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CLÍNICA MÉDICA 24-05-21: TAQUIARRITMIAS: FA – FIBRILAÇÃO ATRIAL: · Distúrbio de ritmo cardíaco sustentado mais comum. · Risco de 25% durante a vida após 40 anos em homens e mulheres. · Smart Watches identificação de assintomáticos. · 90% dos episódios são assintomáticos. · Como a pessoa não sabe que tem a sua primeira manifestação pode ser um AVC. Definição: · Atividade elétrica contínua, fragmentada, caótica, muito rápida e desorganizada que se traduz pela ausência de onda P e substituindo-as, pequenas ondas de elevada frequência, irregulares e de voltagens variadas denominadas ondas fibrilatórias (f) ou em certos casos apenas a linha de base. · No eletro: ausência da onda P precedendo o QRS. O ritma também fica irregular. Epidemiologia: · É a taquiarritmia irregular mais frequente: 10:1 em relação ao flutter. · 85 anos – prevalência de 9%. Etiologias: · Predisposição genética. · Idade 70 anos tem 7,4X mais risco que na faixa etária entre 50 e 59 anos. · HAS, IC e SCA – síndrome coronariana aguda. · Doença tireoidiana. · Obesidade, tabagismo. · DM. · DPOC e SAHOS. · Etilismo. · Atividade física vigorosa. · Holter – registro eletrocardiográfico de 24 horas. Risco: · Anormalidade mais associada a fenômenos tromboembólicos. · Risco 5 a 6X maior. · 15 a 25% dos AVC podem ser atribuídos a FA. Características: · QRS estreito como também pode ser alargado (só vai acontecer isso quando tiver com bloqueio de ramo direito ou esquerdo associado a fibrilação atrial). · RR irregular (intervalo entre as ondas Rs são irregulares). · Ausência de onda P. · Na linha vemos um BAV 1°, mas é sinusal. · Nas bolinhas vemos as ondas P. · No retângulo vemos só as oscilações da linha de base, que chamamos de linhas F, que são as ondas de fibrilação. · No retângulo essas linhas f são mais finas quando comparadas com as indicadas pela seta, pois a da seta é de uma FA de inicio recente. · Com o passar do tempo e a FA ficando crônica ela vai gerar uma linha f mais fina. · Também percebemos que o intervalo RR acima do retângulo está irregular. · Importante sempre olhar o ritmo primeiro, então para isso tem que olhar onda P precedendo QRS em D1, D2, D3 sendo + e negativa em AVR. · Podemos ver que está faltando onda P antes de todos os QRS · Obs: esse ultimo DII é o longo. · Intervalo entre Rs está irregular. · Em V1 a linha de base está toda irregular, essas ondas Fs estão mais grosseiras. · Em DII longo temos um espaçamento (na seta) entre os QRS totalmente irregular. Classificação em relação ao tempo da duração da FA: · Primeiro episódio. · Paroxística – recorrente, mais de dois episódios, termino espontâneo em até 7 dias. · Persistente – não termina espontaneamente em 7 dias e requer cardioversão – vai até um ano. · Persistente de longa data – duração maior ou igual a 1 ano. · Permanente – não é possível manter o ritmo sinusal – não tem mais meta de tratamento, então vamos deixar ele em FA, pois ele está estável, controlado, e com anticoagulação. FLUTTER ATRIAL: · Taqui atrial quase sempre associado a cardiopatia estrutural. · Ondas F em dente de serrote ou serra dentada. · DII, DIII, AVF (parede inferior) e V1 – vai ter essas ondas em dente. · Frequência ventricular – geralmente metade da atrial. · Paciente chegou com flutter vamos ter que investigar se tem alguma cardiopatia estrutural. Etiologias: · DAC. · DPOC. · Valvopatias. · TEP. · Tireotoxicose. · Cardiopatias congênitas. · Miocardite / pericardite – inflamação do sistema de condução, como uma inflamação do átrio. · Para causar o flutter atrial temos mecanismos de macroentrada intercaval. · A atividade elétrica fica se perpetuando no átrio que pode ser sentida tanto no sentido horário como no anti-horário. · No átrio direito forma o mecanismo de macroentrada no qual a atividade elétrica se perpetua no átrio em uma velocidade muito alta de contração (mais ou menos de 300bpm – que é o espaço entre uma onda F até outra onda F – mais ou menos 5 quadradinhos), então o átrio meio que não bate pois ele fica nesse flutter que é muito rápido e isso não deixa ele ter uma contração efetiva. · Se a FA é de 300, então a frequência ventricular é metade – então para isso é preciso de duas ondas Fs para um QRS. · Quando for a cada onda F um batimento a frequência ventricular vai ser 300 igual ao ECG acima. · Na seta estão mostrando as duas ondas Fs que precedem o QRS isso faz com que a frequência ventricular fique em 150. Esta é a mais comum. · Se caso você coloca um oximetro e está batendo certinho 150 de frequência tem que suspeitar de flutter, e fazer um ECG. · Pode ter três ondas Fs para cada QRS também. · Quando é um para um é muito grave, e o paciente pode estar evoluindo para parada cardíaca. Dois para um é habitual, com 150. · Esse ultimo mostra uma variação em que tem 2, 3, 4... Paciente no PS com queixa de palpitação: · Primeira coisa identifica o ritmo do paciente; · Após isso ver se ele está estável (avaliar os 4Ds – Diminuição da pressão, Dor torácica, Diminuição do nível de consciência ou desmaio e Dispneia). · Se ele teve um já é instável. · Para os pacientes instáveis, independente do tempo, deve se realizar a cardioversão elétrica (não deve ser medicamentosa). · Para os pacientes estáveis: · Avaliar o tempo de inicio dos sintomas: · Menor que 48 horas vamos prosseguir com o tratamento – paciente com flutter ou FA faz uma cardioversão · No flutter tem que ser cardioversão elétrica sincronizada · Já no FA pode cardioverter quimicamente com amiodarona. · Maior que 48 horas ou você não consegue mensurar o tempo de inicio: · O risco de ser maior que 48H é que na hora que você cardioverter vai soltar esse trombo e provocar um AVC. · Podemos fazer um ECO-transesofagico lá no hospital para ver se tem trombo, se caso não tem ai podemos fazer a cardioversão. · No caso de não ter esse ECO, ai vamos anticoagular esse paciente por 3 semanas. Tem os anticoagulantes diretos orais (xarelto) ou pode usar a varfarina. · O INR (índice usado na monitorização dos pacientes que estão usando anticoagulantes) do paciente tem que estar entre 2 e 3 por três semanas seguidas (nessas semanas do uso do anticoagulante –ACO). · Vamos fazer a cardioversão. · Depois vamos manter os anticoagulantes por mais 4 semanas. · Reavaliar ambulatorial. TAQUIARRITMIAS DE QRS ESTREITO: · FC > 100 bpm. · QRS < 120 ms – menor que 3 quadradinhos. · A condução do estímulo ocorre pelo sistema preferencial NAV-His-Purkinje. · Paroxístico – inicio e fim súbitos. · Supraventriculares – originadas e mantidas por estruturas acima da bifurcação do feixe de His. · É origem supraventricular, pois está acima do feixe de HIS. TAQUICARDIA SINUSAL: · Regular. · Tem 1 onda P para cada QRS. · O intervalo entre as ondas P-P é menor que 250 bpm. · RP longo. · Morfologia da onda P que tem que ser positiva em DI, DII, DIII e negativa em AVR, só que está mais taquicardica. · Uma onda P para cada QRS. · QRS estreito. Fisiológico: · Exercício, ansiedade, abuso de álcool, anticolinérgicos, agonistas beta-adrenérgicos. Patológicos: · Febre, hipertireoidismo, feocromocitoma, fístulas AV, isquemia miocárdica. · É uma taquicardia compensatória nesses casos. TAQUICARDIA DE REENTRADA NODAL: · Mecanismo de reentrada por 2 caminhos diferentes. · Sem cardiopatia estrutural. · Cerca de 25% da população tem dupla via nodal. · Não tem onda P precedendo o QRS. · Taquicardia supraventicular – termo genérico para taquicardias de QRS estreito e RR regular. · Esse é o nó AV. Porque essa dupla via favorece a taquicardia de reentrada nodal? · Explicação: o estimulo vai vir pela via rápida e vai descendo, enquanto a via lenta também vai descendo mas bem lenta, só que o estímulo que desceu rápido já pega o caminho de volta do outro lado e começa a voltar e nessa volta ele acaba encontrando o da via lenta e acabam se anulando. A repolarização da via rápida acontece de forma mais lenta, enquanto a da via alfa vai acontecer de forma mais rápida. · Lá no átrio podemos ter umaextrassistole atrial que como a via lenta se recupera rápida, ela vai descer e se recuperar rápido como no desenho C e ai quando ele começa a fazer esse ciclo mostrado na imagem C gera uma taquiarritmia de reentrada nodal, pois o estimulo fica girando no eixo átrio ventricular. Esse giro que é descer pela via lenta e subir pela via rápida vai desencadear essa taquicardia de reentrada nodal. · Esse ciclo pode cessar espontaneamente ou pode ficar com essa taquiarritmia sentindo desconforto até ir ao hospital. · Essa taqui arritmia é muito mais frequente em mulheres de meia idade mas é benigna, ela não leva a morte o máximo que pode ocorrer é uma pré-síncope. · Queixa muito frequente é uma pulsação na região do pescoço, sensação de frog, por conta da pulsação que fica muito alta. · ECG: Não consegue identificar onda P precedendo o QRS. O intervalo R-R é regular. O QRS é estreito isso são características das taqui supraventriculares em geral. Então para se especificar em uma de reentrada nodal tem que olhar DII e V1: · DII e em V1 vamos ter uma pseudo S e pseudo R (indicado na seta) – são caraterísticas que o QRS simula essas ondas S e R, mas na verdade é a onda P que está após o QRS. Onda P após o QRS. Tratamento: · Avaliar se ele está estável ou instável. · Paciente estável: manobra Vagal (compressão do seio carotídeo, contudo não fazer isso em idoso, em pessoas com doenças ateroscleróticas), como pode fazer manobra de Valsalva (pede para o paciente puxar o ar e assopra forte sem deixar o ar sair), também pode fazer a manobra de Valsalva modificado (paciente sentado na maca, ai ou ele pode assoprar na mão ou no embolo da seringa, manda ele assoprar e não deixar o ar sair, ai deita ele e levanta suas pernas) – pode aumentar a eficácia da reversão do ritmo. · Não reverteu com essas manobras ai pode usar a adenosina (cardioversão química). · OBS: ele paciente não precisa ser anticoagulado. TAQUIARRITMIAS DE QRS LARGO: EXTRASSÍSTOLES: · Batimentos precoces. · Ventriculares – QRS alargado precoce, morfologia diferente, pausa compensatória. · Supraventriculares – QRS estreito precoce, morfologia parecida, pausa não compensatória, *com aberrância – simulam EEVV. · No quadrado vê um batimento precoce com onda P negativa e com QRS estreito, então têm uma extrassístole supraventricular. · No circulo tem um QRS alargado e um batimento precoce, então têm uma extrassístole ventricular. · No 1° quadrado tem uma extrassístole ventricular isolada. · No 2° quadrado tem uma extrassistole ventricular em pares (uma seguida da outra) · No 3° tem uma taquicardia ventricular não sustentada - TVNS (em salvas) quando tem 3 ou mais QRS pareados. · Na primeira imagem tem bigeminismo ventricular, pois vemos um QRS e uma extrassistole e isso se torna um ciclo. · Na segunda imagem vê que tem dois QRS para uma extrassistole então é chamado de trigeminismo ventricular. · Também podemos ter bigeminismo atrial como na primeira imagem. · Esse o paciente já tem um ECG de base alargado devido a um bloqueio de ramo direito (como na segunda imagem) e ai esse paciente acaba tendo uma extrassistole, só que nesse caso o paciente já tem de base um QRS alargado devido algum bloqueio a sua extrassistole atrial também vai estar alargada. · Na extrassistole tanto atrial como ventricular não temos onda P precedendo extrassistole. TV – TAQUICARDIA VENTRICULAR: · TV x TS (taqui supra) com aberrância ou com bloqueio ou TAV. · Critérios diagnósticos. · 80% das taqui com QRS alargado são TV os outros 20% são TS com aberrância. · ORS> 140 ms em 90% são TV. · TV – IAM prévio e chagas. · TV é mais perigosa do que TS com aberrância. · Monomórfica segue um padrão QRS alargado. · Polimórfica não segue um padrão varias morfologias de QRS. Muito mais grave, pois ele geralmente está prestes a degenerar para uma fibrilação ventricular que é um ritmo de parada. Duração da TV: · TVNS < 30 segundos (três batimentos ou mais que duram até 30s), FC> 100 bpm. · TVS – maior ou igual a 30 segundos. Informações de TV: · Substrato. · TV com cardiopatia estrutural – 90%: · Pós-IAM, CMH, DAVD, miocardite, sarcoidose, doença valvar, cicatriz cirúrgica, drogas, distúrbios hidroeletrolíticos. · TV sem cardiopatia estrutural – 10%. · Maior causa de morte súbita. · Mais grave em homens – mortalidade de 46% x 34% em mulheres. · Relação TV: TSV – 5:1. · FC > 220 bpm – instabilidade hemodinâmica. · Ausência de RS nas precordiais é quando por exemplo temos somente um QRS negativo nas precordiais ou só positivo. Algoritimos: · Vereckei · Vê uma taquicardia porque a distancia entre os QRS está de 7 quadradinhos (3500:7) que dá 214 bpm. · Vê no DII longo (na ultima linha) que tem uma taqui de QRS alargado. Ver o AVR (para ver o vereckei): · Se a primeira porção do AVR é positiva já consideramos que é uma taquicardia ventricular pelo critério de vereckei. · No eletro sinusal o AVR é totalmente negativo (onda P, QRS e T) porque o AVR está do lado direito do paciente e ele registra o eixo se afastando dele então a parte se torna negativa. · Mas na taquicardia ventricular o estimulo inicia no ventrículo então ao invés do ventrículo descer, ele vai subir (do ventrículo para o átrio) então ele vai ficar positivo. Algoritimos: · Dos Santos: · Regra mnemônica: D12 V16 (D1 e D2; V1 e V6). · TSV-A: taqui supraventricular com aberrância. · D1: QRS negativo. D2: QRS positivo. · V1: QRS negativo. · V6: QRS negativo. · Isso indica que 3 das 4 tem derivação negativa podemos afirmar que é uma taquicardia ventricular. · D1: QRS negativo. · D2: QRS negativo. · V1: QRS positivo. · V6: QRS negativo. · QRS alargado, R-R regular – taquicardia ventricular, pelo critério dos santos temos três derivações negativas então tem uma TAQUICARDIA VENTRICULAR. TRATAMENTO: · Estável faz uma cardioversão química, com amildarona. · Instável faz uma cardioversão elétrica com choque sincronizado. CHADS-VASC (CITADO PELO PROFESSOR):
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