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APS HISTÓRIA DA ARQUITETURA

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UNIVERSIDADE SALVADOR
ARQUITETURA E URBANISMO
 AS CIDADES EUROPEIAS DA IDADE MÉDIA
CONCEIÇÃO DO COITÉ,BAHIA
2021
VANESSA DE QUEIROZ MOTA DOS SANTOS
AS CIDADES EUROPEIAS DA IDADE MÉDIA
 
Trabalho estilo “paper” apresentado, ao curso de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Salvador (UNIFACS), como um resumo e crítica ao capítulo 7, intitulado “as cidades europeias da idade média” do livro “História da Cidade” de Leonardo Benévolo como avaliação parcial da disciplina Teorias e história da arquitetura e urbanismo: Antiguidade ao séc. XVIII.
Prof. Leonardo T. Kelsch Vieira.
CONCEIÇÃO DO COITÉ,BAHIA
2021
1 INTRODUÇÃO
 O presente trabalho foi produzido com base no capítulo 7 do livro de Leonardo Benévolo “História da cidade” é um resumo crítico do mesmo e para uma breve introdução o autor Benévolo inicia construindo a ideia de cidade medieval através de informações históricas. As informações explicam como as cidades romanas até então cheias de pessoas e comércio que com as invasões bárbaras ao fim do império se tornam cada vez mais vazias quando os povos que nela habitavam deixam de viver ali e as mesmas se tornam apenas locais de defesa e segurança.
 As cidades são abandonadas por séculos por conta das invasões bárbaras no território, e então as cidades medievais normalmente começavam do zero, já que muitas das antigas cidades romanas se tornaram apenas ruínas apesar de base para a construção das novas edificações em seu entorno, sendo assim benévolo vai ao longo do capítulo discorrendo sobre como se deu a construção das novas cidades, se foram estas planejadas ou não, se tinham alguma forma vista de longe ou não, se as edificações por sua vez eram organizadas, se o território era dividido ou apenas ocupado, como se organizava as mesmas em seu espaço e ainda dá breves considerações sobre construções e a utilização dos espaços públicos como praças e privados dentro das fortalezas de pedra que circundavam as cidades.
2 DESENVOLVIMENTO
 A população das cidades nos primeiros momentos era predominantemente artesãos e mercadores que seriam posteriormente chamados de burguesia, esses habitantes estavam lá em busca de maior liberdade que a existente nos feudo que se consolida no final do império e começo da idade média por que essas terras normalmente eram defendidas pelo senhor que evitava as invasões dos chamados bárbaros dos quais a população tinha medo, essas áreas eram tão grandes que muitas vezes as construções onde ficavam as organizações do feudo, seja a abadia ou o castelo tinham uma separação considerável, esse modelo perdurou por séculos o que deixou as cidades abandonadas e serviam de fortes para eventuais necessidades em caso de batalhas, mas a situação das invasões tornou-se mais tranquila e os impostos cobrados pelos senhores do feudo e seus mandos e desmandos começou a se tornar um incômodo para o os artesões e mercadores que se viam atados tanto nas decisões de compra e venda de produtos como de possibilidades de saída e entrada do feudo.
 Essas pessoas decidem então reabitar as cidades e criar um ambiente mais livre e propício para o comércio, quando chegaram ás velhas cidades romanas por muitas vezes só encontravam as ruínas destruídas pelo abandono de séculos precisando assim recomeçar envolta das ruínas, com isso a arquitetura passava a ser menos romana e mais típica da época medieval com influências antigas, a maior instituição dos tempos medievais, no entanto não se localizava na cidade diferente de nos feudos onde a abadia se encontrava dentro do território, as cidades por uma proibição de lei dos tempos romanos no começo ficavam fora das fortificações desses burgos (como eram chamadas), quando há o crescimento de pessoas mudando do campo para a cidade e o crescimento da produção agrícola necessária ao abastecimento dos burgos a cidade ultrapassa seus próprios muros formando subúrbios e por fim acaba englobando igrejas nos seus muros que podiam ser construídos e mudar de acordo com o crescimentos das cidades.
 Havia ainda um ponto necessário para organização dessas cidades, um governo e leis, nos seus primórdios ficavam a cargo da maioria que vivia na cidade servindo ao interesse privado, mas com o crescimento há uma briga entre a maioria que governava, os príncipes feudais e a instituição religiosa por espaço e com esse fato se cria órgãos de governos, corporações e companhias do povo e o poder religioso para governar a cidade que passa de burgo a uma comuna governada por aristocratas e que cada vez mais se fecha escolhendo com quem se tem comércio, mas as decisões dali só valiam e eram para o povo dali sem afetar os que estavam fora da cidade ou não moravam nelas.
 Nesse cenário as cortes começam a perder influência e o modelo feudal começa a desandar e para não perder seu poder os senhores feudais decidem criar cidades dentro dos territórios de seus feudos. Essas cidades tinham características gerais como ruas irregulares e diferentes que formavam uma rede que as pessoas podiam se orientar por dentro das cidades, essas ruas podiam ser principais que tinham outras serventias como comércio e reuniões e as secundários que tinham o uso apenas como passagem, toda essa rede como o autor chama segue para as praças que diferente de hoje onde temos praças destacadas das ruas essas praças se ligavam diretamente as mesmas.
 As cidades já eram divididas em bairros conforme iam crescendo o que também aumentava o numero de centros de comércio e religioso para além de um único núcleo ao centro, essas divisões eram maiores em regiões mais afastadas dos centros e menores na parte inicial da cidade, os centros religiosos que são igrejas ou conventos e mosteiros de várias ordens se multiplicam e os dois últimos tinham preferências pelos subúrbios, também por ter as maiores áreas já que essa era a área em construção com muitos terrenos vazios deixados como excedente após a construção das muralhas de proteção. Podemos pontuar também que as leis e interesses regiam as edificações e assim o que seria espaço público e o que seria privado, o espaço público normalmente voltado para a rua seguia as leis e ordens do governo, já os espaços internos seguiam as preferências dos moradores.
 Os bairros dessa cidade variavam entre ele, mas existe consenso de que os moradores da área central eram mais abastados, o centro também era onde ficava as organizações da cidade, seria o centro de poder da cidade estado, o palácio também ficava ali, já as áreas mais afastadas eram dos mais pobres. Como já falado acima as cidades cresciam desordenadamente mais para o final e mais ordenadamente por entre as áreas abastadas e por isso não era possível ver uma forma nelas, elas sempre estavam em construção principalmente área mais nobre, o estilo gótico característico da época predominava nas construções; essas cidades nunca passavam de um tamanho como benévolo afirma em seu livro, podiam ser menores, mas era raro serem maiores que 500 hectares.
“As primeiras características - continuidade, complexidade e concentração - permanecem estáveis no tempo e definem a natureza essencial das cidades europeias; a quarta ao contrário – que podemos chamar de capacidade de renovar-se -, não sobrevive depois da crise da segunda metade do século XIV.” (Benévolo, p.328) 
 O autor colocou ao final algumas cidades que segundo ele são mais fáceis de verificar tudo que se pode ser estudado sobre os tempos medievais entre elas Veneza e Nurembergue, Florença e Bolonha. Em especial Veneza que se destaca por suas características únicas uma delas muito falada que é por ser um ambiente de lagunas e também de que estes viraram parte da cidade e tiveram núcleos de moradia e outras organizações, mas que tornava a saída para o mar mais fácil também, sendo assim sua constituição a torna bem diferente das outras cidades medievais a serem observadas. 
3 CONCLUSÃO
 O texto de Benévolo escrito no livro “História da cidade” detalha bem como era e como viviam as pessoas naidade média sendo uma fonte importante sobre o desenvolvimento das cidades e da arquitetura nesse momento histórico, há além de boa informação uma vasta gama de imagens que exemplificam os textos aos quais ele fala. É importante perceber a rica variedade de detalhes de como as cidades foram construídas e como as pessoas viviam nelas, além de sua organização e seus vários setores.
 A compreensão final para com o texto de como era uma cidade medieval se dá com a organização da mesma, a cidade medieval surgiu da necessidade de liberdade dos artesãos e mercadores e esse grupos de interesse a controlaram por bastante tempo, mas ao crescerem e tomarem importância os governos das cidades eram aristocráticos e essa aristocracia preferia viver perto do palácio e do centro de poder das novas cidades construídas no miolo central relegando os subúrbios aos menos favorecidos, este lugar que conhecemos como periferia, as cidades podiam parecer desordenadas, mas cada rua tinha um propósito para a época e todas eram interligadas e sempre levavam ao miolo ou a praças que nada mais eram que áreas abertas entre construções bem diferente do conceito de praça atual, as construções nos moldes da época que era o gótico evidenciava uma necessidade de olhar o passado e se inspirar para construir futuro, por fim as cidades na época serviam a seu propósito e muitas delas se tornaram o que são hoje pela sua história e o passado que carregam em cada edifício, em cada praça.

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