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Angela Nieckele – PUC-Rio 1 ESCOAMENTO TURBULENTO a turbulência em geral surge de uma instabilidade do escoamento em regime laminar, quando o número de Reynolds torna-se grande. As instabilidades estão relacionadas com interações entre termos viscosos e termos de inércia não lineares nas equações de quantidade de movimento linear. Os efeitos advectivos altamente não lineares, são efeitos amplificadores de perturbações é geradores de instabilidades. Por outro lado os efeitos difusivos são amortecedores ou inibidores da formação de instabilidades. O escoamento turbulento é governado pelas equações de conservação já apresentadas, porém é sempre 3D e transiente Angela Nieckele – PUC-Rio 2 Atualmente existem basicamente três métodos para se analisar um escoamento turbulento, os quais serão descritos a seguir. Custo Computacional RANS LES DNS 100 % 0 % baixo alto extremadamente alto Grau de Modelagem DNS (Direct Numerical Simulation): cálculo de todas as escalas de comprimento da turbulência. LES (Large Eddy Simulation): cálculo dos turbilhões de grandes escalas, com uma modelagem dos turbilhões de escala menor. RANS (Reynolds Averaged Navier-Stokes): modelos da turbulência estatística baseado nas equações de Navier-Stokes médias no tempo. Os modelos de turbulência baseados nas equações de Navier-Stokes médias no tempo RANS (Reynolds Averaged Navier-Stokes) são baseados na decomposição da velocidade em um valor médio e uma flutuação Equações Médias de Reynolds 'uuu • Para o engenheiro, muitas vezes é suficiente conhecer o comportamento do valor médio. A flutuação u’ (muitas vezes da ordem de 1% a 10% de velocidade média) Angela Nieckele – PUC-Rio 3 Equação de Conservação de Quantidade de Movimento Linear As equações de Navier-Stokes médias no tempo são obtidas através da média temporal das equações de conservação: Equação da continuidade (incompressível) 0 x u j j j ji ij k k i j j i j i ij iji x uu x u x u x u x g x p x uu t u )( 3 2 O termo é denominado tensão de Reynolds, e envolve os componentes das flutuações da velocidade que não são conhecidas. '' ji uu Angela Nieckele – PUC-Rio 4 Modelos de Viscosidade Turbulenta Os modelos de viscosidade turbulenta são baseados no conceito da viscosidade turbulenta introduzido por Boussinesq em 1877. Boussinesq propõe para o núcleo turbulento uma analogia entre as tensões turbulentas e as tensões existentes no regime laminar. Vimos que a tensão viscosa para um fluido Newtoniano é IV 3 2 VV T div])grad(grad[ ijij k k t i j j i tji x u x u x u uu 3 2 3 2 ij k k i j j i ij x u 3 2 x u x u Fazendo uma analogia entre a tensão laminar e turbulento, a tensão turbulenta é definida como: 2222i wvu2 1 u 2 1 '''' é a energia cinética turbulenta, definida como Angela Nieckele – PUC-Rio 5 i i j j i ef jij i j i g x u x u xx P x u u t u Equação de Conservação de Quantidade de Movimento Linear )(x, ttef 3 2 3 2 k k t x u pP viscosidade efetiva ef: é a viscosidade molecular t é a viscosidade turbulenta. VISCOSIDADE TURBULENTA cct LV Os modelos podem ser classificados em modelos: modelos algébricos, modelos de zero equações diferenciais modelos de uma equação diferencial modelos de duas equações diferenciais modelos de n equações diferenciais Angela Nieckele – PUC-Rio 6 Modelos De Duas Equações Estes modelos consistem na solução de duas equações diferenciais para avaliar a viscosidade turbulenta. Na elaboração de um modelo de duas equações, faz sentido continuarmos utilizando a equação para a energia cinética , devido ao pouco empiricismo usado na sua obtenção. Como podemos utilizar qualquer combinação do tipo para a segunda variável, várias propostas surgiram ao longo dos anos: Freqüência de vórtices f ( f = ½ -1) (Kolmogorov, 1942) Produto energia versus escala de comprimento (Rodi e Spalding, 1970) Vorticidade w (w -2 ) (Wilcox, 1988) Dissipação e (e 3/2 -1 ) da energia cinética turbulenta (Harlow e Nakayama, 1968 e Launder e Spalding, 1974) Angela Nieckele – PUC-Rio 7 Modelo e O modelo e é sem dúvida o modelo que tem recebido maior atenção devido, principalmente, aos trabalhos de Jones e Spalding (1972, 1973) e Launder e Spalding (1974). Neste modelo a velocidade característica continua sendo Vc 1/2 e o comprimento característico é obtido em função da dissipação (e u 3 / u 3 / e 3 /2 / e . A viscosidade turbulenta é e 2c t e j t j j j xx Puρ xt ρ e e e e e ee e 21 cPc jxjx ju jxt t j i i j j i t x u x u x u P as constantes empíricas são: c=0,09 ; c1e =1,44 ; c2e =1,92 ; =1,0 e e =1,3 Angela Nieckele – PUC-Rio 8 Modelo e O modelo e padrão utiliza nas fronteiras a lei da parede padrão. Isto consiste em utilizar as solução obtidas para u+ em função de y+ na região da parede sub-camada laminar 5yparayu núcleo turbulento 50ypara0,5yln5,2u A figura abaixo ilustra os perfis acima, juntamente com os dados experimentais. Note que na região entre 50y5 , correspondente a região amortecedora, os pontos experimentais não coincidem com nenhuma das duas curvas, pois é uma região de transição, mais difícil de ser modelada. Recomenda-se o modelo padrão para altos números de Reynolds, com y+ > 11,5 Angela Nieckele – PUC-Rio 9 Modelo w O modelo w pode ser derivado da equação de e A viscosidade turbulenta é w *t w w w w w w w e e ee w 111111 11 2 2 21 cc cPc jxjx ju jxt t )()( Mesma equação de que o modelo e, reescrevendo o termo de destruição em função de w Modelo recomendado para escoamento cisalhantes livres, com y+ < 5 Modelo w SST Combinação dos modelo e e w . Na região da parede emprega w e longe da parede e Angela Nieckele – PUC-Rio 10 ESCOAMENTO HIDRODINÂMICAMENTE DESENVOLVIDO TURBULENTO a tensão na parede é nos escoamentos hidrodinâmicamente desenvolvidos em tubos horizontais, tanto no regime laminar quanto turbulento, a queda de pressão é somente devido às tensões tangenciais nas paredes da tubulação. r rrx p 1 0 2 r x p 2 )( R x p Rrs No entanto, o perfil de velocidade varia substancialmente para cada regime de escoamento pois a relação entre a tensão cisalhante e o gradiente de velocidade não é a mesma. Como já foi visto, no regime turbulento tefeft r u r u ;)( Angela Nieckele – PUC-Rio 11 Para avaliar o perfil de velocidade, precisamos de um modelo de turbulência para determinar a viscosidade turbulenta. Por outro lado, podemos utilizar dados empíricos. Para um tubo liso, o perfil de velocidade pode ser aproximado pela “lei de potências” de forma análoga ao regime turbulento na camada limite n R r u u /1 max 1 maxuU O expoente n depende do número de Reynolds, baseado na velocidade máxima e no diâmetro, de acordo com a figura Angela Nieckele – PUC-Rio 12 Conhecido o perfil de velocidade, a velocidade média pode ser facilmente obtida R A TTm rdrudAuAuQ T 0 2 )12()1( 2 2 max nn n u um Naturalmente que a relação entre a velocidade média e máxima depende do expoente n. Quanto maior o número de Reynolds, maior é o expoente n e mais achatado é o perfil de velocidade, maior é a tensão cisalhante. Note que a relação entre a velocidade média e máxima para o regime laminar em um tudo circular é 1/2. A figura ao lado ilustra uma comparação entre o perfil de velocidade no regime laminar e no regime turbulento para diferentes expoentes. Angela Nieckele – PUC-Rio 13 Na prática, com muita freqüência, especifica-se o expoente n =7 independente do número de Reynolds. Vale ressaltar que a hipótese de velocidade uniforme na seção transversal é uma péssima aproximação no caso de regime laminar. Já para o regime turbulento, é uma aproximação razoável, especialmente para altos Reynolds. O lei 1/n aproxima bem o perfil de velocidade em quase todo o domínio, com exceção da região próximo à parede, não sendo possível estimar o atrito a partir deste perfil. Utiliza-se então dados empíricos para estimar o fator de atrito, o qual depende não só do número de Reynolds, mas da rugosidade relativa da tubulação. O fator de atrito nada mais é do que uma queda de pressão adimensional ou tensão cisalhante na parede adimensional 22 2 1 4 2 1 m s m uu D x p f )/(Re, Dff e Angela Nieckele – PUC-Rio 14 A rugosidade relativa depende do material da tubulação e do diâmetro da mesma O fator de atrito pode ser avaliado a partir do diagrama de Moody Angela Nieckele – PUC-Rio 15 A representação gráfica é conveniente e facilita a determinação do fator de atrito, no entanto, quando desejamos utilizar de forma sistemática em um programa de computador por exemplo, é desejável, representar a informação do diagrama de Moody por uma correlação. A correlação mais utilizada é a fórmula de Colebrook A correlação de Colebrook é uma equação transcendental, isto é, não é possível explicitar o valor do fator de atrito. É necessário resolver de forma iterativa. Miller recomenda como estimativa inicial para o processo iterativo, a seguinte expressão Com essa inicialização, obtém-se um resultado dentro de 1% com apenas uma iteração. 2 9,0Re 74,5 7,3 / log25,0 D fo e 5,05,0 Re 51,2 7,3 / log0,2 1 f D f e Angela Nieckele – PUC-Rio 22 Exercício 1: Deseja-se bombear água a 20 C [ = 1000 kg/m3; = 0,001 Pa s] em um tubo circular liso. O diâmetro interno é D = 3 cm. A tubo possui L = 20 m de comprimento. Deseja-se uma vazão de = 0,4 kg/s. Qual a potência de bombeamento necessária? m PVAPVFPot 2 1 2 1 2 2 m m h V D f L P dx dp V D dx dp f 23001061 4 4 ,Re D m A DmDV t hm 02501061 4 ,,Re f sm DA V t m /,5660 4 2 s mm 34104 W V D L fPPot m 0671 2 2 , Angela Nieckele – PUC-Rio 23 Exercício 2: Determine o nível h do reservatório para manter a vazão indicada: Tubulação lisa: e=0 Q= 0,03 m3/s D = 75 mm Entrada do tubo: k = 0,5 Saída: patm Viscosidade: = 10-3 kg/(ms) Massa específica: = 103 kg/m3 L=100m Q h z D= 75 mm ,2 W m g p g V g z p g V g z h e L 2 2 2 2 1 1 2 1 12 2 1 2 entradatubo LLL atme hhh hzz PppW 21 12 12 0 0 , ; t V C SC d V n d A . 0 )( , D L fk g V h g V h L 1 22 2 2 2 2 21 g V D L fh mLtubo 2 2 s m A Q V A A VVAVAVQcte t 79600 2 2 1 2 212211 ,;;;; 230010095 5 ,Re hmDV e 5,0 fRe 51,2 7,3 D/ log0,2 f 1 h 5,0 g V kh mLAC 2 2 Angela Nieckele – PUC-Rio 24 m D L fk g V h g V h L 644 0750 100 013110501 8192 796 1 22 22 2 2 2 21 ,) , ,,( , , )( , 50509000 512 02 1 50 , , log, , ff •estimativa inicial de Miller 2 9,0 h o Re 74,5 7,3 D/ log25,0f e 010095 5 e ;,Re hm DV 013050 509000 745 250 2 90 , , log, , of e 5,0 fRe 51,2 7,3 D/ log0,2 f 1 h 5,0 013120 50013050509000 512 02 1 50 , ,, , log, , f f •segunda iteração: •terceira iteração: convergiuf f 013110 50013120509000 512 02 1 50 , ,, , log, , Angela Nieckele – PUC-Rio 25 Exercício 3: Água com = 1000 kg/m3 e n/ = 1 x 10-6 m2/s é bombea- da entre dois reservatórios com a vazão Q = 5,6 x 10-3 m3/s através de uma tubulação de L=120 m e D= 50 mm de diâmetro. A rugosidade relativa do tubo é e / D=0,001. Calcule a potência necessária da bomba. Dados de coeficiente de perda de carga: •Entrada canto vivo: k=0,5 •Saída canto vivo: k=1,0 •Válvula globo aberta: k=1,0 •Joelho a 90o: k=0,9 •Válvula de gaveta ½ aberta: k=0,1 Angela Nieckele – PUC-Rio 26 ,2 W m g p g V g z p g V g z h e L 2 2 2 2 1 1 2 1 12 2 g V k g V D L fhhh mHzzmzmzPpp t ac t LLL atm ACtubo 22 30366 22 122112 21, ;;; t V C SC d V n d A . 0 0852 4 0 2122211 VV s m D Q VAVAVAVQcte tttt ;,;;; g V k D L fHgQhHgQW tacLe 2 2 21 , Qm 0010 10411 5 ./ ,Re D DVt e 0210, f HPWWW eb 870654 2 852 10902010150 0750 120 01030106510 2 33 , , ,,,,, , ,, Bomba: trabalho é fornecido: <0 Angela Nieckele – PUC-Rio 27 Exercício 4: Considere a instalação da figura ao lado. O tubo possui uma rugosidade relativa de e/D = 0,001 e possui um diâmetro D= 100 mm. Determinar a vazão máxima da instalação. Considerar as perdas localizadas somente na válvula de gaveta. H=2,4m L=180m D=100mm Q t V C SC d V n d A . 0 00 1 2 212211 A A VVAVAVQcte t ;;; ,2 W m g p g V g z p g V g z h e L 2 2 2 2 1 1 2 1 12 2 LvalvulaLL atme hhh Hzz PppW tubo 21 12 12 0 0 , ; g V D L fh mLtubo 2 2 )( D LL f Hg V eq 1 2 2)(, D LL f g V h g V H eq L 1 22 2 2 2 2 21 g V D L fh m eq LAC 2 2 e 5,0 fRe 51,2 7,3 D/ log0,2 f 1 h 5,0 Não conhece a vazão, não tem como calcular o Reynolds, para determinar f hm DV Re Angela Nieckele – PUC-Rio 28 )( D LL f Hg V eq 1 2 2 Estimativa inicial: fluido ideal sem perda ou um valor de f típico (0,02): 18081 08847 8 10 180 1 08847 1 2 2 f f D LL f Hg V eq , ) , ( , )( smVf /,, 261020 2 m hm V DV 510 Re 510261 ,Re 2ª estimativa inicial: 510261 ,Re smVf /,, 07510220 2 5100751 ,Re 3ª estimativa inicial: 5100751 ,Re smVf /,, 05210230 2 convergiu
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