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HERANÇA COMPLEXA: DISTÚRBIOS MULTIFATORIAIS · Herança complexa e herança multifatorial são sinônimos · Herança poligênica[footnoteRef:1] + ambiente (obrigatório)[footnoteRef:2]. [1: Uma herança poligênica é quantitativa e aditiva. De certa forma, funcionam com dominância e recessividade, sendo que o alelo selvagem contribui para a característica e o recessivo, não.] [2: Vitiligo autoimune – fator emocional] · Defeitos congênitos, infarto do miocárdio, câncer, transtornos neuropsiquiátricos, obesidade, diabetes mellitus e doença de Alzheimer – mortalidade prematura. · Padrão não mendeliano · Não resultam da interação entre dois alelos · Resultam de interações complexas entre vários genes + exposição ambiental – desencadeiam e/ou aceleram o processo da doença · Doenças de origem multifatorial: agregação familiar e padrão de herança complexo · Família: compartilham proporções maiores de informações genéticas e exposições ambientais · Caracteres qualitativos discretos “tem ou não tem”: presença ou ausência de uma característica – CA de pulmão, artrite reumatoide. · Caracteres quantitativos contínuos “mensurável”: bioquímica ou fisiologicamente mensuráveis – peso, PA, concentração de colesterol sérico, IMC · Varia continuamente[footnoteRef:3] na população [3: Pensar em gráfico em Curva de Gauss ] · Doença: diagnosticada baseado no valor da característica ultrapassar ou ser menor que o intervalo (distribuição) normal – média da população · Distribuição (intervalo) normal: · Fornece diretrizes para se determinar os limites da variação normal · Indivíduos na população (eixo Y) vs valores quantitativos (eixo X) · Variação normal: valores de uma característica quantitativa presente em 95% da população · Agregação familiar de caracteres qualitativos: · Maior parentesco: maior quantidade de alelos em comum; · Exemplo extremo: Gêmeos monozigóticos (MZ) · Risco relativo: comparação da frequência de uma doença em parentes do indivíduo afetado com a sua frequência na população · Correlação familiar de caracteres quantitativos: · Correlação familiar: medida de a tendência de valores quantitativos serem mais semelhantes entre parentes de primeiro grau na população geral · Coeficiente de correlação (r) varia de 0 a +1, para correlação positiva e de 0 a -1 para correlação negativa. Os resultando tendem a agrupar-se em torno de uma reta, sendo que, quanto mais próximos os pontos da reta, mais perfeita a correlação MECANISMO GENÉTICO DAS DOENÇAS COMPLEXAS · A variação fenotípica contínua dos traços poligênicos resulta dos efeitos de vários genes que podem exercer diferentes quantidades de influência · Gene principal +gene modificador: ex: OCA2 – alelos que influenciam na cor dos olhos humanos + genes com menor efeito · Genes com igual contribuição sobre o fenótipo. · Cada alelo de cada gene apresenta um valor quantitativo que indica sua contribuição para um traço poligênico (fenótipo: soma dos valores dos alelos) EFEITOS DOS FATORES AMBIENTAIS NA VARIAÇÃO FENOTÍPICA · A interação gene-ambiente dificulta a determinação do genótipo quando se observa apenas seu fenótipo · É necessário compreender o quanto cada gene adiciona para a característica e o quanto os efeitos ambientais são importantes – sobreposição de fenótipos DIABETES MELLITUS I · Exemplo de herança multifatorial com ação de um gene principal + genes modificadores · Doença autoimune com destruição das células β das ilhotas de Langerhans – indivíduos são insulinodependentes · Uma retirada do pâncreas ou falha do órgão devido a medicamentos tóxicos podem tornar uma pessoa DM1 · Incidência: 2/1000 nativivos caucasianos · Concordância de 40% entre MZ e 5% entre DZ – caráter ambiental é imprescindível · Quanto mais precoce a idade de início da DM1, maior a ração de risco (λ) · O principal fator genético no DM1 é o locus do MHC – 6p21.3 · São divididos em genes de classe I (A, B e C) e de classe II (DR, DQ e DP) - codificam os antígenos leucocitários humanos (HLA), proteínas de superfície celular para apresentação de antígenos aos linfócitos (macrófagos, células de Kupfer, Linfócitos B) · Altamente polimórficos, - ex: 2735 alelos HLA-A, 3455 alelos HLA-B, 2259 alelos HLA-C · Determinadas combinações de alelos entre três genes HLA (DRB1, DQA1 e DQB1) formam um haplótipo (combinação específica entre alelos) que aumenta em 11 vezes o risco para DM1 · Essas combinações geram respostas imune anormais , dirigidas contra proteínas do próprio organismo (autoantígeno) · 90% dos DM1 são homozigotos para DQB1 · Os genes HLA são a parte principal da contribuição genética, mas irmãos que compartilham os mesmos alelos têm 17% de recorrência · Eventos emocionais também estão sendo considerados DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA (DAC) · Exemplo de herança multifatorial com vários genes em caráter quantitativo contribuindo OBESIDADE · Classificada como excesso de tecido adiposo · Caracterizada pelo Índice de Massa Corpórea (IMC) · Herança multifatorial altamente herdável: genes + ambiente obesogênico · Herança altamente modulável pela alimentação saudável e prática de exercícios físicos · Em casos raros, a obesidade pode ser monogênica (associada ao gene da LEP ou de seu receptor LEPR) · Também pode estar vinculada à síndromes como a de Prader-Willi (del 15q11-q13) · Traço de limiar: · Divisão em categorias de traço contínuo · Indivíduos com suscetibilidade são distribuídos em categorias de alta e baixa suscetibilidade e precisam cruzar um limiar para desenvolver a patologia. · O limiar será cruzado quando mais alelos estiverem presentes ou o fator ambiental ser predominante
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