplos e relação com a motivação. - -7 Referências CHIAVENATO, I. : o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri:Gestão de pessoas Manole, 2014. FRANÇA, A. C. L. conceitos, ferramentas e procedimentos. 11. reimp. SãoPrática de Recursos Humanos – PRH: Paulo: Atlas, 2014. ROBBINS, S. P. Comportamento organizacional. 11. ed., 6. reimp. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009. - -1 Gestão do quadro de pessoal Taciana Lucas de Afonseca Salles Introdução Atualmente, há a percepção de que
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