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GASOMETRIA ARTERIAL Gasometria Arterial Ferramenta de análise do sangue arterial que ajuda o fisioterapeuta a entender o equilíbrio acidobásico , a ventilação alveolar e o grau de oxigenação do paciente. Gasometria Arterial • Por meio da interpretação da gasometria é possível identificar o distúrbio ácido básico do paciente e a presença de hipoxemia. • O pH plasmático é dado pela relação entre bicarbonato (HCO3)e o dióxido de carbono (CO2). • Principal sistema tampão do plasma • Capaz de evitar variações bruscas do pH • Pequenas alterações do equilíbrio ácido base manifestam-se por um deslocamento do equilíbrio da reação dos tampões com atenuação de modificações significativas da concentração dos íons H+ livres ou do pH. Gasometria Arterial • A avaliação do estado ácido-base do sangue é feita na grande maioria dos doentes que são atendidos em Unidades de Terapia Intensiva, qualquer que seja a doença de base. • Essa avaliação é fundamental pois fornece dados sobre desvios do equilíbrio ácido-base, função respiratória e condições de perfusão tecidual. Gasometria Arterial PARÂMETROS • PaO2 • Pressão parcial de O2 no sangue arterial • Oxigenação arterial • PaCO2 • Pressão parcial de CO2 no sangue arterial • Ventilação alveolar • PH • Status acidobásico PaO2 VALORES DE REFERÊNCIA HIPOXEMIA (Níveis baixos) PaCo2 Valores de Referência • PaCO2 = 35 a 45 mmHg • PaCO2 < 35 mmHg = Hipocapnia/ Hiperventilação • PaCO2 > 45 mmHg = Hipercapnia/ Hipoventilação RELAÇÃO DIRETA COM A FR PaCO2 ↑ - ↓ FR PaCO2 ↓ - ↑ FR pH A manutenção do pH depende fundamentalmente da função renal (numerador da equação) e da função respiratória (denominador da equação) pH • Se o HCO3 ↑ e o CO2 permanecer inalterado – PH ↑ • Se o HCO3 ↓ e o CO2 permanecer inalterado – PH ↓ • Se o CO2 ↑ e o HCO3 permanecer inalterado – PH ↓ • Se o CO2 ↓ e o HCO3 permanecer inalterado – PH ↑ pH VALORES DE REFERÊNCIA: 7,35 a 7,45 • pH ácido (< 7,35) ↑ C02: acidose respiratória ↓ HC03: acidose metabólica • pH alcalino (> 7,45) ↓ C02: alcalose respiratória ↑ HC03: alcalose metabólica HCO3 (Bicarbonato) • O HCO3 é a base do sistema, pois é o receptor de íons hidrogênio, ao passo que o CO2 é o ácido, já que libera íons hidrogênio. • Função Renal Valores de referência • 22 a 26mEq/L • Meio ácido < 22 mEq/L • Meio básico > 26mEq/L Excesso de Base (Base Excess – BE) • Expressa o que teria que acrescentar (BE negativo) ou subtrair (BE positivo ) para corrigir o pH • Valor de referência: - 2,0 a + 2,0 Exemplo • BE = -10: perdeu 10 de base → ÁCIDO • BE =+10: reteve 10 de base → BÁSICO Excesso de Base (BE) Parâmetro importante para diferenciar • Distúrbios respiratórios agudos: geralmente graves • Distúrbios respiratórios crônicos: geralmente sem repercussão Valores • Distúrbios respiratórios agudos: dentro da faixa normal • Distúrbios respiratórios crônicos: alterados • Distúrbios graves • BE < - lOmEq/L • BE > +1OmEq/L Gasometria Arterial • Distúrbio Respiratório • Mudanças no PH é resultante de mudanças na PaCO2 • Distúrbio Metabólico • Mudanças no PH é resultante de mudanças no HCO3 • Compensação • As concentrações de HCO3 (1 a 3 dias) e PCO2 (3 a 12 min) mudarão para manter o PH dentro dos valores limites. Interpretação da Gasometria PASSO 1 • Olhe para o pH - está normal, ácido ou alcalino? • Se o pH estiver normal: • ou não há distúrbio ácido básico, ou há dois distúrbios que se compensaram PASSO 2 • Qual o distúrbio ácido básico que justifica este pH? Interpretação do distúrbio ácido-base 1. pH=7,48 / PaO2=85 / PC02 =20 / HC03 = 23/ BE= 1 / SO2= 95% • Alcalose respiratória 2. pH=7,50 / PaO2= 90/ PC02 =35 / HC03 = 33/ BE= 8 / SO2= 98% • Alcalose metabólica 3. pH=7,25 / PaO2= 100/ PC02 =60 / HC03 = 23/ BE= -6 / SO2= 99% • Acidose respiratória 4. pH=7,30 / PaO2= 80/ PC02 =40 / HC03 = 18/ BE= 2 / SO2= 92% • Acidose metabólica Resposta Compensatória • Acontece sempre no mesmo sentido do distúrbio primário: a ↓ do HC03 deve ser acompanhada de uma ↓ do C02 e vice versa. • Como saber quem está causando o distúrbio primário? • O que tiver mais distante do valor da normalidade é o distúrbio primário • PH = 7,37/ PO2 = 85/ PCO2 = 50/ HCO3 = 36/ BE = -3/ SpO2 = 96% • PaCO2: 50-45=5 / HCO3: 36-26= 10 • Alcalose Metabólica Compensada 1. pH=7,52 / PaO2= 82/ PC02 =20 / HC03 = 16/ BE= -4,5 / SO2= 97% • Alcalose respiratória 2. pH= 7,30 / PaO2= 89/ PC02 =27 / HC03 = 13/ BE= 5 / SO2= 98% • Acidose metabólica 3. pH = 7,33 / PaO2= 91/ PC02 =60 / HC03 = 31/ BE= -0,5 / SO2= 96% • Acidose respiratória 4. pH=7,47 / PaO2= 95/ PC02=44 / HC03=31/ BE= 1 / SO2= 99% • Alcalose metabólica 5. PH=7,37/ PaO2=85/ PCO2=65/ HCO3=34/ BE=-3/ SpO2=96% • Acidose Respiratória Compensada Distúrbios Mistos • O pH costuma estar bastante alterado, o que pode por em risco a vida do paciente. • A alteração do HCO3 ocorre no sentido contrário do PCO2. Acidose mista (Acidose Respiratória + Acidose Metabólica) • pH=7,05 / PC02=55mmHg / HC03= 15mEq/L Alcalose mista (Alcalose Respiratória + Alcalose Metabólica) • pH=7,80 / PC02=20mmHg / HC03=30mEq/L Causas ACIDOSE METABÓLICA • Insuficiência Renal • Cetoacidose diabética • Ingestão excessiva de ácidos • Perdas excessivas de bases • Diarreias • Elevação de ácido láctico • Hipóxia • Insuficiência respiratória, choque circulatório • Hipertermia, doenças infecciosas Causas ALCALOSE METABÓLICA • Oferta excessiva de BIC • Perda de suco gástrico por vômitos • Uso abusivo de diuréticos e corticosteróides • Insuficiência Respiratória crônica (retentores crônicos de CO2) Causas ACIDOSE RESPIRATÓRIA • Lesão Centro Respiratório • AVE, TCE • Depressão no Centro Respiratório • Intoxicações, anestésicos, sedativos • Obstrução de Vias Aéreas • Asma, DPOC, corpo estranho • Infecções agudas • P.O cirurgia abdominal alta e torácica • Distensão abdominal severa • Doenças Neuromusculares • Fadiga e falência da musculatura respiratória Causas ALCALOSE RESPIRATÓRIA • Hiperventilação por ansiedade, dor, hipertermia, hipóxia, grandes altitudes. • Hiperventilação por VM • Lesões do SNC • Tumores, encefalites, hipertensão intracraniana Caso Clínico 1 Paciente de 30 anos chega ao Setor de Emergência em estado de coma, apenas respondendo aos estímulos dolorosos. Sua respiração é superficial e com frequência normal. Familiares encontraram próximo a ela diversas caixas de tranquilizantes vazias. Gasometria arterial: pH= 7,20/ PaCO2= 80/ HCO3=23/ BE= -1,2. • Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), seu(s) mecanismo(s), causa mais provável, outros exames a serem solicitados e tratamento? Caso Clínico 1 • Acidose respiratória aguda O mecanismo do distúrbio nesta paciente é a diminuição da eliminação de CO2 por redução da ventilação alveolar; insuficiência respiratória aguda, tipo hipoventilação. • Causa Provável: Depressão do centro respiratório por excesso de tranquilizantes. • Exames: • RX de tórax: A fim de verificar se não há outras causas para o distúrbio ou a complicação mais frequente em intoxicações deste tipo - pneumonia por aspiração de conteúdo gástrico; • Análise toxicológica no sangue para confirmar o tipo de medicamento ingerido e orientar o tratamento definitivo. Caso Clínico 1 Tratamento • Estabelecer vias aéreas permeáveis através de intubação traqueal e normalizar a ventilação alveolar com uso de ventiladores mecânicos. • Lavagem gástrica para retirada de resíduos de medicamentos. Dependendo do(s) agente(s) ingerido(s) o tratamento definitivo pode se dirigir para o uso de antagonistas específicos, para retirada do agente do organismo através de hemofiltração ou diálise ou simplesmente aguardar a metabolização, mantendo o suporte ventilatório. Caso Clínico 2 Atleta de 20 anos está sendo submetido a avaliação funcional respiratória em repouso. Após ser colhida amostra de sangue arterial, verifica-se que o analisador de gases sanguíneosestá com defeito e leva-se a amostra a outro laboratório. Gasometria arterial: pH= 7,30; PaCO2= 50/ HCO3=19/ BE= -3,5 • Qual(is) o(s) distúrbio(s) ácido-básico(s) apresentado(s), causa provável e conduta? Caso Clínico 2 • Acidose mista (respiratória e metabólica). • Por se tratar e pessoa assintomática, com bom preparo físico e em repouso não se espera nenhuma alteração ácido-básica. A história sugere demora no processamento da amostra, o que pode ter permitido a produção de CO2 e de ácidos fixos pelas células do sangue, principalmente pelos leucócitos, alterando o resultado do exame. • Nos casos em que a amostra não puder ser rapidamente analizada, sugere-se guardá-la e transportá-la em recipiente térmico com gelo, para reduzir a atividade metabólica do sangue
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