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Pele e Anexos - Problema 1

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Beatriz Tavares – MD2
Pele e Anexos – Problema 1
· Aspectos Gerais da pele:
- A pele (cútis ou tegumento) e seus derivados constituem o sistema tegumentar. 
- A pele é um órgão que reveste e delimita o organismo, protegendo-o e interagindo com o meio exterior. Sua resistência e flexibilidade determinam a sua plasticidade. Ela é o maior órgão, constituindo 15 a 20% da massa total.
- É essencialmente dinâmica e apresenta alterações constantes. Sendo dotada de grande capacidade renovadora e de reparação. Consiste em três camadas principais: 
· A epiderme é composta de um epitélio estratificado pavimentoso queratinizado, que cresce continuamente, mas que mantém a sua espessura normal pelo processo de descamação.
· A derme é composta de tecido conjuntivo denso, que proporciona suporte mecânico, resistência e espessura à pele. A derme é derivada do mesoderma. 
· A hipoderme contém quantidades variáveis de tecido adiposo disposto em lóbulos limitados por tecido conjuntivo. Ela se situa abaixo da derme. Nos indivíduos bem nutridos e naqueles que vivem em climas frios, o tecido adiposo pode ser muito espesso.
- A pele é classificada em espessa ou fina, que reflete sua espessura e localização. A espessura da pele varia na superfície do corpo. No entanto, a pele é evidentemente diferente, tanto macroscópica quanto microscopicamente, em duas localizações: as palmas das mãos e as plantas dos pés. 
Essas áreas estão sujeitas a maior grau de abrasão, são desprovidas de pelos e apresentam camada epidérmica muito mais espessa que a pele em qualquer outro local. Essa pele desprovida de pelos é denominada pele grossa. Nos demais locais, a pele tem epiderme muito mais fina e é denominada pele fina. 
· Vascularização e Inervação:
· Vascularização
- A rica vascularização sanguínea da pele supera o necessário ao seu suprimento metabólico, fato justificado pelo papel que desempenha na regulação da temperatura e da pressão arterial, na cicatrização e nos fenômenos imunológicos.
Os vasos sanguíneos da derme (arteríolas, capilares arteriais e venosos e vênulas) estão distribuídos em duas redes horizontais ligadas por vasos comunicantes; 
Os vasos perfurantes dos músculos subjacentes dão origem ao plexo inferior, no limite com a hipoderme, e desse plexo derivam vasos que ascendem até o plexo superior e outros que suprem os anexos; 
O plexo superior ou subpapilar, entre a derme papilar e a reticular, dá origem aos capilares das papilas dérmicas. 
É importante falar que na derme têm corpos vasculomusculares que unem arteríolas a vênulas diretamente que são os glomos. Eles se localizam na derme reticular, sobretudo nos dígitos, são ricos em células musculares e têm por finalidade manter a termorregulação e a homeostasia.
• Composto por anastomoses de vasos sanguíneos l ocalizados na região mais profunda da derme . 
• Atuam na nutrição das células da derme e dos anexos da pele
Plexo subpapilar: 
- Composto por alças vasculares nas papilas dérmicas (alça arterial ascendente e descendente)
- Responsável pela nutrição da epiderme por difusão
Plexo cutâneo
- Composto por anastomoses de vasos sanguíneos localizados na região mais profunda da derme
- Atuam na nutrição das células da derme e dos anexos da pele.
· Drenagem 
- A rede linfática é exclusivamente coletora e se inicia nos capilares linfáticos com fundo cego, presentes na derme papilar, que drenam para o plexo subpapilar; 
Aí eles confluem para vasos coletores verticais que atravessam a derme reticular e desembocam no plexo linfático profundo, no limite entre derme e hipoderme. 
- A rede linfática é responsável pela reabsorção intersticial do fluido extracelular, de células e moléculas maiores (proteínas, lipídios etc.). O fluxo da linfa depende de fatores extrínsecos, como pulsação arterial, gravidade e contração da musculatura estriada.
· Inervação
A pele é ricamente inervada, têm milhões de terminações nervosas sensoriais livres que possibilitam a identificação de diferentes estímulos do ambiente, e fibras simpáticas autônomas responsáveis pela inervação das glândulassudoríparas, dos músculos lisos dos vasos sanguíneos e do músculo eretor do pelo. 
A distribuição dos nervos segue a dos vasos sanguíneos, com um plexo profundo e outro superficial; todos provêm da medula espinhal e são mistos, formados por fibras sensoriais e por fibras simpáticas. 
Os nervos sensitivos são mielínicos e terminam em delicadas arborizações na papila dérmica ou em torno dos anexos e, às vezes, em conexão direta com a célula de Merkel. Os nervos autônomos simpáticos são amielínicos e colinérgicos ao inervarem as glândulas sudoríparas écrinas, mas adrenérgicos e colinérgicos quando inervam o músculo eretor do pelo. 
As sensações táteis, dolorosas e térmicas ocorrem principalmente ao nível das terminações livres e elas possuem distribuição ponteada.
A sensibilidade térmica é também ponteada, com pontos para o frio e para o calor que não são específicos.
A sensibilidade dolorosa é representada pelas sensações de queimadura e de frio. 
A dor reflexa é aquela que procede dos órgãos internos.
· Epiderme
- A epiderme é composta de epitélio estratificado pavimentoso, no qual podem ser identificadas quatro camadas distintas. No caso da pele espessa, se observa uma quinta camada denominada estrato córneo. Começando a partir da camada mais profunda, essas cinco camadas são as seguintes:
· O estrato basal, também denominado estrato germinativo em virtude da existência de células mitoticamente ativas, as células tronco da epiderme. 
· O estrato espinhoso, também denominado camada espinhosa ou camada de células espinhosas (Malpighi), devido à identificação, na microscopia óptica, de prolongamentos citoplasmáticos curtos que se estendem de uma célula para outra. 
· O estrato granuloso, que contém numerosos grânulos de coloração intensa. 
· O estrato lúcido, que se limita à pele espessa e é considerado uma subdivisão do estrato córneo. 
· O estrato córneo, composto de células queratinizada.
Camada/Estrato basal
O estrato basal é formado por uma única camada de células que repousa sobre a lâmina basal. Contém células-tronco a partir das quais novos queratinócitos, se originam por divisão mitótica. Por esse motivo, o estrato basal também é denominado estrato germinativo. 
As células são pequenas com formato cuboide a colunar baixo.
As células basais também contêm diversas quantidades de melanina no citoplasma, que é transferida por melanócitos intercalados nessa camada. 
As células basais exibem extensas junções celulares; são conectadas entre si e com os queratinócitos por desmossomos e com a lâmina basal subjacente por hemidesmossomos. 
Camada/Estrato espinhoso
Ao deixarem a camada basal rumo à superfície, os queratinócitos sofrem contínuas e importantes modificações morfológicas, moleculares e histoquímicas, passando a ser poligonais, de citoplasma acidófilo e ricos em desmossomos, sendo denominadas células espinhosas ou células de Malpighi
Essas células são numerosas e dispostas em várias fileiras.
Os queratinócitos exibem numerosos prolongamentos citoplasmáticos ou espinhos, que dão nome a essa camada. Os prolongamentos estão unidos por desmossomos aos prolongamentos semelhantes das células adjacentes - O desmossomo é uma modificação da superfície celular, cálcio-dependente, responsável pela adesão intercelular.
Camada/Estrato Granuloso
Ao deixarem a camada espinhosa em direção à superfície, as células formam algumas fileiras em que se apresentam repletas de grânulos basofílicos de cerato-hialina no citoplasma, constituindo a camada granulosa.
Essa camada se caracteriza por grande atividade metabólica, objetivando a síntese dos elementos necessários ao processo final da cornificação, que resulta no súbito surgimento da camada córnea.
Camada Lúcida
Antes da transformação da camada granulosa em córnea, especialmente nas regiões palmoplantares, pode ser observada a camada lúcida, de aspecto homogêneo e constituída por células achatadas, anucleadas.
Camada Córnea
Em geral, se observa uma transição abruptaentre as células nucleadas do estrato granuloso e as células anucleadas, desidratadas e achatadas do estrato córneo. 
As células de estrato córneo são as células mais diferenciadas da pele. Perdem o seu núcleo e as organelas citoplasmáticas e ficam quase inteiramente preenchidas com filamentos de queratina. 
A membrana plasmática espessa dessas células queratinizadas cornificadas é revestida externamente, na porção mais profunda desse estrato, com uma camada extracelular de lipídios que forma o principal componente da barreira hídrica na epiderme. 
O estrato córneo é a camada com espessura mais variável, sendo, naturalmente, mais grosso na pele espessa. Essa camada cornificada se torna ainda mais espessa em locais sujeitos a níveis altos de atrito.
· Células da Epiderme
Existem 5 tipos diferentes de células na epiderme: 
- Os queratinócitos são células epiteliais altamente especializadas, desenvolvidas para desempenhar uma função muito específica: a separação do organismo de seu meio externo. 
- Os melanócitos são as células produtoras de pigmento da epiderme. 
- As células de Langerhans são células apresentadoras de antígeno envolvidas na sinalização do sistema imune. 
- As células de Merkel são células mecanorreceptoras associadas às terminações nervosas sensitivas. 
- As células de Malpighi
Queratinócitos
- Tipo celular predominante da epiderme; se originam no estrato basal da epiderme;
Nessa camada eles assumem duas atividades essenciais:
- Produzem queratinas que são importantes proteínas estruturais heteropolimericas da epiderme. As queratinas formam filamentos intermediários.
- Participam da formação da barreira hídrica epidérmica. 
O citoesqueleto de todas as células eucarióticas é composto por uma rede de proteínas estruturais: os microfilamentos de actina, os filamentos intermediários e os microtúbulos.
No queratinócito e nas demais células epiteliais, os filamentos intermediários são compostos por citoqueratinas (CK); eles se dispõem em torno do núcleo e conectam-se até alcançarem as placas desmossômicas e se inserirem nelas, ajudando a compor o citoesqueleto dessas células.
Além de sua função estrutural, os queratinócitos participam ativamente dos processos inflamatórios e imunológicos, seja como células-alvo (p. ex., psoríase), seja como secretores de citocinas, neuropeptídios e outros mediadores
- À medida que os queratinócitos no estrato espinhoso começam a produzir grânulos de queratohialina, eles também produzem corpos lamelares (grânulos revestidos por membrana).
O conteúdo dos grânulos é então secretado por exocitose nos espaços intercelulares entre o estrato granuloso e o estrato córneo. A organização dessas lamelas lipídicas intercelulares é responsável pela formação da barreira hídrica epidérmica.
Além de seu importante papel na formação da homeostasia da barreira, os corpos lamelares também estão envolvidos na formação do envoltório cornificado e na descamação das células cornificadas.
Melanócitos
- O melanócito epidérmico é uma célula dendrítica que está dispersa entre as células basais do estrato basal. São denominadas células dendríticas porque o corpo celular arredondado reside na camada basal e emite prolongamentos longos entre os queratinócitos do estrato espinhoso.
- Eles produzem e secretam o pigmento melanina. A função mais importante da melanina é proteger o organismo contra os efeitos nocivos da irradiação ultravioleta não ionizante.
- Não formam desmossomos nem nenhum mecanismo especial de adesão com os queratinócitos e, em condições basais, não proliferam nem migram; para que haja multiplicação, é necessário um estímulo específico, em geral, RUV.
- Embora o número de melanócitos varie de acordo com a região anatômica ele é aproximadamente o mesmo em todas as raças; o que varia por determinação genética é o número, a morfologia, o tamanho e a disposição dos seus melanossomos (corpúsculos intra-celulares que armazenam a melanina da pele de alguns seres vivos), 
Eles (melanossomos) são elípticos quando produzem eumelanina (marrom ou negra) e esferoides se produzem feomelanina (amarelo-vermelha), além de serem maiores na pele negra. 
Os melanossomos são produzidos continuamente no complexo de Golgi, como organelas membranosas ovoides.
Células de Langerhans
As células de Langerhans são células apresentadoras de antígeno de aparência dendrítica na epiderme.
É um dos principais componentes do sistema imunológico da pele, sendo responsável pelo reconhecimento, pela internalização, pelo processamento e pela apresentação de antígenos solúveis e haptenos presentes na epiderme.
É originada na medula óssea e se distribui da camada basal à granulosa. Não estabelece adesão por meio de desmossomos com os queratinócitos.
As células de Langerhans se encontram reduzidas em número em algumas condições, como psoríase, sarcoidose, dermatite de contato e após irradiação com luz UV; neste último caso, também estão prejudicadas funcionalmente.
Células de Merkel
As células de Merkel são células localizadas no estrato basal. Sua origem não é conhecida; São mais abundantes na pele em que a percepção sensorial é aguda, como as pontas dos dedos das mãos
As células de Merkel estão unidas a queratinócitos adjacentes por desmossomos e contêm filamentos intermediários (de queratina) em seu citoplasma.
O núcleo é lobulado, e o citoplasma é ligeiramente mais denso que o dos melanócitos e das células de Langerhans.
Funciona como um tipo de mecanorreceptor de adaptação lenta em locais de alta sensibilidade tátil; parece ser estimulada pela deformação nos queratinócitos adjacentes provocada por contatos externos, respondendo com a secreção de transmissores químicos nas sinapses estabelecidas com as terminações nervosas livres da junção dermoepidérmica.
Em determinadas localizações, organiza-se em estruturas especializadas denominadasdiscos táteis. 
· Coesão da Pele
A epiderme e a derme se unem de maneira sinuosa e interpenetrante, isto é, a epiderme penetra na derme por meio dos cones interpapilares (cristas epidérmicas), e a derme se projeta na epiderme pelas papilas dérmicas. A interface entre a epiderme e a derme é conhecida como junção dermoepidérmica ou zona da membrana basal.
É uma estrutura complexa e seus componentes são quase todos de origem epidérmica. Além de ser responsável pela adesão dermoepidérmica, funciona como suporte para a epiderme, determina a polaridade do seu crescimento, fornece sinais para o seu desenvolvimento, dirige a organização do citoesqueleto das células basais e serve como barreira semipermeável.
· Derme
A derme é uma camada de tecido conjuntivo composta por um sistema integrado de estruturas fibrosas, filamentosas e amorfas, na qual são acomodados vasos, nervos e anexos epidérmicos. Fibroblastos, histiócitos, células dendríticas e mastócitos são suas células residentes, enquanto linfócitos, plasmócitos e outros elementos celulares do sangue são encontrados em número variável e de forma transitória.
A derme pode ser dividida em três partes distintas:
· Superficial ou papilar: com grande celularidade e onde predominam finos feixes fibrilares de colágeno dispostos mais verticalmente 
· Profunda ou reticular: constituída por feixes mais grossos de colágeno, ondulados e dispostos horizontalmente 
· Adventicial: disposta em torno dos anexos e vasos e constituída de feixes finos de colágeno, como na derme papilar.
Camada Papilar
A mais superficial, consiste em tecido conjuntivo frouxo localizado imediatamente abaixo da epiderme.
As fibras colágenas localizadas nessa porção da derme não são tão espessas quanto aquelas da porção mais profunda.
Essa delicada rede de colágeno contém predominantemente moléculas de colágeno do tipo I e do tipo III.
São filiformes e formam uma rede irregular.
A camada papilar é relativamente fina e inclui as papilas dérmicas e as cristas dérmicas. Essa camada contém vasos sanguíneos que suprem, mas não entram na epiderme;
Como os vasos sanguíneos e as terminações nervosas sensitivas estão concentrados nessa camada, são particularmente aparentesnas papilas dérmicas
Camada Reticular
Está abaixo da camada papilar.
Embora sua espessura varie em diferentes partes do corpo, é sempre consideravelmente mais espessa e com menos célula que a camada papilar.
Se caracteriza por feixes espessos e irregulares de colágeno principalmente do tipo I e por fibras elásticas mais espessas.
O colágeno e as fibras elásticas não estão orientados de modo aleatório, mas formam linhas regulares de tensão na pele, denominadas linhas de Langer. As incisões na pele feitas paralelamente às linhas de Langer cicatrizam com menor grau de formação de cicatrizes
· Células da Derme:
Células Mesenquimais
As células mesenquimais primitivas são as únicas existentes ao início da vida fetal, diferenciando-se em outras células posteriormente. 
Fibroblastos
Os fibroblastos são células fusiformes e estreladas, com núcleo volumoso e citoplasma claro, com retículo endoplasmático nítido e granular; 
Têm grande ação enzimática, sendo os principais responsáveis pela síntese e degradação das proteínas do tecido conjuntivo e de vários fatores solúveis que funcionam como mensageiros para a epiderme, os vasos e outras células.
E eles respondem a vários mediadores imunológicos, incluindo IL-1 α e β, que estimulam a síntese de KGF, IL-1 α e β e IL-8.
Células do sistema reticuloendotelial
Os histiócitos/macrófagos e dendrócitos dérmicos são os representantes desse sistema; Os histiócitos/macrófagos têm capacidade de fagocitar; apresentar antígeno microbicida e tumoricida; secretar citocinas e fatores de crescimento. 
Os dendrócitos dérmicos são macrófagos apresentadores de antígeno.
Mastócitos
Os mastócitos podem ser identificados por seu núcleo arredondado e pelos abundantes grânulos escuros do seu citoplasma, os mastócitos desempenham importante papel na reparação do tecido, reação de hipersensibilidade do tipo I, defesa contra parasitas, quimiotaxia, na ativação e proliferação de eosinófilos, promoção da fagocitose, permeabilidade vascular, ação antitumoral (TNF-α) e angiogênese.
Corpúsculo de Ruffini
Apresentam formato fusiforme alongado; Do ponto de vista estrutural, consistem em uma cápsula fina de tecido conjuntivo que envolve um espaço preenchido por líquido.
O elemento neural consiste em uma única fibra mielinizada que entra na cápsula, em que perde a sua bainha de mielina e se ramifica formando uma arborização densa de terminações axônicas finas. As terminações axônicas respondem ao deslocamento das fibras colágenas induzido por estresse mecânico esporádico ou contínuo; por conseguinte, respondem ao estiramento e à torção.
Os corpúsculos de Ruffini pertencem, funcionalmente, à família dos receptores de adaptação rápida (receptores fásicos) que geram potenciais de ação curtos no início e no final de um estímulo.
Corpúsculo de Meissner
São receptores de tato, que são particularmente responsivos a estímulos de baixa frequência na camada papilar da pele desprovida de pelos.
São cilindros afunilados e estão presentes nas papilas dérmicas.
Corpúsculos de Pacini
São estruturas grandes e ovoides encontradas na derme mais profunda e na hipoderme.
São compostos de uma terminação nervosa mielinizada circundada por uma cápsula.
Os corpúsculos de Pacini respondem à pressão e à vibração por meio do deslocamento das lamelas da cápsula. Esse deslocamento provoca efetivamente a despolarização do axônio.
Corpúsculos de Krause
Representados apenas por espirais de fibras nervosas destinadas à percepção da sensibilidade ao frio, localizados nas áreas transicionais da pele com mucosas (lábios, clitóris, glande);
Ps: A pele é provida de numerosos receptores sensoriais de vários tipos.Existem dois tipos de receptores na pele: as terminações nervosas livres são mais numerosas. Servem ao tato, ao calor e ao frio e são encontradas nas camadas basais da epiderme, bem como na forma de uma rede ao redor da bainha radicular dos folículos pilosos. As terminações nervosas encapsuladas incluem os corpúsculos de Pacini (pressão profunda), os corpúsculos de Meissner (tato, especialmente nos lábios e na pele espessa dos dedos das mãos e dos pés) e as terminações de Ruffini (estresse mecânico sustentado da derme).
· Papilas Dérmicas
São projeções digitiformes de tecido conjuntivo, que se projetam na porção basal da epiderme. 
Elas são complementadas por protrusões epidérmicas chamadas cristas epidérmicas que se projetam para dentro da derme.
As cristas dérmicas tendem a apresentar um arranjo paralelo, com papilas dérmicas localizadas entre elas. Essas cristas formam um padrão distinto, o qual é geneticamente único para cada indivíduo e visto como sulcos e cristas epidérmicos na superfície da pele. Esses padrões constituem a base científica dos dermatóglifos ou identificação das impressões digitais e das pegadas.
Essas projeções aumentam a área de contato entre a derme e a epiderme, dando maior resistência à pele.
· Hipoderme
É uma camada de tecido adiposo ou panículo adiposo + tecido conjuntivo frouxo associados; é a camada mais profunda da pele, constituída de lóbulos de adipócitos delimitados por septos de colágeno com vasos sanguíneos, linfáticos e nervos.
Os adipócitos, ou células adiposas são arredondados e grandes, contendo em seu citoplasma uma grande quantidade de lipídios;
O panículo adiposo, além de ser um depósito de calorias, protege o organismo de traumas e de variações de temperatura (é um isolante térmico), modela o corpo e permite a mobilidade da pele em relação às estruturas subjacentes.
· Funções da pele
As principais funções da pele incluem as seguintes:
-Atua como barreira que protege contra agentes físicos, químicos e biológicos no ambiente externo. 
- Fornece informações imunológicas obtidas durante o processamento de antígenos para as células efetoras apropriadas no tecido linfático 
- Participa na homeostasia ao regular a temperatura corporal e a perda de água 
- Transmite a informação sensorial do ambiente externo para o sistema nervoso 
- Desempenha funções endócrinas por meio da secreção de hormônios, citocinas e fatores de crescimento, e converte moléculas precursoras em moléculas hormonalmente ativas (vitaminas D3) 
- Funciona na excreção por meio da secreção exócrina das glândulas sudoríparas, sebáceas e apócrinas.
Proteção 
É exercida das mais diversas maneiras contra as agressões do meio exterior. A pele tem uma resistência relativa aos agentes mecânicos por sua capacidade moldável e elástica (fibras colágenas, elásticas e hipoderme).
No sentido físico, essa proteção se realiza pela capacidade de, por meio de seu sistema melânico, neutralizar as radiações ultravioleta (RUV) e, até mesmo, ionizantes.
Pela sua relativa impermeabilidade à água e aos eletrólitos, a pele mantém o equilíbrio hidreletrolítico. 
Outros tipos de proteção são: a físico-química, no sentido da manutenção do pH ácido da camada córnea; a química, por meio do manto lipídico com atividade antimicrobiana; e a imunológica, presente, na epiderme, pelas células de Langerhans e, na derme, à custa de macrófagos, linfócitos e mastócitos.
Percepção 
Os elementos nervosos que existem, sobretudo na derme, possibilitam o reconhecimento de sensações especiais, como calor, frio, dor e tato, o que conduz a um mecanismo de defesa no sentido de sobrevivência.
Hemorregulação e termorregulação 
A pele, com seus extensos plexos vasculares e corações periféricos (os glomos), colabora na manutenção e na regulação do débito circulatório.
A termorregulação é mantida por um mecanismo comandado pelo centro termorregulador por meio das vias do sistema nervoso autônomo, levando a vasoconstrição ou vasodilatação. 
Além disso, os vasos são sensíveis a duas substâncias químicas circulantes: a norepinefrina e a acetilcolina. No mecanismo de termorregulação, exercem uma ação especial as glândulas sudoríparas écrinas, que, sob estímulo colinérgico, aumentam a sudorese, causando a perda de calor.
Secreção 
Como elementos produzidos pela pele,se destacam a citoqueratina, a melanina, o sebo e o suor, todos com funções definidas e harmônicas.Excreção 
A função excretora das glândulas écrinas é a eliminação do suor composto basicamente por água, eletrólitos e bicarbonato.
Outros componentes são ureia, glicose, metais pesados, medicamentos, dentre outros, à semelhança do rim.
Metabolização 
A pele também sintetiza hormônios, dentre eles a testosterona e di-hidrotestosterona, que têm um papel muito importante na alopecia androgenética, na acne e no hirsutismo. A pele tem também uma ação decisiva na síntese e na metabolização da vitamina D.
Sensorial
As terminações nervosas da pele a fazem sensível à pressão, vibração, toque, dor e temperatura.
Sexual
É na pele que são captados sinais sensitivos como as percepções de temperatura, de movimento e de pressão. Em razão dessa sensibilidade, a pele se torna um órgão bastante importante na função sexual.
· Cicatrização X Regeneração
A regeneração é o processo que ocorre em lesões de pequena extensão tendo o objetivo de recuperar estruturas perdidas a partir da proliferação de células e tecidos. 
Já a cicatrização ocorre em lesões maiores quando o tecido lesionado é substituído por um tecido conjuntivo vascularizado, motivado por uma série de reações celulares e químicas com o objetivo de recuperar o tecido e sua integridade anatômica, mas não a sua função. 
- O que vai determinar a regeneração ou cicatrização não é apenas a extensão da lesão, mas também os tecidos acometidos e o tipo de célula que os constitui. 
Na regeneração, as células que morreram no momento da lesão são substituídas por células do parênquima do mesmo órgão, enquanto que na cicatrização, as células são substituídas por tecido fibroso, o que chamamos de cicatriz. 
· Processo de Cicatrização
O processo cicatricial é comum a todas as feridas, independentemente do agente que a causou, é sistêmico e dinâmico e está diretamente relacionado às condições gerais do organismo.
3 fases: fase inflamatória, fase de proliferação ou de granulação e fase de remodelação ou de maturação.
Fase Inflamatória
- Inicia imediatamente após a lesão – vai ter a liberação de subtancias vasoconstritoras pelas membrnaas celulares (troboxana A2 e prostaglandinas).
- O endotélio lesado e plaquetas estimulam a cascata de coagulação – ela é iniciada e os grânulos com (TGF-beta, fator de crescimento derivado das plaquetas, dos fibroblastos, prostaglandinas e tromboxanas) vão ser liberados das plaquetas – o coágulo vai ser formado por colágeno, plaquetas e trombina – servem de reservatório para síntese de citocinas e fatores de crescimento – resposta inflamatória se inicia com vasodilatação e aumento da permeabilidade vascular – promove a migração de neutrófilos para a ferida.
Neutrófilos aderem à parede do endotélio pelas selectinas (receptores de membrana) – eles produzem radicais livres para auxiliar na destruição bacteriana – depois gradativamente subtituidos por macrófagos – macrófagos migram para a ferida após 48-96h – e são as células antes dos fibroblastos iniciarem a replicação.
Macrófagos: papel no termino do desbridamento, na secreção de citocinas e fatores de crescimento, angiogenese etc.
Fase proliferativa
É constituída por 4 etapas: epitelização, angiogenese, formação de tecido de granulação e deposição de colágeno. Inicia ao redor do 4º dia após a lesão e vai ate o termino da 2ª semana.
A epitelização vai ocorrer precocemente.
Se a membrana basal estiver intacta – células epitelias migram em direção superior – e as camadas normais da epiderme são restauradas em 3 dias.
Se a membrana basal estiver lesada – as células epiteliais das bordas da ferida começam a proliferar – para tentar restabelecer a barreira protetora.
A angiogenese é estimulada pelo fator de necrose tumoral alfa – que vai ocasionar a migração de células endoteliais e fomação de capilares – para a cicatrização adequada.
Na última etapa: os fibroblastos dos tecidos vizinhos migram para a ferida e precisam ser ativados – o fator mais importante na proliferação e ativação deles é o PDGF – depois vai ser liberado o TGFbeata que estimula os fibroblastos a produzirem colágeno tipo I e a se diferenciarem em miofibroblastos – esses promovem a contração da ferida.
Fase de maturação ou remodelamento
A característica mais importante desta fase é a deposição de colágeno de maneira organizada, por isso é a mais importante clinicamente.
O colágeno produzido inicialmente é mais fino do que o colágeno presente na pele normal, e tem orientação paralela à pele.
Com o tempo, o colágeno inicial é reabsorvido e um colágeno mais espesso é produzido e organizado ao longo das linhas de tensão.
Fibroblastos e leucócitos secretam colagenases que promovem a lise da matriz antiga. A cicatrização tem sucesso quando há equilíbrio entre a síntese da nova matriz e a lise da matriz antiga, havendo sucesso quando a deposição é maior.
 
· Cicatrização por 1ª e 2ª intenção
1ª: A cicatrização por primeira intenção é aquela comumente utilizada pelos cirurgiões, em que os bordos da ferida são aproximados para que haja uma redução na perda do tecido. Em um período de 48 horas as células epiteliais começam a proliferar e crescer para baixo de cada lado dos bordos da ferida. Essas células cobrem a ferida como um manto. Esse material seca e forma uma crosta que se desprende quando a cobertura epitelial está completa. 
2ª: A cicatrização por segunda intenção é caracterizada por uma ferida maior, em que os bordos da ferida não conseguem se aproximar. Ocorre significante perda de tecido, isso por que as células precisam ocupar um espaço maior para que a lesão seja fechada. O processo é mais extenso se comparado ao da primeira intenção. Os fibroblastos e as células endoteliais se lançam para o interior do “buraco” e vão crescendo por mitose até se alinharem paralelamente com a superfície. O processo requer muito mais organização, maior deposição de colágeno, e maior formação de cicatriz. 
· Quelóides e Cicatrizes hipertróficas
Quelóides e cicatrizes hipertróficas são distúrbios da cicatrização, e diferenciados pelo comportamento clínico; quelóides ultrapassam os limites da incisão enquanto as cicatrizes hipertróficas permanecem confinadas aos limites da incisão.
Ambas são decorrentes de resposta inflamatória excessiva durante a cicatrização, com perda do controle normal entre síntese e degradação.
Dentre os fatores implicados em sua patogênese incluem-se: trauma, disfunção de fibroblastos, níveis aumentados de fatores de crescimento ou outras citocinas e diminuição da apoptose. São mais comuns em negros e em orientais.
· Importância da sutura na cicatrização
A sutura é importante pois evita a infecção da ferida; promove a hemostasia; diminui o tempo de cicatrização; e favorecer um resultado estético.
Lesões Elementares por solução de continuidade
Lesões que recobrem áreas em que há perda de solução de continuidade da pele
Erosão: Trata-se de uma solução de continuidade do tegumento, por mecanismo patológico superficial que compromete apenas a epiderme.
Exulceração: Corresponde a uma erosão mais profunda, acometendo a derme papilar.
Úlcera ou ulceração: É um processo da mesma natureza que o anterior, porém com maior profundidade, pois pode atingir toda a derme, até mesmo a hipoderme, o músculo e o osso.
Fissura ou rágade: É uma solução de continuidade linear e estreita
Fístula cutânea: É uma solução de continuidade de trajeto linear, em geral sinuoso, que muitas vezes se inicia a partir de estruturas profundas ou mesmo da hipoderme, através da qual há eliminação de material necrótico e de outros elementos.
Escara: Trata-se de uma lesão por necrose do tecido, de cor negra em seu estágio final. Apresenta graus variáveis de espessura, chegando a planos profundos (osso).

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