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@gabiviieria @gabiviieria Anamnese • Na identificação, destacar: faixa etária(homem: acima de 45 e mulher 55 podem ser fatores de risco para doença coronariana), sexo (antes dos 60 homem tem risco 1,5/2 vezes maior de doença coronariana ou AVC em comparação as mulheres, mas as mulheres tem maior risco cardiovascular ao aumentar a idade), etnia (1,5 a 2 vezes maior risco de insuficiência cardíaca em pacientes negros), profissão e condições socioeconômicas (pacientes com maior dificuldade para acesso a serviços podem apresentar doenças como febre reumática ou endocardite infecciosa e também doença de chagas) e culturais. Dor • Diferenciar a dor precordial (referida como a dor em qualquer região precordial) da dor cardíaca (abrange acometimento do coração e da aorta). Investigar: localização, caráter, irradiação, intensidade, duração, frequência, fatores desencadeantes, fatores de piora e de melhora, periodicidade, ritmicidade e sintomas acompanhantes. • A dor cardíaca é conhecida pelo nome “angina no peito” sendo definida como um desconforto torácico associado à isquemia miocárdica, importante caracterizar a duração e possíveis atividades que desencadeiam. Dispneia É uma respiração difícil, deixando de ser algo espontâneo para ser algo dificultoso e perceptivo para o paciente. • A sua origem pode ter causa respiratória ou cardiovascular, e uma queixa podendo ser dividida em início agudo e crônico. @gabiviieria • Início agudo: tem relação com condições importantes que devem evoluir de forma rápida e pode colocar vidas em risco, as principais causas são tromboembolismo pulmonar (obstrução da artéria pulmonar ou ramos por um material que atinge os pulmões como trombos venosos, gerando distensão da artéria pulmonar e levando a dor torácica como uma pleurite, juntamente a uma dispneia de inicio súbito e progressivo) e edema agudo de pulmão (resultado do transudato de fluido para os espaços alveolares por um aumento agudo da pressão hidrostática nos capilares, que foi causada por uma diminuição da função cardíaca ou aumento do volume intravascular, levando a uma dispneia de inicio súbito e progressivo com tosse, cianose, estertores finos inspiratórios tardios e sibilos). Ø DISPNEIA CRÔNICA • Dispneia de esforço: resulta do esforço da pessoa, classificada como dispneia aos pequenos, médios e grande esforços. Movimento respiratório curto e rápidos após o esforço. Frequentemente acontece em pacientes com insuficiência cardíaca. • Dispneia de decúbito (ortopneia) - a dispneia de origem cardíaca tem uma intensidade maior quando em decúbito por causa do aumento de aporte sanguíneo que vai até os pulmões, podendo levar a melhora na posição sentada ou em pé. Ela é diferenciada da paroxística pela ausência de queixa de edema em MMII. • Dispneia paroxística noturna: ocorre por uma sobrecarga de volume vindo pela absorção do edema de MMII, podendo se diferenciar da ortopneia por dois fatores: inicio mais demorado e acomete paciente somente de 2 a 3 hs depois do decúbito. Queixa: despertar devido a intensa falta de ar, sendo obrigado a sentar ou se levantar da cama. Durante pode haver broncoespasmos, levando a sibilos e levando ao quadro de asma cardíaca. Dispneia da insuficiência cardíaca. • Dispneia periódica ou de Cheyne-Stockes: é um padrão anormal de respiração que tem como característica períodos alternados de apneia e respiração rápida e profunda. Suas causas mais comuns são: insuficiência cardíaca congestiva e intoxicação por medicamento. Perda transitória da consciência • Situação que pode ser apresentada de diferentes formas de acordo com sua causa. @gabiviieria • Pode ser causado por uma hipóxia cerebral acarretado por fatores cardíacos como alterações do SNC, alterações metabólicas e outras. Ø SINCOPE Ocorre a perda total da consciência por um curto tempo. • É caracterizada por: - Perda de tônus - Início súbito - Curta duração - Com recuperação completa e espontânea • Pré-sincope: perda de tônus postural, apresentando queda súbita porem sem perda de consciência. Pode acompanhar palidez, escurecimento da vista, tonturas, e transpiração profusa. • Identificar presença de fatores relacionados com a condição de ameaça a vida (ex. fibrilação ventricular, tromboembolismo pulmonar, hemorragias agudas) e ver possíveis consequências dessa sincope. • Sintomas associados que sugerem diagnostico especifico da causa da síncope: dispneia, dor precordial e palpitações. • Sincope reflexa: calor, náusea, diaforese ou palidez antes ou logo depois. • Gatilhos: estresse físico ou emocional, tosse, deglutição, micção e defecação sugere causa neurocardiogênica (permanecer em tempo prolongado em local quente), hipotensão ortostática (em pé depois de se levantar). Ausência destes gatilhos pode ser um sinal de arritmias (quando supinado ou sentado). Palpitações • Quando citada como sintoma, significa uma percepção incômoda pelo paciente dos seus próprios batimentos cardíacos, conhecido por eles como “batedeira” e “coração pulando”. • Ele representa um transtorno da força, ritmo ou frequência cardíaca, podendo acometer pessoas doentes ou saudáveis em situações especificas, como em atividade física ou estresse. • As palpitações podem ser divididas em três: o De esforço o Que mostra alteração de ritmo cardíaco @gabiviieria o Acompanhada de distúrbio emocional • Podem ter diversas causas: cardíacas (arritmias, IC, miocardite, miocardiopatias) ou não cardíacas (hipertensão artéria, anemia, hipertireoidismo, esforço físico, emoções, síndrome do pânico, substancias toxicas, entre outras) • Em pacientes com histórico de doença cardíaca, a probabilidade de a palpitação ser uma arritmia é maior. E menor em casos de resolução do sintoma ou presença de transtorno do pânico. Ø Arritmias Alteração do ritmo cardíaco normal, acarretando a contração do musculo cardíaco gerando repercussões no debito cardíaco e fluxo sanguíneo na circulação sistêmica. • Dividida em: o Bradiarritmas: associada a uma diminuição da frequência de contração do coração (frequência cardíaca). o Taquiarritmias: Aumento da frequência ou alteração da contração atrial ou ventricular. • É frequentemente associada a algumas outras doenças do coração, como doenças congênitas, IC ou IAM. • Também podem ser percebida alteração do ritmo cardíaco em lipotimia, síncope e palpitações. Alterações do sono • É um sinal gerado de uma deficiência cardíaca esquerda culminando no comprometimento da drenagem do seio cerebral seguido de estase sanguínea encefálica, hipertensão do liquido cáfalorraquidiano, edema cerebral e anóxia neuronal. Sibilância ou chiado Passagem de ar em uma maior velocidade pelas vias estreitas. É um som predominantemente expiratório. • Apesar de predominantemente seja expiratório, pode aparecer na asma cardíaca ou na congesto pulmonar acompanhado por broncoespasmos. • O estreitamento das vias pode ser como causa IC esquerda, o que ocasiona em uma estase sanguínea nos leitos vasculares e levando a um edema de mucosa. @gabiviieria Exame cardiovascular periférico Ø Cianose • Coloração azulada da pele e mucosas por causa do aumento de hemoglobina reduzida no sangue capilar, fica aparente em concentração acima de 4 g/dL, refletindo em uma saturação de oxigênio periférico de 85% ou menos. • Algumas das causas de cianose são cardiovasculares, respiratórias e hematológica, como doenças relacionada as alterações de formato ou diminuição de quantidade (anemia falciforme ou anemias anaplásicas) • Observar: lábios, ponta do nariz, região malar, lóbulos das orelhas, língua, palato, faringe, extremidades, unhas das mãos e pés. •2 tipos de cianose: central (diminuição da saturação de sangue por um shunt direito- esquerdo ou por problema pulmonar) e periférica (diminuição do aporte sanguíneo periférico por causa de uma vasoconstrição periférica relacionada ao baixo débito cardíaco) • A cianose pode ser classificada em localizada e generalizada. • Para diferencias a origem da cianose, deve se avaliar temperatura, ver se é segmentar ou generalizada, compressão digital, elevação do membro cianótico, oxigenioterapia. Fenômeno de Raynaud: exagero de respostas vasomotoras normais centrais ou locais ao frio ou a emoções. Pode ser primária ou secundária (insuficiência cardíaca das extremidades causada por diversas condições). Ø Edema Aumento da quantidade de liquido intersticial, vindo do plasma sanguíneo, que ao ser por causa cardíaca, é ocasionado principalmente pelo quadro de insuficiência das câmaras cardíacas direita, tendo dificuldade no retorno venoso, gerando um aumento da pressão hidrostática nos capilares que leva ao extravasamento do liquido para o interstício. • Existem casos que ocorre o extravasamento de liquido para cavidades virtuais, como entre as pleuras viscerais e parietais, o @gabiviieria pericárdio visceral e parietal e o peritônio visceral e parietal. Podendo formar derrames líquidos nessas cavidades. • Em caso de prolongamento de IC, o fígado pode ser comprometido pela estase gerando queda na produção de proteína hepática, levando a hipoalbuminemia, gerando um agravamento do edema, levando a um edema generalizado, chamado anasarca. • O edema de insuficiência ventricular direita difere de outras causas de edema por são geralmente vespertinas, gravitacional (piora nos MMII em posição ortostática e melhora em decúbito), bilateral, simétrico e diminui ou desaparece com repouso noturno. • Sinal de Godet: compressão com o dedo na parte com edema com força suficiente afundar a superfície por 30 segundos. Caso permaneça após a retirada da pressão, ele será positivo. No qual há a formação de cacifo ou fóvea. Ø Circulação colateral • Presença de circuito venoso anormal decorrente da dificuldade ou impedimento que o fluxo venoso nos troncos venosos principais. Apenas possível por causa de varias anastomoses venosas em planos superficiais e profundos que aumentam de volume. • Na avaliação, pesquisar o sentido do fluxo sanguíneo das veias superficiais formadas com dois dedos indicadores unidos, interrompendo a corrente sanguínea da veia que quer examinar, depois afastando os dedos indicadores acompanhado do trajeto do vaso, o comprimindo permanentemente, para esvazia-lo e então retirar um dos dedos, mantendo o outro na posição à se após a veia se encher rapidamente, é este o sentido da corrente. Se permanecer colabada, ou encher muito, repetir a manobra soltando o outro dedo. • 4 tipos de circulação colateral principal: § Tipo porta: obstrução ou estase sanguínea nas veias supra-hepáticas, no fígado ou na própria veia porta. Pode encontrar os seguintes tipos de circulação colateral: tipo superior, inferior e cabeça de medusa) § Tipo cava inferior: obstrução da veia cava inferior, levando a dilatação de veias da região inguinal, da metade inferior do abdome e das laterais toracoabdominais, com sentido baixo para cima, indo ao umbigo onde há anatomose com o sistema porta. § Tipo cava superior: obstrução da veia cava @gabiviieria superior associada ou não a obstrução da veia ázigos, que faz anastomose entre duas veias cavas. Possivel encontrar 2 tipos de circulação colateral: anazigótica e azigótica. § Tipo braquiocefálica: obstrução do tronco braquiocefálico, levando ao surgimento unilateral de veias dilatadas na fosse supraclavicular, pescoço e braço com sentido do braço e pescoço para o tórax. Geralmente do lado esquerdo, levando ao abaulamento da fossa supra clavicular esquerda (sinal de dorendorf) Ø Pulso e pressão arterial - Fonte da tabela: propedêutica médica da criança e do idoso • Frequência: obtida pela observação do número de pulsação por minuto o Variação normal de 60 a 100 pulsações/minuto o > 100 taquisfigmia (presente, ex: hipertireoidismo, insuficiência cardíaca, na ansiedade e no estado febril o < 60 Bradisfigmia (presente, ex: hipotireoidismo, bradiarritmias e nos atletas. • Rítmico: representa a quantidade de vezes em que há uma pulsação em intervalos iguais de aparecimento • Arrítmico: caso não apresentem o mesmo intervalo • Amplitude: caracterizado pela sensação palpatória do examinador: o Mais cheio do que o normal (conhecido como pulso amplo) = acontece na insuficiência aórtica e em situações de alto débito cardíaco, como sepse, anemia e tireotoxicose. o Mediano ou pouco amplo, ocorre na hipotensão arterial e na insuficiência cardíaca o Filiforme (dito pulso pequeno), que acontece na estenose aórtica e no estado de choque. • Tensão: Pressão realizada pelo dedo do examinador para deter a onda pulsátil • Alterações encontradas na aferição de pressão arterial podem ser auscultadas dos sons de Korotkoff até a pressão de 0 mmHg com manguito @gabiviieria totalmente desinflado (pacientes gestantes, ou com insuficiência aórtica crônica grave ou na presença de grandes fistulas arteriovenosas). • A diferença de pressão aferida em dois membros opostos deve ser de 10 mmHg e a diferença de membro superior e inferior é de 20 mmHg. fin • Hipotensão ortostática: queda da pressão artéria em 20 mmHg PA sistólica ou 10 mmHg PA diastólica em resposta a posição supinada. • Hipertensão arterial sistêmica: condição clinica caracterizada por níveis elevados e sustentados da PA relacionado muitas vezes a alterações funcionais ou estruturais de órgãos como encéfalo, coração, rins e vasos sanguíneos. • Pulsação das veias jugulares: resulta da variação de volume nas veias jugulares durante o ciclo cardíaco (sístole/diástole), que é refletido assim, a dinâmica do coração direito, em que suas ondas são a expressão da mudança de pressão internamente às câmaras cardíacas direita. Sinal de Kussmaul: sugestivo de restrição diastólica, sendo encontrado na pericardite constritiva e na miocardiopatia restritiva, como exemplo. Aumento da coluna venosa pulsátil das veias jugulares durante a inspiração (enchimento paradoxal inspiratório) Reflexo hepatojugular: aumento de 3 cm do nível da coluna venosa pulsátil das jugulares pós compressão com a mão espalmada no quadrante superior do abdome por aumento do retorno venoso. Exame físico do coração Ø Inspeção • Definir os limites do precordio, iniciar a inspeção dele, posicionando a mão ao lado direito do leito e com o paciente em decúbito dorsal e cabeça elevada em 30º. • Avaliar abaulamento: pode ser difuso ou localizado. Os difusos são relacionados frequentemente a cardiopatias congênitas ou lesões valvares. Em abaulamento localizado, deve ser correlacionado com a sua topografia, um importante abaulamento localizado é a pulsação na região paraesternal superior direita. • Depressões: mais raras e pode ter origem cardíaca (pericardite @gabiviieria constritiva e pericardite adesiva) ou extracardíaca. Retração das costelas na axila esquerda (sinal de Broadbent) Ø Palpação • Palpação do precórdio para pesquisar o ictus cordis – 5º espaço intercostal (representa a contração inicial do VE quando se move anteriormente e conta na parede anterior do tórax- estudar sobre sua amplitude, duração, rapidez e outras coisas) e dos frêmitos (sensação tátil gerado a partir de um sopro cardíaco – podem ser gerados por turbilhonamento do sangue quando tem válvula lesada, fistula arteriovenosa e no interior de grandes vasos), mas é possível encontrar outros fenômenos que percutem com vibrações palpáveis. • Posicionadoa direita do paciente que está na mesma posição da inspeção. Colocar a mão direita estendida sobre o precórdio do paciente, mover lentamente, suavemente, e buscar vibrações ou pulsações e reconhecer o local do ictus cordis. • A amplitude do ictus é descoberta mais facilmente na posição de pachón – posição de semidecúbito lateral esquerdo. - Fonte da imagem: propedêutica médica da criança e do idoso Ø Percussão • Não é muito utilizado por causa da interposição do parênquima pulmonar na frente do sitio cardíaco. Alguns casos como derrame pericárdico é bem necessário, tendo macicez cardíaca no 3º, 4º, 5º ou até 6º espaço intercostal. Ø Ausculta • Para auscultar de forma apropriada, existem os focos que se deve auscultar e suas imediações. • É utilizado o ângulo de Louis como ponto de referência inicial. @gabiviieria • Existem os focos: § Aórtico: 2º EI a direita do esterno (paraesternal) § Aórtico acessório – 3º EI a esquerda do bordo esternal. § Pulmonar- 2º EI a esquerda do esterno § Tricúspide – Parte baixa do esterno, a base do apêndice xifoide levemente pra esquerda § Mitral- Geralmente 5º EI na linha hemiclavicular e corresponde ao ictus cordis. - Fonte da imagem: propedêutica médica da criança e do idoso • Ordem da ausculta na imagem anterior: 3-4-5-2-1 • Diafragma: é bom para ouvir B1 e B2 e algumas regurgitações (o sangue que volta quando há a insuficiência na valva) • Campanula: tem que fazer compressão leve. É possível ouvir B3 e B4 (que mostram que há uma complacência diminuída) e a mesma coisa com os ruídos de estenose. • Ela não pode ser restrita apenas a essas regiões, pode incluir outras regiões supraesternais, infraclaviculares, epigastro, axilar e interescapulo-vertebral. Sendo possível expandir a ausculta e observar irradiações de sopro, podendo dar diagnostico de qual se trata à Ritmo e frequência o Normalmente é possível encontrar apenas 2 bulhas na ausculta (B1 e B2), e o ritmo de dois tempos ou binário. A frequência é necessária contagem em um minuto, normalidade em torno de 60 a 100 bpm. Um exemplo de alteração de ritmo, seria o em galope ou três tempos. à Técnica para ausculta cardíaca o Aplicação de alguns princípios para uma maior qualidade de ausculta: o Ambiente silencioso, examinador e paciente relaxados, confortáveis, privacidade e exposição apenas de áreas necessárias. Aquecer o diafragma com a mão e o ambiente precisa estar em temperatura adequada. Uso de mesa ou cama de exame, para o paciente ser examinado em @gabiviieria várias posições. Ao auscultar uma mulher com mama grande, pode ser necessário deslocar para a esquerda a mama (pedir a paciente para levantar ou usar uma mão não dominante para realizar a manobra). o Realizar a ausculta de forma sistemática (abordagem sistêmica: inching ou ausculta gradual), ao lado direito do paciente e inicialmente em posição supina ou decúbito dorsal. o Inicialmente utilizar o diafragma e campanula na área aórtica e lentamente ir movendo para a área pulmonar, depois para aórtica acessória, após indo para a tricúspide e lateralmente até o ápice que é a área mitral. - Fonte da imagem: propedêutica médica da criança e do idoso o Posição de Pachón levando o coração para mais próximo da parede torácica, procurando sons de baixa frequência com a campanula levemente na área mitral (ictus cordis) e regiões próximas. o Após fazer a ausculta com o paciente sentado, se inclinando para frente e com a respiração presa em expiração profunda, e o examinador olha o foco pulmonar e aórtico e borda esternal esquerda procurando sons de alta frequência, com o diafragma pressionando firme. o Se tiver dificuldade de ouvir: fechar os olhos, se concentrar nos estímulos auditivos e bloquear outros estímulos visuais e auditórios indesejados. Pedir ao paciente para prender a respiração também auxilia. o Se concentrar e selecionar um som de cada vez determinando características e posição no ciclo cardíaco. à Ausculta dinâmica – manobras que auxiliam a ausculta o Manobras podem ser realizada durante a ausculta para amplificar certos fenômenos cardíacos: o ESSAS 3 SÃO PARA AUMENTO DO RETORNO VENOSO: § Manobra de Muller: Inspiração profunda bloqueada/forçada (fecha a glote) amplificando os fenômenos acústicos produzidos na inspiração, por causa do aumento do fluxo do átrio para o ventrículo direito. @gabiviieria § Manobra de Rivero- Carvalo: Pede para o paciente para fazer uma inspiração profunda que promove a intensificação de um sopro se for tricúspide, devido o aumento do retorno venoso. Ele diferencia sopro tricúspide do mitral. § Posição de cócoras e o decúbito dorsal o REDUÇÃO DO RETORNO VENOSO: § Manobra de Valsalva: Expiração forçada com a glote fechada. Com objetivo de aumentar a força contra a glote, pode solicitar que o paciente sopre contra o punho fechado para intensificar sopro se for devido cardiomiopatia hipertrófica. É o contrario da manobra de muller. § Posição ortostática: diminuição do retorno venoso, tendo a redução dos fenômenos acústicos do coração direito e esquerdo. o AUMENTO DA RESISTÊNCIA VASCULAR SISTÊMICA @gabiviieria § Handgrip: paciente aperta um objeto com as mãos, levando a um aumento da resistência vascular periférica, diminuindo a ejeção de sangue pela valva aórtica e aumentando o volume dentro do VE. Aumentando a intensidade do sopro de insuficiência mitral, defeito do septo ventricular e da insuficiência aórtica. o REDUÇÃO DA RESISTÊNCIA VASCULAR SISTÊMICA § Uso de vasodilatador: efeito inverso da Handgrip. Breve revisão de ciclo cardíaco • O ciclo cardíaco é composto por duas etapas: primeira é o relaxamento do musculo cardíaco e enchimento das cavidades do coração com sangue – diástole; e a segunda é onde ocorre a contração do musculo expulsando o sangue dos ventrículos para os vasos da base (artéria aorta e pulmonar) – sístole. Bulhas cardíacas • Os sons podem ocupar uma fase inteira (holossistólico ou holodiastólico), inicio de uma fase (protossistólico ou protodiastólico), apenas no meio do movimento (mesossistólico ou mesodiastólico) e apenas no final (telessistólico ou telediastólico). Ø primeira BULHA (B1) Resultado do fechamento das valvas mitral e tricúspide, mais bem auscultadas nesses focos. • Geralmente é ouvido como apenas um som, mas também podem ser sentidas separadamente em alguns casos (se o VE terminar a contração antes que o VD, o componente M1(mitral) ocorre antes e mais alto, sendo melhor auscultado na área mitral com o diafragma e o T1(tricúspide) é menos perceptível e pode ser auscultada na área tricúspide). • Ela pode ser alterada em situações que encurtam o intervalo entre o inicio da despolarização do átrio ao inicio da despolarização do ventrículo. • Bloqueio do ramo direito – desdobramento da B1 Ø Segunda bulha (b2) Som produzido pelas vibrações geradas no fechamento das valvas aórtica e pulmonar no inicio da diástole ventricular. É @gabiviieria mais agudo e de menor duração do que B1. • Quando avaliar B2, deve-se estar atento a sua intensidade quanto ao componente aórtico (A2) e pulmonar (P2). Pois A2 quando normal é mais alto e ocorre mais cedo que P2, podendo ser auscultado por todo o precórido. Ø Terceira bulha (b3) • É produzida pelo enchimento passivo do ventrículo durante o inicio da diástole, ventrículo (baixacomplacência) – ventrículo mais duro, quando o sangue bate na parede do ventrículo, faz o “barulho”. “TUM TA TA” • Pode ser ouvido logo após B2 • Desaceleração brusca da coluna líquida contra as paredes ventriculares no final da fase de enchimento rápido ventricular. • Pode ser encontrado fisiologicamente em crianças, adultosjovens, atletas, indivíduos em estados hipercinéticos ou gestante no 3º semestre de gravidez. • Quando ele está presente, provoca um ritmo em galope, auscultado na insuficiência cardíaca congestiva e indica disfunção ventricular sistólica, sobrecarga de volume por insuficiência valvar ou shunt esquerda-direita. • A sua intensidade pode ser relacionada com a gravidade da IC, aumentando conforme a gravidade. Ø quarta BULHA (B4) • É o som que ocorre na contração atrial, um pouco antes de iniciar a sístole. • O som que faz é um “TÁ-TUM (TRÁ) – TA” • Produzido pelo enchimento ventricular ativo conforme o átrio contrai na ultima fase da diástole. • Característica de complacência ventricular comprometida, indicando uma disfunção diastólica. • Deve ser pesquisado com a campanula, ao lado direito na borda esternal esquerda inferior e aumenta a intensidade da respiração, e ao lado esquerdo mais bem auscultado no ápice do coração com o paciente em semidecúbito lateral esquerdo durante a expiração. Ø Sons cardíacos adicionais • Sons de ejeção: sons breves e agudos no início da sístole, associados à abertura das valvas semilunares e início da ejeção ventricular. Pode ocorrer por algum grau de estenose das valvas semilunares, grande volume de ejeção ou volume normal ejetado sob alta velocidade e pressão. • Estalidos de abertura (diastólicos): semelhantes aos sons de ejeção sistólicos, mas ocorrem por algum grau de estenose nas valvas mitral ou @gabiviieria tricúspide. • Atrito perdicárdico: quando há inflamação ou enrijecimento do pericárdio, pode aparecer um ruído de fricção, ouvido ao longo da borda esternal E, com uma qualidade mais superficial e áspera; melhor auscultado com o paciente sentado e com a respiração presa em expiração Ø Sopros • São vibrações audíveis e as vezes palpáveis (mais intensos – frêmitos) que surgem em diferentes situações. • Inocentes quando não estão juntos com alguma doença como causa. Mas também podem ser patológicos. • Tem graus de intensidade: • Sopros inocentes: § Proto ou mesosistólicos § Intensidade: Grau 1+/6 ou 2+/6 § Em crescendo decrescendo, musicais ou vibratórios § Podem ser acompanhados do desdobramento fisiológico de B2 e/ou B3 § Podem estar presentes em crianças, adultos jovens, atletas, grávidas, estados hipercinéticos • Sopros patológicos: § Intensidade acima de 2+/6 (mas podem ser mais leves) § Holosistólicos, telesistólicos, diastólicos e contínuos § Associados a outros sinais de doenças § Principais sopros patológicos: - Insuficiência mitral crônica, estenose mitral, insuficiência aórtica crônica, estenose aórtica. o Insuficiência mitral crônica: - Ocorre refluxo de sangue para o átrio E durante a sístole ventricular por incompetência do mecanismo de fechamento da valva mitral. - Pode ser causado por cardiopatia reumática crônica, doença isquêmica do miocárdio, calcificação senil do anel mitral, dilatação do ventrículo E. - Sopro sistólico em foco mitral, holo e telesistólico, rude ou piante, com irradiação principal para axila E e região infraescapular E. @gabiviieria o Estenose mitral: - Ocorre restrição à abertura dos folhetos da valva mitral, com redução da área - Principal etiologia: cardiopatia reumática crônica - Sopro protodiastólico em foco mitral, em rufar, com irradiação para axila e foco tricúspide - Hiperfonese de B1, hiperfonese de B2 com desdobramento fisiológico ou componente P2 mais intenso, estalido de abertura da valva mitral - Mais grave quanto mais próximo o estalido de abertura está da B2 e quanto maior a duração do sopro diastólico o Insuficiência aórtica crônica: - Ocorre refluxo de sangue da aorta para o ventrículo E durante a diástole ventricular por incompetência do fechamento valvar aórtico - Sopro na área aórtica, proto ou holodiastólico, aspirativo, mais grave quanto mais intenso - Hipofonese de B2, presença de B3, desdobramento paradoxal de B2. - Nos casos moderados a grave, pode ocorrer também dificuldade maior de abertura da valva mitral pelo jato regurgitante da aorta à sopro em foco mitral, mediastólico ou pre-sistólico, em ronco à sopro de austin-flint. Também sopro de ejeção. o Estenose aórtica: - Ocorre restrição da abertura dos folhetos da valva aórtica com redução da área valvar - Pode ser causada por valva bicúspide congênita, estenose aórtica calcificada e cardiopatia reumática crônica - Sopro em área aórtica, mesosistólico em diamante (crescendo-decrescendo), grosseiro, com irradiação para carótidas, fúrcula esternal e foco mitral. @gabiviieria Propedêutica vascular Anamnese • Buscar do paciente sua queixa principal, caracteriza-la da melhor forma, com as características de dor e fazer uma história clínica de forma atenta. • Dor e edema são as principais queixas que direcionam para disfunção artéria, venosa ou linfática. • Claudicação intermitente: insuficiência de aporte sanguíneo para determinado grupo muscular durante exercício. • Na doença venosa a dor é frequentemente incaracterística: dor em peso, sensação de cansaço, melhora com algum jeito que coloca o membro. É comum ele sentir alivio com a elevação do membro resultante da melhor drenagem venosa. • TVP (trombose venosa profunda) dor pode se manter intensa membro elevando os membros, o que reflete a uma distensão tecidual exagerada, resultado da estase venosa abrupta, principalmente do processo inflamatório local. • Na doença linfática, é mais comum na queixa ter o edema, e ele ser menos doloroso e acentuado no pé. • Perguntar hábitos e vícios, história familiar e comorbidades presentes. Exame físico Deve ter a inspeção, palpação, ausculta e percussão (tem menos valor no exame físico vascular). Paciente despido para que não tenha possibilidade de alguma alteração não passe despercebida. Ø Inspeção • Avaliar nos MMII presença de palidez, cianose, dermatite ocre, eczema, distribuição de fâneros, existência de “porta de entrada”. • Para realizar a inspeção dinâmica, pode ser usado manobras como uma que mostra a hiperemia reflexa (após a elevação dos dois membros por alguns segundos e a presença de palidez significativa em ambos, abaixam eles e se observa que naquele com comprometimento arterial mais importante há demora do desaparecimento da palidez). • Avaliar presença de assimetria entre os membros, em relação a comprimento, diâmetro; lesões, @gabiviieria de origem traumática ou não, profundida, exposição óssea, presença de secreção, odor e necrose. Ø Palpação • Avaliar presença de pulsos, alteração da temperatura do membro, massa pulsátil que pode sugerir dilatação arterial, alteração na consistência muscular (empastamento, edema), linfonodomegalia ou dor na palpação dos linfonodos. @gabiviieria • Em caso de edema, é preciso se atendar a suas características: duro ou mole, unilateral ou bilateral, tempo de aparecimento. • Edema venoso: mole e depressível; Linfático: duro e geralmente compromete o pé inteiro. • Sinal de Stemmer: positivo no linfedema e é caracterizado pelo espessamento cutâneo da base dos dedos do pé, impossibilitando o pregueamento da pele desse local. Ø Ausculta • Realizada ao longo do trajeto vascular, em busca de sopros (turbilhonamento ou aumento da velocidade sanguínea) que podem demonstrar estenose ou alguma comunicação arteriovenosa. Exame clínico Ø Exame clínico arterial • Sempre pesquisa a evolução da doença, se for rápida, pode sugerir que seja uma arteriopatia aguda, e se for lenta e progressiva, pode ser uma doença obstrutiva crônica. • A doença arterial pode levar a uma claudicação intermitente (dor sentida durante esforço muscular, pode ser referida como dor em pesoou cansaço porem durante um exercício faz o paciente parar o exercicio) e seus estágios avançados com neuropatia isquêmica (queixa de parestesia, hipoestesia e anestesia) e dor em repouso (dor em decúbito e melhora quando o paciente deixa o membro pendente). • Observar a hiperemia reativa e lesões tróficas (ulceras, distrofias entre outros) Ø Exame clínico venoso • A doença venosa pode ser aguda ou crônica, de forma geral a aguda é representada pela trombose venosa superficial (tromboflebite) ou TVP. • Tromboflebite: dor e hiperemia nos trajetos venosos superficiais. • Na trombose venosa profunda, o exame físico é decisivo para diagnostico, sintomas e sinais como dor, edema, empastamento, hiperemia, calor no local, febre baixa e taquicardia são considerados inespecificos. • Alguns sinais ajudam no diagnóstico: - Sinal de Homans: dor na panturrilha com o mínimo de esforço (ao flexionar o pé) @gabiviieria - Sinal de Bandeira: empastamento da panturrilha. Panturrilha balança igual a uma bandeira. Sinal de TVP. - Sinal de bancroft: dor a palpação da panturrilha. • Na doença venosa crônica, é possível conter varizes de membros inferiores tendo inicio progressivo e insidioso, até levar o desconforto e causa a percepção pelo paciente. Ø Exame clínico linfático • Linfedema crônico: edema progressivo, costuma ser indolor, resultante da diminuição da capacidade de transporte do sistema linfático. Ele pode ser causado por anomalias no desenvolvimento do sistema linfático, obstrução congênita ou adquirida dos vasos linfáticos e linfonodos. • Características do edema: § Inicio/agudo: parcialmente depressível à pressão, e envolve a região perimaleolar. § Crônico: sinal de cacifo negativo, perde o contorno do tornozelo, causando um aspecto de tronco de arvore, surgindo Sinal de Stemmer. § Evoluem com espessamento da pele, hiperceratose, liquenificação e aspecto de “casca de laranja” Insuficiência cardíaca • O músculo cardíaco não consegue bombear ou ejetar sangue para fora adequadamente. Sendo isso a chamada insuficiência cardíaca sistólica. • Os músculos do coração ficar rígidos e não se enchem de sangue facilmente. Esta é a insuficiência cardíaca diastólica. • Na tentativa de compensá-los, surgem prioritariamente taquicardia e aumento da pré- carga e do volume circulatório @gabiviieria e, posteriormente, hipertrofia e dilatação do ventrículo esquerdo, com piora da função contrátil. Ø Manifestações clínicas • Critérios de framinghan: divididos em 9 maiores e 7 menos: • Para o diagnóstico de IC são necessários: 2 critérios maiores ou 1 maior + 2 menores. Os menores serão mais aceitos desde que não possam ser justificados por outra causa, como: hipertensão pulmonar, DPOC, cirrose, ascite e síndrome nefrótica por exemplo. • Eletrocardiograma: ele possui alto valor preditivo negativo, ou seja, resultado normal afasta a suspeita de insuficiência cardíaca, mas um resultado alterado não necessariamente confirma pois existem diferentes situações que podem levar a alteração. • Com a pessoa em decúbito dorsal e o troco a 45º, procura- se a distensão da jugular interna junto ao triangulo cervical anterior e se mede a altura da coluna de sangue acima desse ponto em relação ao ângulo esternal. Esse teste simples e produtível permite uma reavaliação seriada do estado de congestão, sendo importante para o seguimento. • Paciente pode apresentar dispneia (consequência do @gabiviieria aumento da pré carga) cansaço (redução do débito cardíaco), ou fraqueza, falta de força, ortopneia (que é a dispneia ao decúbito dorsal). Sinais de congestão (edema de extremidades, estertores crepitantes finos na ausculta pulmonar), principalmente em idosos, na presença de fatores de risco cardiovascular (hipertensão arterial sistêmica, diabetes). • Diante de um paciente com ICC, devemos sempre questionar: 1- Diagnóstico sindrômico confirmado? 2- Classe funcional do paciente 3- Diagnóstico etiológico 4- Causa da descompensação Fonte do mapa mental: sanarflix. Referências • Propedêutica médica da criança ao idoso – 2º edição – Irineu Francisco et al. – Capítulo 08: propedêutica cardiológica; Capitulo 09: propedêutica vascular.
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