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Estrongiloidiase: Características e Morfologia

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Estrongiloidiase 
Strongyloides Stercoralis (agente etiológico) 
Características e morfologia 
─ É um helminto cuja forma parasitária é uma fêmea, fêmea partenogenética (se reproduz por partenogênese). A 
estrongiloidiase é cosmopolita e é mais frequente em regiões tropicais (25 a 30°C). 
─ Ela tem um ciclo biológico complexo com diferentes formas morfológicas 
 
─ Morfologia fêmea partenogenética parasita 
• é maior do que a fêmea livre (tamanho: 1,7 a 2,5mm X 0,03 a 0,04mm) 
• é um nematoide então tem um corpo cilíndrico, filiforme com extremidade anterior (com cavidade bucal) 
arredondada (3 lábios fortes) e extremidade posterior afilada. 
• tem esôfago do tipo filarióide 
• cutícula externa delicada 
• útero com 30-40 ovos que podem ser eliminados por dia. Esses ovos já tem uma larva quando estão ainda 
dentro da mucosa intestinal. A larva é do tipo rabditóide (ovovípara), porque elimina ovo com a larva. 
 
 
─ Morfologia fêmea de vida livre 
• É um pouco menor que a fêmea partenogenética 0,8 a 1,2mm X 0,05 a 0,07mm 
• aspecto fusiforme 
• cutícula delicada 
• extremidade anterior arredondada (boca com 3 lábios) e posterior afilada 
• Esôfago rabditóide diferente do esôfago da fêmea partenogenética 
• Útero com ovos em diferentes graus de evolução, elimina de 28-30 avos 
• Receptáculo seminal, porque vai existir a cópula entre a fêmea e o macho 
 
 
Esôfago 
Extremidade posterior 
Fêmea parasita de Strongyloides stercoralis 
Essa fêmea fica mergulhada na mucosa do intestino, e 
elimina os ovos 
Aula 15 dia 12/11/2020 Marceli Bernardon 
Rectangle
─ Morfologia do macho de vida livre 
• O macho é sempre menor 0,7 X 0,04mm 
• aspecto fusiforme com extremidade anterior arredondada (3 lábios) e posteriormente recurvada 
ventralmente (ganchos) com Espículos (auxiliares na cópula com uma estrutura de quitina chamada de 
gubernáculo). Esses espículos se deslocam na hora da cópula e é sustentado pelo gubernáculo. 
 
─ Morfologia dos ovos 
• Ovos parecidos aos dos ancilostomídeos. 
• Casca/Parede fina e delicada e transparente 
• Vão formar a larva (ovovivípara) no intestino 
• Os ovos originários da fêmea parasita medem 0,05 x 0,03mm e os da fêmea de vida livre 0,07 x 0.04mm. 
• Raramente esses ovos são observados nas fezes, vamos ver a larva. Só vai ser observado a presença de ovos 
em paciente que tem diarreia grave ou fez a utilização de laxantes 
 
─ Morfologia das larvas rabditódes 
• Esôfago rabditóide – esôfago musculoso, na porção mediana tem a estrutura chamada istmo 
• Tamanho de 0,02 x 0,15mm 
• O que vai diferenciar as larvas rabditóides das ancilostomídeos é o Vestíbulo bucal curto, primórdio genital 
nítido, cauda pontiaguda 
• As originárias da fêmea parasita e da fêmea de vida livre são indistinguíveis, não tem diferenças 
 
─ Morfologia das larvas filarióides 
• São larvas de forma infectante L3 
• São maiores medem de 0,35 a 0,5 X 0,01 a 0,03mm 
• Esôfago do tipo filarióide , cutícula fina e delicada e hialina 
• Essa larva se alimenta por que não tem bainha, só que ela perece mais rápido porque não consegue 
sobreviver por muito tempo 
• Vestíbulo bucal curto 
• Cauda entalhada. 
 
 
Macho de vida livre 
Fêmea 
Larva rabditóide de 
Strongyloides stercoralis, 
Esôfago rabditóide, vestíbulo 
bucal curto, primórdio genital 
evidente. 
Larva filarióide de 
Strongyloides 
stercoralis. Detalhes 
do esôfago filarióide 
e da cauda 
 
Habitat 
 
─ Fêmeas partenogenéticas localizam-se na parede do intestino (criptas da mucosa duodenal, principalmente nas 
glândulas de Lieberkuhn e porção supeior do jejuno, mergulhadas na mucosa) 
─ Nas formas graves (carga parasitaria grande) podem se localizar em uma porção maior desde o piloro até o 
intestino grosso. 
 
 
Transmissão 
 
─ Formas de transmissão 
• Hetero ou Primoinfecção: forma mais comum, penetração da larva filarióde infectante L3 através pele, 
principalmente entre os espaços interdigitais como no pé. E também pode penetrar através de mucosa como 
a bucal e esofágica, mas a forma mais comum é a transcutânea 
• Auto-infecção interna: pode acarretar uma Hiperinfecção – é mais raro acontecer. O ovo vai eclodir e vai 
sair a larva que vai se transfrmar em filarióide (ainda no inteiror do intestino do organimo), esse caso de 
autoinfecção interna ocorre em pessoas que tem constipação intestinal (demor para defecar) e a larva se 
transforma em filariode ali dentro do organismo. Uma quantidade muito grande de larvas pode gerar uma 
hiperinfecção, que pode acarretar em uma forma grave de estrongiloidiase que é a forma disseminada (larvas 
em diversos orgãos). 
• Auto-infecção externa: ocorre em pessoas que não tem uma higiene adequada. A pessoa defeca com larvas 
rabditóide, e pode ficar restos de feses na pele e pelos anais, e a essa larva se transforma em filarioide 
(infectante) e penetra. Isso pode ocorrer em crianças e alguns idosos que fazem o suo de fraldas. 
 
 
Ciclo biologico 
 
─ Ciclo biológico direto/partenogenético assexuado: o homem vai ser infectado pela larva filarióide L3, a larva 
vai para o intestino delgado e vai se transformar em fêmeas partenogenéticas no intestino (antes de migrar 
podemos observar que ela faz ciclo de ´´nos´´ e migra para outras áreas como coração, pulmão, faringe – e 
a pessoa pode eliminar através as secreção pulmonar, mas pode também deglutir). Lá no intestino a larva 
partenogenética vai liberar ovos com larva rabditóide, e essas larvas vão ser eliminadas pelas fezes. Essa 
larva no solo vai se nutrir e vai dar origem a larva filarióide (infectante). Mas também, pode ocorrer nesse 
caso uma auto infecção, ao invés de ser liberada nas fezes a larva pode se transformar na sua forma 
infectante dentro do organismo, como ocorrer em pessoas com constipação intestinal. 
 
─ Ciclo biológico indireto/sexuado/de vida livre: as larvas rabditóides vão dar origem a fêmeas e machos de 
vida livre, e entre essas larvas vai ocorrer a cópula. A fêmea de vida livre vai eliminar ovos no solo (solo tem 
nutrientes) e esses ovos vão eclodir com larvas rabditóides. Essas larvas vão dar origem a larva filarióide, e 
essa larva infectante pode penetrar no homem. 
 
Podemos tem 2 tipos de ciclos: ciclo biológico 
direto/partenogenético assexuado (flechas em 
azul, lado direito) e ciclo biológico 
indireto/sexuado/de vida livre (flechas em 
vermelho, lado esquerdo) 
─ Pergunta da profe: Qual ciclo é mais fácil acontecer e porquê? [e o ciclo biológico direto porque nesse ciclo 
não tem os obstáculos ambientais do solo e não necessita de um macho e fêmea. 
─ Pergunta de prova: o que determina se ocorre um ciclo direto ou indireto? A fêmea partenogenética é 
triploide (3n) então ela pode eliminar 3 tipos de ovos (1n, 2n e 3n). O ovo 3n é que determina o ciclo direto. 
Os ovos diploides vão dar origem a fêmea de vida livre. Os ovos haploides (n) vão dar origem ao macho 
de vida livre. Então ovos n e 2n participam do ciclo indireto. Então o que determina o ciclo é a genética da 
fêmea. 
 
Imunidade 
 
─ A estrongiloidiase está muito relacionada com o sistema imune. Nas pessoas que tem imunossupressão 
pode ocorrer uma hiper-infecção e ocorrer a forma disseminada, vamos ter tanto larvas de fêmeas como 
ovos disseminados. Dependendo para qual região essas larvas e ovos forem disseminados pode levar a 
pessoa a óbito. 
─ Algumas pessoas com sistema imune imunocompetente com uma carga parasitária baixa podam até ter cura 
espontânea, porque há muita produção de anticorpos (IgE e IgG). 
─ A pessoa infectada tem um aumento dos níveis de eosinófilos 
 
 
Patogenia 
 
─ Em termos de doença, está relacionada com carga parasitária (quantidade de fêmeas partenogenéticas), 
estado nutricional e imune do hospedeiro. 
─ Paciente com carga parasitaria baixa, bom estado nutricional e imunocompetente pode até não ter 
sintomatologia (em infecções pequenas não há sintomatologia).─ Podem causar diversas ações patogênicas: ação mecânica, traumática, irritativa, tóxica e antigênica, porque 
as fêmeas partenogenéticas e larvas e dos ovos vão eliminar metabólitos e substancias que vão funcionar 
como antígeno. 
─ Em casos de infecções maciças ou crônicas (grande carga parasitária): paciente vai ter também anemia (microcítica 
e hipocrômica), diarréia, astenia, tonturas, insônia, tonturas, emagrecimento, desidratação, eosinofilia. 
 
─ Temos várias etapas na estrongiloidiase 
1. Cutânea: penetração das larvas causa pouca reação, mas em reinfecções, podem aparecer eritema, 
edema, prurido e pápulas. LMC: larva migras curris – algumas larvas podem ficar migrando na região 
perianal, nas nádegas ou nas costas. 
2. Pulmonar: as larvas podem sair dos capilares e irem para os alvéolos pulmonares, dependendo da 
quantidade o paciente pode apresentar hemorragias, infiltrado inflamatório, síndrome de 
Löeffler(pneumonia). Se o paciente tem uma carga parasitária muito grande e é debilitado pode ocorrer 
casos graves de edema e insuficiência respiratória. 
3. Intestinal: a nível intestinal tem uma ação mecânica levando à enterite catarral (inflamação com 
secreção mucoide – reversível), enterite edematosa (reação com edema de mucosa - reversível), 
enterite ulcerosa (ulcerações com infecção bacterina secundária, tecido fibrótico – rigidez da mucosa, 
alterações do peristaltismo irreversível- levando a um quadro de íleo paralitico). 
4. Disseminada: pacientes imunocomprometidos, por vezes fatais. Grande número de larvas no intestino 
alcançam a circulação e se disseminam, podendo ser encontradas nos rins, pulmão, fígado. Diarreia 
severa, pneumonia, meningite e morte. 
 
 
Diagnóstico 
 
─ Diagnóstico Clínico: difícil devido à semelhança com outras parasitoses. Dor semelhante à úlcera gastroduodenal. 
─ Laboratorial 
• Pesquisa de larvas nas fezes: Baermann ou Rugai - (como é raro encontrar ovo nas fezes, se faz pesquisa para 
ver se tem larvas) - conta com o hidrotermotropismos positivo das larvas, usa o método Rugai 
• Pesquisa de larvas nas secreções 
• Coprocultura, cultura de larvas, mas não é feito de rotina, é só para pesquisa 
• Intradermorreação 
• Imunológicos: ELISA, IFI, devido a quantidade de anticorpos 
Epidemiologia 
─ Distribuição geográfica mundial 
─ Distribuição cosmopolita 
─ Predominância em país de clima tropical 
─ As larvas filarióides não tem uma viabilidade muito grande no ambiente, principalmente se tiver radiação insolar 
direta. 
─ O homem é a única fonte/reservatório de infecção 
─ A temperatura e umidade precisam ser favoráveis para o desenvolvimento das larvas (25 a 30°C) 
─ A infecção ocorre principalmente através da pele 
 
Profilaxia 
 
─ Educação sanitária 
─ Saneamento básico 
─ Alimentação adequada 
─ Bons hábitos de higiene (auto-infecção externa) 
─ É importante não ficar descalço em solos desconhecidos, arenosos úmidos

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