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Certificação Série ISO9000 W B A 0 5 2 2 _ v1 _ 0 2/223 Certificação Série ISO9000 Autoria: Maurício Gama Como citar este documento: GAMA, Maurício. Certificação Série ISO9000. Valinhos: 2017. Sumário Apresentação da Disciplina 04 Unidade 1: ISO9000 Ganhos Além da Certificação 06 Assista a suas aulas 27 Unidade 2: Conteúdo e Requisitos das Normas ISO9000 35 Assista a suas aulas 58 Unidade 3: Pessoas: O Combustível Para a Qualidade 66 Assista a suas aulas 85 Unidade 4: Otimização de Processos e as Normas 93 Assista a suas aulas 111 2/223 3/2233 Unidade 5: Estrutura Documental 119 Assista a suas aulas 137 Unidade 6: Auditoria Interna 145 Assista a suas aulas 162 Unidade 7: Auditoria Externa 170 Assista a suas aulas 188 Unidade 8: Manutenção do Sistema 196 Assista a suas aulas 215 Sumário Certificação Série ISO9000 Autoria: Maurício Gama Como citar este documento: GAMA, Maurício. Certificação Série ISO9000. Valinhos: 2017. 4/223 Apresentação da Disciplina ISO é uma sigla que designa uma organi- zação internacional denominada por Inter- national Organization for Standardization, sendo uma instituição não governamen- tal, fundada com o objetivo de compartil- har conhecimento de forma voluntária e desenvolver padrões internacionais e rel- evantes para o mercado. Segundo infor- mações constantes no site da instituição, a história do ISO começou em 1946 quan- do delegados de 25 países se reuniram no Instituto de Engenheiros Civis em Londres e decidiram criar uma nova organização in- ternacional para facilitar a coordenação e a unificação de padrões industriais. Em 23 de fevereiro de 1947, a nova organização, a ISO, iniciou oficialmente as operações. A adoção de padrões facilita o comércio entre os diversos países, uma vez que as especifi- cações e os critérios para a definição do que é qualidade são traduzidos em uma única linguagem entre os diversos participantes da negociação. Portanto, sempre que você ouvir a respeito de ISO9000, deve saber que é um conjunto de normas que disciplina “o quê” deve ser feito para garantir a quali- dade, porém não disciplina “o como”, por isso cada Organização dá ao seu sistema de gestão da qualidade características únicas, de acordo com o negócio e com soluções di- versas. Nas auditorias é comum encontrar essas soluções que asseguram os requisit- os mínimos das normas, respeitando o jeito de ser da Organização. A certificação das normas da Série ISO9000 tem sido o principal instrumento para Or- 5/223 ganizações de diversos segmentos na adoção de um sistema de gestão da quali- dade, que traz em si, a possibilidade da Or- ganização otimizar seus processos e com isso melhorar seus resultados, seja pela eliminação de etapas desnecessárias, seja pela otimização dos recursos. Um processo como esse, tira todos da zona de conforto se forem bem aplicados os conceitos con- tidos na norma, forçando a revisão de pro- cessos, diminuindo a cultura do “sempre fizemos assim”. Além do aspecto ligado aos processos, as pessoas são especialmente beneficiadas por meio do desenvolvimento de uma cultura voltada à melhoria contínua, uma vez que para isso é necessário inovar e a inovação é feita somente por pessoas. Além dos benefícios conseguidos interna- mente, as Organizações que buscam a cer- tificação, conforme os requisitos das nor- mas da série ISO9000, ainda se beneficiam pela sua imagem externa junto a clientes e fornecedores, tendo em vista que esse sistema está amplamente consolidado no mundo todo, sendo exaustivamente testa- do, e possui em sua etapa final a auditoria de um órgão externo. No Brasil todo esse sistema é gerido pela ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, que é responsável pela acreditação das Organizações de certificação, bem como da edição em português da norma. 6/223 Unidade 1 ISO9000 Ganhos Além da Certificação Objetivos 1. Ampliar a visão em relação aos bene- fícios da certificação; 2. Apresentar as verdadeiras razões para pensar na certificação; 3. Desafiar a pensar em qualidade volta- da ao resultado da Organização. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação7/223 Introdução Neste módulo veremos que os benefícios da adoção de um Sistema de Gestão da Qua- lidade por qualquer entidade, seja Organi- zação ou organização sem fins lucrativos, traz ganhos que ultrapassam os limites da certificação, uma vez que todo o processo de desenvolvimento e implementação esti- mula conceitos ligados à qualidade e pas- sam a integrar a cultura da Organização. Essa percepção por parte da equipe, não é automática nem tão pouco natural, mas utilizando as ferramentas corretas na co- municação com os profissionais da Organi- zação, estejam eles envolvidos diretamente ou não com o projeto, pode acarretar num ganho em termos de sinergia e colaboração na busca por soluções que atendam aos re- quisitos da norma e ainda tragam benefí- cios para a Organização. Conseguir esse nível de ganho com o pro- cesso de implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade, exige maior engaja- mento por parte de todos da Organização, além de uma visão voltada para os princí- pios, que orientam a própria ISO9000, de reduzir os custos ao não reinventar a roda toda vez que for necessário pensar na ga- rantia da qualidade por utilizar os benefí- cios do conhecimento e adoção das melho- res práticas adotadas por especialistas em todo o mundo. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação8/223 Antes de prosseguir, porém, gostaria de deixar claro que a certificação feita por or- ganismo externo é um grande aliado para Organizações que queiram negociar global- mente. 1. Os ganhos relacionados à ges- tão Quando a alta liderança de uma Organiza- ção decide pela adoção de um sistema de gestão da qualidade, é possível que não tenha claro, ainda, os benefícios que obte- rá para sua própria organização. Também é verdade que algumas Organizações são mo- tivadas à certificação por exigência do mer- cado, impondo essa condição para o forne- cimento de produtos ou serviços. Porém, na prática, Organizações ou organizações que passam pelo processo, acabam por desen- volver uma cultura voltada à qualidade, o que as beneficia em outros aspectos da sua história. Para saber mais A história a respeito da formação do Organismo ISO é muito interessante, porque surgiu durante a segunda guerra mundial para harmonizar pa- drões industriais, para que fosse possível que os equipamentos bélicos pudessem ser utilizados em qualquer parte do mundo. Esta padronização foi um grande avanço para a globalização, uma vez que se adotou uma mesma linguagem para definir os requisitos de produção. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação9/223 No Brasil a adoção de normas é vista, em muitos casos, como um cerceamento à li- berdade, como se os limites fossem algo ruins em si mesmos. A adoção de padro- nização não representa, em princípio, um engessamento dos processos uma vez que uma norma do sistema da qualidade pode sempre ser modificada e isso quase sempre tem a ver com melhorias. É importante con- siderar aqui que os ganhos, relacionados a seguir, são proporcionais ao compromisso que a Alta Direção tem com o processo de construção do Sistema de Gestão da Qua- lidade, assim como com a estratégia para sua elaboração e implementação. Existem Organizações que oferecem a cer- tificação com mínima participação dos pro- fissionais da Organização, se por um lado essa prática pode facilitar e agilizar o pro- cesso, por outro os benefícios aqui citados são menores, em alguns casos inexistentes. Talvez o trabalho conjunto de uma consul- toria, que oriente e conduza os trabalhos, com a equipe da Organização, responsá- vel por escrever os procedimentos e definir a forma como a Organização atenderá aos requisitos da norma, possa representar o ponto ótimo na relação desenvolvimento e aprendizado com o tempo de implementa- ção. 1.1 Ganhos antes do início doprocesso de certificação Os ganhos claramente obtidos antes do processo de certificação para a gestão es- Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação10/223 tão na própria discussão a respeito de se implantar ou não um sistema de gestão da qualidade. Uma vez que o gestor responsá- vel alinha com seus pares e sua liderança a respeito da necessidade de implementação, colocando as razões e objetivos para a cer- tificação, acaba existindo uma discussão a respeito da sua importância e alinhamento relacionado às responsabilidades e porque não dizer, do “preço a ser pago” por todos os envolvidos. Esse alinhamento é impor- tante para que ao longo de todo processo de construção dos procedimentos, cada gestor precisará se comprometer a dedicar tempo para a revisão e aprovação de proce- dimentos, liberar profissionais para partici- par de treinamentos, reuniões e ainda para a escrita dos próprios procedimentos, como veremos mais adiante. O ganho que gostaria de destacar nesse ponto é o lançamento dos alicerces do que poderá ser um novo traço da cultura cor- porativa: atenção à qualidade. As primeiras discussões feitas junto aos principais ges- tores da Organização, se bem conduzidas e apegadas aos princípios e benefícios de um sistema de gestão da qualidade, produ- zem em todos a consciência da importância da qualidade e dos resultados a serem bus- cados com o desenvolvimento do projeto, além de colocar de maneira inequívoca os resultados que se espera nesse processo. Este será o principal norteador quando os conflitos surgirem, e eles surgirão. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação11/223 1.2 Ganhos durante o processo de certificação O processo de construção do Sistema de Gestão da Qualidade envolve o mapea- mento e análise das atividades e processos que estão dentro do escopo de certificação. Essa reflexão traz em si um grande benefí- cio para as áreas de uma maneira geral, uma vez que os próprios funcionários ao mapear os processos da área acabam por reforçar as boas práticas e revisar outras que podem ser melhoradas. Todo esse movimento gera uma maior efetividade para cada uma das áreas. Outro aspecto importante e que deve ser considerado quando se fala de ganhos além da certificação, diz respeito ao conheci- mento acumulado. Conta-se uma história em que uma esposa quando fazia o peru de natal cortava as coxas e as cozinhava a par- te, o marido perguntou então porque ela fa- zia isso, e ela disse que aprendera com sua mãe, quando o marido perguntou para sua Link A despeito dos benefícios que extrapolam a ob- tenção do certificado, esta certificação, para mui- tos mercados, é fundamental para que seja pos- sível fornecer produtos em mercados onde a ISO esteja difundida. A certificação é muito impor- tante, e os ganhos para a empresa são mais re- levantes ainda. Mais detalhes acerca do assunto visite o site. Disponível em: <https://www.iso. org/home.html> Acesso em: 11 jul. 2017. https://www.iso.org/home.html https://www.iso.org/home.html Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação12/223 sogra, ela não soube dizer a razão, apenas que aprendera assim também com a sua mãe, vó da sua esposa. No fim de semana, ainda pensativo a respeito da razão porque as coxas do peru eram cozidas em separado, foram até a vó, para saber a razão, quando ouviu o questionamento a respeito da tal re- ceita ela riu e disse, meu filho, naquela épo- ca os fornos eram menores. Essa pequena história ilustra o que muitas vezes acontece nas Organizações, determinadas soluções são adotadas ao longo da vida da Organiza- ção e jamais são registradas. Ao registrar os processos e procedimentos, acaba-se por formalizar o conhecimento acumulado até aquele momento. 1.3 Ganhos após o processo de certificação Após o processo de implementação, confor- me dissemos no item anterior, permanece o ganho de registrar o conhecimento acumu- lado, uma vez que o procedimento precisa ser seguido e quando se percebe uma forma melhor de fazer, deve levar a uma proposta de revisão do procedimento e novamente o ciclo começa, mapeamento, análise, novo procedimento, revisão, aprovação e imple- mentação. Outro aspecto bastante importante para ser considerado como ganho para a construção do Sistema de Gestão da Qualidade, diz respeito à integração e capacitação de no- vos profissionais, a curva de aprendizado é Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação13/223 muito reduzida em função da existência do procedimento, ou seja, em um menor espa- ço de tempo o novo profissional será capaz de desempenhar suas funções, asseguran- do o nível de qualidade requerida para o processo. Certa vez tive oportunidade de me reunir com um diretor de uma pequena Organiza- ção, bastante informal. Durante toda a nos- sa reunião ele foi interrompido por assuntos diversos, desde emprestar um carro para uma pessoa, até calcular o desconto para um cliente. Quando se estabelece um Siste- ma de Gestão da Qualidade, a descentra- lização de decisões torna-se mais palpável, o caminho que o processo deve seguir está claro e é conhecido por todos. Os gestores passam então a ter mais tempo para decidir o que está fora do procedimento, passam a gerir pela exceção e não pela regra e isso libera tempo para que possam pensar em questões mais estratégicas, fora do dia a dia normal da Organização. Talvez você possa estar considerando, mas como garantir que os profissionais estão agindo de acordo com os procedimentos? Bem, é claro que nenhum sistema é infa- lível e sempre teremos profissionais que deliberadamente desobedecerão aos pro- cedimentos, não temos ferramentas para prevenir que a sabotagem aconteça, porém, a não prática também não intencional é prevenida por meio das auditorias internas, ondo o foco do auditor é buscar evidências de conformidade da prática com o procedi- mento. Considere o seguinte, se temos um Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação14/223 procedimento formal e ele não é cumprido, pode-se ajustar a conduta por meio de au- ditoria, agora e se não existe procedimen- to? E se não existe auditoria? Percebe como a situação melhora? Volto ao primeiro ganho citado no início desse tema que diz respeito à cultura cor- porativa, uma organização que cultiva a atenção à qualidade não se conforma com erros e busca soluções ao invés de culpados, aplica-se em atender todos os requisitos do cliente e trata suas falhas ao invés de convi- ver com elas. 2. Os ganhos relacionados às pessoas O desenvolvimento de um profissional vol- tado à qualidade é ao mesmo tempo um desafio e algo desejável. Profissionais en- volvidos com a qualidade tornam-se mais Para saber mais O papel do Inmetro no Brasil é fundamental para que a ISO atinja seus objetivos. Com a função de acreditar os organismos certificadores, o Inme- tro prepara e autoriza organismos a fornecer o certificado ISO 9000. Assim, podemos dizer que o Inmetro está para o organismo certificador, tal como o organismo certificador está para as orga- nizações. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação15/223 sensíveis às necessidades de mudança nos processos que normalmente trazem jun- to uma boa proposição de melhoria. Então, segundo Lombardo e Eichinger (2010), as pessoas que se envolvem em projetos de construção de um Sistema de Gestão da Qualidade acabam por desenvolver com- petências como: • Orientação para ação • Foco no cliente • Abertura pessoal • Criatividade • Negociação 2.1 Ganhos antes do processo de certificação Antes do início de um processo de constru- ção de um Sistema de Gestão da Qualida- de, os primeiros ganhos diretos por envolvi- mento no projeto dizem respeito à escolha dos integrantes da equipe de implementa- ção. Em geral, quando a Organização deci- de, pelas razões corretas, trilhar o caminho da ISO9000, precisa escolher profissionais que gozem de confiança por parte da liderança, que mostrem conhecimento aprofundadodos processos, com capacidade de análise e escrita. Esse reconhecimento é público e não é para todos, ser considerado para esse tra- balho é em vários sentidos receber investi- mentos por parte da Organização. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação16/223 2.2 Durante o processo de cer- tificação Durante o processo de implementação os profissionais envolvidos recebem uma série de treinamentos que tem valor no merca- do como um todo. É evidente que se espera dedicação desses profissionais e mais uma vez, o ganho será diretamente proporcional ao desempenho nesse processo. O trabalho será intenso, porém o aprendizado e desen- volvimento também, sendo considerado um divisor de águas na história do profissional, uma vez que a exposição que um projeto como esse proporciona se bem aproveitada pode impulsionar a carreira. Outro ganho pessoal em termos de desenvolvimento, diz respeito à organização pessoal, em função da necessidade de se planejar, que está in- timamente ligada ao senso de urgência e priorização. Link No Brasil o organismo responsável pela acredi- tação das Organizações que conduzem as audi- torias para certificação é o Inmetro. Por meio de uma série de critérios, uma organização pode se especializar nesta competência. Confira de- talhes no artigo do Inmetro. Acreditação: O que é Acreditação. Disponível em: <http://infoconsu- mo.gov.br/credenciamento/oqe_acre.asp>. Acesso em: 11 out. 2017. http://infoconsumo.gov.br/credenciamento/oqe_acre.asp http://infoconsumo.gov.br/credenciamento/oqe_acre.asp Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação17/223 2.3 Após o processo de certifi- cação Toda grande conquista tem mais sabor quando ela é construída em grupo. Um ga- nho difícil de mensurar é o sabor da conquis- ta sentido após o trabalho intenso combi- nado com horas de dedicação. O anúncio da certificação é sempre algo memorável. Mas a certificação é apenas o início de uma caminhada, a manutenção do certificado exige compromisso com o que foi constru- ído, por isso o certificado precisa ser revali- dado de tempos em tempos. Portanto, mes- mo que com intensidade e frequência me- nores ainda é necessário manter o Sistema de Gestão da Qualidade funcionando. 3. Os ganhos relacionados aos processos A certificação ISO9000 desenvolve-se ten- do como principal elemento de desenvol- vimento os processos. É natural, portanto, que este seja o aspecto onde os ganhos são mais facilmente percebidos. Para saber mais Quando se criam normas com o objetivo de criar padrão, um dos grandes desafios é a tradução para cada um dos países participantes, não ape- nas pelos aspectos linguísticos, mas por questões culturais, determinados conceitos recebem uma interpretação em algumas culturas que podem não ser as mesmas em todo lugar do mundo. As- sim, a escrita de uma norma em várias línguas deve levar a uma mesma interpretação. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação18/223 3.1 Os ganhos antes da certifi- cação Em geral as Organizações nascem em fun- ção de uma boa ideia. Em função das ur- gências do dia a dia e da necessidade de desempenhar vários papéis, a organização dos processos fica em segundo plano, o que traz prejuízos e custos desnecessários, po- rém, até que o crescimento da organização permita que se invista tempo e dinheiro na melhoria dos processos e automação a Or- ganização terá que conviver com processos pouco eficazes. Portanto, antes do proces- so de construção do sistema de gestão da qualidade, os ganhos em relação aos pro- cessos são obtidos nos desenhos do pro- cesso atual, pois fornecem as informações necessárias para a análise que levará a Or- ganização ao desenvolvimento de seus pro- cessos. 3.2 Os ganhos durante a certifi- cação Durante a construção do Sistema de ges- tão da qualidade, os ganhos relativos aos processos estão relacionados à adoção dos padrões encontrados nas normas ISO9000. São apontadas várias melhorias e entre elas a adoção de um controle de documenta- ção que disciplina os documentos dispo- nibilizados para cada um dos profissionais. Somente essa ação permite que o mesmo processo seja repetido de maneira padroni- zada por toda a organização, inclusive, caso Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação19/223 seja aplicável em diferentes locais, quando a Organização possui diferentes sites. Em projetos de certificação bem construídos consegue-se reunir em um mesmo procedi- mento o que de melhor é praticado em cada unidade. Concluímos então que durante o período de mapeamento, análise e elabo- ração dos procedimentos, a discussão entre os envolvidos de outras unidades já repre- senta um ganho pelo compartilhamento de informações, e aprendizado mútuo. Outro benefício muito presente e normal- mente não pensado fora de um programa de certificação, diz respeito à necessidade de mapear evidências. Por exigência de nor- ma, todo processo crítico deve produzir evi- dências de que o que está escrito é pratica- do. Antes disso, mesmo que a organização possua procedimentos, é comum que não haja compromisso com a observância das práticas, desenvolvendo duas realidades, uma nas normas e outra no mundo real. 3.3 Os ganhos após a certifica- ção Após a certificação, passada toda a adre- nalina que um projeto como esse produz, é necessário manter os ganhos obtidos em relação aos processos e a própria ISO9000 prevê a adoção de requisitos que garantam a manutenção do nível de qualidade con- quistado ao longo de todo o processo. Esses requisitos são: • Tratamento de não Conformidade • Ações Preventivas Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação20/223 • Auditorias Internas • Administração da Documentação Cada um desses aspectos será abordado mais a frente, porém é importante destacar que o Sistema de Gestão da Qualidade é um sistema que prevê sua própria melhoria, obtida de maneira contínua por meio des- sas ferramentas. 4. Os ganhos relacionados aos recursos Os recursos estão relacionados a tudo o que torna possível o processo, exceto as pesso- as. Como recurso podemos citar um leitor de código de barras, por exemplo, um sof- tware de controle de documentos, um trei- namento ou qualquer outro elemento que é incorporado ao processo, seja para sua efe- tividade ou para seu controle. 4.1 Os ganhos antes da certifi- cação Antes mesmo da certificação, a ISO9000 fornece requisitos para a avaliação e se- leção de fornecedores. Em geral, quando a área de compras assimila os benefícios de se adotar esses critérios, acaba transferindo para outras aquisições um mesmo modo de pensar. Além disso, é necessário, em função do mapeamento de processos, ponderar se os recursos necessários para a execução dos processos estão disponíveis. Nessa fase não é incomum se deparar com recursos com problemas, necessitando de reparos e Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação21/223 até recursos sem utilização ou destinados a outros fins. O inventário feito em equipa- mentos, softwares e outros, permite iniciar um controle mais efetivo nos investimentos da organização. 4.2 Os ganhos durante a certifi- cação Em relação aos recursos, um dos maiores ganhos obtidos durante a certificação diz respeito à avaliação de fornecedores. Nes- se período a área de compras é chamada a desenvolver critérios para a classificação de fornecedores, o que garante sob o pon- to de vista da Qualidade, que os requisitos relevantes, que afetam a qualidade, serão considerados para a decisão de compra de produtos e matérias primas, e também na contratação de serviços assim como na aquisição de materiais indiretos. 4.3 Os ganhos após a certifica- ção Após a certificação, os ganhos estão rela- cionados ao monitoramento e disponibili- dade de recursos que afetam a qualidade, o que garante o funcionamento de todo o sistema. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação22/223 Link A série de Normas ISO 9000, como vimos, surgiu na Inglaterra, por isso,é necessário que um orga- nismo independente, portanto ligado ao Gover- no, seja responsável por traduzir as normas, além de garantir sua aplicabilidade em relação à legis- lação vigente. No Brasil esse órgão é a ABNT, que disponibilizou um artigo intitulado por: A História da ABNT em detalhes: Conheça a ABNT. Disponível em: <http://www.abnt.org.br/abnt/conhe- ca-a-abnt>. Acesso em: 11 out. 2017. http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt http://www.abnt.org.br/abnt/conheca-a-abnt Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação23/223 Glossário Inmetro: Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia. Requisito: Condição ou exigência imprescindível a que se deve satisfazer para alcançar determi- nado fim. Sistema de Gestão da Qualidade: é um conjunto de procedimentos implementados por meio de treinamentos ou assemelhados, que tornam possível a gestão da qualidade, uma vez que produ- zem evidências de que os requisitos são atendidos em todos os níveis da organização. Questão reflexão ? para 24/223 Tendo em vista os benefícios na implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade com base nos requisi- tos das normas ISO9000, por que algumas Organizações não priorizam esse investimento? 25/223 Considerações Finais • Existem ganhos para a Organização que independem da certificação; • A Organização obtém ganhos em pelo menos quatro aspectos: em gestão, em relação às pessoas, em relação aos seus processos e ainda em relação aos recursos aplicados; • A equipe envolvida diretamente com o processo de construção de um sis- tema de gestão da qualidade precisará dedicar-se além das suas funções, porém em contrapartida recebe treinamentos e oportunidade de desenvol- vimento o que aumenta a empregabilidade; • Os ganhos são obtidos desde o início do projeto, ou seja, a partir dos primei- ros passos dados em direção à certificação. Unidade 1 • ISO9000 Ganhos Além da Certificação26/223 Referências CARVALHO, Heitor R. de. ISO 9000 - Passaporte para a Qualidade. São Paulo: Editora Campus, 1996. LOBO, Renato. Gestão da Qualidade. São Paulo: Erica, 2010. LOMBARDO, Michael M.; EICHINGER, Robert W. (Ed.). FYI For Your Improvement: Um guia para desenvolvimento e treinamento. 5. ed. [s.l.]: Lominger, 2010. MARANHÃO, Mauriti. ISO Série 9000 - Manual de Implementação. São Paulo: Qualitymark, 1994. 27/223 Assista a suas aulas Aula 1 - Tema: ISO 9000 ganhos além da certi- ficação. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/6e52a467b9b5d79cbaf92551dfffc60e>. Aula 1 - Tema: ISO 9000 ganhos além da certifi- cação. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/pA- piv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/4fa- 2a998a3764f782dd6d3c7b82f7a71>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6e52a467b9b5d79cbaf92551dfffc60e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6e52a467b9b5d79cbaf92551dfffc60e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/6e52a467b9b5d79cbaf92551dfffc60e https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/4fa2a998a3764f782dd6d3c7b82f7a71 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/4fa2a998a3764f782dd6d3c7b82f7a71 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/4fa2a998a3764f782dd6d3c7b82f7a71 28/223 1. Por que foi importante para a globalização a adoção de um sistema inter- nacional de gestão da qualidade? a) Porque assim cada país faz o que considera melhor para a sua economia. b) Porque assim as Organizações unificam os conceitos, a respeito das práticas que garantem a qualidade, e podem comercializar produtos e serviços em uma linguagem única. c) A ISO9000 não tem nada a ver com a Globalização. d) Porque a Globalização também tem ISO9000. e) Porque a ISO9000 é inglesa. Questão 1 29/223 2. Dentre os ganhos que a gestão de qualquer organização obtém imple- mentando um sistema de gestão da qualidade, cumprindo o que preconi- za as normas ISO9000, merece destaque: a) Não existem ganhos para a gestão além do próprio certificado. b) Gera economia de dinheiro. c) Registra a evolução dos processos, conservando o conhecimento obtido ao longo do tempo na própria Organização. d) Os gestores trabalham menos. e) As pessoas ficam com mais tempo livre. Questão 2 30/223 3. Dentre os ganhos obtidos pelos profissionais que se envolvem direta- mente com o projeto de implementação de um sistema de gestão da Qua- lidade, podemos destacar: a) Trabalharão menos. b) Ganharão aumento de salário. c) Terão a oportunidade de desenvolver uma mentalidade ligada à qualidade e isso tem valor no mercado de trabalho, aumentando a empregabilidade. d) Serão demitidos ao final do processo de certificação, pois ficarão sem trabalho. e) Não existe ganho para quem se envolve com um projeto com certificação. Questão 3 31/223 4. Dentre os ganhos obtidos em relação aos processos, podemos destacar: a) Processos mais informais. b) Não existem ganhos em relação aos processos. c) Processos permitem a demissão de profissionais. d) Dá total liberdade aos profissionais para que estes possam exercer sua criatividade podendo assim a empresa desenvolver várias maneiras de produzir um produto ou entregar um servi- ço. e) Os processos são padronizados permitindo assim que sejam reproduzidos da mesma manei- ra, em diversos pontos da organização, garantindo sempre a mesma segurança em relação à qualidade. Questão 4 32/223 5. Dentre os benefícios ligados aos recursos, podemos destacar: a) Menor desperdício de recursos, além de garantir que estes estarão disponíveis aos respecti- vos profissionais da organização. b) Não há ganhos em relação aos recursos disponíveis. c) Os ganhos com recursos serão econômicos. d) Podem-se tirar recursos, uma vez que os processos serão melhorados. e) A aplicação de recursos não é abordada em um processo de implementação de um sistema de gestão da qualidade. Questão 5 33/223 Gabarito 1. Resposta: B. A unificação em um mesmo entendimento do que significa qualidade tornou possível o comércio entre países com línguas, culturas e legislações distintas. 2. Resposta: C. As Organizações, de uma maneira geral, es- tão recheadas de histórias onde um profis- sional aposenta ou sai, por qualquer razão, e leva consigo parte do que aprendeu e de- senvolveu nos anos em que trabalhou na Organização. O fato de a norma exigir que os procedimentos sejam atualizados, inclu- sive de forma preventiva, promove o regis- tro dos ganhos obtidos com melhorias fei- tas no dia a dia. 3. Resposta: C. Em geral, um projeto de certificação exige dos envolvidos uma dose maior de dedica- ção, uma vez que além das responsabilida- des inerentes à sua função o profissional deverá dedicar tempo à escrita de proce- dimentos, reuniões e treinamentos. Porém, tudo isso é recompensado pelo aumento da empregabilidade. Mais do que o conteúdo, a postura frente ao desafio é vista como algo extremamente desejável pelas Organiza- ções e organizações. 4. Resposta: E. Um dos grandes desafios das organizações é manter um padrão, uma vez que existe 34/223 Gabarito uma dependência do profissional na entre- ga de produtos e serviços. Isso é ainda mais desafiador quando dois profissionais estão distantes, o cliente sempre espera receber o que foi combinado com o mesmo padrão, ter as atividades formalizadas e com pa- drões definidos beneficia muito esse atribu- to da qualidade. 5. Resposta: A. Nas revisões de processos, um fator muito importante que é examinado é a disponi- bilidade de recursos, por vezes o procedi- mento pede uma determinada questão que sem um recurso adicional torna-se inviável. O contrário também é verdadeiro, por vezes nos deparamos com recursos que não são utilizados, ou o que é pior, sãodesperdiça- dos, descartados justamente por não terem utilidade. 35/223 Unidade 2 Conteúdo e Requisitos das Normas ISO9000 Objetivos 1. Examinar cada um dos requisitos da norma ISO9000 e fazer a correlação com o dia a dia das Organizações; 2. Desmistificar a complexidade do Sis- tema de Gestão da Qualidade; 3. Desafiar a pensar em qualidade volta- da ao resultado da Organização. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900036/223 Introdução Todo o sistema de normas ISO 9000 está apoiado em 7 princípios da gestão da quali- dade e por isso estarão permeando todos os documentos e requisitos encontrados nes- sa série. É importante salientar que o que veremos a seguir é a forma pela qual a Or- ganização ISO entende que se podem ma- terializar esses conceitos nas organizações em termos de: • Foco no cliente: a qualidade é definida a partir do entendimento de quem é o cliente, suas necessidades e expecta- tivas; se seus requisitos não são aten- didos, não existe qualidade. • Liderança: por ser um conceito bas- tante amplo, gostaria de enfocar aqui a capacidade que o líder tem para en- gajar as pessoas em relação à satisfa- ção, não apenas dos clientes, mas de todas as partes envolvidas. Vale des- tacar que o líder não é de forma algu- ma quem possui um cargo, mas todo aquele que tomou a iniciativa de lide- rar mudanças, ações e resultados. • Engajamento das pessoas: as pessoas são a essência de todas as organiza- ções, portanto o engajamento indivi- dual representa um princípio funda- mental que inicia pelo entendimento da importância da contribuição e pa- pel de cada um. • Abordagem por processos: o que tor- na possível a padronização é o esta- belecimento de um processo, para que se tenham resultados consisten- Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900037/223 tes e previsíveis e ainda que por meio das medições e análises seja possível melhorá-los. • Tomada de decisões baseadas em evi- dências: as evidências retratam a rea- lidade, os fatos e por meio da análise desses, é muito mais provável chegar às verdadeiras causas de resultados indesejados, estabelecer metas de desempenho, assim como decidir a respeito de ações que buscam melho- rias, para posteriormente demonstrar se essas aconteceram de fato. • Melhoria: este princípio está voltado ao inconformismo, à capacidade de buscar sempre reagir rapidamente às oportunidades e ameaças; estar cons- tantemente estabelecendo metas de forma que a organização não trabalhe na zona de conforto. • Gestão de relacionamento: ter em mente que existe entre as partes inte- ressadas uma relação de interdepen- dência; mesmo em potenciais áreas de conflito, é necessário checar se as condições estabelecidas nas relações satisfazem minimamente todos os envolvidos. Esses são os princípios que estabelecem um sistema de gestão da qualidade, e você po- derá avaliar ao longo de todo o curso que eles estarão presentes por todo o conteúdo, porém, agora de uma maneira muito prá- tica. Quando existe uma falha, poderemos identificar qual ou quais princípios foram quebrados. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900038/223 1. Princípios e conceitos No capítulo anterior, abordamos as razões pelas quais uma organização deve buscar implemen- tar um sistema de gestão da qualidade. Nesse capítulo abordaremos como a empresa faz isso, utilizando como matéria de consulta as normas NBR ISO 9004 e a norma NBR ISO 9001. Ao se aprofundar no assunto, você verá que existem inúmeras normas, todas elas em harmonia com essas duas, que são estabelecidas para aplicações específicas. Como exemplo, citamos uso em energia nuclear e aeronáutica. Veja o que está escrito na norma NBR ISO 9004, em seu capítulo introdutório: Esta norma fornece orientação para apoiar qualquer organização que es- teja operando dentro de um ambiente complexo e exigente, e sempre em mudança, a alcançar o sucesso sustentado, através de uma abordagem de gestão da qualidade (ABNT, 2010, p. 6). Então, podemos afirmar sem chance de errar que um sistema da qualidade quando implemen- tado, respeitando sua natureza, é um projeto muito mais abrangente que a linha de produção ou a área de vendas, embora essas áreas sejam responsáveis por boa parte do escopo, elas isola- Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900039/223 damente não conseguem promover suces- so sustentado. Porém, é possível que você conheça uma ou outra empresa que possui Certificação ISO 9000 e não enxerga, por exemplo, os princípios da gestão da qua- lidade, e isso acontece, basicamente, por duas razões: • Sistemas imaturos: algumas empre- sas, por mais tempo que possui de certificação, ou mesmo empresas que acabaram de implementar seu SGQ, podem ainda estar em um perí- odo de amadurecimento, encontran- do ainda melhorias a serem feitas e em um processo de transformação da sua cultura. • Sistemas Inconsistentes: infelizmen- te, seja pela exigência de clientes, por modismo ou outra razão que não a consciência da importância da qua- lidade, implantaram um SGQ ape- nas pela certificação. Pode ser que você visite uma empresa que este- ja forjando registros de treinamento porque receberão visita de auditores externos e correm o risco de perder o certificado. 1.1 NBR ISO 9004 A norma NBR ISO 9004 fornece a base para a organização estabelecer seu SGQ, ainda de uma forma bem conceitual, mas com al- gumas indicações do que a empresa precisa ter para que seu sistema de gestão da qua- Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900040/223 lidade possa funcionar. Abaixo veremos os principais subtítulos da norma e sua aplica- ção nas empresas. 1.1.1 Gestão para o sucesso sus- tentado de uma organização A partir do item 4 da norma, são passadas as diretrizes para a implementação de um SGQ, que deve estar baseado nos princípios de gestão da qualidade, assunto abordado no início deste capítulo. A norma defende que o sucesso sustenta- do é fruto de um constante monitoramento das expectativas e necessidades de todas as partes interessadas (veremos quem são as partes interessadas no item 2.1.4), para isso é necessário que a organização: • Tenha um planejamento de longo prazo. • Monitore regularmente o ambiente da organização. • Estabeleça processos adequados para a realização da estratégia. • Avalie periodicamente a conformida- de dos planos e procedimentos. • Estabeleça e mantenha processos para inovação e melhoria. Porém, é necessário também que o ambien- te da organização, que significa o conjun- to de relações estabelecido dentro e fora, deva ser monitorado, ou seja, esteja atento às mudanças que podem ser traduzidas em ameaças ou oportunidades, nesse ponto é Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900041/223 citada a norma NBR ISO 31000, que trata a respeito de gestão de risco. As partes interessadas são o conjunto de entidades que se relacionam e possuem in- teresse na organização. Podem existir con- flitos entre os interesses das partes interes- sadas, ou alguma mudança repentina pode acontecer tal que necessite o reestabeleci- mento da harmonia entre elas, são exem- plos de partes interessadas: • Cientes: necessitam e desejam quali- dade, preço, serviços associados, en- tre outros. • Proprietários ou acionistas: necessi- tam ou desejam lucratividade, trans- parência, entre outros. • Pessoas da Organização: necessitam ou desejam bom ambiente de traba- lho, segurança, reconhecimento, re- compensa, entre outros. • Fornecedores e parceiros: necessitam ou desejam benefícios mútuos conti- nuidade, estabilidade, entre outros. Para saber mais Muitas organizações não se aplicam no planeja- mento de ações, essa característica, no Brasil, nos valeu a um atributo, também importante, de ser um povo de fácil adaptabilidade. No entanto, o planejamento é a base para que se possam ava- liar riscos. Pela própria essência do tema, o risco diz respeito a questões do futuro, e avaliá-lo podepreservar a perenidade da empresa. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900042/223 • Sociedade: necessita e deseja prote- ção ambiental, comportamento ético, cumprimento de requisitos legais, en- tre outros. 1.1.2 Estratégia e política (item 5) A norma é clara em relação à importância da organização estabelecer uma declaração de missão, visão e valores, e que esteja difun- dida entre todos em todos os níveis. A par- tir destas definições é possível direcionar a estratégia e estabelecer as políticas, e uma vez que estas estão estabelecidas devem-se monitorar as expectativas dos clientes, a competitividade da empresa, o surgimento de novas tecnologias, mudanças políticas, previsões econômicas ou mesmo fatores sociológicos. Tão importante quanto definir a estratégia e política é divulgá-las de ma- neira objetiva, oportuna e contínua, tanto vertical como horizontalmente. 1.1.3 Gestão de Recursos (item 6) A gestão de recursos é um dos pilares da efetividade do SGQ. Entre os recursos tra- tados na norma vale destacar: • Recursos Financeiros. • Pessoas. • Fornecedores e Parceiros. • Infraestrutura. • Ambiente de trabalho. • Conhecimento, informação e tecnolo- gia. • Recursos Naturais. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900043/223 1.1.4 Gestão de Processos (item 7) Cada organização possui uma maneira úni- ca de estabelecer seus processos que va- riam em função do tamanho e nível de ma- turidade. Para que os processos contribuam para o cumprimento dos objetivos, a norma recomenda que a organização adote: • Planejamento e controle de processo. • Definição de responsabilidade e auto- ridade pelos processos. 1.1.5 Monitoramento, medição e análise (item 8) Um dos princípios fundamentais da qua- lidade está apoiado nas medições, tudo o que é medido, pode ser melhorado, para isso é importante que se façam as análises dos dados e a partir dessas seja possível to- marem ações de melhoria. 1.1.6 Melhoria, inovação e aprendizagem (item 9) A melhoria, inovação e aprendizagem são conceitos muito amplos e variados para cada organização, uma das ferramentas re- comendadas pela norma é a utilização es- truturada do método PDCA, Planejar (Plan), Fazer (Do), Verificar (Check) e agir (Act), por meio dessas quatro etapas é possível imple- mentar melhorias significativas em relação aos processos da organização, portanto é altamente desejável que esse seja um con- ceito presente na cultura organizacional. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900044/223 1.2 NBR ISO 9001 O ponto focal quando se fala a respeito da implementação de um SGQ é a norma ISO 9001, uma vez que esta norma é aquela que trará os requisitos, ou seja, o quê a empresa deve ter para que implemente um sistema que garanta a qualidade tendo como base os 7 princípios vistos no início desse capí- tulo. Um ponto importante no exercício de entendimento e aplicação das normas ISO 9000 diz respeito à palavra “deve”, sempre que ela aparece representa um requisito, ou seja, a organização precisa atendê-la e apresentar evidências de que existe consis- tência nesta prática. A norma possui 11 tópicos principais, po- dendo ser classificados em quatro grupos distintos: • Aprofundamento na intepretação da norma: são referências importantes Link Aqui será inserido as referências complementa- res.a Todo o processo de busca pela qualidade tem a missão de influenciar a cultura corporativa, no texto indicado para a leitura, a autora disserta, com muita propriedade, a respeito do assunto em uma linguagem clara e objetiva. BUENO, Monise Carla (2016). Qual a diferença entre gestão de ris- co e mentalidade de risco? Disponível em: <http:// www.blogdaqualidade.com.br/qual-a-dife- renca-entre-gestao-de-risco-e-mentalida- de-de-risco/> Acesso em: 18 out. 2017. http://www.blogdaqualidade.com.br/qual-a-diferenca-entre-gestao-de-risco-e-mentalidade-de-risco/ http://www.blogdaqualidade.com.br/qual-a-diferenca-entre-gestao-de-risco-e-mentalidade-de-risco/ http://www.blogdaqualidade.com.br/qual-a-diferenca-entre-gestao-de-risco-e-mentalidade-de-risco/ http://www.blogdaqualidade.com.br/qual-a-diferenca-entre-gestao-de-risco-e-mentalidade-de-risco/ Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900045/223 que apoiam a correta interpretação e consequente aplicação da norma. São eles: • 0 – Introdução. • 1 – Escopo. • 2 – Referência Normativa. • 3 – Termos e definições. • Definição de Diretrizes: são concei- tos voltados para a definição da força motriz, dos alvos e expectativas de re- sultados, balizarão todo o desenho do SGQ, portanto envolvem toda empre- sa e são de alto impacto. São eles: • 4 – Contexto da Organização. • 5 – Liderança. • 6 – Planejamento. • 7 – Apoio. Esses tópicos foram bastante explorados no item 1 da NBR ISO 9004, aqui a norma traz novamente esses conceitos, de forma mais resumida, mas totalmente aderente à refe- rida norma. Para saber mais Estas questões também são chamadas de Pla- nejamento Filosófico. Para que essas definições sejam formalizadas, existem várias metodologias para levantar o que, de fato, acaba por definir o mundo ideal, e posteriormente, implementada uma série de ações para que aquilo que foi defi- nido passe a fazer parte do dia a dia da empresa. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900046/223 • Operacionais: aqui é onde a ISO 9000 sai do papel e vira realidade, ou seja, sua aplicação torna-se palpável. Em geral, as auditorias se concentram nesses itens, uma vez que a conformi- dade desses só é consistente se todo o resto estiver funcionando bem. O item 8, Operação, é extremamente impor- tante, e por isso será o principal foco de estudo nesse capítulo. Os subitens a ele relacionados são: • 8.1 Planejamento e controle ope- racionais. • 8.2 Requisitos para produtos e ser- viços. • 8.3 Projeto e desenvolvimento de produtos e serviços. • 8.4 Controle de processos, produ- tos e serviços externos. • 8.5 Produção e provisão de servi- ços. • 8.6 Liberação de produtos e servi- ços. • Manutenção do sistema: os itens aqui agrupados dizem respeito a requisitos que buscam garantir a saúde do SGQ. São eles: • Avaliação de Desempenho. • Melhoria. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900047/223 1.2.1 Planejamento e controles operacionais (item 8.1) O item planejamento e controles operacio- nais diz respeito aos desenhos dos proces- sos, suas interfaces e pontos de controle importantes para garantir que o produto ou serviços estejam atendendo aos requisitos dos clientes, evitando que estes evoluam para as próximas etapas sem que correções necessárias sejam feitas; também aqui são definidas as sequências e interfaces dos processos. Esse é o principal instrumento para aumento de produtividade operacio- nal, além de evitar desperdícios. Mas quais são os “deve” que esse item possui? Vamos a eles: • Deve planejar, implementar e contro- lar os processos. É importante observar que o “deve” obriga a organização a atender o que a norma pede e que gere evidências dessa prática. Neste caso, as evidências podem ser, por exemplo, um fluxograma do processo com os pontos de verificação ou talvez os respectivos crité- Link Uma ferramenta muito utilizada para a definição de objetivos é a matriz SWOT. Familiarizar-se com essa ferramenta tornará as definições vistas aqui muito mais palpáveis. BASTOS, Marcelo (2014). Análise SWOT (Matriz) - conceito e aplicação. Dispo- nível em: <http://www.portal-administracao. com/2014/06/os-14-principios-de-demin- g-analise.html>. Acesso em: 20 out. 2017. http://www.portal-administracao.com/2014/06/os-14-principios-de-deming-analise.html http://www.portal-administracao.com/2014/06/os-14-principios-de-deming-analise.html http://www.portal-administracao.com/2014/06/os-14-principios-de-deming-analise.html Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900048/223 rios de aprovação, ou ainda a existência de produtosreprovados ao longo do processo. 1.2.2 Requisitos para produtos e serviços (Item 8.2) O item 8.2 está intimamente ligado a uma área comercial e é a fase onde todos os re- quisitos do cliente serão investigados, in- terpretados e informados aos setores pro- dutivos, sejam de produtos ou serviços. Essa área geralmente é a responsável pela inter- face entre a organização e o cliente, res- ponsável também por qualquer ajuste que eventualmente necessite ser feito junto ao cliente. Mas vamos aos “deve” desse item: • Deve comunicar-se com o cliente, deve prover informações completas sobre os produtos e serviços. • Deve controlar a propriedade do cliente – por exemplo, em um serviço de oficina onde o serviço é executado no veículo do cliente, o SGQ precisa prevenir a integridade e segurança da propriedade do cliente. • Deve considerar requisitos estatutá- rios e regulamentares aplicáveis – não é possível a organização isentar-se de responsabilidade em relação às normas e leis vigentes em função do cliente não solicitar ou haver desco- nhecimento por ele. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900049/223 • Deve analisar criticamente sua capa- cidade de atendimento aos requisitos do cliente antes de se comprometer com o mesmo – questões como es- toque, prazo de entrega entre outros devem ser avaliadas antes de firmar o compromisso com o cliente. • Deve resolver e confirmar junto ao cliente sobre qualquer ponto de di- vergência em relação ao contrato ou pedido antes da aceitação do mesmo. • Deve reter informações documenta- das em relação à análise crítica ou de qualquer novo requisito para produ- tos e serviços. • Deve assegurar que a qualquer mu- dança de requisito os responsáveis sejam alertados pela realização dos produtos e serviços. Como é possível observar, esse item é mui- to exigido em função de ser a entrada para todo o processo da organização, um erro nesse ponto compromete todas as etapas posteriores. Importante também salientar que para as empresas que não possuem produção, um comércio, por exemplo, as obrigações aqui são as mesmas, porém uma vez que os produtos já estão fabrica- dos, o atendimento aos requisitos acaba sendo limitado, porém os ajustes e enten- dimento dessas limitações são ainda mais importantes. Ainda vale lembrar que é necessário ge- rar evidências para cada um desses “deve”, sendo assim, requer-se que os responsáveis Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900050/223 pelo desenho do processo, que tratamos no item anterior, sejam criativos para que seja possível atender a norma e não burocrati- zar o processo a ponto de ser inviável a ven- da, ou ainda deixar o cliente insatisfeito. Em tempos de sistemas informatizados, a apro- vação via e-mail ou outra função informati- zada representam boas soluções. 1.2.3 Projeto e desenvolvimento de produtos e serviços (Item 8.3) Esse ponto da norma está muito voltado a uma área de projetos, onde os requisitos dos clientes colhidos pela área comercial se transformarão, no caso de uma indús- tria em desenhos técnicos ou em um plano de produção; e no caso de um prestador de serviços, em um cronograma ou nas linhas mestras da entrega do referido serviço, bem como a definição de nível de serviço ou pa- drão a ser alcançado. Vamos verificar o que diz a norma, ou seja, quais são os requisitos: • Deve determinar os estágios e contro- les para o projeto. • Deve determinar os requisitos essen- ciais para produtos e serviços. • Deve controlar as mudanças feitas durante, ou subsequentemente, o projeto e desenvolvimento de produ- tos e serviços na extensão necessária para assegurar que não haja impacto adverso sobre a conformidade com os requisitos. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900051/223 1.2.4 Controle de processos, produtos e serviços externos (Item 8.4) O item 8.4 diz respeito à área de compras, de processos, por exemplo, uma peça de ferro que precisa receber uma camada de cromo, produtos ou um serviço que impacta na re- alização do produto ou serviços. Os requisitos referentes a uma área de com- pras são: • Deve assegurar que processos, produ- tos ou serviços estejam conforme os requisitos. • Deve determinar os controles a serem aplicados para os produtos, processos e serviços adquiridos externamente. • Deve definir critérios para avaliação seleção, monitoramento de desem- penho e reavaliação de fornecedores. 1.2.5 Produção e provisão de serviços (Item 8.5) Nesse item, a norma trata a respeito da pro- dução de um produto ou a entrega de um serviço, seria o equivalente às atividades de uma linha de produção no caso de uma in- dústria ou a execução de um serviço, como Para saber mais Os requisitos relacionados aos projetos em orga- nizações que não fazem projetos são dispensados de serem cumpridos, para tanto, na definição do escopo essa situação deve ser relatada. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900052/223 a reforma de um prédio. No caso de um co- mércio, essa etapa não é aplicável. Os requisitos para essa etapa são: • Deve implementar produção e provisão de serviços sob condições controladas. • Deve identificar e manter a rastrea- bilidade quando este for um requisito aplicável. • Deve tomar cuidado com propriedade pertencente a clientes ou provedores externos quando estiver sob o contro- le da organização. • Deve preservar os produtos durante a produção e provisão de serviços na extensão necessária para assegurar conformidade com os requisitos. • Deve atender aos requisitos para ati- vidades de pós-entregas associadas com produtos e serviços. 1.2.6 Liberação de produtos e serviços (Item 8.6) O item aqui descrito diz respeito à última etapa antes que o produto ou mesmo o ser- viço seja entregue e onde são realizados os testes que certificam os requisitos referen- tes aos produtos ou serviços. O que a norma preconiza em relação a essa etapa é que a organização: • Deve implementar arranjos planeja- dos, em estágios apropriados, para verificar se os resultados do produto e do serviço foram atendidos. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900053/223 • Deve reter informações documenta- das sobre a liberação dos produtos e serviços. Link Aspectos relacionados à qualidade, tais como evolução no mundo e no Brasil e os programas a ela relacionados são discutidos no artigo indica- do para a leitura. MONTEIRO, Luis Carlos (2011). Movimento da Qualidade no Brasil. Disponível em: <http://www.inmetro.gov.br/barreirastecni- cas/pdf/Livro_Qualidade.pdf>. Acesso em: 20 out. 2017. http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/pdf/Livro_Qualidade.pdf http://www.inmetro.gov.br/barreirastecnicas/pdf/Livro_Qualidade.pdf Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900054/223 Glossário Conformidade: estar no formato, em conformidade, de acordo com. Estratégia: um plano ou método estruturado logicamente para atingir objetivos, especialmente durante um longo período de tempo. Políticas: conjunto de definições e direcionamentos, com o intuito de obter certos resultados anteriormente planejados. Questão reflexão ? para 55/223 Quando temos um contato maior com os requisitos das normas, podemos perceber que existe uma lógica que talvez seja o que toda empresa deveria fazer. Por que então é tão difícil implementar um SGQ? E mais, por que existem empresas que não conseguem manter seus sis- temas atualizados e atuantes? 56/223 Considerações Finais • Quando examinamos a norma ISO 9000 com cuidado, percebemos que os requisitos representam boas práticas, aquilo que as organizações têm aprendido ao longo da história. • Os requisitos contidos na norma ISO 9000 são aplicáveis a qualquer tipo de organização. • O compromisso da alta diretoria é fator fundamental para o sucesso de um SGQ, além de definições que orbitam no campo estratégico. • Entender a operação é fundamental para o sucesso de um Programa de Gestão da Qualidade, umavez que é na operação que um projeto sai do papel para tornar-se realidade. Unidade 2 • Conteúdo e Requisitos das Normas ISO900057/223 Referências ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9001: Sistema de Gestão da Quali- dade - Requisitos. 1. ed. Rio de Janeiro, 2015. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR ISO 9004: Gestão para o sucesso suste- ntado de uma organização. 2. ed. Rio de Janeiro, 2010. CARVALHO, Heitor R. de. ISO 9000 - Passaporte para a Qualidade. São Paulo: Editora Campus, 1996. LOBO, Renato. Gestão da Qualidade. São Paulo: Erica, 2010. 58/223 Assista a suas aulas Aula 2 - Tema: Conteúdo e requisitos das nor- mas ISO 9000. Bloco I Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/2989e248e39450b5a82660a3d6221522>. Aula 2 - Tema: Conteúdo e requisitos das nor- mas ISO 9000. Bloco II Disponível em: <https://fast.player.liquidplatform.com/ pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f- 1d/3e83e926ebb2dbc73c632f233eba5f44>. https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/2989e248e39450b5a82660a3d6221522 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/2989e248e39450b5a82660a3d6221522 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/2989e248e39450b5a82660a3d6221522 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/3e83e926ebb2dbc73c632f233eba5f44 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/3e83e926ebb2dbc73c632f233eba5f44 https://fast.player.liquidplatform.com/pApiv2/embed/dbd3957c747affd3be431606233e0f1d/3e83e926ebb2dbc73c632f233eba5f44 59/223 1. Assinale a alternativa correta. Dentre os princípios da gestão da qualidade, o princípio “tomada de decisão baseada em fatos” é particularmente impor- tante porque: a) Trata da realidade do que está acontecendo e não apenas em opiniões. b) Assim menos pessoas poderão participar das reuniões, apenas as que possuem informações. c) Na verdade, esse princípio não é muito relevante. d) É uma forma de restringir a criatividade das pessoas da organização. e) Acelera as decisões Questão 1 60/223 2. Assinale a alternativa correta. A norma NBR ISO 9004 é importante por- que: Questão 2 a) Na verdade, não é importante. b) Essa norma trata a respeito de conceitos amplos, os quais as outras normas da série se ba- seiam, a sua definição permite uma melhor uniformidade de entendimento. c) Torna as normas mais difíceis de entender. d) Estabelece os requisitos operacionais para a implementação da ISO 9000. e) Estabelece o padrão dos produtos e serviços. 61/223 3. Assinale a alternativa correta. A NBR ISO 9001 é uma norma aplicável: Questão 3 a) Apenas para Indústrias. b) Apenas para Comércio. c) Para qualquer tipo de organização. d) Apenas para serviços. e) Apenas para organização sem fins lucrativos. 62/223 4. Na norma NBR ISO 9001 existem itens que não são aplicáveis diretamente ao SGQ, porém são importantes porque: Questão 4 a) Na verdade, não são importantes. b) Tratam de assuntos voltados ao sistema produtivo. c) Tratam a respeito da autoria e propriedade intelectual da norma. d) Auxiliam o entendimento da própria norma, e criam referências em relação a outros docu- mentos. e) Tratam a respeito de requisitos para serviços. 63/223 5. Podemos afirmar que o item 8 – Operações é o que traz a norma do papel para o mundo real: Questão 5 a) Porque é o item que envolve o maior número de áreas. b) Porque no item trata apenas da fabricação dos produtos. c) Porque trata da entrega dos serviços. d) Porque é o item mais extenso da norma. e) Porque este é o item onde os produtos são efetivamente fabricados e os serviços entregues. 64/223 Gabarito 1. Resposta: A. Nas organizações, infelizmente existem muitas decisões que são baseadas em opini- ões, e isto é um risco, uma vez que a opinião, por melhor intencionada, pode não refletir a realidade. Todos nós quando emitimos opi- nião colocamos nossa história como um dos principais elementos, embora importante, pode não se aplicar a situação referida. Não podemos deixar de destacar que as opiniões são muito importantes na hora de encon- trar os caminhos para solucionar a questão. 2. Resposta: B. A norma NBR ISO 9004 é importante porque traz a definição de conceitos que vão per- mear toda a série de normas. 3. Resposta: C. A norma NBR ISO 9001 é uma norma aplicá- vel para qualquer organização, com ou sem fins lucrativos, comércio, indústria ou pres- tador de serviços e ainda de pequeno, médio ou grande porte uma vez que trata de boas práticas. Como vimos neste capítulo alguns itens, em função da natureza da organiza- ção, não se aplicam, mas ainda assim, na- quilo que é pertinente, a organização obtém ganhos. 4. Resposta: D. Mesmo que os itens não tratem diretamen- te ao SGQ, são questões que o apoia, apenas como exemplo, quando tratamos a respeito da definição de termos diversos, alinhamos 65/223 Gabarito o entendimento. Uma norma tem na essên- cia a padronização, se cada um entende de um jeito essa característica fica comprome- tida. 5. Resposta: E. O item 8 – operações é o item mais práti- co tratado na norma ISO 9001, porque ele disciplina o que deve ser feito no momento da fabricação do produto e da realização do serviço. 66/223 Unidade 3 Pessoas: O Combustível Para a Qualidade Objetivos 1. Trazer mais elementos para o enten- dimento de que qualidade para ser efetiva deve estar arraigada na cultu- ra corporativa; 2. Refletir a respeito do papel de todos e de cada um; 3. Entender o papel da liderança; 4. Apresentar as ferramentas de gestão de cultura que apoiam a adoção de um pensamento voltado à qualidade. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade67/223 Introdução Quando tomamos contato com normas que disciplinam a nossa conduta, de ime- diato nos sentimos presos a determinados padrões. Para algumas pessoas esse senti- mento vem junto com uma maior seguran- ça, previsibilidade ou as colocam em um ambiente onde tudo acontecerá dentro do previsto e por isso, apoiam o projeto natu- ralmente. Para outros perfis de pessoas, o que acompanha essa padronização é um sentimento de estar tolhido, onde não po- derá demonstrar quem são, muito menos fazer algo que demonstra seu potencial, e passam a olhar para um projeto de Gestão da qualidade com muitas reservas, ocorren- do em casos extremos, uma sabotagem em relação ao projeto. É possível perceber, portanto, que em um projeto para a implementação de um siste- ma de qualidade conforme os requisitos ISO 9000 haverá forças apoiadoras e resistên- cias, e saber disso, e agir para potencializar as primeiras e minimizar as segundas, é fun- damental para organizações que queiram tornar-se uma empresa, cuja cultura possui em seus traços o cuidado com a qualidade. Para isso, o papel da liderança é fator deci- sivo para o sucesso da mudança de cultura. 1. Cultura corporativa Para que possamos tratar desse assunto é importante alinharmos o conceito de cul- tura. Cultura significa um complexo que abrange o conhecimento, as crenças, a lei, a Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade68/223 moral, os costumes e todos os hábitos e ap- tidões obtidos por nós pelo fato de perten- cermos a uma sociedade. Assim como uma determinada região desenvolve a sua cultu- ra, a empresa adquire certas características que acabam sendo reproduzidas ao longo da sua história. Em geral, essas característi- cas não são previamente definidas, mas são o resultado da ação e reação das pessoas que trabalham ou trabalharam na organi- zação. Dentre essas existe uma figura muito importante que é o mito. O mito é um perso- nagem do qual se conta histórias e que teve grande influência na formação da cultura corporativa, tanto na contribuição de traços positivos com negativos. Como exemplo dodia a dia, podemos considerar o sotaque re- gional como um traço de cultura. Não é pla- nejado, ele se modifica ao longo do tempo, ninguém ensina, mas ele acaba virando uma marca própria da região. Um paulista con- segue identificar o sotaque de um pernam- bucano nos primeiros minutos de conversa, o contrário também é verdadeiro. Porém não existe uma escola ou qualquer pessoa que diga que o certo é falar com determina- do sotaque, não podemos nem mesmo as- sumir que um determinado sotaque é mais correto que outro, porque gramaticalmen- te as palavras estão corretas, mas uma vez que o jeito de falar é assimilado pela cultu- ra regional e se cristaliza apenas um traba- lho dirigido e intencional consegue produzir uma mudança. Isso acontece porque apren- demos por repetição e tendemos a imitar as outras pessoas e seguir o grupo. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade69/223 Na cultura corporativa não é diferente, até mesmo em relação à fala. Existem empresas que pos- suem palavras muito mais utilizadas do que em outras, chegando ao ponto de ter palavras ex- clusivas. Portanto podemos definir que a cultura corporativa tem um grande peso na forma como as de- cisões são tomadas, como as pessoas se relacionam e o ambiente em que está inserida. 1.1 Forma como as decisões são tomadas Você já ouviu a respeito de uma empresa que se diz: “aqui as coisas demoram para acontecer”? Esse é um traço percebido por algumas pessoas em relação à empresa. Essa percepção, como vimos anteriormente, não foi planejada, ela se instalou na percepção do senso comum, justa Link A íntima relação entre a gestão e cultura promove o sucesso de qualquer projeto. Uma potencializa a outra, de forma que um projeto só será possível se as duas estiverem alinhadas. Bichuetti e Bichuetti (2015), Gestão e cultura: inseparáveis para o sucesso do líder. Disponível em: <http://hbrbr.uol.com.br/ gestao-e-cultura-inseparaveis-para-o-sucesso-do-lider/>Acesso em: 28 out. 2017. http://hbrbr.uol.com.br/gestao-e-cultura-inseparaveis-para-o-sucesso-do-lider/ http://hbrbr.uol.com.br/gestao-e-cultura-inseparaveis-para-o-sucesso-do-lider/ Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade70/223 ou injusta, em função de algum, ou melhor, geralmente alguns acontecimentos que in- fluenciaram essa percepção. Vamos considerar então, por um momento, que esse conjunto de acontecimentos in- fluenciou esse traço de cultura corporativa, tomando esse ponto como verdadeiro, se eu planejar uma série de ações, frente às de- cisões no sentido contrário, eu posso con- seguir diminuir essa percepção e em alguns casos revertê-la. Então precisamos ter muito claro que a cul- tura corporativa pode ser gerida, não im- posta, mas é necessário entender o ambien- te, planejar e implementar ações para que se forme uma outra percepção em relação ao jeito que a empresa age. A liderança precisa então avaliar o custo de mudança e, caso seja favorável, assumir para si todo o ônus da prova de que realmente a empresa mudará. Para que isso aconteça de forma mais efetiva, é muito importante que a liderança faça alguns exercícios para me- dir se de fato conseguirá bancar a mudança e somente após alguns resultados concre- tos deve propor a mudança. Desde 2000 a ISO 9000 vem dando mais ênfase às pesso- as por entender que num processo, por me- lhor ajustado que esteja, a dependência das pessoas ainda é enorme. Você pode ter a oportunidade de ao come- çar um processo de implementação de um SGQ, ouvir de alguns funcionários: “É mais um daqueles projetos que os chefes fazem e que não dão em nada, fica tranquilo, daqui Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade71/223 a pouco eles perdem interesse e tudo volta a ser como antes”. Lamentável, mas muito real. Empresas que têm iniciativa, mas não tem “acabativa” se mostram como empre- sas entusiastas, porém pouco persistentes, ou seja, no momento em que as dificulda- des aparecem elas acabam perdendo o foco e o interesse por determinado projeto. Fa- lar que vai mudar e não assumir o ônus da mudança acaba por perder a credibilidade. Mais vale ações do que discurso. Um projeto de adoção de um SGQ pode transformar uma empresa quando ele se propõe a trabalhar o aspecto cultural, onde as pessoas passarão a pensar e agir em prol da qualidade, na medida em que as deci- sões passarão a ser tomadas tendo como base os fatos, como preconiza um dos prin- cípios da gestão da qualidade, respeitando prazos e implementando ações que geram resultados, passando de uma empresa com uma cultura voltada a boas intenções e ca- minhando para uma cultura de implemen- tações e resultados. Para saber mais Uma das características em relação às decisões diz respeito à possibilidade de repetição. Muitas questões que são resolvidas dia a dia podem e devem virar regra, uma vez que diante de certos critérios, a decisão é sempre a mesma. Um bom gestor está sempre atento a essas oportunidades para que possa fazer a gestão da equipe apenas naquelas em que apresenta um fato novo. Essa forma de gerir também é conhecida como Gestão pela Exceção. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade72/223 1.2 Forma como as pessoas se relacionam Nesse ponto é importante destacar que es- tamos utilizando o termo pessoas para uti- lizar um termo genérico, talvez se estivés- semos estudando o SGQ aplicado às em- presas, o termo “profissionais” poderia ser melhor aplicado. Queiro deixar claro que quando falo de pessoas, de forma alguma estou me referindo à esfera pessoal, mas à esfera organizacional, a pessoa no desem- penho do seu papel na organização. Esclarecido este ponto, qual a marca do re- lacionamento entre as pessoas? É mais for- mal? É voltado ao relacionamento? É volta- do ao resultado? Essas características que formam a imagem da marca para o público interno é a cultu- ra percebida pela equipe. Dessa maneira, o ambiente onde o projeto para adequação de um plano voltado a implementação de um SGQ deve ser um ambiente profissiona- lizado, onde a relação entre as pessoas seja pautada pela racionalidade e menos pelas emoções. Posso exemplificar um caso real de uma pequena empresa onde estávamos implementando um projeto de SGQ, uma área apontava a não conformidade como forma de retalhar outra área e expor o gestor para a diretoria, apontando o erro. O mais curioso é que a reação da área exposta foi retribuir na mesma moeda, num ambiente como esse cheio de emoções à flor da pele, os interesses pessoais estão, obviamente sobrepondo ao bem comum. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade73/223 2. O papel de cada um A série de normas NBR ISO 9000 descre- ve com muita precisão que toda a ativida- de que influencia a qualidade deve ter seus respectivos responsáveis apontados e com os níveis de responsabilidade e autoridade declarados. No entanto, como pudemos ve- rificar nos capítulos anteriores, o “como” fica a critério da organização, o que nos obriga a refletir no papel de cada participante que transcende a norma. 2.1 O papel da organização Como organização, é necessário que o pro- jeto faça parte dos planos estratégicos, que o resultado esperado esteja claramente de- clarado assim como os recursos necessários estejam disponíveis. Se o projeto de qua- lidade estiver restrito a apenas uma área, as chances do projeto “morrer na praia” são enormes, lembre-se de que um projeto como esse deve mexer na cultura corporati- va, na forma como as pessoas se relacionam e na forma como as decisões são tomadas. 2.2 O Papel da equipe Como equipe, deve ser desenvolvido um compromisso e um pensar em prol do pro- jeto, entendendo que algumas mudanças precisarão acontecer para que os interesses das partes interessadas sejam preservados. É preciso então dedicar tempo para o dese- nho dos processos e isso pode gerar, e é qua- Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade74/223 se certo que gere, trabalho extra para todos.Um exemplo recorrente começa na fase de estruturação dos procedimentos, imagi- ne por um instante que um membro da sua equipe, ou mesmo você seja destacado para trabalhar na construção do fluxograma de processos e posteriormente na elaboração do procedimento, bem, o trabalho do dia a dia que faz a organização funcionar precisa ser feito, o que provavelmente a equipe terá que dar conta das atividades que em prin- cípio estaria a cargo da pessoa destacada para o projeto. 2.3 O papel da pessoa Se tem uma palavra que pode definir a rela- ção individual com um SGQ, essa é compro- misso. Compromisso para: • Seguir o que está estabelecido nos procedimentos. • Propor mudanças e revisão quando um determinado procedimento não representa a melhor forma de execu- ção. • Propor ações corretivas para não- -conformidades. • Respeitar prazos e ações definidas para o SGQ. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade75/223 3. Liderança e gestão Antes de entrarmos nesse assunto, gosta- ria de alinhar o conceito de liderança e de gestão: • Liderança: habilidade para desenvol- ver uma visão clara de onde se quer chegar e de arregimentar seguidores voluntários engajados. Entendo que a voluntariedade definida aqui não quer dizer gratuidade, mas o sentimento de que um líder consegue, pelo seu caris- ma, exemplo e resultados, que pesso- as entendam e se engajem nas causas proposta por ele independente das circunstâncias. Podemos dizer tam- bém, para facilitar o entendimento, que liderança aponta para o futuro. Para saber mais O desafio lançado por um projeto para a imple- mentação de um sistema de gestão da qualidade é a autogestão. Os profissionais destacados para o projeto devem desenvolver essa competên- cia para que seja possível dar conta do trabalho e também cumprir suas responsabilidades como agente da qualidade. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade76/223 • Gestão: habilidade de analisar situa- ções por meio de dados e fatos, e to- mar ações para direcionamento do resultado pretendido. Podemos con- siderar que a gestão tem a ver com presente e passado. O papel da liderança e gestão é fundamen- tal para a realização de um projeto de SGQ, sem o envolvimento total da equipe de di- reção da empresa, o projeto não alcançará êxito. Vamos dar um exemplo de como um projeto poderá naufragar pela falta de en- volvimento de quem está na liderança. Em um projeto a ser implementado em uma empresa do varejo, uma determinada área não cumpria os prazos de entrega dos pro- cedimentos, apesar das repetidas renego- ciações de prazo, ainda assim o cronograma começou a ficar comprometido em função dos constantes atrasos. Cansado de ouvir justificativas do gestor, fui conversar com Link O tema liderança é recorrente em qualquer am- biente, uma vez que ele está, ou deveria estar, presente em todas as esferas da vida, seja no con- texto do lar, seja em alguma organização, seja en- tre amigos, ou em uma abordagem global como o texto que indicamos para a leitura. Apesar da di- versidade de aplicações, os princípios básicos po- dem ser encontrados em todas elas. REVISTA HSM (Org.). Lidere no mundo em transformação. Dispo- nível em: <http://www.revistahsm.com.br/ lideranca-e-pessoas/lideranca-no-mundo- -em-transformacao/>. Acesso em: 28 jul. 2017. http://www.revistahsm.com.br/lideranca-e-pessoas/lideranca-no-mundo-em-transformacao/ http://www.revistahsm.com.br/lideranca-e-pessoas/lideranca-no-mundo-em-transformacao/ http://www.revistahsm.com.br/lideranca-e-pessoas/lideranca-no-mundo-em-transformacao/ Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade77/223 as pessoas da equipe que estavam incumbi- das de desenhar o fluxograma de processos e escrever os procedimentos. Claramente o gestor não estava envolvido com o proje- to, segundo relatou a equipe, sempre que paravam para desenvolver o fluxograma o gestor mandava fazer outra coisa, quando eles diziam que estavam reunidos para tra- tar do assunto, ele orientava: “Depois vocês tratam disso”. Qual a mensagem passada por esse líder a sua equipe? Outros assuntos são prioritários. Sendo assim, a liderança, ou seja, pessoas que ocupam posições de liderança, preci- sa direcionar esforço próprio ou da equipe para que o projeto aconteça. Essa postura acontecerá principalmente se conseguir- mos mostrar que o esforço imediato e tem- porário trará ganhos para a sua área. Nesse ponto entra a gestão, líderes que possuem um bom repertório de gestão, conseguem reorganizar a equipe e distribuir atividades de forma que o trabalho do dia a dia acon- teça e ainda seja possível a estruturação de todo o sistema de gestão da qualidade. Para saber mais Liderança é um tema fundamental em toda ação nas organizações. Uma questão recorrente diz respeito a sua essência, a influência parece estar muito mais próxima ao conceito de liderança que o poder. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade78/223 3.1 Ferramentas de Gestão e Li- derança Quando falamos de ferramentas, é impor- tante que você entenda que por ferramentas estamos dizendo a respeito da forma como a gestão e liderança acontecerão, que pode ser uma reunião, um formulário ou qualquer meio prático (não teórico) em que esses dois atributos serão materializados. Para isso fa- remos uma relação de alguns exemplos de como os sete princípios da gestão da quali- dade podem ser materializados: • Foco no cliente: pesquisa de satisfa- ção do cliente, reunião com grupo de clientes, canais de comunicação para que o cliente possa reclamar, elogiar ou ainda sugerir, seja por telefone, internet ou outro meio acessível ao cliente, entre outros. • Liderança: documento de objetivos da qualidade, um manual de diretrizes e prioridades, reuniões com a equipe, vídeos institucionais, entre outros. • Engajamento das Pessoas: declaração dos resultados pretendidos, inclusão no descritivo de função os papeis, res- ponsabilidades e autoridades relacio- nados ao projeto, entre outros. • Abordagem por processos: conjunto de procedimentos, indicadores e pa- drões documentados, formulário (ele- trônico ou não) para o início do pro- cesso de tratamento de não-confor- midades, entre outros. Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade79/223 • Tomada de decisões baseadas em evi- dências: construção de relatórios e gráficos com os indicadores da quali- dade, estabelecimento de metas, uti- lização de auditorias internas, entre outros. • Melhoria: adoção de análise de dados e a partir desses, estabelecer projetos e ações para que o SGQ melhore, seja mais efetivo, entre outros. • Gestão de Relacionamento: reunião e relatórios de prestação de contas para acionistas, reunião para alinhamen- to de expectativas com fornecedores, entre outros. Link O conceito de ferramenta está muito associado à utilização de dispositivos, para manutenção e montagem de uma máquina ou instalação de algo. Porém, se entendermos o papel dela na rea- lização dos serviços, fica fácil entender a relação com as ferramentas da qualidade, pois viabilizam o serviço. No artigo indicado, a autora apresenta várias “furadeiras” que podem viabilizar o proje- to de gestão da qualidade. MARTINS, Rosemary (2013). As sete ferramentas da qualidade. Disponí- vel em: <http://www.blogdaqualidade.com. br/as-sete-ferramentas-da-qualidade/>. Acesso em: 28 out. 2017. http://www.blogdaqualidade.com.br/as-sete-ferramentas-da-qualidade/ http://www.blogdaqualidade.com.br/as-sete-ferramentas-da-qualidade/ Unidade 3 • Pessoas: O Combustível Para a Qualidade80/223 Glossário Acabativa: termo não existente na gramática brasileira, aqui utilizado para ilustrar que ações que iniciaram (iniciativa) necessitam ser levadas a cabo, concluídas. Mito: Relato sobre fatos e tempos heroicos que, normalmente, carregam certo teor de verdade. Forma representativa de fatos ou ícones históricos, idealizados pela literatura oral e escrita. Fluxograma
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