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A GESTÃO EDUCACIONAL SOB A ÓTICA DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE FORTALEZA

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A GESTÃO EDUCACIONAL SOB A ÓTICA DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE 
EDUCAÇÃO INFANTIL DE FORTALEZA
Iago Henrique de Carvalho Martins
Ilana Maria de Oliveira Maciel 
Gabriel de Amorim Santiago
Italo Rondinelle Lira de Carvalho
Leandro Brainer Pires
Luiz Felipe Marques Monteiro de Souza
Marcelle da Silva Lima
Talita Kelly Santos Bezerra
Marcos Antônio Martins Lima 
1. INTRODUÇÃO
Uma escola é um universo que engloba as dimensões: administrativa, pedagógica e 
social em seu cotidiano. Diferente das outras organizações na sociedade, essas instituições 
demandam habilidades específicas de seus profissionais, pois realizam tarefas e recebem 
pessoas, conforme demanda em seus espaços. Realizar uma boa gestão educacional é 
essencial para o funcionamento da escola, como também ela é um dos aspectos fundamentais 
para a garantia da qualidade do ensino. Entretanto, há realidades que evidenciam as 
deficiências ou escassez de uma boa gestão educacional.
Com essas reflexões iniciais, a investigação ocorreu sobre a gestão educacional 
específica de uma instituição pública de Educação Infantil, que adotou-se o codinome de CEI 
Felicidade, pois não houve a autorização para a divulgação dos dados levantados na coleta de 
informações. Na ocasião, foram levantas as seguintes questões norteadoras: Como ocorre a 
gestão educacional? Quais as estratégias para a gestão desta instituição? Qual a prática 
pedagógica adotada para a educação infantil? Assim sendo, o objetivo geral do presente 
trabalho, foi compreender a gestão educacional em uma instituição de escola pública de 
Educação Infantil, e de modo mais específico, descrever os aspectos referentes às estratégias, 
processos e pessoas dentro de uma instituição educacional pública de Educação Infantil. 
Com o momento é de muita parcimônia e cuidado com o processo infeccioso 
causado pela Pandemia do novo Corona Vírus – COVID 19, buscou-se um formato de coleta 
de informações junto ao sujeito da pesquisa por meio do correio eletrônico, causando um 
registro integral da entrevista estruturada por meio da aplicação de um formulário com 
perguntas abertas, o que teve suas respostas relatadas na íntegra na apresentação dos 
resultados. 
No presente artigo, foram apresentadas e discutidas aspectos da gestão educacional 
envolvendo suas estratégias, processos e pessoas, tais como modelos de gestão, planejamento 
estratégico, gestão democrática-participativa e liderança, como fundamentação deste 
constructo.
Por conseguinte, relatou-se acerca da metodologia utilizada para atingir os objetivos 
da pesquisa que se delineou como abordagem qualitativa, aplicação de um formulário para 
coleta de informações via correio eletrônico devidamente registrado, com a participação da 
Gestora da Instituição, tais dados, possibilitaram a construção de um roteiro de entrevista 
estruturada com 14 (quatorze) perguntas norteadoras previamente elaboradas. No tópico 
seguinte, apresentamos a análise, resultados e discussões dos dados. Por fim, apontamos as 
considerações finais retomando os pontos essenciais do trabalho e as implicações da pesquisa.
2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 ESTRATÉGIAS
Como algo extremamente relevante para este estudo buscou-se estudar a gestão sob a 
percepção da estratégia, como o caminho de fazer a gestão de uma Instituição Pública de 
Ensino Infantil, para garantia de poder selecionar os meios e recursos para atingir indicadores 
previamente traçados para serem monitorados (MAXIMINIANO,2010). Já no ponto de vista 
educacional, as estratégias se pontuam pela a importância da colaboração e cooperação entre 
todos os envolvidos, além de recursos, rumo aos resultados qualitativos e consequentemente 
os quantitativos (LACERDA e MACIEL,2009).
Isso é o que será contextualizado neste capítulo como alicerce para as análises dos 
resultados da pesquisa realizada na instituição CEI Felicidade que deu origem a este artigo. 
2.1.1 Planejamento Estratégico
Como parte da estratégia, existem muitos elementos para compô-lo, o planejamento 
estratégico é um deles, e, se pauta como um processo contínuo nas organizações, cuja 
finalidade é conseguir alcançar todos os objetivos desejados e que possibilitem ser executados 
de forma eficiente, usando o mínimo de recursos possíveis. (CHIAVENATO E SAPIRO, 
2009).
Ele consiste em uma análise crítica dos cenários possíveis no futuro, portanto, 
orientando na construção de estratégias, planos e caminhos da organização visando 
concentração de esforços no objetivo de tornar real a visão da organização, tendo em vista a 
definição e a obtenção de objetivos organizacionais. O planejamento bem construído e 
aplicado corretamente pelos gestores tem a função de fortalecer as organizações, capacitando 
a instituição para dificuldades que podem ocorrer no futuro, permitindo que atinjam seus 
objetivos (MAXIMINIANO, 2010).
Para implementar a execução da estratégia é importante que todas as pessoas que 
compõem a organização se mostrem comprometidas, desde o escalão mais alto até os cargos 
da base estrutural da organização, gerando assim o engajamento intenso (CHIAVENATO E 
SAPIRO, 2009). Conforme os autores supramencionados, atualmente para qualquer 
organização alcançar sucesso é necessário que ela seja resiliente, tendo a capacidade de se 
adequar a cada dia à medida que o ambientes externo e interno mudam. O planejamento 
estratégico é importante para alcançar os objetivos das organizações, dado que o desempenho 
das que planejam adequadamente suas ações é superior àquelas que não planejam, pois, a 
visão do futuro acerca da tomada de decisões e objetivos arquitetados, a organização monitora 
os seus resultados e compara com as expectativas criadas inicialmente.
Aplicando o planejamento estratégico no âmbito escolar, é possibilitado ao gestor 
planejar estrategicamente, ajudando na tomada de decisões e a implementar metodologias 
para aprimorar a administração da instituição educacional, baseado em dados objetivos 
(indicadores). Assim, o planejamento ajudará no gerenciamento de recursos até o 
acompanhamento do desempenho dos alunos. O foco do planejamento estratégico é a 
qualidade na gestão, portanto, é preciso observar que ele não pode ser engessado, 
principalmente tratando-se de um ambiente educacional, cuja pluralidade de realidades dos 
sujeitos impõem uma constante adequação, e acompanhada do engajamento dos pais, alunos e 
gestores da escola, desde da criação do planejamento até a implementação das ações. 
É por meio do acompanhamento que se pode realizar o levantamento de dados e 
efetuar o acompanhamento dos indicadores, assim como, o gestor educacional pode 
identificar a necessidade de redistribuir o orçamento e suprimir gastos, além de identificar 
oportunidades de melhores formas de aplicação do orçamento na instituição. 
2.1.2 Modelos de Gestão
A gestão de uma escola pode assumir diferentes modelos de gestão, isso dependerá 
da visão que as organizações educacionais possuem, assim elas podem adotar uma postura 
mais gerencial ou participativa. Neste sentido, Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) apresentam 
quatro concepções de organização e gestão escolar, são elas: técnico-científica, 
autogestionária, interpretativa e democrático-participativa. 
De acordo com esses mesmos autores, a concepção técnico-científica está baseada na 
hierarquia de cargos e funções, há uma racionalização do trabalho e da eficiência dos serviços 
escolares, e as decisões são de cima para baixo (cúpula-operacional); na concepção 
autogestionária, a responsabilidade é de todos e apresenta uma direção descentralizada, assim 
todos devem participar do processo de decisão; na concepção interpretativa, consideramos a 
subjetividade dos sujeitos e a interação entre as pessoas; na concepção democrático-
participativa, há uma relação entre direção e demais participantes, e que dessa forma a tomada 
de decisão é coletiva.
No que concerne à concepção democrático-participativa,ela está presente no modelo 
de gestão preconizado pelos documentos oficiais, pois de acordo com as diretrizes 
pedagógicas da Educação Infantil do município de Fortaleza (FORTALEZA, 2019), a gestão 
de uma escola deve contar com a participação de todos que compõem a comunidade escolar: 
alunos, pais, professores e demais colaboradores do ambiente escolar. Ademais, a lei de 
diretrizes e bases da Educação (LDB 9394/96) propõe uma gestão democrática no ensino 
público, bem como a lei complementar 169/2014, que é uma lei específica do município de 
Fortaleza para orientar a gestão democrática e participativa da rede pública municipal de 
ensino.
Apesar dos documentos oficiais, citados acima, pregarem uma gestão mais 
democrática, autores que estudam sobre o assunto como Libâneo, Oliveira e Toschi (2012) 
defendem que a concepção técnico-científica ainda está presente nas escolas, assim é 
possível presenciar modelos de gestão híbridos, pois apresentam um misto entre as posturas 
gerenciais e as participativas. Entretanto, a Escola é uma organização e pelo seu papel social 
e universo plural sempre se pauta na busca por um modelo de gestão participativo e 
democrático, pois a realidade complexa do ambiente escolar não admite uma gestão alinhada 
somente em aspectos técnico-administrativos devido à natureza social do ambiente escolar. 
Portanto, corroborando como esta discussão, a gestão educacional nas palavras de 
Lück (2010), deve estar de acordo às diretrizes e políticas educacionais para que seja possível 
implementar projetos pedagógicos, compromissada com a democracia, e visando um 
ambiente educacional no qual se considere a autonomia, participação, autocontrole e 
transparência.
2.1.3 Sustentabilidade econômico-financeira
Durante as inúmeras gestões das escolas públicas municipais de Educação Infantil 
estão amparadas por lei, conforme as Diretrizes Pedagógicas da Educação Infantil 
(FORTALZA, 2019), o coordenador realiza o levantamento das prioridades de gastos e o 
diretor define a empregabilidades dos recursos referentes às verbas do Programa Municipal de 
Desenvolvimento da Escola (PMDE) e do Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE), 
juntamente com a comunidade escolar.
Em relação ao PDDE e PMDE, o PDDE é um programa gerenciado pelo Fundo 
Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). De acordo com Sousa, Vidal e Vieira 
(2020), o objetivo desse programa é promover melhoria na estrutura física e pedagógica das 
escolas e no reforço a autogestão escolar nas áreas financeira, administrativa e didática. Por 
sua vez, o PMDE foi sancionado a partir da lei complementar n°169/2014. 
Ainda de acordo com Sousa, Vidal e Vieira (2020, p. 141) esse programa “consiste 
na transferência de recursos financeiros consignados no orçamento do executivo com o 
objetivo de prestar assistência financeira, em caráter suplementar, às escolas da rede 
municipal de Fortaleza". Esses recursos oriundos desses dois programas são geridos pelas 
UERF (Unidades Executoras dos Recursos Financeiros), criadas em todas as escolas públicas 
municipais. Conforme a lei complementar 169/2014, a UERF possui o intuito de garantir uma 
gestão democrática no que se refere à gestão dos recursos financeiros. 
 Conforme Colombo (2007), cada realidade escolar tem suas demandas específicas, 
muitas vezes podemos encontrar cenários em que os recursos são suficientes ou insuficientes. 
No entanto, essa gestão de recursos precisa estar aliada ao planejamento estratégico, para que 
seja possível alcançar os objetivos organizacionais da instituição de ensino.
2.2 PROCESSOS
2.2.1 Gestão democrática na escola
A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB nº 9.394/96) em seu art. 3º 
afirma que: “O ensino será ministrado com base nos seguintes princípios [...] VIII - gestão 
democrática do ensino público, na forma desta Lei e da legislação dos sistemas de ensino; 
[...]” (BRASIL, 1996). E o que é essa gestão democrática? Conforme Lück et. al. (2005, 
p.17): “o conceito de gestão democrática envolve, além dos professores e funcionários, os 
pais, os alunos e qualquer outro representante da comunidade que esteja interessado e na 
melhoria do processo pedagógico”, ou seja, em uma gestão democrática todos que fazem 
parte do processo educativo, incluindo a família e a comunidade, devem e podem participar 
de tomadas de decisões coletivas, que visem a sua melhoria. 
Desse modo, se compreende que o papel social da escola vai muito além de 
alfabetizar um aluno, a instituição tem por obrigação oferecer uma educação de qualidade que 
vise à formação integral dos educandos. Logo, é possível compreender que de fato para qwue 
isso possa existir, no seu modelo de gestão é primordial a participação de todos, porém uma 
participação consciente e significativa para a escola e para as pessoas que contribuem. 
Para que essa participação efetivamente ocorra, a maior ferramenta da construção 
desse modelo de gestão é o diálogo. O enfrentamento de ideias contraditórias é fundamental 
para que o processo democrático possa existir na escola, e isso, não funciona de forma 
diferente. 
Todavia, é importante salientar como o papel do gestor é necessário. Um gestor 
competente e ciente de suas funções, que entenda seu papel de mediador durante todo o 
processo, capaz de delegar funções de forma justa para pessoas que de fato consigam 
colaborar para o processo educativo e que esteja ciente da importância de ter uma boa relação 
com a comunidade em que a escola está inserida.
De acordo com o que foi dito, a gestão democrática ocorre a partir do momento em 
que há um envolvimento coletivo, porém, ao verificar a participação da comunidade na escola 
de maneira prática, verificam-se perspectivas consideradas utópicas, já que muitas vezes a 
escola pouco conhece a comunidade em seu entorno (PARO, 2017). Tal posicionamento da 
gestão, deveria ser conhecer a comunidade ao entorno da escola, sendo de suma importância, 
já que muitos funcionários moram em outras comunidades que muitas vezes possuem uma 
realidade completamente diferente. 
Outras forma de envolver o entrono da escola, pode ser de além de projetos 
pedagógicos que possibilitem a participação da família, também seja necessário que busque 
trazer a comunidade de forma mais ampla para o ambiente escolar, tais como: criar 
campanhas de vacinação, não apenas para os alunos, mas para a comunidade como um todo; 
ter projetos que atuem em problemas existentes na comunidade, como o caso da coleta 
seletiva de lixo. Além de trazer a comunidade para participar de eventos e festas na escola 
ajudando o comércio local e sendo ajudada por ele.
2.2.2 Especificidades da gestão em educação infantil
A Gestão na Educação Infantil, assim como as das outras etapas de ensino, também 
adota a perspectiva democrática, ou seja, afirma a necessidade de participação de pais, 
educadores, educandos, funcionários e da comunidade nos conselhos deliberativos e na vida 
escolar. Porém, a educação infantil tem características próprias que a diferenciam das outras 
etapas de ensino.
Como um dos documentos norteadores da educação infantil no Brasil, além da 
BNCC (Base Nacional Comum Curricular), os “Indicadores de Qualidade na Educação 
Infantil” (BRASIL, 2009) fornece subsídios para os profissionais da escola, principalmente os 
que compõem a gestão, avaliarem a qualidade da educação proporcionada pela instituição em 
que atuam. Definir o que é qualidade, principalmente na área educacional, significa dialogar 
com vários fatores que influenciam a definição desse termo, como os valores de uma 
população; os conhecimentos científicos desenvolvidos sobre a aprendizagem das crianças; o 
contexto social, cultural e histórico em que a instituição educacional está inserida. Uma 
gestão escolar democrática busca continuamente atentar-se para esses e outros fatores no dia a 
dia da instituição com a participação da comunidade.Sete anos após a publicação desse documento nacional, a Secretaria Municipal de 
Educação de São Paulo lançou a obra “Indicadores de Qualidade da Educação Infantil 
Paulistana” (SÃO PAULO, 2016) elaborada por meio de um Grupo de Trabalho (GT) 
composto por profissionais da Rede Municipal de Ensino e complementada pelas 
contribuições de diversos profissionais da educação. Esse documento objetiva reformular e 
ampliar as sete dimensões apresentadas na obra nacional para atender às especificidades 
paulistas. Mesmo sendo direcionada para um público específico, essa produção contribui 
significativamente para a prática pedagógica e de gestão das instituições de educação infantil 
de todo o Brasil. As nove dimensões abordadas no documento são: o Planejamento e Gestão 
Educacional; a Participação, a Escuta e a Autoria de bebês e crianças; a Multiplicidade de 
experiências e linguagens em contextos lúdicos para as infâncias; as Interações; as Relações 
étnico-raciais e de gênero; os Ambientes educativos: tempos, espaços e materiais; a Promoção 
da saúde e bem-estar: experiências de ser cuidado, cuidar de si, do outro e do mundo; a 
Formação e condições de trabalho das educadoras e dos educadores; e a Rede de Proteção 
Sociocultural: Unidade Educacional, família, comunidade e cidade.
Por meio de uma leitura das dimensões, foi possível perceber a amplitude das 
características presentes na educação infantil que devem ser desenvolvidas. As nove 
dimensões são como nove universos de estudos e de atuação pedagógica, pois abrangem 
desde detalhes importantes do cotidiano como acontecimentos bem visíveis na instituição.
No que se refere às especificidades da educação infantil em relação às outras etapas 
da educação, a Educação infantil têm suas particularidades, pois ela atua e desenvolve um 
trabalho com diferentes públicos, em diferentes estágios de desenvolvimento. A educação 
infantil não é diferente e tem suas especificações. Podemos observar o que diz o Art. 29 da 
Lei de Diretrizes e Bases, sobre promover o desenvolvimento integral das crianças, até os 6 
anos de idade, em seus aspectos físicos, psicológicos, intelectuais e sociais. Esse amplo 
desenvolvimento não é papel somente da escola, a educação infantil é dever das três esferas; 
escola, família e sociedade.
Outro aspecto da educação infantil é a polêmica dicotomia entre o cuidar e o educar, 
atualmente é pauta de diversas discussões e debates, esse embate já histórico, nos remete 
principalmente ao trabalho desenvolvido na educação infantil. Historicamente foi sendo 
criada uma espécie de hierarquização do trabalho nas escolas. Uma divisão completamente 
equivocada, responsável por gerar uma fragmentação da educação infantil, perpetuando uma 
errada ideia de que essas ações norteadoras podem ser trabalhadas de maneiras distintas, 
quando na verdade elas são indissociáveis, educar e cuidar caminham juntos no processo do 
desenvolvimento infantil (KRAMER, 2008).
2.3 PESSOAS
2.3.1 Liderança e gestão
Desenvolver pessoas é um papel intrínseco na vida de um gestor, dentro de uma 
instituição de ensino público que trabalha com a Educação Infantil, esse papel se faz ainda 
maior e deve vir de um intenso acúmulo de experiências tanto no ambiente escolar, quanto na 
sala de aula, como numa forte vivência da gestão e coordenação escolar. Esse trabalho deve-
se às pessoas que, compromissadas pelo que fazem, busquem aquilo que há de melhor em 
cada ser, sabendo aproveitar os pontos fortes e trabalhar bem a gestão de conflitos que 
existem nas complexas relações humanas.
A Gestão de Pessoas deve buscar por desenvolver competências voltadas 
principalmente ao aluno, pois ele é o foco da instituição, mas não deixa de lado o que se 
relaciona com os corpo docente e demais colaboradores, pois dentro deste desenvolvimento, 
todos os presentes na instituição de ensino são parte do processo de construção que virá 
através da percepção das diferenças relacionais entre alunos e professores e que o professor 
ensina e aprende enquanto ensina e cada pessoa, segundo Alonso e Gallego (2002), aprende 
de maneira diferente de acordo com sua personalidade. 
Os pontos mais críticos da Gestão de Pessoas são conhecer as pessoas e trabalhar as 
diferenças, ambos os pontos são voltados à questão do respeito e ao aprendizado com a gestão 
de conflitos que podem vir a ocorrer devido a essas diferenças: idades, gerações, culturas, 
formações profissionais.
3. METODOLOGIA
Como caminho metodológico, optou-se por uma pesquisa de natureza qualitativa. 
Conforme Marconi e Lakatos (2010), a pesquisa qualitativa apresenta variáveis subjetivas, e 
seus dados não podem ser quantificados. Portanto, a pesquisa qualitativa foi escolhida por 
apresentar características que implicam em uma subjetividade. O lócus da pesquisa foi uma 
instituição educacional pública de Educação Infantil no município de Fortaleza, a qual foi 
auferida um codinome CEI Felicidade, por não ter autorizado a publicação dos dados 
coletados nesta caminhada. Como sujeito da pesquisa fez parte a coordenadora escolar da 
referida instituição. 
Como norteador da pesquisa de campo, mesmo que de forma virtual, frente ao 
momento de pandemia ora instalado no mundo, foi elaborada uma estratégia de coleta, a 
saber: construção de um formulário denominado roteiro de entrevista estruturada cujo foco foi 
aplicar por envio de e-mail ou correio eletrônico, pois se tratou de roteiro bem elaborado 
composto de catorze (14) perguntas acerca da temática, as quais deveriam ser respondidas de 
forma subjetiva por ela escrito. 
Na sequência buscou-se a construção e análise dos dados, nas quais as respostas da 
entrevistada foram lidas pelo grupo de pesquisadores, para possibilitar a estrutura de 
pensamento e correlação aos dados técnicos discorridos no referencial teórico e posterior 
análise.
Com relação ao instrumento de coleta de informações, o formulário foi composto por 
perguntas estruturadas em três polos: estratégias, processos e pessoas. O primeiro, focado nas 
Estratégias, foi elaborado com questões que nos ajudaram a compreender a respeito do 
planejamento estratégico da instituição, seu modelo de gestão, e sua sustentabilidade 
econômica e financeira; No segundo ponto, focamos nos Processos da instituição e nossa 
intenção principal foi identificar a abordagem pedagógica utilizada pelo seu corpo docente, os 
métodos de ensino e de avaliação da aprendizagem, além de ver como a escola está 
contribuindo para a comunidade e a sociedade em geral; no terceiro modelo, baseado na 
gestão de Pessoas, foi possível perceber as relações e interações sociais dentro da instituição, 
bem como a relação entre os colaboradores de todos os setores e sobre a relação Professor-
Aluno-Comunidade, além de nos mostrar as diversas características de liderança dos gestores, 
e apontar também o nível de satisfação dos profissionais que atuam no lócus da pesquisa.
4. ANÁLISE, RESULTADOS E DISCUSSÃO
Após a coleta de informações, foi realizada a fase de análise dos dados da entrevista 
com a Coordenadora da CEI Felicidade, tomou-se como base o referencial teórico exposta até 
aqui, sendo mais específico a partir das abordagens de Lück (2005), por ter sido também a 
referência de Gestão Participativa citada pela própria entrevistada. A partir daí, buscou-se 
uma leitura mais aprofundada a respeito dessa forma de gestão dentro de uma instituição de 
ensino que possibilitasse maior entendimento a respeito deste estudo, segue a transcrição da 
resposta concedida na entrevista sobre referido assunto, ao perguntar ao entrevistado sobre: 
Questão 1 - Dentro da nossa disciplina de Fundamentos da Gestão Educacional existem 
alguns teóricos que passamos a conhecer e que nos facilitaram um pouco mais sobre gestão 
dentro da instituição, para você teria algum nome de peso que facilitou seu trabalho? 
Não apenas para o aluno, mas principalmente para o professor, aeducação é um 
processo continuo, se a gente não busca por atualização acabamos ficando obsoletos 
e como trabalhamos com alunos do Infantil e nossa comunidade é participativa 
dentro da escola é preciso ter uma boa comunicação tanto da gestão com os 
professores, como dos professores com os pais e os alunos, da mesma forma que 
nossa coordenação é aberta para ouvi-los: pais, alunos e docentes. Quanto aos 
teóricos, particularmente, eu gostei muito da Heloisa Luck, justamente pela forma 
que ela facilita a fazer uma gestão participativa.
A gestão de uma organização demanda, dentre outros aspectos, um planejamento 
estratégico que direcione as ações futuras com foco nos objetivos estabelecidos. A 
Coordenadora compartilhou essa afirmativa em suas respostas acerca das ações que a gestão 
escolar realiza em seu planejamento: a divisão de tarefas, com o propósito de que todas as 
pessoas participem desse processo e um planejamento anual com objetivos definidos para 
pelo menos quatro anos e divididos em curto, médio e longo prazo. 
Gerir uma escola é também organizar as formações continuadas dos seus 
profissionais. A Coordenadora da CEI Felicidade, afirmou a importância dessas formações. A 
prática educativa demanda a participação constante em cursos, grupos de estudos ou 
formações continuadas, sejam aquelas promovidas pela Secretaria Municipal de Educação ou 
outras feitas por contra própria, para aperfeiçoamento teórico-prático do professor e do gestor. 
E especificamente na Educação Infantil, com suas várias singularidades, essa busca contínua 
é de fundamental importância para o aprimoramento da qualidade educacional da instituição.
Na Questão 2, foi perguntado: Sua área de conhecimento se comunica com as outras 
áreas na prática docente? Se sim, como que isso é feito? Se não, você acha que seria 
interessante fazer uso da Interdisciplinaridade? 
Minha atuação é na Educação Infantil, tudo é interdisciplinar. Metade de minha 
experiência foi no Ensino Fundamental e acredito que o trabalho de forma 
interdisciplinar nessa etapa da educação básica, torna o aprendizado muito mais 
significativo, pois não acontece de forma “compartimentada” - ele perpassa todas as 
áreas de conhecimentos. Muito diferente do que se pensa sobre as crianças não são 
“tábulas rasas”. Valorizar e estimular o protagonismo infantil são essenciais para uma 
educação significativa e de qualidade. Acredito que, lançar mão dos conhecimentos 
prévios das crianças é trabalhar de forma eficaz, respeitosa (com as crianças) e 
contextualizada. Lançar desafios, partindo do que a criança já conhece, é tornar a 
busca pelo conhecimento muito mais prazerosa. E isso, sem dúvidas, proporciona um 
aprendizado muito mais significativo.
Tal afirmativa acima, retrata a importância do respeito aos saberes que o aluno já 
traz consigo, diferentemente da visão tradicional de educação bancária, pois a educação deve 
ser emancipatória e libertadora (FREIRE, 1983). 
É relevante abordar ainda, que a didática que os professores utilizam em sala podem 
potencializar ou reduzir a capacidade de aprendizagem das crianças. A Coordenadora 
compartilhou a visão de que as crianças não são tábulas rasas além de afirmar que 
desenvolver o protagonismo infantil é um aspecto relevante para uma educação significativa 
e de qualidade. 
Por se tratar de um momento atípico pandêmico, ao realizar a pergunta por meio da 
Questão 3: Sabemos que a Gestão Escolar é uma área repleta de desafios, você poderia nos 
exemplificar alguns desafios que vocês enfrentam na Educação Infantil? A resposta foi 
imediata:
Além desse período de pandemia que acabou pegando todo mundo de surpresa, já 
temos as problemáticas que nos atingem todos os dias, dentro da escola todo mundo 
é responsável pela educação do aluno e é esse um dos principais desafios que temos, 
quando a gente escolhe uma gestão colaborativa, estamos dizendo que todo mundo 
tem papel nisso, não apenas o diretor, o professor e a coordenação. Nosso objetivo é 
fazer com os zeladores, o pessoal da cozinha, que todo mundo esteja presente, pois 
eles fazem parte da escola como um todo, fazer essa gestão ser participativa de fato, 
para nós é o maior desafio.
Uma gestão comprometida na melhoria contínua do ensino na instituição busca 
formas mais democráticas e participativas de organização escolar, ao entender que a escola 
faz parte de uma comunidade e que todas as pessoas podem contribuir para o 
desenvolvimento desse espaço. Entretanto, a Coordenadora entrevistada compartilhou na 
resposta, ainda, da Questão 3, que um dos maiores desafios na escola é especificamente esse, 
o de fazer essa gestão ser participativa de fato? 
Concretizar uma gestão assim, implica considerar o papel de todos os profissionais 
da escola na gestão escolar, e não apenas essa função como algo exclusivo da direção, dos 
coordenadores ou dos professores. É um grande desafio, visto que algumas vezes essa 
participação de todas as pessoas não ocorre, mas a gestora afirma que a escola possui 
lideranças de área que complementam esse trabalho de gestão das diversas esferas da 
instituição escolar.
Já na Questão 4 - Nesse período de Quarentena, vocês chegaram a ministrar algumas 
aulas com auxílio de Tecnologias Digitais? Como vocês fizeram ou fariam caso fosse 
necessário?
Certamente tem sido “a forma de trabalho”. Na instituição em que trabalho, a forma 
mais acessível para as crianças e suas famílias é pela utilização do Whatsapp. Então, 
o celular tornou-se uma ferramenta importantíssima. Fazemos as gravações usando 
o notebook ou o próprio celular e enviamos para o grupo das famílias. Como o 
nosso público é muito jovem, a educação infantil precisou se reinventar para 
conseguir alcançar tanto as crianças como os pais, nossa preocupação era fazer isso 
de uma maneira que não pesasse tanto para os pais, ao mesmo tempo em que fosse 
interativa e que abrangesse aquilo que pretendíamos antes de todas as mudanças. Foi 
preciso muito empenho por parte dos nossos professores para adaptar os conteúdos.
Na sequência, veja a exposição da Questão 5 – Qual o recado que você deixaria para 
quem pretende trabalhar com a Gestão na Educação Infantil? A resposta foi bastante reflexiva 
e altruísta, pois realmente as dificuldades existem, porém quando se colabora isso é dividido, 
o que as torna mais leve, conforme resposta a seguir: 
Nossa, acho que o primeiro de tudo é não se deixar abalar com as dificuldades que 
irão aparecer, todo dia é um aprendizado na Educação Infantil, tanto para os 
docentes que são nossa frente nisso tudo, como pra gente que gere isso tudo. Não 
deixem faltar criatividade no trabalho de vocês, muitas vezes mudanças pequenas 
surtem efeitos enormes, não desacreditem dos professores de vocês, [...] ser 
professor e como ser ouvido, é importante e o principal que é manter uma 
comunicação boa dentro da escola. 
Chegando nas Questões 6 e 7, observa-se a angustia da entrevistada ao se reportar 
acerca do planejamento estratégico, como algo que é importante na busca da gestão 
participativa, mas que ainda falta muito para que as pessoas compreendam sua importância e 
realmente seja coparticipe, desde a concepção até o acompanhamento. Vejamos na integra, as 
perguntas e suas respectivas respostas:
Questão 6 – A escola possui planejamento estratégico para os próximos anos? Se 
sim, quais as principais expectativas e objetivos?
Como toda instituição nós temos modelos de planejamentos, trabalhamos na nossa 
gestão uma divisão de tarefas que permita que todos participem do planejamento, o 
nosso ideal é planejarmos ano a ano, mas com objetivos definidos para pelo menos 
quatro anos de planejamento, isso nos ajuda a compreendermos melhor como 
estamos, separamos esses objetivos de curto, médio e longo prazo. Claro que 
Questão 7 - O modelo de gestão da escola se aproxima mais de um modelo 
gerencial/hierárquico ou de um modelo democrático/participativo?
Nossa busca é por um modelode gestão participativa, tendo em vista a importância 
do trabalho educacional, na posição de gestoras buscamos trazer em cada 
funcionário um sentimento de responsabilidade pra si. Como já te disse antes, o 
ideal é que todo mundo participe do processo educacional, porém algumas vezes 
isso não acontece, mas temos as lideranças de cada área e através dessas lideranças, 
escutando o que elas têm a nos dizer sobre o cotidiano da escola que buscamos 
nossas melhorias.
Já na Questão 8 - Quais as principais contribuições que a escola tem oferecido para a 
comunidade ao seu entorno? O que se percebeu foi a ênfase na oportunidade de 
protagonismo que é concretizado para as crianças e também para a comunidade. A criação da 
instituição infantil beneficiou mais de 200 crianças e suas famílias com uma estrutura física 
completa, como também a gestão participativa realiza ações que tem objetivo de incluir os 
pais no cotidiano da instituição, que pode ser conferida na resposta da Coordenadora:
Com a criação do Centro em 2018, toda a comunidade do Conjunto Ceará teve 
acesso a um local completo para receber suas crianças, podemos receber 200 
crianças aqui, fora que essa unidade veio toda completa, possui banheiros 
adaptados, brinquedoteca, playground, fraldário, lactário... Então você percebe que 
foi algo de fato pensado para a comunidade como um todo, além das atividades que 
a gente tenta desenvolver pra trazer as mães pra dentro do Centro. 
Tudo isso, só pode ser feito, com uma boa gestão dos recursos financeiros, pois em 
relação à gestão destes e de alguns materiais, a Coordenadora afirma que, felizmente, os 
profissionais e a comunidade receberam uma estrutura de ótima qualidade e que conseguem 
aproveitar bem o que está disponível, além de promover uma sensação especial em gerir algo 
novo na comunidade, isto pode ser percebido na resposta da Questão 9 - Como você avalia a 
gestão dos recursos na escola? “O recurso daqui, as pessoas que compõem nosso quadro, os 
recursos financeiros e materiais têm sido muito bem aproveitados. Nós tivemos o prazer de 
pegar a unidade novinha, é uma sensação especial gerir algo novo na comunidade”.
Ao se pautar neste instante para um outro viés na ótica da gestão estratégica, e 
partindo para a Questão 10 – Qual a abordagem predominante no Projeto Político Pedagógico 
e na prática escolar na instituição? Percebe-se que a inclusão e a acessibilidade são dois 
aspectos contemplados no Projeto Político-Pedagógico (PPP) da instituição e que dialogam 
com essa perspectiva participativa da gestão na criação de espaços de interações e trocas com 
os familiares das crianças na brinquedoteca, nas salas de multiuso e nas áreas de lazer, a 
saber:. 
O projeto contempla a inclusão e acessibilidade, o que eu posso dizer é que nossa 
intenção é através de nossa brinquedoteca, de nossas salas de multiuso e demais 
áreas de lazer, dar não apenas às crianças, mas às mães um ambiente extremamente 
favorável para o aprendizado e a prática pedagógica, claro que sempre trabalhando a 
possibilidade de irmos além.
Ao questionar quanto aos aspectos do trabalho em sala de aula, mais especificamente 
sobre as metodologias que a CEI Felicidade utiliza para educar essas crianças com a Questão 
11 - Quais as principais metodologias de ensino utilizadas em sala de aula? A resposta 
revelou o formato híbrido entre as abordagens tradicional e construtivista, conforme citação 
direta da resposta coletada:
Aqui usamos tanto o método tradicional como o método construtivista, dividimos os 
padrões de aulas, lá o cotidiano do professor é repleto de situações que nos exigem 
essa variação, acredito que vocês devem saber tanto quanto a gente. O procuramos 
sempre é ter um acompanhamento dos docentes para que não fique uma colcha de 
retalhos e impossibilite outro docente dar continuidade no plano de aula.
A partir das últimas perguntas, será exposto o sentido de realização nas ações e 
avaliações do cotidiano do trabalho, como percebe-se nas Questões 12 a 14,que serão 
expostas a partir de agora:
Na Questão 12 – Como você avalia, de modo geral, a relação professor-aluno 
desenvolvida pelas profissionais na escola?
Como atendemos crianças bem pequenas, são crianças de 1 a 5 anos de idade e há 
uma relação muito boa do nosso corpo docente com as famílias dessas crianças, até 
porque tem muita gente que é da comunidade e tá aqui com a gente. Existe a relação 
profissional, onde cada um de nós sabe do nosso papel no desenvolvimento da 
criança e é inegável que vem sendo bem desempenhado pelas nossas profissionais e 
há também a relação fora daqui, que é muito bom, pois o docente se sente acolhido, 
abraçado pela comunidade, pelas famílias.
Percebe-se um bom relacionamento entre os atores envolvidos na CEI Felicidade e a 
comunidade em geral, principalmente com os pais o que gera uma maior satisfação e bons 
resultados ao final do processo de aprendizagem.
Outro ponto é quanto ao grau de satisfação da entrevistada, em ter sido convidada a 
participar de um novo projeto e de realizar o seu trabalho cotidiano também foi um dos 
pontos presentes no questionário. Ao ser questionada sobre o nível de satisfação dos 
profissionais na instituição com a Questão 13 - Como você avalia o nível de satisfação dos 
profissionais da escola com os seus respectivos trabalhos? A Coordenadora afirmou que as 
tarefas são divididas de forma a não gerar excessos e nem deixar alguém desassistido. A 
escola é um lugar de descobertas e de novas experiências a todo momento. E, para a 
entrevistada, atualmente quem está no Centro conosco está fazendo o que gosta e 
desenvolvendo um trabalho muito bonito, devidamente registrado a diante:
O profissional da educação que trabalha com a educação infantil sabe que vai lidar 
com desafios diários, aqui nós nos dividimos as funções de forma que todos se 
sentem assistidos e sem excessos de cargas. É um bom lugar para se aprender 
também, pois a troca de informações acontece o tempo todo. Já passei por várias 
modalidades na minha trajetória enquanto professora, mas hoje eu não gostaria de 
fazer outra coisa senão a educação infantil e acredito que atualmente quem está no 
Centro conosco está fazendo o que gosta e desenvolvendo um trabalho muito bonito.
Aproximando-se do final da entrevista, a coordenadora respondeu a última pergunta: 
“Quais as características profissionais que você observa nos gestores da escola? E como essa 
a características contribuem para o trabalho de gestor escolar? Em sua fala, ela afirmou que 
existem algumas habilidades mais específicas ao gestor que devem ser desenvolvidas apenas 
por ele, e, outras que devem estar presentes também nos outros profissionais da instituição. 
Acredito que cada gestor desenvolve as características que são exigidas em seu 
ambiente de trabalho, mas existem algumas que devem estar presentes não apenas 
no gestor da educação. Aqui a gente busca sempre manter a capacidade de ouvir 
seus colaboradores, isso é muito importante, pois eles que vão te ajudar a melhorar o 
desenvolvimento da instituição, buscar sempre se atualizar para saber envolver 
alunos, pais e todos os colaboradores, saber usar as tecnologias também é muito 
importante, nesse período da pandemia foi um momento que precisamos ajudar 
muito uns aos outros, a gente também precisa organizar e fazer fluir a escola, 
administrar bem os conflitos... São muitas características e situações que passamos 
diariamente e que aos poucos vão nos ajudando a desenvolver o aprendizado 
adequado para gerir uma instituição.
Sobre essas últimas, uma delas é a habilidade de escuta, ou seja, de atentar-se ao que 
os colaboradores que trabalham naquele espaço expressam de conhecimentos e experiências 
com as suas vozes. Outra habilidade é a constante atualização de saberes para saber se 
envolver com as crianças, pais e todos os colaboradores, assim como aprender a utilizar as 
novas tecnologias, que podem até auxiliar nesse processo de comunicação.E a última das 
habilidades mencionadas pela coordenadora é a de mediar conflitos, uma capacidade muito 
importante para os relacionamentos interpessoais que acontecem a todo o momento em uma 
instituição de ensino. 
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho buscou compreender como ocorre a Gestão Educacional em uma 
instituição de educação infantil na cidade de Fortaleza-Ceará. A escola, como uma 
organização específica em relação às outras da sociedade, requer uma perspectiva de gestão 
que considere, entre outros aspectos, a democracia e a participação de todas as pessoas que 
passam por ela cotidianamente no desenvolvimento contínuo desse espaço atravessado por 
tantos marcadores sociais, culturais e históricos. 
O modelo de gestão escolar predominante em uma instituição é reflexo da visão que 
o núcleo gestor tem sobre os diversos processos presentes na escola, como os de ensino, de 
aprendizagem, de relação professor-aluno e de relação aluno-aluno. O modelo mais 
significativo para uma gestão escolar é o democrático-participativo, estabelecido inclusive na 
Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) e, especificamente em Fortaleza, na lei 
complementar 169/2014 e nas Diretrizes Pedagógicas da Educação Infantil (SME, 2019) 
como modelo a ser praticado nas escolas. 
Entretanto, ainda hoje nas instituições de ensino e nos profissionais da educação 
existem marcas das concepções técnico-científica, autogestionária e interpretativa. A busca 
pela efetividade da democracia e da participação nas escolas é uma tarefa diária e coletiva, 
mesmo observando a disparidade cultural entre o modelo ideal e o real praticado.
Na entrevista com a Coordenadora de Educação Infantil, foi identificada a 
importância da responsabilização de todos os profissionais da escola e da comunidade com a 
qualidade educacional, bem como, a relevância do planejamento estratégico para o 
desenvolvimento da organização. A inclusão e a acessibilidade como características presentes 
no PPP e no cotidiano escolar promovem a criação de espaços de diálogo entre todas as 
pessoas que, profundamente ou não, estão incluídas na gestão da escola. Um planejamento 
elaborado coletivamente que inclui objetivos a curto, médio e longo prazo auxilia na 
efetivação dessas metas e promove um aspecto de pertencimento à instituição aos 
profissionais envolvidos nessa ação, ao passo que participam da gestão contribuindo com suas 
ideias, sugestões, experiências e conhecimentos.
 Para a realização de um processo educacional democrático-participativo e 
incentivador do protagonismo das crianças, a formação continuada de todos os profissionais 
da escola é um aspecto de grande relevância. Além disso, o nível de satisfação desses 
profissionais na instituição deve ser continuamente avaliado. 
Uma escola com qualidade educacional é feita com profissionais motivados e 
reconhecidos em sua dedicação ao ensino. As várias habilidades necessárias a um gestor 
escolar para gerir uma instituição de ensino com uma perspectiva democrático-participativa 
refletem o desafio diário que é concretizar essa proposta em um espaço com pessoas de 
diversos posicionamentos e ideias. Entretanto, quando esse profissional estabelece como 
princípios fundamentais no cotidiano escolar a escuta, o diálogo e a participação, a sua gestão 
torna-se coletiva, assim como a responsabilização pelo desenvolvimento da qualidade 
educacional da instituição. 
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