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SONDAS, DRENOS E CATETERES SBCMC III - 2021.1 Técnica Operatória Prof. Maria Rita Maia DEFINIÇÕES Sondas, drenos e cateteres são tubos de diversos materiais e calibres inseridos no organismo, com a função de infundir líquidos ou retirá-los. Ou também para monitorização de funções vitais. Drenos: são tubos ou materiais colocados no interior de uma ferida ou cavidade, visando permitir a saída de fluídos ou ar, evitando o seu acúmulo e removendo coleções diversas e ainda, orientar trajetos fistulosos - etimologia: dreno = esgoto → retirada do que é não é bom, porém diante de indicação. ● Evita infecções profundas nas incisões. ● São usados em diversos contextos para possibilitar o “escapamento” de líquido de uma cavidade corporal específica - utilizar com cautela! ● Efeitos do Acúmulo de Líquidos: ○ Meio de cultura. ○ Aumenta a pressão local, interferindo no fluxo. ○ Comprime áreas adjacentes. ○ Causa irritação e necrose tecidual (bile, pus, suco pancreático, urina) ● Finalidades do Dreno: ○ Saída de secreções. ○ Remoção de líquidos da cavidade (ex: peritoneal). ○ Evacuação de líquidos de cavidades intraluminares (ex: urina, bile). ○ Descompressão de órgãos (ex: sist. digestivo ⇒ ostomias). ○ Orienta coleções e fístulas.. Sondas e Cateteres: tubo que se introduz em um canal do organismo, natural ou não. São instrumentos tubulares que possuem luz interna, e tamanhos diferentes a depender da finalidade. ● São diferenciadas de acordo com o seu diâmetro externo. ● O diâmetro externo pode ser convencionado em French (medida francesa) ou em milímetros (mm). ● Geralmente são aos pares. ● Finalidades:: ○ Retirar líquidos. ○ Introduzir sangue, soro, medicamentos. ○ Efetuar investigações diagnósticas - os cateteres chegam onde as mãos do cirurgião não alcançam ● Funções:: ○ Diagnóstica. ○ Terapêutica. ○ Reconhecer-lhe o estado. ○ Extrair ou introduzir algum tipo de matéria. MECANISMOS DE DRENAGEM !!! Espontânea ou Simples: o gradiente de pressão entre o local a ser drenado e o meio externo ocorre naturalmente por: pressão dos órgãos, capilaridade (dreno de Penrose = laminar), gravidade (dreno de Kher = tubular, específico para vesícula, em formato de T). - Capilaridade: a secreção não sai pelo lúmen e sim por fora do dreno Sucção ou Sistema a vácuo: o gradiente de pressão entre o local a ser drenado e o meio externo ocorre por pressão negativa criada no orifício externo do dreno (dreno + frasco coletor). SISTEMAS DE DRENAGEM Há 03 tipos de sistema de drenagem: gravitacional, vácuo e simples Atenção! É necessário observar: local de inserção do dreno, tipo de dreno, tipo de drenagem, tipo e volume do líquido da drenagem, permeabilidade do dreno e tração do dreno. LOCAIS DE INSERÇÃO POR SISTEMAS Respiratório: a inserção se dá através das vias aéreas (alta ou baixa) ou tórax !!! ● Tubos orotraqueais. ● Cateter de oxigenação (cateter tipo óculos). ● Máscara laríngea (intubação seletiva) ● Cânula de Guedel (evita a queda da língua, mantém a abertura da via respiratória e evita broncoaspiração) ● Traqueostomias (nova abertura com acesso a traqueia para ventilação). ● Drenos de tórax. Circulatório: a inserção se dá através da punção de um vaso periférico ou central !!! ● Cateteres venosos: scalp, jelco. ● Cateteres venosos profundos: intracath. ● Flebotomia: uso de sonda de pequeno calibre. Digestório: a inserção através de sua inserção por via oral até o estômago ou intestinos, ou pela parede abdominal. !!! ● Sonda Nasogástrica (SNG – Levine): ○ Inserida pelas narinas até chegar ao estômago. ○ Pode ser de polietileno ou de borracha. ○ Usada principalmente para remover líquidos e gases, além de obter amostras do conteúdo gástrico para estudos laboratoriais. ○ É pouco utilizada para administrar alimentos e medicamentos diretamente no trato gastrointestinal superior. ○ A mais utilizada é a sonda de Levine, variando para adultos do nº 14 ao nº 18 FR. ● Sonda Nasoenteral (SNE – Dooboff) ○ Indicações: administração de nutrição enteral, administração de medicações e descompressão do intestino delgado. ○ A sonda nasoentérica, ou sonda longa, é introduzida através do nariz e passada pelo esôfago e estômago até o trato intestinal. ○ Aguardar a migração da sonda para duodeno, a qual deve ser confirmada pelo RX, antes de administrar a alimentação (isso leva em torno de 2hs). ● Outras: sonda de gastrostomia (Malecot), sonda retal (é utilizada para lavagem retal) e sonda para estancar hemorragia digestiva alta (Sengstaken Blackemore) Urinário: introdução de cateteres e sondas na luz dos órgãos para obtenção/drenagem de seu conteúdo ou administração de substâncias através da uretra. !!! ● É considerado procedimento invasivo ● Sonda Vesical de Demora/de Foley: têm duplo lúmen e são identificadas pelo seu diâmetro externo (20, 18, 16) - função: sondagem vesical de demora. ○ Sonda de Foley e Coletor: precisam estar conectados (sistema fechado), estéreis e não é autorizada a reutilização. ● A sondagem vesical também pode ser cruenta, por punção suprapúbica (cateter ou trocater) ou por acesso cirúrgico (cistostomia). ● Indicação: ○ Monitorização da diurese ○ Pós-operações pélvicas ○ Procedimentos trato urinário inferior. ● Tipos: ○ Cateter vesical de alívio (CVA) - polietileno ○ Cateter vesical de demora (CVD) - borracha Nervoso: a inserção se dá entre os espaços meníngeos para retirar excesso de líquidos por edemas ou outros casos. CALIBRES (ela nem leu) Os cateteres, principalmente para uso intravenoso, têm sua medida em Gauge (G) de forma decrescente: ● 10G (3,4mm). ● 12G (2,8mm). ● 14G (2,1mm). ● 16G (1,7mm). ● 18G (1,3mm). ● 20G (1,1mm). ● 22G (0,8mm). ● 24G (0,7mm). MATERIAL Os materiais são específicos para cada tipo e função: podem ser de plástico, látex, silicone, téflon, polietileno. A flexibilidade é variável (semi-rígida ou flexíveis). Podem ter um lúmen (orifício interno) ou mais. Geralmente são cilíndricas, de comprimentos e calibres diversos. Matéria-Prima: ● Borracha: ○ Vantagens sobre os de polietileno: mais macios e maleáveis, reduz a chance de lesão de estruturas intra-abdominais, como vasos e alças, devido à erosão de contato. ○ Desvantagens: por terem uma superfície mais irregular, são mais sujeitos à colonização bacteriana e infecção peridreno. ● Polietileno: ○ São confeccionados de material plástico pouco irritante, às vezes radiopaco. ○ São rígidos e geralmente apresentam várias fenestrações, permitindo a saída de líquidos por gravitação ou sucção. ● Silicone: ○ Tubos de material praticamente inerte, radiopaco, menos rígido do que o polietileno e menos sujeito a contaminação bacteriana do que o látex. ● Teflon: ○ Utilizado em alguns tipos de cateteres venosos. ○ É menos agressivo à infecção que outros materiais. ○ Reduz a incidência de flebite. ○ Permite maior tempo de permanência do cateter na veia. FORMA DE AÇÃO Capilaridade: ● A saída de secreções se dá através da superfície externa do dreno. ● Não há passagem de líquido pela sua luz. Gravitação: ● Sistema fechado. ● Utiliza-se cateteres de grosso calibre, colocados dentro da cavidade e conectados a bolsas coletoras ou borrachas de látex. ● São realizados por coletores de sistema fechado, devendo ser disponibilizados sempre na altura inferior a inserção do dreno. Vácuo: ● Um dreno de polietileno, com múltiplas fenestrações é conectado em sua extremidade externa, a um reservatório contendo um orifício para saída de ar. ● Ao retirar o ar desse reservatório, cria-se o vácuo, fazendo-se a aspiração ativa do conteúdo dentro da ferida, até que a presença do líquido no reservatório iguale as pressões, perdendo-se o vácuo. ● Ao se esvaziar o líquido coletado dentro do reservatório, realiza-se nova retirada do ar e há retorno da pressão negativa, com aspiração ativa no interior da ferida. ● Deve permanecer na altura da lesão. ESTRUTURA Laminares: o mais conhecido é o dreno de Penrose, apresentado em três diferentes larguras: 1-P, 2-M e 3-G. Tubulares: é a forma da maioria dos drenos e cateteres, drenandopor gravitação e podendo ser de vários materiais, como polietileno, silicone ou látex. ● Apresentados nos tamanhos de número pares – maior número = maior calibre. Lamino-Tubular: às vezes, podem-se combinar as vantagens dos drenos tubulares e laminares, pela inserção de um dreno tubular dentro da luz de um dreno laminar. O PACIENTE CIRÚRGICO Pré e Trans-operatório: ● Acesso venoso - periférico e profundo ● Oxigenação ● Sonda retal ● Placa de bisturi ● Intubação orotraqueal ● Sonda vesical - alívio ou demora ● Sonda nasoenteral Pós-operatório: ● Sonda nasoenteral ● Ostomia ● Drenos PROVA: ● Qual material é indicado para qual situação
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