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Laura Miguez 75D FCMMG @laurinhamiguez INTRODUÇÃO São interações complexas de origem multifatoriais. Raramente resultam de um ou dois alelos de efeito maior em um único lócus. Ex.: infarto do miocárdio, transtornos neuropsiquiátricos, diabetes, doença de Alzheimer São caracterizados como: qualitativos: presente ou ausente○ quantitativo mensurável (ex.: peso, pressão) - valor de referência = intervalo normal ou média da população ○ - AGREGAÇÃO FAMILIAR Compartilhamento de alelos entre familiares- Quanto mais próximo o parentesco mais alelos em comum - Quanto mais distantes forem dois membros de uma família, menor a probabilidade de terem os mesmos alelos. - Caracteres qualitativos Se determinados alelos aumentam a probabilidade da doença, é suposto que o probando tenha número maior do que esperado de parentes afetados. - Razão de risco relativo Taxa de risco relativo (r = parentes) ○ r = prevalência da doença nos parentes do afetado prevalência da doença na população em geral r>1: indica que o parente tem risco maior de desenvolver a doença - Estudo de caso com história familiar - controle Afetados vs Saudáveis (mesmo sexo, etnia, idade, localização..) ○ Avaliar possível contribuição genética Ex.: 3,5% parentes em primeiro grau do afetado tiveram Esclerose Múltipla 0.2% parentes em primeiro grau de indivíduos saudáveis tiveram a doença - Caracteres quantitativos Correlação familiar: aplicada a um par de medições gera um R, que quanto maior, maior a correlação○ - Herdabilidade: variância fenotípica que ocorre em virtude de diferenças genéticas H2=Vg/Vx H² = herdabilidade Variância = (desvio padrão)2 Vg = Variância genética Vx = Variância total na população = Vg + Variância devido ao ambiente H² = 0 -> quando toda a variância está relacionada a fatores ambientes e não a fatores genéticos H² = 1 -> quanto toda a variância na população é devido a fatores genéticos - Concordância em gêmeos Concordantes: tem a mesma doença - Discordantes: um tem a doença e outro é saudável- Monozigóticos (MZ) 100% concordantes – mendeliana. ○ ex.: anemia falciforme < 100% concordância – geralmente multifatorial. ○ ex.: Diabetes mellitus tipo 1 Diferença pode estar relacionada a dieta, infecção, epigenética... - A concordância maior em MZ que DZ - importância genética- Limitações das estimativas de agregação familiar Potencial viés - gêmeos concordantes tendem a participar mais dos estudos - Viés de memória - probando lembra mais dos indivíduos afetados da família - Diferenças epigenética entre MZ, mutações nas divisões somáticas - Padrões de inativação do X (mesmo em MZ será diferente)- Ambiente intrauterino pode variar – pode ter disparidade quanto ao suprimento de sangue - Cautela na generalização dos dados- EXEMPLOS CLÍNICOS Malformações congênitas Cardiopatias congênitas (CCs) Mecanismos monogênicos, cromossômicos, exposições a teratógenos (infecção por rubéola ou diabetes materno) - Maioria dos casos é multifatorial quanto a origem- Grupos principais de CCs Lesões de fluxo (50 % de todas as CC) ○ Defeitos na migração celular ○ Defeitos na morte celular ○ Anormalidades na matriz extracelular ○ Defeitos no crescimento direcionado○ - Distúrbios neuropsiquiátricos Esquizofrenia Afeta 1% da população ○ Início comumente final da adolescência/início da vida adulta ○ Anormalidades na cognição, emoção e relações sociais ○ Pensamento delirante e distúrbios de humor ○ A concordância em MZ é 40-60% e em DZ 10-16% ○ Apenas subconjunto de alelos foi identificado, microarranjo é utilizado ○ - Transtorno bipolar Afeta 0.8% da população ○ Inicio comumente final da adolescência/inicio da vida adulta ○ A concordância em MZ é 40-60% e em DZ 4-8% ○ Expressividade variável na família○ - Heranças multifatoriais terça-feira, 6 de abril de 2021 Página 1 de GENÉTICA Laura Miguez 75D FCMMG @laurinhamiguez Heranças multifatoriais Doença arterial coronariana Genes modificadores nos distúrbios mendelianos Pode alterar a gravidade da doença- Fibrose cística - distúrbio monogênico Causada por mutações no gene CFTR ○ Outros genes influem na gravidade da doença ○ Genótipos de outros loci podem atuar como modificadores genéticos ○ Efeitos na gravidade da doença ○ • gene MBL2 (codifica lecitina ligadora de manose) • Níveis baixos levam a piores prognósticos para a doença pulmonar na FC • Não causam a FC mas modificam o fenótipo clínico - Herança digênica Efeito aditivo de dois ou mais loci - ex.: retinite pigmentosa Locus codifica periferina (membrana de fotoreceptor) ○ Locus codifica ROM1 (membrana de fotoreceptor) ○ Funções fisiologicas sobrepostas○ - Interações de gene-ambiente na trombose venosa Trombose venosa cerebral idiopática - Coágulos no SNC - Afeta adultos jovens (rara, <1: 100000, 5-30% mortalidade)- Fatores de risco: Missense no gene para o Fator V (FVL) ○ • Heterozigotos: risco 7x maior; Homozigotos: 80x maior Variante na 3’UTR do gene para protrombina ○ • Aumenta o nivel de RNAm da protrombina • Heterozigotos: risco 3-6x maior Uso contraceptivos orais contendo estrogênio sintético ○ • Risco 14-22x maior • Combinado com gene protrombina, 30-150X maior - Diabetes melitus tipo 1 Infância ou adolescência - Fatores genéticos na DT1 - Concordância em MZ é 40%, DZ 5% - MHC (locus no cromossomo 6) – HLA-DRB1 e HLA-DQA1 e HLA-DQB1 são relacionados. - Existem cerca de outros 50 loci diferentes relacionados - Doença de Alzheimer Doença neurodegenerativa fatal - Causa mais comum de demência em adultos mais velhos- Só pode ser diagnosticada conclusivamente na autópsia (agregados de proteínas) - Gene Apolipoproteina E (APOE) envolvido, alelo 4- APOE está envolvida na remoção do colesterol e é constituinte das placas de amiloide na DA. - Paciente com dois alelos 4 à início precoce da doença- O desafio da doença multifatorial de herança complexa Desvendar as interações complexas entre as variantes com multiplos loci e fatores ambientais - Epidemiologia genética - Permitirá medidas preventivas e terapêuticas- Página 2 de GENÉTICA
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