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· Malária
É uma doença febril aguda causada por um protozoário do gênero Plasmodium, e é transmitida através da picada da fêmea do mosquito do gênero Anopheles. Cerca de 40% da população mundial encontra-se em regiões de risco para malária. Espécies causadoras: P. falciparum, vivax, malariae e ovale.
A principal espécie que atua como vetor da doença é o Anopheles darlingi, e o mosquito permanece infectante por toda a existência, possui maior atividade nos horários crepusculares e o homem é o único reservatório do protozoário. No Brasil predominam o Plasmodium vivax e P. falciparum.
· Ciclo de vida
O mosquito infectado pica o hospedeiro e injeta o parasita em sua forma esporozoíta, os esporozoítos atingem o fígado, invadem os hepatócitos e se diferenciam em merozoítos, os quais irão infectar as hemácias. Alguns irão se diferenciar em gametócitos, que serão ingeridos pelo mosquito ao se alimentar do sangue do hospedeiro da doença, e em seu interior os gametócitos se diferenciarão em gametas, que irão sofrer fecundação e dar origem ao oocineto, que dará origem ao ovócito e posteriormente a novos esporozoítos.
No fígado a reprodução e a diferenciação dos esporozoítos em esquizontes teciduais denomina-se esquizogonia. Alguns esquizontes dão origem aos merozoítos enquanto outros podem ficar latentes por meses, denominando-se hipnozoítos, os quais poderão se diferenciar em esquizontes teciduais e assim produzir recaídas da doença, meses após a infecção da malária vivax.
· Formas clínicas
Não complicada
Complicada (não grave e grave)
· Quadro clínico
Crise: calafrio, febre, sudorese duração de 6-12h
Forma grave, é causada quase em sua totalidade pelo Plasmodium falciparum, por possuir maior parasitemia uma vez que possui maior adesão endotelial. A forma grave é definida pela presença de 1 desses critérios: Parasitemia alta, Dispneia (edema pulmonar), Oligúria (IRA), Hemorragia (CIVD), Alteração do nível de consciência (Malária cerebral), Convulsões, Icterícia, Hipoglicemia, e Febre alta persistente. Devendo-se realizar internação.
· Diagnóstico
Encontro do protozoário no exame microscópico de gota espessa, capaz de quantificar o nível de parasitemia, permite o controle do tratamento e a avaliação da espécie. Existem também testes rápidos imunocromatográficos, porém estes não diferenciam espécies e nem quantificam a parasitemia.
· Tratamento
O tratamento visa atingir os pontos-chave do ciclo do parasita: Interrompendo a esquizogonia sanguínea, responsável pela patogenia e manifestação clínica da doença; Destruição das formas latentes do parasito no ciclo tecidual das espécies P. vivax, evitando recaídas e interrompendo a transmissão do parasito através de drogas que impedem o desenvolvimento de formas sexuadas dos parasitos. 
Para o tratamento da malária por P. vivax não complicada: Esquizonticida eritrocitário (cloroquina) 3 dias + esquizonticida tecidual/gametocitocida (primaquina) por 7 a 14 dias, 1 ou 2 cp. 
Malária por P. falciparum não grave: Esquizonticida eritrocitário (artemeter + lumefantrina ou artesunato + mefloquina).
Malária por P. falciparum grave: derivados da artemisina (artesunato ou artemeter) + manutenção por 5 dias de clindamicina ou doxiciclina ou mefloquina.
· Profilaxia
Permanecer no interior da habitação do anoitecer ao amanhecer;
Usar mosquiteiro;
Usar roupas de mangas compridas e calças compridas;
Usar repelente de insetos nas áreas de pele exposta;
No Brasil não se realiza quimioprofilaxia.

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