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Funções de uma variável Semana 2 Derivadas das funções trigonométricas Regra da cadeia Derivadas de funções definidas implicitamente Derivada de funções inversas Derivadas de funções logarítmicas Derivadas de funções trigonométricas inversas 1. Derivadas das funções trigonométricas Antes de começar a calcular as derivadas das funções trigonométricas, lembremos que no curso de Bases Matemáticas aprendemos os seguintes limites fundamentais af://n2 af://n3 af://n5 1.1. Exercício Revise os argumentos usados para verificar os limites anteriores (você pode ler, por exemplo, o volume 1 do livro de Cálculo de E. Stewart). Usando a definição de derivada podemos verificar que e . Para calcular a derivada da função , note inicialmente que a fórmula do seno de uma soma nos permite escrever Desta forma, usando os limites fundamentais, temos que af://n10 1.2. Exercício Usando fórmula do cosseno de uma soma e os limites fundamentais, verifique que A regra da derivada do quociente e algumas identidades trigonométricas nos permitem encontrar expressões simples para as derivadas das demais funções trigonométricas. Vejamos um exemplo. 1.3. Exemplo Calcule a derivada de . Para isto escrevemos Lembremos que devemos excluir os pontos onde a função se anula. Assim, Desta forma, , para . Usando os mesmos argumentos podemos mostrar que: 1. , 2. , 3. . 1.4. Exercício Determine o domínio das funções abaixo e depois derive-as. 1. . 2. . 3. . af://n17 af://n21 af://n37 2. Regra da cadeia Antes de enunciar a regra da cadeia vejamos um exemplo. Dada a função , como podemos calcular ? Sabemos que, se e então e . Contudo, a função que queremos derivar não é nenhuma destas, mas sim sua composição. Mais especificamente, Parece que não conseguimos calcular usando o que aprendemos até agora! Vamos recorrer, mais uma vez, à definição de derivada. Vejamos aqui usamos o fato de que quando , visto que a função é contínua em , por ser derivável neste ponto ( é derivável em todos os pontos). Logo O que fizemos acima para calcular a derivada da composição de funções pode ser utilizada em várias outras situações. Ela é uma das mais importantes regras de derivação e pode ser enunciada como se segue: 2.1. Teorema (Regra da Cadeia) Se é diferenciável em e é diferenciável em , então a função composta , definida por , é diferenciável em e é dada por A equação é conhecida como a Regra da Cadeia. Observemos que, na fórmula acima, a derivada da função é calculada no ponto . Em um certo sentido, a regra afirma que a derivada da composta é o produto das derivadas. É preciso somente tomar o cuidado de calcular as derivadas nos pontos corretos do domínio das funções e . af://n46 af://n56 2.2. Exemplo Vamos calcular a derivada da função . Para identificar a composição envolvida nesta função, vamos calcular a função em um ponto arbitrário, por exemplo em . Primeiro determinamos . Em seguida, elevamos este valor à potência para obter . Note que foram necessários dois passos, o que indica que temos a composição de duas funções. Mais especificamente, se definirmos temos que Uma vez que e , segue, da Regra da Cadeia, que Como você poderia calcular essa derivada sem usar a regra que acabamos de aprender? 2.3. Exemplo Queremos calcular a derivada de . Para identificar a composição na função vamos proceder como no exemplo anterior, calculando a função em . O primeiro passo é . O segundo é calcular a tangente deste valor para obter . Deste modo, , com e . Uma vez que e , temos que para todo . Se e , então pode ser vista como uma função da variável . Neste caso, Usando a notação de Leibnitz, a Regra da Cadeia pode ser escrita como af://n60 af://n68 em que é a derivada da função vista como função de , é a derivada de com respeito a . O exemplo seguinte ilustra esta maneira de olhar para a regra. 2.4. Exemplo A função pode ser vista como uma composição. De fato, se fizermos e , então . Deste modo, Usando a regra da cadeia podemos escrever as fórmulas para funções compostas mais gerais. Se é uma função de , podemos escrever Quais outras funções você poderia por na anterior lista? 2.5. Exercício Derive as seguintes funções: 1. . 2. . 3. . 4. . Para quais valores de a função está definida? 5. , para e . Observe que e use a regra da cadeia. Resposta: . 3. Derivadas de funções definidas implicitamente As regras de derivação aprendidas até agora nos permitem derivar várias funções envolvendo potências, funções trigonométricas e muitas das possíveis combinações como somas, produtos e quocientes destas funções. Agora vamos considerar a situação em que não sabemos a expressão da função , mas sim que o seu gráfico é um subconjunto de alguma curva no plano. Considere por exemplo a equação af://n75 af://n82 af://n97 que descreve uma circunferência de raio centrada na origem. Se tentarmos isolar o na equação acima vamos obter . O símbolo indica que, de uma maneira global, não podemos escrever como sendo uma função de . Logo, esta circunferência não pode ser o gráfico de uma função. Porém, se considerarmos somente a parte superior, obteremos o gráfico da função com . Note que esta função é derivável e, pela regra da cadeia, . De maneira análoga, a parte de baixo da circunferência éo gráfico de , com . Usando novamente a regra da cadeia obtemos . Vamos mostrar agora uma outra maneira de calcular as derivadas acima. Faremos isto pulando a primeira etapa do cálculo, que foi essencialmente isolar o na equação. De fato, vamos supor que a equação define, implicitamente, como função de , para variando em algum intervalo contido em . Para que fique mais claro vamos escrever Supondo que a função é derivável podemos derivar os dois lados dessa igualdade para obter A derivada do primeiro termo acima é e a do último é . Para o cálculo da derivada de precisamos ser um pouco cautelosos. O leitor deve notar que o que temos aqui é, de fato, a derivada de uma composição de funções. De fato, observe que para calcular a função em algum ponto são necessários dois passos: primeiro calcula-se e depois eleva-se este valor ao quadrado. Desse modo, usando a regra da cadeia obtemos Portanto, após as devidas simplificações, concluímos que A expressão acima mostra que se soubermos os valores de e podemos calcular . Note que isto pode ser feito sem que precisemos isolar o . Por exemplo, se quisermos saber a equação da reta tangente ao círculo no ponto basta substituir e na expressão acima para obter . Assim, a reta tangente tem a seguinte equação Vale observar que a reta tangente acima poderia ter sido calculada considerando-se a função do início do texto e a reta tangente ao gráfico de no ponto . Contudo, a maneira como fizemos o cálculo é mais direta e, principalmente, a equação fornece a inclinação em qualquer ponto da circunferência onde o é não nulo e pode ser escrito como função de . Por exemplo, se consideramos a parte superior da circunferência temos , e portanto a equação pode ser escrita como que é exatamente a derivada da função . O processo descrito acima se chama derivação implícita. Ele é especialmente útil quando temos uma equação complicada, onde não é possível escrever como função de . Este é o caso que temos no seguinte exemplo. 3.1. Exemplo Consideremos a seguinte equação cujo gráfico no plano é uma curva chamada de Lemniscata (ver figura a seguir). Observe que o par ordenado satisfaz a equação. Vamos usar diferenciação implícita para determinar a equação da reta tangente neste ponto. Para tanto, vamos supor que na vizinhança deste ponto podemos escrever como função de e que a função é derivável. Neste caso, temos que Derivando os dois lados da igualdade com relação a e usando a regra da cadeia obtemos Fazendo e , vem Isolando concluímos que , e portanto a reta tangente tem a seguinteequação Resumindo, se é uma relação implícita (isto é, não é possível escrever em termos somente de ) usamos o método conhecido como Método da diferenciação implícita para encontrar . Os passos de tal método são: 1. Derivar, usando a regra da cadeia, ambos os lados da igualdade com relação à variável . 2. Resolver a equação resultante para . af://n117 No exercício que segue as equações dadas determinam implicitamente como uma função diferenciável de , de forma que o método da diferenciação implícita pode ser aplicado. 3.2. Exercício 1. Encontre para as seguintes relações implícitas: a. ; b. , onde é qualquer número real; c. . 2. A curva com equação é chamada astróide a. Verifique que o ponto pertence à curva; b. Determine a equação da reta tangente no ponto acima. 4. Derivada de funções inversas Antes de estudar esta parte das notas, para melhor aproveitamento, é aconselhável que você revise o conceito de função inversa. Agora que conhecemos a regra da cadeia e o método da diferenciação implícita, podemos encontrar a derivada de uma função inversa dada. Questão: Se , então como podemos encontrar em termos de ? Vamos assumir que é uma função diferenciável e injetora e sua função inversa também é diferenciável. Do fato de que é a inversa de , aplicando a ambos lados da igualdade , obtemos que Agora, usando o método diferenciação implícita e a regra da cadeia temos que Desta forma, temos que Assim, desde que o denominador não seja nulo! O seguinte teorema expressa formalmente os argumento que acabamos de esboçar. af://n140 af://n147 4.1. Teorema da Função Inversa Suponha que a função tem derivada no intervalo e que esta derivada nunca se anula. Então a função inversa existe, é derivável e No entanto, ainda temos no lado direito da igualdade anterior. De fato, podemos usar esta técnica para encontrar a derivada da função inversa de em um ponto específico ou para algumas funções especiais como as funções trigonométricas ou as logarítmicas! 4.2. Cálculo da derivada da função inversa em um ponto especifico Vamos ilustrar como calcular a derivada de uma função inversa em um ponto especifico usando dois exemplos: 1. Sabendo que é injetora e derivável no intervalo , com e , encontre . Solução. Neste caso o calculo é bastante direto. O Teorema da Função Inversa garante que existe, e como então e 2. Dada , encontre . Solução. A função é derivável em e (nunca se anula!). Por outro lado . Assim, pelo Teorema da Função Inversa temos que 5. Derivadas de funções logarítmicas Lembre que a função logaritmo pode ser definida com sendo a inversa da função exponencial, de modo que af://n162 af://n167 af://n177 Note primeiro que é derivável com , com , para todo . Segue então do Teorema da Função Inversa que a sua inversa é derivável. Para calcular a derivada podemos usar a fórmula dada pelo teorema. Contudo, o procedimento seguinte pode ser mais simples de ser memorizado: como é a inversa de , temos que Uma vez que já sabemos que as duas funções são deriváveis, podemos derivar os dois lados da igualdade acima, com respeito a , e usar a Regra da Cadeia. Como é a inversa de , temos que , logo Com isso concluímos que 5.1. Exemplo Dado um número , com , a função exponencial de base , , satisfaz a igualdade Usando a Regra da Cadeia temos que A igualdade estabelece que a derivada da função exponencial é a própria exponencial. Porém, é preciso tomar cuidado com possíveis composições. Por exemplo, para derivar a função é necessário usar a Regra da Cadeia, porque temos aqui a composição da exponencial com a função . Deste modo, O mesmo cuidado deve ser tomando com a função logarítmica: O exemplo a seguir generaliza os casos acima. af://n186 5.2. Exemplo Se é uma função derivável, então com a restrição de que, no segundo caso, a função seja positiva, para que a composição faça sentido. 5.3. Exercício Derive as seguintes funções: 1. ; 2. ; 3. . Para diferenciar produtos, quocientes ou potências existe um método muito útil conhecido como método de diferenciação logarítmica, cujos passos descrevemos brevemente no que segue: 1. Tome o logaritmo natural em ambos os lados e simplifique. 2. Diferencie implicitamente com relação a . 3. Encontre . 5.4. Exemplo Derive a função Solução . Começamos tomando logaritmo natural em ambos lados da igualdade. Desta forma, temos que Derivando a expressão acima, temos que logo af://n194 af://n199 af://n216 5.5. Exercício Diferencie 6. Derivadas de funções trigonométricas inversas Finalizamos o texto introduzindo as funções trigonométricas inversas. Vamos tratar somente da inversa da tangente, deixando as demais como exercício. A função tangente é definida, em todos os pontos onde o cosseno não se anula, por Uma propriedade básica da função tangente é , para todo . Assim, a função tangente não é injetiva, não podendo assim ser invertível. Contudo, se nos restringirmos ao intervalo , então a tangente é crescente, tendo portanto uma inversa, que vamos chamar de arco tangente. Deste modo, a função é definida por Note que e neste caso . Lembre que a derivada da tangente é a função , que é sempre positiva no intervalo . Segue então do Teorema da função inversa que a função arco tangente é derivável. Para calcular a derivada, vamos proceder como no caso da função logarítmica. Se denotarmos , então Derivando os dois lados com respeito a , e usando a Regra da Cadeia, obtemos A expressão acima, apesar de correta, não é muito boa para calcularmos os valores de . Com o intuito de escrever o lado direito da última igualdade somente como função de , vamos lembrar que , de modo que Aqui usamos o fato de que . Fazendo restrições convenientes do domínio, é possível inverter as outras funções trigonométricas, bem como calcular as derivadas das inversas. Esses casos ficam como exercício na Lista 2 do Gradmat. af://n224 af://n226 https://gradmat.ufabc.edu.br/disciplinas/fuv/listas/ Funções de uma variável Semana 2 Derivadas das funções trigonométricas Exemplo Regra da cadeia Exemplo Exemplo Exemplo Derivadas de funções definidas implicitamente Exemplo Derivada de funções inversas Cálculo da derivada da função inversa em um ponto especifico Derivadas de funções logarítmicas Exemplo Exemplo Exemplo Derivadas de funções trigonométricas inversas
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