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2020 by Editora e-Publicar Copyright © Editora e-Publicar Copyright do Texto © 2020 Os autores Copyright da Edição © 2020 Editora e-Publicar Direitos para esta edição cedidos à Editora e-Publicar pelos autores. Editora Chefe Patrícia Gonçalves de Freitas Editor Roger Goulart Mello Diagramação Roger Goulart Mello Projeto gráfico e Edição de Arte Patrícia Gonçalves de Freitas Revisão Os Autores Todo o conteúdo dos artigos, dados, informações e correções são de responsabilidade exclusiva dos autores. O download e compartilhamento da obra são permitidos desde que os créditos sejam devidamente atribuídos aos autores. É vedada a realização de alterações na obra, assim como sua utilização para fins comerciais. A Editora e-Publicar não se responsabiliza por eventuais mudanças ocorridas nos endereços convencionais ou eletrônicos citados nesta obra. Conselho Editorial Drª Cristiana Barcelos da Silva – Universidade Estadual do Norte Fluminense Darcy Ribeiro Drª Elis Regina Barbosa Angelo – Pontifícia Universidade Católica de São Paulo Dr. Rafael Leal da Silva – Universidade Federal do Rio Grande do Norte Dr. Fábio Pereira Cerdera – Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Drª Danyelle Andrade Mota – Universidade Tiradentes Me. Doutorando Mateus Dias Antunes – Universidade de São Paulo Me. Doutorando Diogo Luiz Lima Augusto – Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro Me. Doutorando Francisco Oricelio da Silva Brindeiro – Universidade Estadual do Ceará Mª Doutoranda Bianca Gabriely Ferreira Silva – Universidade Federal de Pernambuco Mª Doutoranda Andréa Cristina Marques de Araújo – Universidade Fernando Pessoa Me. Doutorando Milson dos Santos Barbosa – Universidade Tiradentes Mª Doutoranda Jucilene Oliveira de Sousa – Universidade Estadual de Campinas Mª Doutoranda Luana Lima Guimarães – Universidade Federal do Ceará http://www.uenf.br/ http://www.uenf.br/ Mª Cristiane Elisa Ribas Batista – Universidade Federal de Santa Catarina Mª Andrelize Schabo Ferreira de Assis – Universidade Federal de Rondônia Me.Daniel Ordane da Costa Vale – Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais Me.Glaucio Martins da Silva Bandeira – Universidade Federal Fluminense Me. Jose Henrique de Lacerda Furtado – Instituto Federal do Rio de Janeiro Mª Luma Mirely de Souza Brandão – Universidade Tiradentes Drª. Rita Rodrigues de Souza - Universidade Estadual Paulista Dr. Helio Fernando Lobo Nogueira da Gama - Universidade Estadual De Santa Cruz Dr. Willian Douglas Guilherme - Universidade Federal do Tocantins Drª. Naiola Paiva de Miranda - Universidade Federal do Ceará Drª. Dayanne Tomaz Casimiro da Silva - UFPE - Universidade Federal de Pernambuco Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) (eDOC BRASIL, Belo Horizonte/MG) P371 Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas [recurso eletrônico] / Organizadores Marcos Antonio Martins Lima, Ilana Maria de Oliveira Maciel, Gabrielle Silva Marinho. – Rio de Janeiro, RJ: e-Publicar, 2020. Formato: PDF Requisitos de sistema: Adobe Acrobat Reader Modo de acesso: World Wide Web ISBN 978-65-89340-04-1 1. Administração de pessoal. 2. Profissões – Desenvolvimento. 3. Treinamento. I. Lima, Marcos Antonio Martins, 1966-. II. Maciel, Ilana Maria de Oliveira, 1974-. III. Marinho, Gabrielle Silva, 1982-. IV. Título. CDD 651.3124 Elaborado por Maurício Amormino Júnior – CRB6/2422 Editora e-Publicar Rio de Janeiro – RJ – Brasil contato@editorapublicar.com.br www.editorapublicar.com.br https://www.edocbrasil.com.br/ http://www.editorapublicar.com.br/ Apresentação A cultura tecnológica e a dinâmica da economia global incidem sobre a competitividade e a incessante busca por melhor desempenho, aprimoramento e inovação nos distintos setores produtivos. Por conseguinte, cresce a preocupação com a aprendizagem nas organizações. Nesse contexto a Pedagogia Organizacional atende à demanda em ascensão, como campo inerente à atuação dos profissionais de educação, aqui em atividades distintas à ministração direta ou mesmo do ato de ensinar, mas envolvidos em ações correlatas à transposição didática, aos percursos formativos e à gestão do conhecimento. Assim, a Pedagogia Organizacional se coloca como um profícuo campo para a atuação pedagógica, referente ao assessoramento, ao planejamento e à avaliação dos mais diversos processos de aprendizagem, no âmbito das instituições empresariais, industriais, comerciais ou do terceiro setor. Assim, a coletânea, composta por treze capítulos, resultante de pesquisas científicas empreendidas, busca promover a densidade teórico-metodológica do campo de atuação do pedagogo organizacional, apreciando diferentes fatores, processos e contextos da complexa área da aprendizagem nas organizações. A obra inicia com capítulo intitulado Processo de Ensino e Aprendizagem nas Organizações: Estudo do Papel do Pedagogo em uma Central de Atendimento ao Cliente, revelando que os participantes, atuantes no seguimento, reconhecem a sua função e as competências organizacionais, têm noção sobre as práticas pedagógicas, mas não possuem domínio dos desmembramentos da didática, da formação educacional, dos fundamentos teóricos, bem como da práxis advinda. O segundo capítulo, com o título Educação Corporativa: Estudo da Influência das Práticas Pedagógicas sobre o Pensamento Crítico dos Colaboradores, avulta a existência de desafios para que o instrutor, atuante na área de Treinamento e Desenvolvimento (T&D), consiga desenvolver sua prática educativa voltada para o desenvolvimento de competências, bem como trabalhe as características do profissional reflexivo e ainda consiga contribuir com o pensamento crítico acerca da competitividade e da lucratividade. Em seu terceiro capítulo, exibe o artigo Competências do Pedagogo na Experiência da Componente Pedagogia Organizacional, no qual relata um estudo acerca das competências necessárias para atuação dos pedagogos organizacionais em empresas. Estruturado pelo estudo realizado com discentes do curso de graduação em Pedagogia da Universidade Federal do Ceará (UFC), durante o semestre letivo 2013.2, através da observação, da execução e do acompanhamento das aulas e atividades da disciplina. O manuscrito aponta que a referida disciplina agrega a visão sistêmica, contribui para a visão da relação entre os objetivos organizacionais e os processos formativos, bem como com a inter-relação que os discentes constroem com as competências necessárias, no tangente aos saberes, conhecimentos, habilidades, atitudes e resultados pressupostos do esperado pelas instituições empresariais, quando da atuação do pedagogo organizacional. O quarto capítulo expõe o artigo Avaliação em Pedagogia Organizacional: Experiência de Programa de Formação Gerencial, no qual é dada ênfase sobre a importância da compreensão do processo de aprendizagem nas organizações, posto que deve favorecer o crescimento dos indivíduos, assim como revelar a necessidade que o homem, ser genérico, tem de desenvolver-se em todos os aspectos da vida, articulando o mundo vivencial à sua profissão. Para tanto, reporta uma pesquisa junto ao Programa Líder Inovador, elaborado pelo setor de Treinamento e Desenvolvimento (T&D) de conceituada organização do ramo varejista de móveis e eletrodomésticos. Em seu quinto capítulo, a obra exibe o artigo Aprendizagem Empreendedora: Estudo sobre Modelo de Intervenção na Consultoria Organizacional, no qual apresenta um modelo de intervenção que poderá ser útil para auxiliar os consultores, possibilitando abordagens mais adequadas ao perfil de cada cliente. Importa ressaltar que o modelo apresentado foi elaborado a partir de uma investigação, oriunda de estudo de caso, para avaliar se a metodologia de aprendizagem empreendedora pode contribuir para melhorar as práticas de intervenção na consultoria de organizações.Os dados advindos da pesquisa permitem inferir que, de fato, há influência das experiências da carreira empreendedora na exploração de novas possibilidades, bem como no processo de transformação de experiência em conhecimento empreendedor. O sexto capítulo, sob o título Avaliação Através da Ferramenta Fórum de Discussão no Curso de Graduação Semipresencial de uma Instituição Pública, oportuniza uma análise do Fórum como recurso de aprendizagem e como ferramenta avaliativa. Para tanto, descreve a investigação desenvolvida junto aos tutores virtuais, do curso de graduação em Pedagogia, ofertado na modalidade de Educação a distância (EAD) por uma instituição pública. Destaca que a ferramenta é frequentemente utilizada como recurso avaliativo, adotando dentre os critérios avaliativos a qualidade de participação do aprendiz e a mediação adequada da tutoria, resultando em uma aprendizagem colaborativa e significativa. No sétimo capítulo, apresenta artigo sobre As Principais Dificuldades de Aprendizagem dos Alunos em uma Instituição de Ensino Superior em Fortaleza-CE. Nesta seção, a obra versa sobre o processo avaliativo destacando como as concepções, os mecanismos de aprimoramento e os diagnósticos são estruturados, bem como se dá sua interferência na gestão de uma Instituição de Ensino Superior (IES) particular, integrante da rede de ensino de instituições confessionais da cidade de Fortaleza, Ceará. O oitavo capítulo, Avaliação e Pedagogia Organizacional: Uma Análise com Enfoque nas Correntes Pedagógicas, aborda o conceito de Pedagogia Organizacional, bem como o significado de avaliação e a forma como ela é apresentada de acordo com a corrente pedagógica. O artigo descreve a pesquisa realizada junto aos profissionais da área de Recursos Humanos (RH) de uma Operadora de Saúde, situada em Fortaleza, Ceará. O artigo discute que a temática da avaliação relacionada à Pedagogia Organizacional na área de Recursos Humanos das empresas é uma linha de estudo relevante, tendo em vista que o processo avaliativo contribui para o melhor direcionamento e significância das ações educativas de acordo com o que se pretende atingir, permitindo correções e ajustes nos processos desenvolvidos. O nono capítulo, com o título Pedagogia Organizacional: As Contribuições do Profissional Pedagogo nas Organizações, versa como se desenvolve o trabalho educativo no meio corporativo, bem como destaca o perfil do pedagogo, identificando algumas contribuições e aspectos que evidenciam a atuação do profissional de Pedagogia na área empresarial. O décimo capítulo, intitulado A Gestão Educacional sob a Ótica de uma Instituição Pública de Educação Infantil de Fortaleza, trata sobre aspectos da gestão educacional envolvendo suas estratégias, processos e pessoas, tais como modelos de gestão, planejamento estratégico, gestão democrático-participativa e liderança como construtos para atuação dos profissionais da Pedagogia. O capítulo seguinte comporta o artigo A Produção de Conhecimento em Pedagogia Empresarial no Brasil: Trajetória e Deslocamentos. O manuscrito apresenta um levantamento de Dissertações e Teses sobre a Pedagogia Empresarial no contexto brasileiro, disponibilizadas pelos repositórios da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Biblioteca Digital Brasileira de Teses e Dissertações (BDTD), durante o período de 1988 a 2018. Em seguida, propõe também ampliar as discussões sobre suas implicações na redefinição da identidade dos pedagogos, com mais criticidade para este campo, partindo da representatividade dos que atuam no espaço organizacional. No décimo segundo capítulo, Andragogia: Análise de um Projeto de Educação de Jovens e Adultos, a obra expõe uma análise reflexiva dos pressupostos andragógicos de um projeto educacional voltado para jovens e adultos. O estudo verifica as similaridades, bem como as diferenças entre Pedagogia e Andragogia, constatando que as professoras se utilizam de alguns dos princípios andragógicos, de forma a criar momentos que mobilizam as vivências e os saberes previamente construídos, assim, permitindo ao estudante um papel ativo, ou seja, protagonista do seu processo de aprendizagem. A obra finda com o artigo intitulado Estratégia Diagnóstica em Escolas de Governo: Uma Análise a Partir dos Instrumentos de Avaliação de Necessidades de Capacitação da ESAF-ENAP. Este manuscrito relata a análise da prática avaliativa e a composição do escopo diagnóstico, com base no processo de mudança institucional, ou seja, a incorporação da Escola de Administração Fazendária (ESAF) pela Escola Nacional de Administração Pública (ENAP). Com esses trabalhos, o opúsculo é capaz de proporcionar ao leitor um panorama constituído à luz dos pressupostos acadêmicos basilares, com relatos de pesquisas empreendidas, experiências e expectativas que englobam os contextos atuais e porvindouros para aplicação dos fundamentos pedagógicos da aprendizagem para atuação profissional. Por fim, cumpri-me, enquanto integrante do corpo de autores e também organizadora, parabenizar a todos os envolvidos pelo esforço coletivo em contribuir com a valorização da aplicação da Pedagogia no âmbito Organizacional. Profa. Dra. Gabrielle Silva Marinho PREFÁCIO Quero começar com uma mensagem artística, de como a Pedagogia essencialmente estimula cada ser nesta terra a ser, a estar, a permanecer e a transcender para uma cultura de aprendizagem contínua e significativa. Sei que educar é um ato de amor. Muitas vezes me pergunto que amor é esse? Um amor de entrega, dedicação e reconhecimento. Não? Uma entrega de suor, lágrimas e compaixão, do educador a quem, por ele, clama por atenção, audição e afeto para florir a confiança, a atenção, a compreensão, a aliança e a troca de informação. Quem é esse impostor que mexe com a cabeça de tanta gente? Quem é esse trovador que diz que faz, e faz mesmo? Quem é esse louco que muitas vezes inverte os papéis da sua profissão? Este ser que ora é psicólogo, sociólogo, adivinha ou administrador de vida alheia? Ora, ora quem é esse insano que desbrava terras arenosas e muitas vezes desconhecidas na busca de um alguém dentro de um corpo físico que nem ele mesmo sabe que existe? Quem é esse profissional que mais doa do que recebe e ainda sorri quando vê alguém se superar diante de tantos desafios? Eis que apresento o “diacho” do PEDAGOGO, ora aluno ora professor e ainda inventa de ser especialista, mestre, doutor e pesquisador!! Só podia vir coisa boa por aí, pois na escola ele é: Pai, mãe, tio, amigo, aconselhador e professor ou educador. Faz tudo isso por amor! Na família é: inspirador, mantenedor, educador, aconselhador e até cobrador. Faz tudo isso por amor! Nas organizações é: promotor, criador, estimulador, fazedor, formador, chocador e avaliador. Faz tudo isso por amor! Passa horas, dias, meses e anos na busca do melhor plano para formar gente mais humana e de sucesso, às vezes até compromete sua família. Faz isso por muito amor! Ei, psiu! E para sobreviver? Isso é uma parte que poucos olham, nem mesmo ele, porque o senso de entrega é muito grande, mas de qualquer forma o seu legado fica na alma de cada ser que sobrevive ao mundo competitivo, excludente, e, me permitam, capitalista fragmentador, mas o AMOR é tão grande à profissão que tudo isso se soma à BRAVURA, à FÉ, à VONTADE e à CORAGEM na árdua e prazerosa caminhada de ser AVALIADOR, EDUCADOR, ESCRITOR e PESQUISADOR. EU SOU FELIZ POR SER TUDO ISSO, VIU?!! VIVA ESTE SER TRANSFORMADOR QUE É O PEDAGOGO ORGANIZACIONAL e EDUCADOR que, QUANDO SE “ESPRITA”, QUER MUDAR O MUNDO, SENDO AUTOR DE IDEIAS QUE PODEM MUDAR O JEITO DA GENTE CAMINHAR! Profa. d.Dra. Ilana Maciel Após um ato de inspiração, é vital prefaciar uma obra inspiradora como essa, por ser simplesmente um ato de CORAGEM e AMOR à profissão,em plena Pandemia do Novo Coronavírus. Ao publicar a presente obra, e muito nos inspirou em registrar algo memorável, que foi o livro intitulado “Pedagogia organizacional: gestão, avaliação & práticas educacionais”, sob a organização dos professores e pesquisadores Marcos Antonio Martins Lima e Gabrielle Silva Marinho. Representando o primeiro de uma série iniciada em 2013 e que teve o objetivo de oportunizar a publicação de estudos e pesquisas de alunos de graduação do Curso de Pedagogia (diurno e noturno), da Faculdade de Educação (FACED), da Universidade Federal do Ceará (UFC), nas disciplinas Pedagogia Organizacional e Fundamentos da Gestão Educacional ministradas pelo Prof. Marcos Antonio Martins Lima. Caros Leitor e Leitora, neste novo livro agora digital, intitulado “Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas” e organizado pelos professores Marcos Antonio Martins Lima, Ilana Maria de Oliveira Maciel e Gabrielle Silva Marinho, encontrará um vasto conteúdo preparado por muitas mãos para marcar uma época da pedagogia, uma pedagogia para além dos muros da educação formal de ensino, uma atuação mais efetiva na perspectiva da educação de adultos no contexto do mundo corporativo, uma abordagem que requer um profissional que se propõe a criar e a desenvolver processos e projetos pedagógicos nas organizações para a formação dos colaboradores para uma gestão de pessoas mais engajadoras e empáticas. Neste instante, em que a Pandemia da Covid-19 assola o mundo e o põe a pensar mais, este livro vem para auxiliar nas reflexões acerca do nosso papel de educador para uma educação mais humana nas empresas e demais organizações, pois cada capítulo aqui exposto como artigos trata sob temas pertinentes à Pedagogia Organizacional e/ou à Pedagogia Empresarial, ambas na perspectiva de fundamentar e instrumentalizar a vocês, leitores, de que as pessoas aprendem de forma diferente e, se estimuladas, podem alcançar patamares de desenvolvimento inestimáveis. Por isso, convido a você que acessou a este conteúdo a fazer um bom uso de suas páginas, pois terá muito a desbravar e a aprender com esse corpo de discentes e docentes que se pautaram como pesquisadores. Agradecemos a todo o corpo discente e docente, que se envolveu de forma direta e indireta, na construção de uma caminhada árdua de uma nova obra que vem para contribuir com as novas turmas de futuros profissionais PEDAGOGOS, que almejam atuar no mundo organizacional. Somos gratos ainda à Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES), ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e à Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP) pelo apoio aos estudantes, professores e pesquisadores dos Cursos de Graduação em Pedagogia, do Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Faculdade de Educação (FACED) e da Universidade Federal do Ceará (UFC). Este opúsculo pode ser interpretado como uma coletânea de artigos que culminam em anos de aprendizado dos alunos de graduação, que resolveram marcar a sua história com a construção deste Livro Digital. Contudo, ele vai além disso, pois ele marca a passagem de uma vida para cada um dos que estão com suas almas impressas nestas laudas, visto que é fruto de anos de dedicação de alunos graduados pela FACED/UFC que deixam seu legado para as próximas gerações acerca do tema PEGAGOGIA ORGANIZACIONAL. Este Livro Digital se propõe a contribuir com a divulgação das pesquisas concluídas e transformadas em capítulos pelos autores/alunos do Curso de Pedagogia da FACED/UFC, que investigam questões no âmbito do interesse da educação brasileira, em todos os aspectos: formais, informais e não formais, que impactem ou não o nosso cenário em que atuam os profissionais pedagogos, desde os professores de educação formal até os educadores atuantes nas organizações ou corporações, ou nos espaços considerados não escolares. Ademais, além de autores de uma obra relevante para o contexto acadêmico da pedagogia brasileira, se tornam de forma prática e significativa futuros pesquisadores na área de avaliação educacional no País, por meio da sistematização e da divulgação do conhecimento científico ora produzido. É relevante reforçar que o tema Pedagogia Organizacional vem tomando corpo ao longo do tempo, pois as pessoas necessitam investir na formação continuada e autônoma pela disponibilidade de seu tempo, como está pautado no escopo desse compêndio, ainda que a Pedagogia Organizacional tenha seus aspectos conceituais e epistemológicos correlacionados a conceitos e fundamentos que pautam a educação corporativa na possibilidade da inserção da pedagogia nas empresas e organizações. Este livro apresenta ainda diversos olhares sobre os saberes docentes e discentes na perspectiva andragógica da educação corporativa, estabelecendo uma relação entre teoria e prática do profissional pedagogo para além do ensino formal de crianças e jovens em espaços escolares. É um compêndio de artigos frutos de um olhar investigativo, de pesquisadores que pulsam ao falar e ao disseminar sobre a importância de um profissional pedagogo à frente de processos de treinamento, de desenvolvimento e de gestão do conhecimento nas organizações, que humanizam a atuação dos colaboradores, líderes e gestores no ato de formar cidadãos atuantes no processo de gestão das organizações públicas, do terceiro setor e empresariais. A Pedagogia Organizacional perpassa muitos campos e isso será demonstrado durante toda a leitura deste Livro Digital, desde a perspectiva da gestão educacional, sob o olhar da ação pedagógica, à atuação do ser humano adulto como agente participativo do processo de aprendizagem, perpassando pela ação avaliativa da aprendizagem e institucional, envolvendo a educação de adultos, competências do pedagogo organizacional e todo o arcabouço que envolve este tema. Pensar em educação é pensar em possibilidade de transformar cenários, processos e pessoas. Aqui será uma jornada para você compreender as inúmeras formas de se perceber a atuação da Pedagogia Organizacional como sendo um dos personagens principais dentro da ação pedagógica, que é o profissional pedagogo organizacional. Finalizo aqui expressando todo o sentimento que brotou ao ler os artigos e relembrar toda a minha trajetória como PEDAGOGA para além dos muros escolares, um profissional atuante, muitas vezes incompreendido pela forma insistente de almejar e defender a educação contextualizada, significativa e crítica progressista, por não suportar o tecnicismo pelo tecnicismo, mas sim por acreditar em um novo humanismo para uma nova Era que apenas se inicia. Profa. d.Dra. Ilana Maciel, Ms. Sumário APRESENTAÇÃO….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….……..05 PREFÁCIO….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….……….09 CAPÍTULO 1 - PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO DO PAPEL DO PEDAGOGO EM UMA CENTRAL DE ATENDIMENTO AO CLIENTE….………….………….………….………….………….………….………….…..16 Francisca Kelly Damasceno da Silva Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 2 - EDUCAÇÃO CORPORATIVA: ESTUDO SOBRE A INFLUÊNCIA DAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS SOBRE O PENSAMENTO CRÍTICO DOS COLABORADORES.……….……….……….………….………….………….………….....32 Gleison de Souza Lima Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 3 - COMPETÊNCIAS DO PEDAGOGO NA EXPERIÊNCIA DA COMPONENTEPEDAGOGIA ORGANIZACIONAL….………….………….…………....47 Andréa Moura da Costa Souza Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 4 - AVALIAÇÃO EM PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL: EXPERIÊNCIA DE PROGRAMA DE FORMAÇÃO GERENCIAL.….….….….…….…….…….…….…...58 Suzana de Andrade Gonçalves Oliveira Ana Cléa Gomes de Sousa Evaneida Soares Carneiro Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 5 - APRENDIZAGEM EMPREENDEDORA: ESTUDO SOBRE MODELO DE INTERVENÇÃO NA CONSULTORIA ORGANIZACIONAL….…….…….…….…….…70 FranciscoCarlos Xavier Oliveira Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 6 - AVALIAÇÃO ATRAVÉS DA FERRAMENTA FÓRUM DE DISCUSSÃO NO CURSO DE GRADUAÇÃO SEMIPRESENCIAL DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….……87 Maria Lucijane Gomes de Oliveira Ana Paula Vasconcelos de Oliveira Tahim Gabrielle Silva Marinho Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 7 - AS PRINCIPAIS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM DOS ALUNOS EM UMA INSTITUIÇÃO DE ENSINO SUPERIOR EM FORTALEZA-CE….…….……..106 Denize de Melo Silva Marcos Antonio Martins Lima Gabrielle Silva Marinho Ana Paula Vasconcelos De Oliveira Tahim CAPÍTULO 8 - AVALIAÇÃO E PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL: UMA ANÁLISE COM ENFOQUE NAS CORRENTES PEDAGÓGICAS….…….…….…….…….…….…126 Tamara Correia Loiola Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 9 - PEDAGOGIA ORGANIZACIONAL: AS CONTRIBUIÇÕES DO PROFISSIONAL PEDAGOGO NAS ORGANIZAÇÕES ….…….…….…….…….…….138 Daniele da Silva Nascimento Ilana Maria de Oliveira Maciel Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 10 - A GESTÃO EDUCACIONAL SOB A ÓTICA DE UMA INSTITUIÇÃO PÚBLICA DE EDUCAÇÃO INFANTIL DE FORTALEZA….…….…….…….…….……152 Iago Henrique de Carvalho Martins Ilana Maria de Oliveira Maciel Gabriel de Amorim Santiago Italo Rondinelle Lira de Carvalho Leandro Brainer Pires Luiz Felipe Marques Monteiro de Souza Marcelle da Silva Lima Talita Kelly Santos Bezerra Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 11 - A PRODUÇÃO DE CONHECIMENTO EM PEDAGOGIA EMPRESARIAL NO BRASIL: TRAJETÓRIA E DESLOCAMENTOS….…….…….…...170 Luciano Lima da Silva José Leonardo Rolim de Lima Severo CAPÍTULO 12 - ANDRAGOGIA: ANÁLISE DE UM PROJETO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS….…….…….…….…….…….…….…….…….…….…….……....184 Scarlat Maciel Vasconcelos Blússia Tétis Brito Batista Paulo Pessoa de Farias Sangela Régia Torres Lima Marcos Antonio Martins Lima CAPÍTULO 13 - ESTRATÉGIA DIAGNÓSTICA EM ESCOLAS DE GOVERNO: UMA ANÁLISE A PARTIR DOS INSTRUMENTOS DE AVALIAÇÃO DE NECESSIDADES DE CAPACITAÇÃO ESAF-ENAP….…….…….…….……..…….…….….….…….……196 João Brayam Rodrigues de Freitas Marcos Antonio Martins Lima SOBRE OS ORGANIZADORES….….….….….….….….….….….….….….…..............214 SOBRE OS AUTORES….….….….….….….….….….….….….….….….….….….….….217 Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 16 CAPÍTULO 1 PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM NAS ORGANIZAÇÕES: ESTUDO DO PAPEL DO PEDAGOGO EM UMA CENTRAL DE ATENDIMENTO AO CLIENTE Francisca Kelly Damasceno da Silva Marcos Antonio Martins Lima INTRODUÇÃO Este trabalho estuda o processo de ensino e aprendizagem nas organizações, com abordagem no estudo do papel do pedagogo em uma central de atendimento ao cliente, como também objetiva promover uma análise sobre a importância do pedagogo organizacional para a formação dos profissionais e colaboradores atuantes na organização. Ademais, este estudo busca fomentar uma análise diante da prática de treinamento ministrado por um profissional com formação pedagógica em comparação com um treinamento ministrado por um profissional com outra formação acadêmica. O Art. 61 da Lei de Diretrizes e Bases da Educação (doravante LDB) estabelece que a formação de profissionais da educação dos diferentes níveis e modalidades de ensino deve se dar mediante a associação entre teoria e prática, bem como mediante a capacitação em serviço, sendo preciso aproveitar a formação e as experiências anteriores desses profissionais em instituições de ensino e em outras atividades. Diante da especificidade da formação pedagógica, afirma Pimenta (1999, p. 242): O curso de pedagogia destinar-se-á à formação de profissionais interessados em estudos do campo teórico-investigativo da educação e no exercício técnico- profissional como pedagogos no sistema de ensino, nas escolas e em outras instituições educacionais, inclusive as não-escolares. A partir de então, esta pesquisa tem como propósito observar quais práticas pedagógicas podem ser identificadas quando o treinamento é ministrado por um profissional pedagogo e um não pedagogo. A observação contempla os treinamentos tanto iniciais quanto na formação continuada, nas capacitações e nas consultorias de desenvolvimento de carreira interna. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 17 Por conseguinte, este trabalho tem como objetivo específicos: 1) analisar se a atuação dos instrutores de treinamento e desenvolvimento com formação pedagógica apresenta melhor desempenho em suas atividades, se comparado aos que não têm esta mesma formação; 2) mapear as práticas dos instrutores formados em pedagogia e dos que não possuem esta formação nos processos de treinamento e desenvolvimento da equipe de atendimento; por fim, 3) averiguar os processos metodológicos utilizados e investigar de que forma as práticas pedagógicas se dão durante os treinamentos por profissionais pedagogos e os não pedagogos nos processos de aprendizagem, bem como a influência da atuação dos dois estilos de profissionais na assimilação dos objetivos organizacionais após a realização do treinamento. Historicamente e culturalmente, o pedagogo predominantemente atuou na educação em espaços escolares. No entanto, podemos observar esse profissional da educação se expandindo para outros ambientes organizacionais e colaborando para o avanço das ações educacionais. Essa observação despertou o interesse em realizar uma pesquisa no âmbito empresarial com intuito de entender como o pedagogo contribui para a formação profissional das organizações e qual a sua importância nesse ambiente. Se os ganhos são mensuráveis, por que as organizações, ao invés de investir na contratação de pedagogos, optam por instrutores, em muitos casos, capacitados em outras áreas de formação que não sejam a ciência voltada para a educação? O que se vê em situações assim é que, em muitos casos, os profissionais acabam não possuindo conhecimento de didática, planejamento, atividades, práticas lúdicas, desenvolvimento pessoal, entre outros conteúdos formativos que o pedagogo possui e que podem agregar aos treinamentos e desenvolvimento dos indivíduos que são alvos de programas de formação e ações de capacitações dentro das organizações. Para uma melhor análise, cabe discutir a importância do pedagogo no cenário empresarial, uma vez que a formação e o desenvolvimento devem ser acompanhados por um profissional capacitado. Para tanto Paulo Freire (1983, p. 20) reitera: Quanto mais me capacito como profissional, quanto mais sistematizo minhas experiências, quanto mais me utilizo do patrimônio cultural, que é patrimônio de todos e ao qual todos devem servir, mais aumenta minha responsabilidade com os homens. A partir da observação sobre a função do pedagogo nas organizações, foi despertado o interesse em realizar o estudo sobre o papel dos pedagogos em uma central de atendimento ao cliente. Permeando o questionamento que fundamenta o estudo, esta pesquisa dá-se através da observação que analisa se o instrutor de treinamento e desenvolvimento organizacional com formação pedagógica apresenta melhor desempenho em suas atividades. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 18 De acordo com Lima (2013, p. 25), “a pedagogia tecnicista objetiva a preparação do aluno para o mercado de trabalho, ou seja, trabalhar no aluno não a aquisição do conhecimento, mas buscar técnicas para o seu aperfeiçoamento como trabalhador eficaz”. Infelizmente, a formação dos trabalhadores ainda está voltada para o tecnicismo e o pedagogo enfrentará, nas empresas, um grande desafio para promover uma educação empresarial, dado que é recebido da área de formaçãoo conteúdo pronto e direcionado. Outro aspecto a ser explorado pelo pedagogo, cuja missão não é tão simples, é contribuir para fomentar o senso crítico. Ainda segundo Lima (2013, p. 196), “[...] os funcionários devem trabalhar em conjunto para atingir o objetivo final, o lucro, obtendo o efeito de sinergia que é esforço simultâneo dos subsistemas que provoca um resultado final ampliado e potencializado”. É importante ressaltar que o educador considera, para executar as suas atividades, o código de conduta da organização. A partir das normas definidas pelo regulamento da instituição, o educador planejará seus treinamentos, promovendo um ambiente de desenvolvimento, conforme o regimento disponibilizado, a fim de atender à demanda de acordo com os objetivos definidos. É válido salientar que, como afirma Arroyo (1991, p. 163), “é impossível à teoria e à prática educativas caminharem alheias aos processos educativos presentes na produção material da existência humana, de maneira que a temática trabalho e educação passaram a compor a teoria da educação enquanto teoria da formação humana” A pesquisa se apoiará, então, nas análises realizadas por meio do estudo de caso, através de pesquisa qualitativa realizada com os colaboradores, que desempenham a função de instrutor de treinamento de uma organização do segmento de telecomunicações, em uma central de atendimento ao cliente, Call Center, promovendo um paralelo com as ideias dos teóricos que contribua para a investigação proposta neste trabalho.. Entende-se que, enquanto as organizações não consideram a necessidade de se ter esses profissionais à frente dos projetos de educação organizacional, os desvios de metas continuarão sendo os maiores ofensores e perdas de indicadores de produtividade e qualidade no atendimento ao cliente. Oportuniza-se a reflexão para além deste estudo sobre como o educador atua nas organizações e quais as práticas adequadas para a promoção do desenvolvimento e capacitação dos colaboradores. Considerando a importância do educador nas formações profissionais nas centrais de atendimento ao cliente, afirma Lima (2013, p. 23): Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 19 Entende-se que é válido considerar as teorias pedagógicas presentes em uma organização, considerando as atividades desempenhadas pelo estabelecimento, as relações entre funcionários e o seu ambiente, podendo chegar a interferir no sucesso ou fracasso da equipe e/ou da organização, com a sua missão e os seus objetivos. O pedagogo organizacional trabalha para além dos espaços escolares, mesmo que o foco seja o ensino e a aprendizagem, pois o pedagogo tem conhecimentos e recursos que possibilitam e autorizam a sua atuação nos espaços organizacionais. Ainda sobre as funções do pedagogo nas empresas, Greco (2005) salienta que “a tarefa do Pedagogo Empresarial é, entre outras, a de ser o mediador e articulador de ações educacionais na administração de informações dentro do processo contínuo de mudanças e de gestão do conhecimento”. Finalizando com o conceito de pedagogo, para Libâneo (2000, p. 25) o “pedagogo é o profissional que atua em várias instâncias da prática educativa”. A pedagogia organizacional, então, busca estratégias e metodologias que favorecem uma melhor aprendizagem e apropriação de conhecimentos, na busca do desenvolvimento de habilidades. Com enfoque no alcance das expectativas por meio das competências atinentes às atribuições, seu intuito é cumprir os objetivos estratégicos, através do desenvolvimento de pessoas, estimulando e capacitando seus colaboradores, além de garantir a excelência frente à competitividade. ARCABOUÇO TEÓRICO Segundo Ferrari (2009, p. 3), “O atual momento é de tomada de decisão por uma responsabilidade coletiva da construção social onde seja valorizada a experiência histórica, baseada em valores comuns como a solidariedade, a justiça, a liberdade e paz”. Portanto, percebe-se uma gama de oportunidades geradas pelas organizações no que se refere à aquisição de conhecimento. Tal aquisição ocorre tanto através da educação não formal quanto da educação informal. As possibilidades e necessidades são consideradas para a realização das ações educativas nas organizações, tendo em vista o advento das inovações tecnológicas, as demandas do mercado, a diversidade cultural, as promoções e renovações organizacionais. Diante desse cenário, se estabelece um planejamento e articula-se a realização de treinamentos internos ou externos à corporação com objetivos estabelecidos e avaliações posteriores, promovidas para comprovar se o propósito objetivado atingiu os resultados desejados. Segundo Bianconi e Caruso (2005, p. 20), Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 20 a educação não formal, porém, define-se como qualquer tentativa educacional organizada e sistemática que, normalmente, se realiza fora dos quadros do sistema formal de ensino. [...] O sucesso de todas essas iniciativas nos fazem acreditar que o ensino não formal tem ainda um enorme potencial a ser explorado, principalmente no que diz respeito à sua capacidade de motivar o aluno para o aprendizado – valorizando suas experiências anteriores –, de desenvolver sua criatividade e, sobretudo, de despertar o interesse do jovem pela ciência. Como prática social que faz parte do contexto geral da sociedade, a educação assume diferentes modalidades, entre as quais há a educação não intencional e informal, que se refere às influências do meio natural e social sobre o homem e interfere em sua relação com o meio social" (LIBÂNEO, 2012, p. 235-236) A organização pesquisada viabiliza treinamentos internos dispondo de infraestrutura própria, recursos humanos e um aparato financeiro para o desenvolvimento de tais práticas. Ademais, terceirizam essa atividade contratando consultorias externas para a realização da prática em suas organizações. A partir de uma análise prévia das oportunidades identificadas na busca de resultados, focando solucionar os desvios de metas e atingir os objetivos que se espera alcançar, a consultoria estrutura e apresenta o treinamento adequado ao alcance dos objetivos da organização, conforme informa um colaborador da Organização tratada nessa pesquisa, identificado pelo pseudônimo Alfa. Acrescentamos que, de acordo com Manacorda (1999, p. 280): Desde o momento em que a instrução, tende, embora lenta, a universalizar-se e a laicizar-se, mudando destinatários, especialistas, conteúdos e objetivos, o “como ensinar” [...] assume proporções gigantes e formas novas; tanto mais se o problema do método se entrelaça com o problema dos novos conteúdos da instrução “concreta”, que surgem com o próprio progresso da ciência e com relativa aplicação prática. Para Chiavenato (2002, p. 508), a programação de treinamento é sistematizada e fundamentada sobre os seguintes aspectos que devem ser analisados durante o levantamento. Que são: 1. Qual a necessidade? 2. Onde foi assinalada em primeiro lugar? 3. Ocorre em outra área ou setor? 4. Qual a sua causa? 5. É parte de uma necessidade maior? 6. Como resolvê-la: em separado ou combinada com outras? 7. É preciso alguma providência inicial, antes de resolvê-la? 8. A necessidade é imediata? Qual a sua prioridade em relação ás demais? 9. A necessidade é permanente ou temporária? 10. Quantas pessoas e quantos serviços serão atingidos? 11. Qual o tempo disponível para o treinamento? 12. Qual o custo provável do treinamento? 13. Quem irá executar o treinamento? As empresas antes de aplicar o treinamento devem ficar atentas às metas e estratégias da empresa, e orientar o treinamento de acordo com elas, para que assim tenha mais eficiência em seu desenvolvimentodentro da empresa. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 21 Para Almeida (2016 p. 2), “com os treinamentos corretos, as tarefas diárias ficam mais fáceis de serem realizadas, levando a empresa a ter mais resultados e com isso o aumento dos seus lucros”. Chiavenato (2002, p. 498) ressalta que “os principais objetivos dos treinamentos são: preparar o pessoal para a execução do cargo, proporcionar oportunidades para o continuo desenvolvimento de pessoal, mudar as atitudes das pessoas, etc”. Sendo assim, investir na capacitação do colaborador, além de promover satisfação, qualificação, aumento na produtividade, superação nos resultados, desenvolve pessoas e talentos. Essas pessoas são patrimônio das organizações, pois são elas que impulsionam o sucesso e as vantagens competitivas no mercado, diferenciando-o da concorrência. De acordo com Reginatto (2004 p. 4), o treinamento ajuda as pessoas a serem mais eficientes, evitando erros, melhorando atitudes e alcançando maior produtividade, pois, por meio dele, pode-se aprender fazendo, reavaliando e mudando comportamentos. Já Volpe e Lorusso (2009, p. 2) afirmam que: levando em consideração o contexto atual da empresa e os desafios que seus funcionários enfrentam no desempenho de suas funções, objetiva-se enfatizar a importância do treinamento para o desenvolvimento das pessoas, bem como para o alcance dos objetivos da organização, suas vantagens e sua fundamental participação no alcance do sucesso pessoal de cada colaborador da empresa. Investir em Recursos Humanos é a chave para essa relação de conhecimento e sucesso, pois essa é uma conectividade que não deve ser rompida. Por conta disso, é possível quantificar os ganhos promovidos quando os agentes possuem com propriedade as informações, os dados, as perspectivas, as metas, os propósitos, a missão e a visão da organização. Segundo Camacho (1984), o treinamento é um sistema que tem como objetivo desenvolver competências no treinando, para que ele tenha como alcançar o desempenho esperado para a tarefa estabelecida. Assim, proporcionar um treinamento pode significar para a organização preparar seus funcionários para desenvolver habilidades, conhecimentos, padronização das tarefas e até mesmo para mudar o comportamento, tendo como objetivo aumentar o desempenho profissional e motivacional do ser humano, melhorando os resultados e gerando um bom clima organizacional. Para Boog (2001), o treinamento começa como uma resposta a uma necessidade ou a uma oportunidade em um ambiente organizacional. Estabelecer o valor faz com que o círculo completo do processo seja cumprido, pois enfoca as necessidades, os problemas e as Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 22 oportunidades que ele originalmente visa a atender. De acordo com Lima (2005), há etapas para garantir a ação completa do treinamento. As entradas (inputs) são os treinandos, os recursos organizacionais utilizados no processo, os objetivos, etc.; o processamento ou operação (process) são os processos de ensino-aprendizagem, programas de treinamentos, etc.; as saídas (outputs) são os conhecimentos, habilidades, atitudes, eficácia organizacional, etc.; e a retroação (feedback) são as avaliações de procedimentos ensinados, resultado do treinamento, pesquisa de satisfação, etc. Para tanto, o planejamento é necessário, pois ele se constitui como “a previsão, a projeção de uma prática. Contribui para guiar, orientar uma ação em busca de resultados” (PASSOS, 2011, p. 1). Após a prática do planejamento realizada, ocorre a fase da organização. Para Chiavenato (2000, p. 44), “a organização é a coordenação de diferentes tipos de contribuintes individuais com a finalidade de efetuar transações planejadas com o ambiente”. Isso mostra a importância prática dessa fase, que dará continuidade ao sistema de Treinamento e Desenvolvimento (doravante T&D). A partir do momento em que pessoas se juntam para a realização de determinados trabalhos, há uma necessidade de liderança para garantir que os treinamentos sejam norteados, tenham suporte administrativo para sua execução e correção em possíveis momentos. e então, surge o papel da coordenação. O coordenador de treinamento é o profissional responsável por realizar a coordenação das ações de T&D na organização. Através dele, os projetos e os fluxos de desenvolvimento dos profissionais serão planejados, organizados e finalmente implantados. Na prática de planejamento, cabe a ele desenvolver métricas de produtividade e qualidade, administrar o orçamento, a equipe, estruturar os treinamentos, acompanhar os instrutores na execução do treinamento e realizar a avaliação, a fim de confirmar os objetivos ou identificar melhorias no processo. No processo sistêmico de T&D a avaliação entra fechando o ciclo para garantir a propriedade de tudo que foi realizado. A processologia da avaliação de programas de educação organizacional é constituída de etapas: antes, no início, durante, no final e após o treinamento. Conforme Lima (2013, p. 55), pode-se afirmar que mesmo não sendo a educação, a única capaz de alavancar a produtividade, no caso o treinamento, contribui de forma significativa para que o indivíduo, importante fator neste processo, venha melhorar sua força de trabalho tornando-a eficiente, eficaz e produtiva, colaborando gradativamente para a ascendência organizacional como um todo. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 23 Portanto, os indicadores de desempenho possibilitam mensurar a assertividade dos treinamentos, sendo alguns deles: aumento no faturamento, maior satisfação do cliente identificada nas pesquisas, aumento da produtividade, maior rendimento, melhor clima no ambiente organizacional, redução de ausências e aumento no volume de turnover1 passivo, crescimento da satisfação com o trabalho. Os treinamentos não devem ser realizados esporadicamente, mas precisam ser contínuos e constantes. As tendências se inovam todos os dias e, para que as organizações permaneçam competitivas, elas devem investir na capacitação de seus colaboradores, uma vez que as mudanças são recorrentes. Funcionários são promovidos, outros são desligados, novos são contratados, as experiências externas são diversificadas e, para que haja sinergia e integração com os valores e missão da organização, todos devem estar na mesma página e os treinamentos devem permanecer sistemáticos, regulares e periódicos. Segundo Kaplan e Norton (1997) a estrutura do aprendizado e crescimento é explanada conforme a Figura 1, a seguir: Figura 1 - Estrutura do aprendizado e crescimento Fonte: Kaplan e Norton (1997). Os objetivos e medidas que orientam o aprendizado e promovem o crescimento organizacional, que possibilitam atingir as metas propostas, são complementados com a competência dos colaboradores, a estrutura adequada ao trabalho, ao clima e aos treinamentos disponibilizados para esses colaboradores. Como demonstra a figura acima, a satisfação dos 1 Turnover é um termo da língua inglesa que significa "virada", "renovação", "reversão", sendo utilizado em diferentes contextos. A rotatividade de Pessoal, no contexto de Gestão de Pessoas, está relacionada com o desligamento de alguns funcionários e entrada de outros para substituição, ou seja, a rotatividade é caracterizada pelo fluxo de entrada e saída de pessoas em uma organização. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 24 funcionários, a produtividade e a retenção lograram os resultadosesperados. Para Saviani (1995, p. 11): O que é necessário a alguém saber para se constituir para se converter em educador. Ora, educador é aquele que educa, isto é, que pratica a educação. Portanto, para alguém ser educador é necessário saber educar. Assim, quem pretende ser educador precisa aprender, ou seja, precisa ser formado, precisa ser educado para ser educador. Em outros termos, ele precisa dominar os saberes implicados na ação de educar, isto é, ele precisa saber em que consiste a educação. Constantemente, o indivíduo está em adaptação às mudanças, e a educação permeia essa adaptação; portanto, se faz necessário aprender a aprender continuamente. Decorrente da velocidade em que as informações perpassam as vidas e o cotidiano da sociedade contemporânea, a formação dos educadores torna-se uma prática constante e continuada. A formação dos educadores é dividida em duas etapas, sendo elas: a formação inicial, para a iniciação das atividades laborais, e a formação complementar, no período em que os professores estão exercendo suas funções. Ao longo da carreira o educador/professor tem possibilidade de realizar inúmeras formações, conforme seu interesse, disponibilidade ou necessidade. Segundo Tavares (1996, p. 23), “deve preconizar-se uma continuidade orgânica na formação, desde o começo dos estudos até o fim da carreira: a “Formação Contínua” seria assim integrada à atividade do Educador e permitiria formas variadas e diferentes segundo o contexto”. A partir de então, conforme Cró (2011, p. 42): A eficácia do professor ou do educador será fundamentalmente percebida numa “relação”, a que determina todo o sistema pedagógico que se terá adotado; deve ser definida em termos de organização, pelo professor ou pelo educador, dos elementos em relação no sistema, de tal forma que os alunos com os seus “inputs”, os meios, a ação do próprio professor/educador [...] tendo em vista a produção máxima (em quantidade e qualidade) dos resultados desejados. Segundo Libâneo (2017), o professor necessita de uma instrumentalização, ao mesmo tempo teórica e técnica, para que se realize satisfatoriamente o trabalho docente, em condições de criar sua própria didática, ou seja, sua prática de ensino em situações didáticas específicas conforme o contexto social em que ele atue. O educador tem como função conduzir o processo de ensino, com suas especificidades, atendendo as suas finalidades, condições, modos, utilizando os recursos adequados para aplicação. Ele mobilizará seus conhecimentos pedagógicos específicos e gerais para promover ações didáticas, de acordo com o público e o objetivo aos quais se destina, com enfoque na aprendizagem e visando atender aos objetivos esperados. Uma vez que a prática educativa atende aos interesses e finalidades sociais, a dinâmica do professor criará um conjunto de Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 25 condições favoráveis para viabilizar os meios propícios para a realização das atividades. Ainda segundo Libânio (2017), a didática investiga os fundamentos, condições e modos de realização da instrução e do ensino. A ela cabe converter objetivos sociopolíticos e pedagógicos em objetivos de ensino, selecionar conteúdos e métodos em função desses objetivos, estabelecer os vínculos entre ensino e aprendizagem, tendo em vista o desenvolvimento das capacidades mentais dos alunos. A didática dispõe a possibilidade de intervir e determinar quais processos e procedimentos, a partir das avaliações previamente realizadas, que serão utilizados para embasar o ensino, a aprendizagem e as ações na prática docente, de forma concreta. Nessa prática, serão considerados os fatores internos e externos como estrutura do ambiente, recursos disponíveis, correntes defendidas pela gestão da instituição, objetivos sociais, relação da família, moradia, renda, entre outros fatores preponderantes para o indivíduo e para o meio em que se está inserido. METODOLOGIA A metodologia utilizada para esta pesquisa foi de abordagem qualitativa, que tem como enfoque as experiências humanas. Segundo Flick (2009, p. 37), a pesquisa qualitativa dirige-se para a análise de dados concretos em suas peculiaridades locais e temporais, partindo das expressões e atividades das pessoas em seus contextos locais. Consequentemente, a pesquisa qualitativa ocupa uma posição estratégica para traçar caminhos. Minayo (1998) aponta como abordagem qualitativa os significados, motivos, aspirações, atitudes, crenças e valores expressos no cotidiano. Atribui à palavra que expressa a linguagem cotidiana, tanto nas relações técnicas como nas relações afetivas, o material essencial da pesquisa qualitativa. A pesquisa desenvolvida neste trabalho iniciou com abordagem bibliográfica, com o objetivo de conhecer mais sobre os conceitos do processo de ensino-aprendizagem nas organizações e sobre formação pedagógica dos educadores, findando com um estudo de caso. Foi tomado como base Gil (2002, p. 44), para quem: “A pesquisa bibliográfica é desenvolvida com base em material já elaborado, constituído principalmente de livros e artigos científicos”. Ademais, pesquisa que fundamenta este estudo é exploratória e tem por finalidade entender os fenômenos da educação a partir da formação do Educador/Instrutor, como também gerar e adquirir conhecimentos para divulgá-los em artigos. Afirma Gil (2002, p. 41) sobre a pesquisa exploratória: Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 26 Estas pesquisas têm como objetivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a constituir hipóteses. Pode-se dizer que estas pesquisas têm como objetivo principal o aprimoramento de ideias ou a descoberta de intuições. A coleta de dados é realizada em campo, local em que acontecem as práticas. No nosso caso, a coleta de dados foi realizada em uma organização multinacional privada no segmento de telecomunicações, com sede na cidade de Fortaleza, estado do Ceará. A fundamentação filosófica utilizada foi a fenomenológica, a qual foi apoiada na dinâmica da realidade e nas relações entre conhecimento e ação, teoria e prática. Através de uma pesquisa descritiva diagnóstica, foram promovidas as abordagens, que foram realizadas por meio de levantamento de dados através de respostas em um questionário, a partir da abordagem sobre os Educadores, no ambiente de trabalho, local onde ocorrem as práticas de ensino. O local foi no setor de telecomunicações, mais especificamente em uma empresa de atendimento ao cliente, no segmento de telefonia fixa, banda larga e móvel. A pesquisa foi aplicada dia 26 de junho de 2019, respondida por três colaboradoras, que ocupam a função de instrutoras de treinamento e desenvolvimento (T&D). O motivo da escolha desse local se deu decorrente da experiência nesse mercado, seu crescimento e possibilidades de atuação do pedagogo organizacional no meio. Segundo a Associação Brasileira de Telecomunicações, com eixo no documento “O Setor de Telecomunicações no Brasil – Séries Temporais – Telebrasil e Teleco”, publicado em junho de 2018, por meio da avaliação de desempenho do Setor de Telecomunicações no Brasil, tendo por base os valores de 1998, ano da privatização dos serviços de telecomunicações, o PIB per capita do brasileiro aumentou apenas 25,7% no período, findo em 2017, enquanto que, no mesmo período, a densidade de telefones fixos aumentou 62,9% e a de telefones celulares aumentou 2.561,4%. RESULTADOS E DISCUSSÃO As opiniões dos pesquisados serão consideradas na pesquisa. Os três colaboradores que responderam à pesquisa são instrutores de treinamentos na empresa Alfa. Os respondentes possuem perfis similaresquanto ao tempo que trabalham na empresa, além de todos eles serem instrutores de treinamento e desenvolvimento. O curso de formação difere entre si e o tempo de atuação no cargo varia de dois a cinco anos. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 27 Seguido a análise do perfil dos respondentes, foram abordados dois outros tópicos, sendo eles: os aspectos do processo de ensino-aprendizagem na organização e os aspectos da formação do educador. Esses tópicos serão subdivididos em dois subtópicos contendo os relatos dos respondentes. A observação contemplou a análise sobre os recursos financeiros e humanos, as experiências remanescentes das suas experiências, o alcance dos objetivos da organização por meio dos treinamentos ministrados na companhia, como são elaborados os planejamentos, associados às ações educacionais, findando esse bloco com os métodos avaliativos. Os respondentes, quando questionados sobre investimentos, no tocante a recursos para treinamento e em capital humano, são unânimes em afirmar que a organização disponibiliza recursos para a capacitação dos colaboradores. Conforme os respondentes da pesquisa, os conhecimentos prévios dos colaboradores são considerados e utilizados para desenvolver o planejamento dos treinamentos. Segundo a Colaboradora K, por exemplo: “Sempre é construído um plano de treinamento levando em consideração a bagagem de conhecimento do colaborado”. Segundo Libâneo (2001), a educação está relacionada à assimilação de saberes, habilidades, técnicas, atitudes e, a partir dessa apropriação, o educando estará no patamar necessário para produzir outros saberes, técnicas e valores, favorecendo assim a dinâmica sociocultural. No tocante aos planejamentos e objetivos alcançados pelos treinamentos realizados na organização, as instrutoras são unânimes em afirmar que os objetivos são definidos pela alta gestão e que o planejamento é realizado em conformidade com esses objetivos preestabelecidos. Eles utilizam como recurso a intranet da organização para elaborar os materiais de apoio para os treinamentos. Segundo Passos (2011), o planejamento é a previsão, a eminência da prática. Favorece a orientação para a busca dos resultados esperados. Observa-se na pesquisa que o planejamento acontece na confecção dos materiais, dado que as informações e análises são recebidas pelas instrutoras, por meio da intranet. Após a prática do planejamento realizada, ocorre a fase da organização. Para Chiavenato (2000), a organização se dá através da coordenação de diferentes tipos de colaboradores individuais com a finalidade de atingir as expectativas. Quando levantado o questionamento sobre as ações educacionais, as ferramentas, os recursos e métodos utilizados nas práticas educacionais, as instrutoras salientaram que recebem Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 28 as informações por meio da intranet da companhia e que a participação no processo de elaboração acontece quando montam o material a partir dos objetivos designados. Segundo Cró (2011), o professor é eficiente quando se percebe uma relação entre o sistema pedagógico adotado e os alunos com seus “inputs”, com o meio e com a ação do próprio professor. Essa relação alcança os resultados desejados com qualidade e quantidade. CONCLUSÕES A aprendizagem nas organizações é uma constante e atingir os objetivos definidos pela companhia é o foco dos instrutores de treinamento, pois, por meio de suas práticas educacionais, os colaboradores adquirem conhecimento de processos, procedimentos e condutas comportamentais, para a realização efetiva das suas atividades laborais. Desenvolver habilidades e checar o desempenho posterior ao treinamento é um dos papeis do instrutor de treinamento, segundo relato da respondente à pesquisa realizada através deste estudo. Pode-se então perceber que os respondentes desta pesquisa têm noção sobre as práticas pedagógicas, mas não possuem domínio dos desmembramentos da didática, da formação educacional, dos fundamentos teóricos e da práxis. Por isso, a formação pedagógica possibilitaria a aproximação desses educadores com as teorias que norteariam as práticas docentes. Por meio das análises, é possível associar as respostas das entrevistas aos fundamentos teóricos e identificar as oportunidades e lacunas que a falta do conhecimento pedagógico gere e que compromete o desenvolvimento dos treinamentos. A partir da pesquisa foi observado que as colaboradoras reconhecem a sua função e quais as competências organizacionais, com oportunidades nos quesitos das práticas pedagógicas e as possibilidades geradas a partir do conhecimento e práxis. As práticas das colaboradoras se assemelham, tanto no planejamento quanto nas elaborações dos materiais, às práticas de ensino e à avaliação e feedback. Identifica-se a aproximação no formato de realização das práticas nas respectivas atividades. Como mencionado no relato da entrevista, os objetivos definidos pela organização são alcançados após a realização dos treinamentos, que posteriormente são reanalisados e retroalimentados. As análises da pesquisa observam que o pedagogo entrevistado, na função de instrutor de treinamento (T&D), realiza as atividades conforme a sua função de instrutor e que há de se Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 29 considerar a estrutura da organização, a cultura organizacional, a hierarquia da instituição, entre outros detalhes que possibilitam ou justificam essa atuação das colaboradoras e abrem margem para uma pesquisa futura, a fim de analisar essas variantes observadas a partir desta pesquisa. Este trabalho promoveu uma aproximação particular com a pedagogia organizacional, com as minúcias das organizações, especificamente a área de T&D e suas particularidades, além de favorecer a relação dos pesquisadores com a pesquisa, contribuindo para o estudo de outros temas e fonte de consulta para novas pesquisas. Assim sendo, mais pesquisas sobre o papel do pedagogo nas organizações, como outros assuntos relacionados a esse tema, poderão acarretar avanços significativos à área. REFERÊNCIAS ARROYO, M. Revendo os vínculos entre trabalho e educação: elementos materiais da formação humana. In: SILVA, T.T. (Org.) Trabalho, educação e prática social: por uma teoria da formação humana. Porto Alegre, 1991. ALMEIDA, Carolina A.I. A importância dos treinamentos nas organizações, Anais do 12º ENCITEC, 2016. ALMEIDA, M.G. Pedagogia empresarial: saberes, práticas e referências. 1 ed. Rio de Janeiro: Brasport, 2006. ANDRELO, Roseane. As relações públicas e educação corporativa: uma interface possível. São Paulo: Editora Unesp Digital, 2016. BIANCONI, M. Lucia; CARUSO, Francisco. Educação não-formal. Cienc. Cult., São Paulo, v.57, n.4, p.20, Dec. 2005. Disponível em: <http://cienciaecultura.bvs.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S000967252005000400013 &lng=en&nrm=iso>. Acesso em 21 de junho de 2020. 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Na era do conhecimento as empresas sabem que será preciso investir em tecnologias para melhorar a execução de seus processos e com isso alcançar o seu potencial máximo de produção, obtendo, consequentemente, uma maior lucratividade e longevidade para os negócios. No mundo globalizado em que, cada vez mais, há a procura de pessoas com grandes talentos, preparadas para o mercado e para os desafios organizacionais, existem empresas que estão aprimorando o capital cultural e intelectual de seus funcionários para fazerem a diferença, com crescimento e expansão do seu potencial estratégico e lucratividade com patamares elevados, através da educação e do desenvolvimento contínuo de seus profissionais. Bomfin (2004), destaca que o treinamento tem um papel muito importante na empresa, onde esse recurso visa melhorar todo o processo de produção, a fim de gerar mais resultados e e alcançar seus objetivos, tendo como resultado final uma empresa com alto poder de competição e com uma cultura educacional elevada. Para uma melhor análise sobre como as práticas pedagógicas influenciam na formação e desenvolvimento do pensamento crítico dos trabalhadores no ambiente corporativo, esta pesquisa poderá nos dar pistas de como o instrutor de treinamento poderá desenvolver seu papel, a explorar as competências necessárias dos profissionais para utilizarem esse pensamento crítico em prol da resolução de problemas no seu cotidiano, centrado no conhecimento contínuo da promoção do saber e de metodologias apropriadas para o mundo corporativo. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 33 Por conseguinte, este trabalho possui como objetivos específicos os seguintes pontos: 1) analisar a maneira de como o instrutor promove a educação dentro do ambiente corporativo; 2) verificar de que formas são realizadas as práticas educativas nas organizações; 3) identificar como as empresas reagem a esse movimento do instrutor como organismo ativo e mediador dentro dessa instituição. A partir dessa reflexão, a educação tende a ampliar o seu foco e busca ser mais preocupada e comprometida com os resultados da aprendizagem na busca do desenvolvimento de novos saberes, com suas aplicações orientadas para a prática, o como fazer e o resultado final para esses profissionais, que deverão ser agentes solucionadores na identificação e resolução de problemas de forma ágil. Como hipótese pode-se afirmar que a formação dos trabalhadores está voltada para o tecnicismo e o instrutor poderá enfrentar, nas empresas,um grande desafio de promover uma educação corporativa mais humanizada, voltada para resolução de problemas de forma menos mecânica. Tal fato é afirmado com base na experiência vivida na área, pois, ao receber um conteúdo todo pronto e direcionado, o instrutor tenta realizar uma crítica na abordagem e busca levar para as formações conteúdos além do planejado, de forma a despertar o interesse dos colaboradores e se aprofundar em determinados temas que irá contribuir para o desenvolvimento crítico do pensamento destes profissionais. De acordo com Lima (2013, p. 25), “a pedagogia tecnicista, objetiva a preparação do aluno para o mercado de trabalho, ou seja, trabalhar no aluno não a aquisição do conhecimento, mas buscar técnicas para o seu aperfeiçoamento como trabalhador eficaz”. E isso vai preparando-o para os desafios que esse aluno deverá enfrentar para seguir firme no seu propósito de ajudar no desenvolvimento de suas competências. É claro que isso não é tarefa fácil, pois, além da disposição do profissional, temos também a legislação que rege as diretrizes das organizações e dentro delas existe um código de ética que precisa ser seguido por todos os funcionários, e o pedagogo não está isento das normas reguladoras. Se este não se preparar bem, certamente terá dificuldades em romper com as barreiras que existem dentro desse processo de desenvolvimento. É importante ressaltar que esse profissional não deverá quebrar ou desconsiderar qualquer regra da organização e sim que, de posse de todo o seu regulamento, ele deverá planejar seus encontros de forma que promova um ambiente de desenvolvimento intelectual dentro do regimento disponível. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 34 A partir desse cenário vivenciado pelo autor e com as leituras sobre o papel da pedagogia no ambiente corporativo, surge o interesse de realizar uma análise de como os instrutores estão desempenhando suas funções dentro das organizações, realizando o enfoque na temática desafiadora da promoção do saber científico e crítico a partir das práticas pedagógicas e do desenvolvimento do profissional reflexivo descrito por Schön (2004). A discussão se dará pelas ideias de alguns teóricos que abordam o papel da educação e como desenvolvê-la nas organizações com sua prática, contextualizando as correntes pedagógicas e o comportamento reflexivo dos seus trabalhadores. É importante uma reflexão sobre como o instrutor de treinamento profissional de T&D lida com as questões do dia a dia, assim como o que poderá fazer de inovador para que este profissional consiga desempenhar suas atividades de acordo com o planejado. ARCABOUÇO TEÓRICO A educação no Brasil passa por diversas definições e por períodos históricos, em que cada momento desbrava um conteúdo para explicar o quão complexo se torna defini-la sem compreender o seu contexto. Mas para um melhor entendimento é salutar lembrar-se de Paulo Freire e, a partir da análise de sua obra, pode-se constatar a educação como um ato de amor, de coragem, que se fundamenta e se nutre no diálogo, na discussão: “A educação é um ato de amor, por isso um ato de coragem. Não pode temer o debate” (FREIRE, 1983b, p. 104). Assim, educar, pode-se concluir, é um ato de interação entre as pessoas e que busca promover o desenvolvimento do ser em sua amplitude e que deverá romper com as amarras que impedem o acesso a esse desenvolvimento. Segundo Eboli (2004), pode-se compreender que a educação, desde o antigo Egito até os dias atuais, é evidenciada pela relação entre o trabalho intelectual versus o trabalho manual e nesse âmbito existe uma separação entre como a classe dominante recebe essa educação que a difere da classe dominada e o quanto a distinção vai formando abismo entre um e outro. Ainda no contexto histórico, Eboli (2004) mostra também a força com a qual uma determinada instituição irá influenciar na definição dos padrões de educação como um todo, e isso terá um reflexo direto para a sociedade em questão, pois deixa explícita a divisão das classes existentes na sociedade. Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 35 O papel do instrutor nesse cenário da educação compreendido por Freire (1983a) leva à reflexão de como ele deverá se comprometer em levar, para seus treinamentos, a educação como forma de promover o desenvolvimento completo do profissional que logo mais estará desempenhando novos papéis dentro da organização. De acordo com Teixeira (2010), o conhecimento é fator primordial para o alcance de uma educação de qualidade. O autor afirma também que só será possível construir o conhecimento se este estiver atrelado a uma educação comprometida e realmente construtiva. Esse conhecimento despertará o aluno para a busca de diversas formas de aplicação e e o fará passar por um processo de humanização na construção de um ser mais completo. De acordo com Arroyo (2000), é importante trabalhar a humanização do educando e não estagná-lo como depósito de informação; trabalhar nele a afetividade, a amizade, o social e principalmente o amor, entendendo o aluno e a sua necessidade cotidiana. Arroyo faz uma crítica reflexiva da vivência dele e dos profissionais da educação, em que o educador precisa inovar nos conteúdos de seus programas, enfrentando desafios, buscando novos horizontes e novas estratégias para que não fique estagnado. Partindo desse ponto, o educador precisa identificar meios para alcançar o desenvolvimento das pessoas que estão inseridas nesse contexto educacional, para melhor absorção desse conhecimento, e se preocupar em minimizar os impactos causados pela distinção do repasse do saber a todos os interessados. O papel da educação na sociedade é cercado por inúmeras questões que visam despertar um pensamento para sua importância e relevância para o contexto histórico em que ela está inserida. Sendo assim, a definição desse papel pode ser compreendida com base em Manheim (1968, apud Silva, ANO), o qual destaca que nem metas e nem técnicas educacionais podem ser concebidas sem um contexto, pois são, em grande parte, socialmente dirigidas. Nesse contexto, o educador deve ser um profissional reflexivo, crítico e construtivo para uma aprendizagem significativa e que vai além das barreiras existentes, quando se fala do desenvolvimento humano e intelectual, pautando assim ações focadas no ser e em seu bem- estar. Aranha (1996), reforça a educação como o processo de desenvolvimento e realização do potencial intelectual, físico, espiritual, estético e afetivo existente em cada ser humano; também designa o processo de transmissão da herança cultural às novas gerações. Isso significa Editora e-Publicar, Pedagogia nas organizações: estudos e abordagens aplicativas 36 que a educação compreende algo maior e busca a formação do ser por completo, e nas organizações isso também será considerado. A partir dessa compreensão, procura-se conceitos sobre educação corporativa, a qual não parece ser uma atividade simples, pois o tema não é novo e possui uma complexidade muito grande, por se tratar de educação no universo empresarial e organizacional, o que instiga várias pesquisas sobre o tema na busca de definições. Para compreender melhor a educação corporativa é preciso entender a educação no geral, bem como o estudo da organização com suas definições e aplicações, para que se possa chegar sim nesse universo da educação corporativo. Mariotti (1999), ao abordar o tema, faz a seguinte definição: A organização é a instituição em funcionamento. A instituição é abstrata, ideal; a organização é esse ideal posto em prática, é a instituição materializada. Por exemplo, a educação
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