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01 PRINCÍPIOS DA ARQUIVOLOGIA


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PRINCÍPIOS DA ARQUIVOLOGIA
1. Noções Gerais
	A palavra ARQUIVO pode ter várias definições: o móvel onde guarda o documento, o local físico onde os documentos são guardados (armazém ou sala), a instituição que guarda os documentos (Arquivo Público Nacional, p.ex.) ou o conjunto de documentos em si.
	Pela definição apresentada pelo Dicionário Brasileiro de Terminologia Arquivística, arquivologia é a disciplina que estuda as funções do arquivo e os princípios e técnicas a serem observados na produção, organização, guarda, preservação e utilização de arquivos. Também chamada de arquivística, é regida pela Lei n. 8159/1991. 
	Pela Lei n. 8159, arquivo é definido como o conjunto de documentos produzidos e recebidos por órgãos públicos, instituições de caráter público e entidades privadas, em decorrência do exercício de atividades específicas, bem como por pessoa física, qualquer que seja o suporte da informação ou a natureza dos documentos. Uma característica essencial dos arquivos é a sua acumulação orgânica, isto é, decorrente do exercício normal das atividades da entidade.
	Assim, os arquivos possuem ACUMULAÇÃO (produção e recebimento) ORGÂNICA (por conta do desempenho normal das atividades da instituição/pessoa/família, tendo sentido em conjunto com outros documentos) de DOCUMENTOS (que possuem suporte e informação), sendo normalmente usado para fins de prova ou informação.
	Pode-se dizer, em resumo, que os arquivos possuem a finalidade de servir à administração. Sua função (isto é, sua atividade essencial) é tornar disponíveis as informações contidas no seu acervo. 
Arquivo é um conjunto de documentos – independente do suporte – produzidos e recebidos pela entidade, no desempenho de suas atividades.
1.1. Documento, informação e suporte
	Enquanto os arquivos são formados por conjuntos de documentos produzidos ou recebidos organicamente, os documentos, por sua vez, são formados por INFORMAÇÕES e SUPORTE. 
	Informação é a mensagem ou ideia contida num documento. Suporte é o continente da informação, o material físico em que esta se encontra registrada (exs: papel, pen drive, microfilme...). 
Documento = informação + suporte
1.2. Órgãos de documentação: arquivos, bibliotecas, museus, centros de informação
	Arquivos[footnoteRef:2] são órgãos que recolhem naturalmente os documentos de arquivo, sendo estes acumulados organicamente pela entidade, de forma ordenada, preservando-os para alcançar seus objetivos funcionais, legais e administrativos, tendo em conta sua utilidade futura. [2: Podemos dizer que os arquivos possuem objetivos primários e secundários. Os primários correspondem ao atendimento dos fins funcionais, administrativos e jurídicos. Os secundários, por sua vez, correspondem à pesquisa histórica e cultural. ] 
	Biblioteca reúne os materiais ordenados para estudo, pesquisa e consulta. Tais materiais são colecionados artificialmente de diferentes fontes e existem para cumprir finalidades culturais, técnicas e científicas. Já o museu coleciona documentos que são criações artísticas ou culturais de uma comunidade/civilização, possuindo utilidade cultural, de informação, educação e entretenimento, podendo ser bidimensionais ou tridimensionais. Coleciona, portanto, artefatos.[footnoteRef:3] [3: Bibliotecas e museus podem possuir arquivos próprios, por eles produzidos, tais como fichas de registro, por exemplo. ] 
	Centro de documentação ou informação é um órgão/instituição/serviço que busca juntar, armazenar, classificar, selecionar e disseminar informação das mais diversas naturezas, incluindo aquelas próprias da biblioteconomia, arquivística, dos museus e da informática. 
1.3. Arquivos públicos X arquivos privados
	Arquivos públicos são todos aqueles cujos documentos sejam produzidos e recebidos por estruturas da administração pública em decorrência de suas funções, sejam administrativas, legislativas ou judiciárias. Também são considerados públicos os arquivos de instituições privadas encarregadas da gestão de serviços públicos.
	Os arquivos privados, por sua vez, são aqueles cujos documentos são produzidos ou recebidos por pessoas físicas ou jurídicas em geral. Podem ser identificados como de interesses público e social pelo Poder Público, caso sejam relevantes para a história ou para o desenvolvimento científico nacional. Nesse caso, aplicam-se várias regras especiais: o arquivo só poderá ser alienado/vendido em sua inteireza (como uma unidade documental) e o Poder Público terá preferência nessa compra; o arquivo também não poderá ser transferido para o exterior. O proprietário, no entanto, poderá optar pelo acesso público - livre ou restrito - aos seus arquivos, assim como poderá depositar seu arquivo privado em instituição pública arquivística para guarda e conservação do mesmo. 
2. Princípios (também chamados de características ou atributos dos arquivos)
2.1. Princípio da Proveniência/ respeito aos fundos[footnoteRef:4]/ método histórico: É aquele segundo o qual o arquivo produzido por uma entidade coletiva, pessoa ou família, não deve ser misturado aos de outras entidades produtoras. Propõe, em essência, que os documentos sejam organizados com base em sua origem. Segundo Belloto, o Princípio da Proveniência fixa a identidade do documento relativamente ao seu produtor. Por ele, os arquivos devem ser organizados obedecendo à competência e às atividades da instituição ou pessoa legitimamente responsável por sua produção, acumulação ou guarda de documentos. Trata-se não somente da ordenação física dos documentos, mas, sobretudo, das relações intelectuais entre documentos, seus produtores e suas funções. É o princípio que fundamenta o arranjo dos documentos no arquivo permanente. [4: Fundo é um conjunto de documentos de uma mesma proveniência. Pode ser aberto ou fechado. Fundo aberto é aquele ao qual podem ser acrescentados novos documentos, uma vez que a entidade produtora continua em atividade. Fundo fechado é aquele que não recebe acréscimo de documentos, uma vez que a entidade produtora não se encontra mais em atividade. ] 
O princípio do respeito aos fundos (proveniência) é aquele que afirma que os arquivos devem ser organizados de acordo com sua entidade produtora, preservando a integridade dos arquivos.
2.2. Princípio da indivisibilidade ou integridade arquivística: A preservação dos fundos deve ser feita de maneira indivisível, isto é, é preciso manter a integridade do arquivo, sem dispersar, alienar, mutilar, destruir sem autorização ou adicionar documento indevido. Assim, respeito aos fundos = integridade arquivística. Atingir a integridade de um documento ocasiona a perda de seu valor comprobatório. 
2.3. Princípio do respeito à ordem original, ordem primitiva ou santidade da ordem original: O arquivo deve conservar o arranjo dado por quem o produziu, seja entidade, pessoa ou família. Deve, portanto, ser colocado no seu lugar de origem dentro do fundo de onde provém. Respeito à ordem orgânica, ou seja, ao fluxo natural de sua produção (o que não impede o reordenamento). Relaciona-se com organização interna dos fundos de arquivo. 
O princípio do respeito à ordem original não impede, por exemplo, o reordenamento de documentos em um arquivo permanente cujo primeiro arquivamento tenha sido feito de maneira distinta no arquivo corrente.
2.4. Princípio da organicidade: Organicidade é a qualidade segundo a qual os arquivos espelham a estrutura, as funções e as atividades da entidade produtora/acumuladora em suas relações internas e externas. É a relação natural entre documentos de um arquivo em decorrência das atividades da entidade produtora. É o princípio norteador da organização dos fundos de arquivo.
2.5. Princípio da unicidade: O documento de arquivo é único no seu conjunto documental, independente de haver ou não cópia do documento, e depende do seu contexto documental. 
2.6. Princípio da cumulatividade ou naturalidade: o arquivo é formado por meio de acumulação, ou seja, seus registros são formados de maneira progressiva, natural e orgânica em função do desempenhonatural das atividades da organização/família/pessoa, por produção e recebimento. Arquivos são acumulações orgânicas. 
2.7. Princípio da reversibilidade: todo procedimento/tratamento aplicado aos arquivos poderá, necessariamente, ser revertido, caso necessário. Isso é necessário para evitar a desintegração ou perda de unidade do fundo. 
2.8. Princípio da inalienabilidade e imprescritibilidade: a transferência de propriedade dos arquivos públicos a terceiros é proibida. Ainda, o direito do Poder Público sobre seus arquivos não prescreve com o tempo. 
2.9. Princípio da universalidade: a gestão dos documentos deve obedecer a uma abordagem mais geral antes de se aprofundar em maiores detalhes sobre cada natureza documental.
2.10. Princípio da proveniência territorial/territorialidade: os documentos deverão ser arquivados no território onde foram produzidos. Ex: unidade do INSS em SP produz documento sobre um segurado em BSB; o documento deveria ficar arquivado em SP.
2.11. Princípio da pertinência territorial: os documentos deverão ser arquivados no local de sua pertinência e não da sua acumulação. (Princípio conflitante!, pois opõe-se ao princípio da proveniência). Ex: unidade do INSS em SP produz documento sobre um segurado em BSB; o documento deveria ficar arquivado em BSB. 
2.12. Princípio da pertinência temática: os documentos devem ser reclassificados por assunto sem ter em conta a proveniência e a classificação original. Também chamado de princípio temático. Confronta o princípio da proveniência e o da ordem original. Encontra-se em desuso. 
2.13. Princípio da autenticidade: a autenticidade é a qualidade de um documento ser exatamente aquele que foi produzido, não tendo sofrido alteração, corrompimento e adulteração. Autenticidade = identidade e integridade[footnoteRef:5]. É bom que se pontue que não se trata de constatar se o conteúdo do documento é verdadeiro, mas sim a verificação de que o mesmo foi criado por quem consta e com o propósito que ali consta. [footnoteRef:6] [5: Identidade é o conjunto de atributos de um documento arquivístico que o caracteriza como único e o diferencia de outros documentos arquivísticos. Integridade, por sua vez, é a capacidade de um documento arquivístico transmitir exatamente a mensagem que levou à sua produção (sem sofrer alterações de forma e conteúdo) de maneira a atingir seus objetivos. Ambas são constatadas à luz do contexto no qual o documento foi produzido e usado ao longo do tempo. ] [6: Autenticação é a ação de declarar a autenticidade de um documento arquivístico, resultante do acréscimo de uma afirmação ou elemento comprobatório colocado por uma pessoa que possua autoridade para isso. ] 
2.14. Princípio da veracidade: os documentos devem refletir a verdade, ou seja, o seu conteúdo deve ser verídico, tendo confiabilidade para servir como prova.

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