Delirium, psicopatologia no trabalho

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Delirium, não-sobreposto à demência
Gabriela Siqueira, Gustavo Gabriel, Heitor Magalhães, 
Maria Clara Corrêa
Definição:
O Delirium é uma síndrome que tem como principais características: 
❏ rebaixamento da consciência
❏ distúrbio da orientação e da atenção
❏ alteração do humor (irritabilidade)
❏ alteração da percepção (ilusões ou alucinações, geralmente visuais)
❏ alterações do pensamento (ideação delirante)
❏ alteração do comportamento (reações de medo e agitação psicomotora)
O paciente com Delirium geralmente apresenta inversão do ritmo vigília-sono 
(sonolência de dia e agitação à noite). Podem ocorrer sintomas neurológicos (tremor, 
asterixis, nistagmo, incoordenação motora e incontinência urinária). 
Surgimento e duração
❏ O Delirium geralmente tem início 
súbito, curso breve e a melhora é 
rápida assim que identificado e 
corrigido o fator causador.
Epidemiologia - fatores de risco de natureza 
ocupacional 
❏ Substâncias asfixiantes: monóxido de carbono e dissulfeto de hidrogênio
❏ Sulfeto de carbono 
❏ Metais pesados (manganês, mercúrio, chumbo e arsênio)
❏ Derivados organometálicos (chumbo tetraetila e organoestanhosos)
❏ Trauma do crânio encefálico (TCE)
Quadro clínico e diagnóstico:
❏ No que se refere aos quadros relacionados ao trabalho, devem ser observados os 
seguintes critérios diagnósticos: 
- rebaixamento do nível da consciência – traduzido pela redução da clareza da 
consciência em relação ao ambiente, com diminuição da capacidade de 
direcionar, focalizar, manter ou deslocar a atenção. É o aspecto fundamental 
entre os critérios diagnósticos para o delirium
- alterações na cognição, tais como déficit de memória, desorientação, perturbação 
de linguagem ou desenvolvimento de uma perturbação da percepção que não é 
explicada por uma demência preexistente, estabelecida ou em evolução
- perturbação que se desenvolve ao longo de um curto período de tempo (horas a 
dias), com tendência a flutuações no decorrer do dia
- existência de evidências a partir da história, exame físico ou achados 
laboratoriais de que a perturbação é conseqüência direta ou indireta, associada a 
uma situação de trabalho.
Tratamento e outras condutas:
❏ Ao ser diagnosticado com Delirium, o primeiro passo para o tratamento é 
controlar o fator ou a condição que o está causando.
❏ Na maioria das vezes, esse controle é feito através do afastamento do 
trabalhador do ambiente de trabalho
❏ Promover um suporte físico, sensorial e ambiental para o trabalhador/paciente, 
isto é: promover um ambiente com menos estímulos sensoriais (nem muito, nem 
pouco), manter referências conhecidas pelo paciente e pessoas calmas e 
familiares por perto.
Tratamento farmacológico
❏ Esse tratamento será usado no caso de o paciente/trabalhador apresentar 
sintomas psicóticos (alucinações, delírios e alteração psicomotora) e insônia
❏ O medicamento usado é o Haloperidol, para tratar os sintomas psicóticos, e 
benzodiazepínicos, como o Lorazepam, para tratar a insônia.
Prevenção
❏ A prevenção do delírio relacionado ao trabalho consiste na vigilância do 
ambiente de trabalho, condições de trabalho e de saúde relacionado ao trabalho. 
É necessário intervenção de uma equipe de multi profissionais, com abordagem 
interdisciplinar para dar suporte psicológico.
❏ As medidas de controle ambiental visam à eliminação ou à redução da exposição 
a substâncias químicas envolvidas na gênese da doença, por meio de normas de 
higiene, monitoramento sistemático das concentrações no ar ambiente, medidas 
de limpeza geral dos ambientes de trabalho, etc.
❏ Além disso, práticas de promoção da saúde e de ambientes de trabalho 
saudáveis devem incluir ações de educação e prevenção do abuso de drogas, 
especialmente álcool. Quando suspeita ou confirmada a relação da doença com o 
trabalho, é essencial tentar identificar outros casos semelhantes, notificar o caso 
aos sistemas de informação em saúde, e orientar o empregador para que adote 
os recursos técnicos e gerenciais adequados para eliminação ou controle dos 
fatores de risco.