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ACIDENTES OFÍDICOS DA MEDICINA VETERINÁRIA (Acidentes causados por serpentes peçonhentas) · SERPENTES NO BRASIL: · 392 espécies de serpentes / 62 peçonhentas; · Família Elapidae: Gênero Micrurus – cobra coral (0,4%); · Família Vipiridae: Gênero Brothrops – jararaca (90,5%); Gênero Lachesis – surucucu (1,4%); Gênero Crotatus – cascavel (7,7%). · IDENTIFICAÇÃO DE SERPENTES PEÇONHENTAS: · Dentição Opistóglifa (dentes posterior da maxila); · Dentição Proteróglifa (dentes na região frontal); · Dentição Solenóglifa (dentes retrátil); · Cauda Lisa (Jararaca); · Cauda Chocalho (Cascavel); · Cauda Escamas Eriçadas (Surucucu). OBS: As serpentes peçonhentas (exceto a Cobra Coral), possuem um canal, próximo ao nariz, chamado de Fosseta Loreal, na qual é sensível a temperatura Além disso, todas possuem cabeça triangular, menos a coral que possui cabeça arredondada. · VENENO OFIDICO A peçonha é produzia nas glândulas supralabiais e são eliminadas por um canal central (canal de veneno), sendo que, cada veneno possui uma reação, de acordo com cada serpente. · Ação Proteolítica: destrói/ decompõe as proteínas, destruindo os tecidos, causando lesões/necrose local. Quanto mais ação, mais destruição local; · Ação Coagulante: ativação do fibrogênio (proteína responsável pelo processo de coagulação). O veneno estimula a ativação de fibrogênio dentro da circulação;Conjunto dos fatores de coagulação e de plaquetas – coagulação intravascular disseminada- formação de micrótomos na rede capilar (obstruem alguns vasos fazendo com o que a região atingida não receba suprimentos e comece a morrer) · Ação Neurotóxica: ligação neurológica com muscular. Quando essa ação acontece, faz-se como que a Acetilcolina e o receptor Nicotínico seja impedido, promovendo o quão de flacidez muscular; · Ação Miotoxica: compromete a estrutura da fibra muscular. Promove lise e necrose das fibras musculares com liberação de enzimas e mioglobina na circulação. (Pode atingir o sistema urinário). · Ação Nefrotoxica: Unidades mínimas de filtração renal. Atinge diretamente os rins, urina fica bastante escura e após 48 h vai ficando bastante clara. Além disso, pode ser consequência da ação miotóxica. · Ação Hemoragica/ Vasculotoxica: as hemorragias provocam lesões nas membranas aos capilares associados as hemorragias a plaquetopneia, e alterações de coagulação. · ACIDENTE OFIDICO – GENERO BOTHROPS (jararaca): · Responsável pela maioria dos acidentes ofídicos (90%); · Habitat: vivem em arvores, enterradas, entocadas, nas margens dos rios, em baixadas, matas, e capoeiras; · Chega ter até 2m; · Ação do veneno: proteolítica, coagulante, hemorrágica, neurotóxica, e vasculutóxica; · Dentição: Solenóglifa · Sintomatologia: edema, pontos de hemorragias · TRATAMENTO: · Quadros Leves: edema discreto, sem alterações no tempo de coagulação; · Soro antibotrópico ou soro bivalente; 50 ml de soro neutraliza 100 mg de veneno. (Não faz a medicação por peso, e sim por caso clinico · 50 ml endovenoso, uma única dose. · Terapia de suporte: · Assepsia de localidade da picada; · Fluido terapia; · Analgesia; · Antibioticoterapia (se necessário) - cuidado com o uso de antibióticos pois pode afetar os rins, o qual já está afetado TIPOS/ GRAU DE HEMORRAGIA: · Purpura · Equimoses; · Petequeia · Quadros Moderados: edema evidentes, bolhas, equimoses, tempo de circulação normal ou alterado. · Soro antibotrópico ou bivalente (reavaliação da soro terapia). · Quadros Graves: dor, edema, bolhas, equimoses, sangue incoagulável e hemorragias. · Soroterapia suficiente para neutralizar 200mg ou até 300 mg de veneno; · É contraindicado a colocação de torniquetes para realização de cortes no local da picada (terapia de suporte). · ACIDENTE CROTÁLICO: GÊNERO CROTALUS – Cascavel · Habitat: campos abertos de cerrado, arcas pedregosas e secas; · Tamanho: até 1,5m; · Ação do veneno: neurotóxico, miotóxico, coagulante e nefrotóxica. · Dentição: solenóglifa. · Sintomatologia: · Manifestações neurotóxica: · Paralisia flácida dos membros posteriores; · Paralisia muscular cardíaca (dispneia acentuada); · Diminuição de reflexos superficiais; · Face mastênica (ptose nas orelhas, pálpebras e lábios); · Movimento de pedalagem. · Manifestação miótoxica: · Relutância em caminhar; · Tremores musculares; · Rabdomiólise; · Urina avermelhada ou amarronzada (miogloburina e hematúria); · Insuficiência renal aguda. · TRATAMENTO: · Soro anticrotálico ou Soro bivalente; · Quadros leves: 50 ml por via endovenosa, uma única aplicação; · Quadros moderados: 80 ml; · Quadros graves: 200 ml. · Terapia de suporte: · Assepsia de suporte; · Fluidoterapia; · Analgesia; · Antibioticoterapia (se necessário). · ACIDENTE LAQUÉTICO: GÊNERO LACHESIS – Sururucu · Poucos casos em animais domésticos; · Habitat: matas densas e húmidas; · Tamanho: até 3m; · Ação do veneno: proteolítica, hemorragia e neurotóxica (afeta região periférica); · Dentição: Solenóglifa. · Sintomatologia: dor, bolhas, edema, necrose, distúrbio de coagulação e manifestação hemorrágicas diversas. APECTOS DE SINROME VAGAL Alterações caio respiratórias, digestivas (paralisia), hipomotilidade, timpanismo (bovinos), cólicas (equinos). · TRATAMENTO: · Soro antilaquético (grave: neutralização de cerca de 250 a 400 mg de veneno); · Terapia de suporte: · Assepsia no local da picada; · Fluidoterapia; · Analgesia; · Antibioticoterapia (se necessário). · ACIDENTE ELAPÍCO: GÊNERO MICRURUS – coral · Não há muito em animais domésticos; · Tamanho:1m; · Ação do veneno: Neurotóxica, hemorragia. Edematogenica, mionecrotica; · Dentição: Proteróglifa. · Sintomatologia: dor, apatia, oftalmoplegia, face miastênica, dificuldade de deglutição e mastigação, paralisia da musculatura respiratória · TRATAMENTO: · Soro antielapídeo – uso humano exclusivo; · Terapia de suporte: · Assepsia no local da picada; · Fluioterapia; · Atropinização associada ao anticolinesterásicos · Oxigenoterapia; · Analgesia; · Antibioticoterapia (se necessário).
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